Crônica de um encontro (final)

Parte final das três parte já publicada


...enxugando os olhos e respirando fundo, saiu daquele reservado do banheiro dando de cara com Marcio que o olhava com o semblante entre curioso e serio. Não trocaram palavras, porque não havia nada a perguntar naquele momento. O rapaz chegou até ao lavabo e cumpriu o ritual. Lavou as mãos e o rosto olhou-se mais um pouco no grande espelho que havia ali e saiu junto com o amigo Marcio em silencio:
- Vamos tomar um café. – disse Marcio.
Chegaram ao que seria uma pequena praça de alimentação da faculdade. Servidos cada um de xícaras de café o silêncio imperava entre os dois amigos. Fabio olhava o espaço entre ele e o amigo como se fitasse o vazio e até que depois de um longo tempo o rapaz se pronunciou:
- Cara! Você é meu amigo suficiente pra jogar qualquer tranco no teu colo, não é?
- Sou. – respondeu Marcio. – Só espero que minha amizade e da sua amizade por mim seja também verdadeira... Joga aí...
E rapaz falou do seu “enrosco” com o professor desde começara o semestre, desabafou meio constrangido, entre uma baforada e outra de cigarro, a história que começou desde festa da turma na casa de Elisa até aquele momento... E por fim, acabou a narrativa de olhos baixos sem querer olhar para o amigo que tudo ouvia com ar compenetrado. Por vergonha, omitiu da narrativa a parte do banheiro onde tudo começara. Marcio escutara calado e vendo o nervosismo do amigo Fabio, ali, na sua frente e sorriu:
- Calma brother! Resolve tua situação com tua namorada. É sacanagem. Não é justo. Sacanagem com você também parceiro.
Fabio olhava entre surpreso e arrependido por não ter falado com amigo antes sobre aquela situação. Por vergonha ou por um juízo próprio de moral, se afastara um pouco do velho amigo que por ora, estava ali, prestando ajuda.
- Como você soube?
- Ah, Fabiozão! Dava muito na pinta, pelo menos para mim. Confesso que fiquei puto.Trocar minha amizade lá,pelo bonitão. Vocês de vez enquanto pelos corredores, falando quase no “ouvidinho” de um e outro. Só não sabia dessa treta.
Sempre cabisbaixo Fábio respondia as tagarelices rindo.
- É. Amizade é coisa séria. E coisa que o vento não leva.
- Bem brother – respondeu Marcio – Tamo junto. Bora atrás do seu camaradinha. Afinal de contas; quem já não quis brincar de aventura da sessão da tarde?
- Valeu!
- Oh! Mas nada de ceninha de xaveco na minha frente, hein. To fora!
Riram muito.
Passaram dias, colocaram as coisas no seu devido lugar. Fabio terminou com sua namorada, mágoa, talvez, mas quem iria querer sofrer? Um fato, não uma escolha. Decepcionar os outros ou se decepcionar? Então era preferível ser franco. Na sua casa as coisa continuava quase a mesma rotina, exceção era que seu pai andava um pouco animado, saia um pouco daquela prisão domiciliar, de vez enquanto saia para dar uma volta, sua mãe uma sombra gentil e o celular de Thiago que vez ou outro Fabio insistia em ligar. Sempre dava caixa postal. Um tarde, Fabio e Marcio saíram. No carro de Marcio em uma tarde saíram. Era o frisson de querer ver por quem estava apaixonado, apesar de tudo sentia falta do corpo daquele homem. Chegaram onde Thiago morava.
