Era só um pênis bem rígido, têso, duro que nem um pedaço de pau e de circunferência grossa e uma cabeça que se mostrava igual um tomate de tão vermelha e lustrosa que aquela boca masculina chupava. A pica que saia daquele buraco que tinha na parede ou “glory hole” como era conhecida, instigava aquele homem gordo, branco e cujos cabelos ruivo como também a barbar, se ajoelhar e botar “aquilo” na boca e chupar. Sim. Era a primeira vez que chupava uma pica daquela forma, a boca gulosa ia até a base daquele pênis e mordia de leve e depois tirava da boca e segurava por alguns instantes, sacudia olhava e tornava a por na boca.
Do outro lado da parede fina de compensado pintado de preto, a voz rouca do desconhecido incentivava aquele homem gordo a chupar.
- Vai vagabundo!...Chupa mais. Chupador gostoso do caralhoo!
A coisa toda começara quando as meninas do escritório onde trabalhava resolveram fazer um tradicional “chá de panela” para uma colega que iria casar. Um dos itens para brincar com a futura noiva seria uma cesta com produtos eróticos.
- Alguém tem quer ir ao “sex shop” – observara uma delas – Alguém tem que ir buscar.
Todos estavam ocupados, cada um com um afazer qualquer. Sobrou para o gordinho barbudo do escritório da contabilidade. – Tu vais! Não vai querido? – dissera uma delas dengosamente.
- Égua! Por que eu? – gritara ele. – Não posso. Sou casado, evangélico e não vou num lugar desses.
Entre marteladas e outras, ouviu de um colega que pregava uma mesa para os comes e bebes das meninas: - Deixa de ser “Mané”, aproveita e da uma olhada nos vídeos de sacanagem. Que crente mais cuzão!
E assim foi.
Não soube responder para si mesmo o fato de ter aceitado tão facilmente o desincumbir da ação. Colocou os óculos escuros em seu rosto e foi com o seu carro até o lugar indicado pela colega. Era um lugar um pouco afastado do centro, portanto, não correria muito o risco de alguém ver a sua pessoa em frente daquele antro que, segundo sua religião, era um centro de pecado. Tinha esposa, filhos, e um nome respeitado para que fosse por terra toda a sua reputação de homem de respeito que usufruía dentro da sua igreja, caso o vissem por ali. Entrou.
- Eu vim buscar uma encomenda – dissera ele ao interpelar o atendente. Visto o papel que sinalizava a encomenda, o atendente que pediu que esperasse, deu a nota para outro funcionário que foi ver a encomenda.
Enquanto esperava, começou a investigar do que compunha um sex shop e tudo que lhe passou pela sua vista curiosa eram membros das mais variadas formas e tamanhos, fantasias, artefatos de couro como loções e capas de vídeos onde mulheres e homens belos se mostravam de formas insinuantes.
- Senhor! – ouviu a voz do atendente – Desculpe. Só vai demorar mais um pouco, faltando um item. Mas já está sendo providenciando.
Aquilo causara um nervosismo que não passara despercebido pelo atendente do balcão. Não era intenção ficar ali por mais tempo. Maldita brincadeira de mulheres tontas, pensou aquele maduro que estava para o que se chamava na categoria gay de “urso”.
- Se o senhor quiser, pode ir a umas das cabines ali no corredor, oferta da casa.
Não soube explicar para si mesmo como acabou aceitando a sugestão. Por detrás de uma cortina escura, havia um corredor com varias cabines. Preferiu a ultima e entrou. Com o coração acelerado, esquecendo seus pudores, sentou em uma cadeira que havia em frente a um televisor que passava um filme pornô qualquer. Mesmo excitado, puxou uma porta barata de PVC. Sentou e começou a olhar o vídeo, seu pau vibrava como há muito tempo não sentia. Homenzinho de classe media e enfadonhamente religiosa, seu corpo debaixo do tecido da roupa tremia. Abriu o zíper e soltou a pica que era branca, cabeça pontuda e roxeada. No vídeo que passava na tela do televisor, uma loura siliconada chupava com maestria a pica do ator. Começou a se masturbar, puxava o pau e soltava. “Porra! Pra que eu vim aqui?” pensava o “urso barbudo ruivo” se entregando cada vez mais em esfolar a pica. Desabotoou os botões da camisa. Apertando os mamilos e fechando os olhos, tirou as calças e com as pernas livres, gozou a liberdade de bater aquela punheta que lhe despertava o prazer que nunca experimentara e, foi quando ouviu um barulho parecido como um “psiu”. Assustado, percebeu que do seu lado direito havia um buraco onde um dedo indicador fazia sinal pera se aproximar.
Incomodado pela interrupção, não conseguiu erguer as calças e foi com a pica grossa e apontando para o alto de tão dura para ver quem lhe aborrecia espiando-o por aquele buraco e que permitia vislumbrar um pouco de quem estava do outro lado cabine.
- Deixa chupar teu pau. – sussurrou a voz rouca – Coloca aqui... Vai...
Não pensou, mas obedeceu colocando aquele pênis duro para aquela boca com a língua de fora. Boca morna, macia e gulosa, o homem barbudo sentia um arrepio quando a boca do desconhecido ia até a base e mordia levemente e voltava para a ponta do seu pau. O buraco permitia que o chupador misterioso pegasse aquela pau e sacudisse e enfiando novamente na boca. Nunca aquele homem havia recebido uma “uma gulosa” que lhe arrepiava todo o corpo, sua pica sentia como se algo quisesse lhe engolir. Era êxtase e agonia, uma agonia de prazer.