- Bem – disse Marcio estacionando o carro na rua – Aqui estamos. O carinha pode aparecer daqui à uma hora, duas horas ou não aparecer.
- Qual é brother – riu Fabio – Como se fosse problema ficar cara a cara comigo, até então nunca faltou assunto entre nós, bonitinho - brincou o rapaz ensaiando um beijo para o amigo.
- Oh, Fabio. Já disse para parar com isso.
- Só queria ver ele. De longe, só de longe.
E assim ficaram falando amenidades e até que, em determinado momento, Fabio ouvindo a voz tagarela de Marcio viu, um carro parar em frente ao prédio onde supostamente Thiago morava e deste carro saiu seu pai.
- Pai? Meu pai?! – gritou – Que ele ta fazendo por aqui?
Fabio num átimo saiu correndo de dentro do carro,atravessando a rua sem ao menos olhar para o que ocorria a sua volta, estava sentido algo ruim dentro sim. Não ouviu os apelos que Marcio para que ficassem. Estava cego. Passou pela portaria do prédio sem ao menos dar atenção para o que o senhor da recepção gritava para não subir. O Prédio não era tão cheio de andares, conseguiu marcar onde supostamente o professor morava. Bufava de raiva, ódio e espanto. Conseguira ver seu pai entrando em um apartamento e parou. Passando as mãos pelos cabelos onde sua mão suava frias de tão nervosa. Depois de alguns minutos, bateu. Seu rosto era uma mascara de ódio e decepção. Quando a porta se abriu, deparou com a cara assustada do então procurado Professor Thiago. Fabio empurrou a com a força de seu corpo. Viu seu pai com os olhos arregalados com a presença inesperada do filho.
- Que foi seu escroto? Deu de pegar coroa por que não te cobra nada?
- E você? Enganando trouxa por ai? – respondeu Thiago fuzilando o outro com ódio quando sentiu um soco lhe atingir em cheio, o seu rosto.
- Seu filho da puta! Seu escroto!
- Pára Fabio - gritava o coroa.
O pai de Fabio se intrometeu entre os dois mandando que o mesmo parasse. A vontade de Fabio era também atingir seu pai que lhe segurava os braços, empurrou e saiu correndo para a rua. Sua cabeça estava desnorteada. Ao entrar no carro do amigo foram acabar em um viaduto onde os carros lá embaixo passavam intermitente, indiferente e um silencio onde um não falava nada para o outro:
FABIO FALA:
- Como é que se pode amar tanto alguém quando você é golpeado, traído. Como perdoar? A questão do perdão, esse ato nobre é em alguns casos, discutível. Meu pai. Que surpresa, que magoa como encarar? Minha cabeça fervilhava.
MARCIO, AMIGO DE FABIO DÁ SUA OPINIÃO:
- Que coisa escrota. Ver o amigão, ali, na minha frente, grande pegador das meninas junto comigo. Ali derrubado, por causa de um macho. Ele não chorava. Mas pra quê? Só engolia em seco aquela emoção, raiva... Sei lá. Deus me livre de sentir esse tipo de sentimento por outro macho. È Fabiozão. Sinto muito por você. Deixei-o na casa dele.

Fabio chegou a sua casa passando direto para o seu quarto. Parecia que tudo girava, não havia sossego dentro de si. Nada lhe confortava. Imaginava seu pai aos beijos e abraços, nus, se rolando pelo chão. Não conseguia imaginar seu pai peladão debaixo ou encima de Thiago. Seu pai. Puta que pariu! Queria bater em ambos no ar, se pudesse esganava ambos.

FALA PAI DE FABIO:
No caminho de casa, eu pensei; Que cagada,meu deus! Que cagada. Tudo que temi a minha vida toda, que escondi até de mim mesmo, meu filho descobre. Por que não ficara na minha? Por que não sufoquei tudo aquilo que sempre reprimi? Nunca fui à sauna ou qualquer coisa assim que pudesse me expor. Mas sabia que meu filho brincava com alguns garotos. Por que se trancavam lá no quarto. Tinha inveja dele. Não sou burro, já fui jovem e sei que acontecia quando era mais jovem, as brincadeiras que se fazia entre rapazes, tudo escondido e vem esse rapaz, amigo de Fabio. Dando furtivamente seu numero de celular, apertando a minha mão de forma insinuosa. Depois começa a ligar, marcar encontro. Sai com ele, precisavame sentir vivo. Foi maravilhoso estar com aquele professor. Jogou-me na cama onde eu tremia, ele me chupava, sua língua me revirava por todos os cantos do meu corpo e... Chupou minha bunda, relutei,fiquei com vergonha do meu corpo, não estava tão acabado, ainda tinha meu corpo bom, mas comparado aquele rapaz e meu filho, perdia feio em termo de estética Deu-me um arrependimento e uma desforra em trair meu filho. Filho este que parecia que me desprezava que me odiava que parecia me colocar em uma estante como algo sem validade ou utilidade. Às vezes odiava, às vezes. Mas Thiago era um homem, um homem despido que tirava meu fôlego e despertava em desejos adormecido e me entreguei. Que comesse a mim e Fabio. Pouco me importava daquele cara metendo em mim, me rasgando todo com aquela pica grossa, veiúda. Acho que gritei de dor no inicio, mas relaxei depois, aquele vai e vem daquela pica parecendo um pedaço de ferro entrar no meu cu,pensei que fosse cagar,mas não, gozei chorando como se fosse um réles viado de beira de rua. Depois ele gozou na minha cara esfregando a pica, sentado na minha cara onde eu chupava avidamente aquela bundona de macho... E agora isto. Aquela visita inesperada do meu filho.

                                     * * *                              ***
O pai de Fabio chegou em casa e foi direto para o quarto do filho. Encontrou este girando, sentado no quarto como se fosse um animal acuado. Entrou, tentou se aproximar do filho:
-Fabio!
- Sai. Não me toca.
- Fabio!...Perdão, meu filho. - E um choro sacudiu todo seu corpo fazendo que ambos se abraçassem.
Depois disto, tudo sua mão ouvira e souberam e desejou que o marido fosse para o inferno e se matasse.
THIAGO FALA;
- Gostei daquele coroa. Gostei do Fabio. Mas ele queria algo que não posso dar, não posso dar essa mancada. Vou casar daqui alguns dias. Mas... Sinto falta daquele moleque, acho que me apaixonei. Mas como dizem cada peso existe uma medida. Sinto falta do olhar dele me encarando enquanto eu o possuía, ou ele me tinha. Não perdoou. Entendi a lição...
    ***                                              ***                         ***
Thiago já na janela de seu apartamento, olhava a fumaça do cigarro. Sua noiva falava alguma merda qualquer. Sentiu uma magoa, uma tristeza. Soube que Fabio já arranjara alguém, aquilo lhe doía. Seria feliz um dia se assumisse? Tanta coisa em jogo. Casaria. Mas tinha certeza que sempre trairia sua futura mulher com outros homens.
                                                                                 

            FIM


Foto 1 do Conto erotico: Crônica de um encontro (final)


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Comentários


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meninomaisraro Comentou em 06/11/2021

MARAVILHOSO! Para além da carga erótica, deliciosa, pessoas nos foram apresentadas aqui pela sua escrita... e como você sabe o que faz, não estava perdendo tempo ao descrever tão bem a família do Fabio, mas preparando o terreno para toda a complexidade dessa história... sentimentos mascarados de desejos, desejos reprimidos por medo, o despertar de um rapaz, e como consequência o despertar do pai dele também... Um excelente drama. Vou querer reler!

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titoprocura Comentou em 10/10/2020

Fidelidade nunca foi de fato necessária mas lealdade sim e as vezes as pessoa traem e enganam a si mesmas. Esse seu conto mostra vidas frustradas pela falta de coragem. Espero que alguma hora esse povo do site aprenda a valorizar os bons contos! Votado...

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marcelinhobundinha Comentou em 27/09/2020

Encontros secretos revelados e escancarados. Curtição, amor e arrependimentos misturados

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engmen Comentou em 02/03/2020

Uma saga profunda, envolvente e crítica a valores, estereótipos e sentimentos. Mais que erótico, esta sequência faz refletir... Parabéns pelo talento!

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morsolix Comentou em 15/07/2018

Que pena que ninguém ou comentou.




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Ficha do conto

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morsolix

Nome do conto:
Crônica de um encontro (final)

Codigo do conto:
108536

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
05/11/2017

Quant.de Votos:
6

Quant.de Fotos:
1