- Chupa meu pau – disse a voz.
- Não sou viado – respondeu.
- Eu também não sou. Mas experimenta. Veja! – e colocou através do buraco, uma pica grossa, talvez maior que a sua, mas, sendo que o diferencial era a cabeça bem redonda e vermelha. Iluminado pela luz meio azulada da tela da televisão naquele ambiente, a pica grossa do desconhecido parecia mais a cabeça de uma grossa que pedia que fosse pega pela mão.
- Chupei a tua. Chupa a minha. Todo homem um dia sonha em chupar uma pica, mesmo que seja no pensamento.
O “urso” barbudinho e ruivo apertou mentalmente o que se chamaria de tecla “foda-se”. Ajoelhou-se e apertando com uma firmeza o pau do sujeito desconhecido, olhou-o, cheirou e colocou na boca, meio desajeitado, mas começou a chupar. Um misto de receio, medo e prazer se apossou dele e chupou aquela pica. Apertando ainda um dos seus mamilos e se masturbando, sorvia o membro do desconhecido. Ali, quem o visse, veria um parrudinho meio sarado de camisa e seu bundão branco que começava brilhar de suor que brotava de sua pele. Chupava, sentia gosto, um gosto meio salgado, cheiro de macho misturado com urina, mas, aquilo lhe excitava, despertando nele, um prazer desconhecido e revolucionário.
- Vai vagabundo!...Chupa mais. Chupador gostoso do caralhoo!
O chupador de primeira viagem pegava jeito e cada vez mais acelerava o “ir e vir” no pênis do homem do outro lado. Ondas de prazer tomava conta do seu corpo e acelerava sua masturbação, queria gozar como nunca gozara em sua vida tão cheia de regras e proibições. Se sua alma fosse pertencer ao diabo, então era naquele momento que fazia o pacto do prazer e perversão. Gozava rouco, seu pau expelia a porra toda que melava a parede escura e seu dedo acariciava o seu próprio cuzinho; E a voz rouca do outro lado também anunciava que ia gozar.
- Ta gozando é sua putinha?...Vagabundo!...Safado filho da puta! – e uma das mãos segurava sua cabeça para enfiar até o fundo da garganta para gozar, no profundo da garganta que até então era virgem.
Gozavam ambos e violentamente. O Homem “urso e barbudo” encostava a cabeça na parede como se quisesse desmaiar, resfolegava procurando o ar e anestesiado pelo prazer. Tentando se levantar, olhou casualmente pelo buraco e viu um rapaz moreno claro, rosto angular e cabelos pretos e encaracolados. Estava nu e olhava também, meio cansado. Quando viu que fora visto, deu um sinal para que se encontrasse lá fora. Não! Foi à resposta que deu para o rapaz da outra cabine. Nunca mais queria o ver. Aos tropeços, vestiu-se, limpou-se com um rolo de papel que por lá havia e saiu.
- Aqui tá a cesta, senhor – disse o rapaz do balcão – Desculpe o incomodo. Espero que volte mais vezes.
- Com toda a certeza.
Saiu às pressas, sentia-se o rosto vermelho como se todos lá soubessem o que havia acontecido. Encostou o rosto no guidom do seu carro. Não se reconhecia e nem acreditava no que acabava de acontecer. Olhou-se no retrovisor e se viu como outra pessoa, descarado e sem vergonha.
Chegou ao escritório.
- Oi, Jonas. Demorou! – reclamou uma das meninas responsável pelo tal “chá de panela”
- Houve um problema. Tive que esperar.
O rapaz que havia estado consertando a mesa quando ele; Jonas havia saído, entrou com uma caixa de ferramentas, brincou:
- E ai, pastor! Fez o que eu disse? Se divertiu com os “brinquedinhos por lá?
- Vai ti catar palhaço.
Depois de algum tempo, já no final do expediente, todas as meninas foram para um andar superior onde uma sala seria para as mulheres ficarem com os seus joguinhos para a futura noiva. Os rapazes por sua vez, se reuniram em outro espaço. Seria só entre homens, para o tal noivo da colega que estava sendo homenageada. Jonas, o urso barbudo, se mostrou arredio. Ainda se sentia assustado com seu modo dentro daquele maldito lugar. Sentiu que algo nunca mais seria o mesmo com ele próprio. Impulsionado pelo colega chato, foi à sala onde estavam sós os homens comemorando alguma coisa. E entre algazarras, piada esdruxulas, entrou na sala onde estavam à equipe masculina do escritório e no meio estava o dito noivo. O rapaz moreno claro de rosto ângulos cujos cabelos pretos e encaracolados com uma garrafa na mão olhava fixamente para recém-chegado Jonas que espantado, se reconheciam do sex chop.
Depois
- Precisamos conversar – sussurrou o rapaz.
- Não. Não pode. Foi só uma chupada. Esquece. Pra todos os efeitos nunca nos vimos. Sou casado.
- Eu vou casar... Mas gostei e acho que agente ainda vai .
Para quem iria embora. Jonas ficou por lá, onde troca de olhares furtivos eram trocados.