...e a vida continuou. Luccas prosseguiu comendo homens, mulheres. Tornou-se amante de ocasião de algumas velhotas endinheiradas ou viúvas de gordas pensões que agora se enfiavam em alguns cassinos clandestinos. Os cassinos viviam os últimos dias. A sacanagem rolava solta e discreta. Resolveu virar uma espécie de cafetino. Arranjava qualquer playboyzinho para qualquer tipo de pessoas e clientes é que não faltavam; para homens e mulheres. Sua vida melhorara um pouco Lógico que os garotos sempre eram os seus preferidos. Dificilmente transava com os seus garotos. Mas acontecia. O tempo deixou-o mais arredio. Uma noite, um dos rapazes que Luccas agenciava veio com uma novidade:
- Luccas! Há um garçom lá do Cassino Atlântico quer falar com você... Cliente grande! Encontra-te no Bar Amarelinho.
À noite Luccas se encontrou com o antigo garçom. Entre um chopp e outro, o senhor moreno disse ao que veio:
- Bem! Vamos ao assunto. Tem um homem. Não sei se é velho, jovem, bonito ou feio. O fato que ele é muito, mas muito rico!
- Legal – disse Luccas bebericando o seu chopp com um petisco qualquer – Você me chamou pra isso? Você sabe que não faço mais isso. Para isto...
- Tem seus putinho de luxo, né?
- Isso – reafirmou. – Tem meu putinhos de luxo. Eles me servem e eu me sirvo deles, mas quase não sirvo mais para este serviço.
O velho garçom esquadrinhou a face do homem a sua frente. Era um homem já esguio com cabelos lisos e olhos escuros. Seu rosto era infeliz, desafiador e levemente insolente, uma sombra, era isto que Luccas era: uma sombra. O velho garçom já havia conhecido muitos homens assim; sujeitos imprudentes e levemente perigosos. Sujeitos dos quais não se podiam depender ou confiar.
- Bem – continuou o velho garçom – Essa pessoa quer transar contigo. Um homem como eu, servindo de atravessador de macho para outro velhote viado... Bem, o “coró” quer um programa. Mas só quer tu. Paga uma fortuna pra dar pra ti. Não gosta de sair, quase nunca ninguém o ver por ai. Só vive ele e um número grande de criados. Ta aqui o sinal – e tirou um envelope grande. – o resto ele dará lá. Se apronte para tudo.
- Nossa! Sendo assim. Vamos lá. – sorriu Luccas, enfatizando aquela rede estranha ao redor do olhar desafiador. – onde mora esse velhote?
- Em um palacete ali pelo “Cosme Velho”, para quem vai lá pro Cristo
- Hummm! Deve ser muito rico e excêntrico. Bem. Você já deve ter ganhado sua parte, né? Seu velho safado – brincou – Sabes? Bem que podia querer entrar em uma dessas!
- Não, obrigado. - Riu o velho garçom – acho que não me agradaria ver uma bunda peluda na minha frente.
Marcaram. Um automóvel viria buscar na noite no Largo do Machado. Assim aconteceu às 21 horas da noite, no largo que estava meio vazio de pessoas, parou Chevrolet Sedan preto de duas portas de 1946. De chapéu de feltro preto e um terno meio cinza cujas calças eram seguradas por suspensórios, ajeitando gravata através do nó, entrou. O motorista havia aberto a porta e seguiram a viajem. O motorista, um sujeito comum não trocara nem uma palavra e silenciosamente o carro rodou. No banco de trás. Luccas via a paisagem passar diante de suas vista um pouco rápido até adentrarem nas ruas soturnas e ladeadas de arvores e que subiam cada vez mais a ladeira. Casas grandiosas e com aspectos vazios. A luz dos postes um pouco pálidas davam um aspectos mórbido e então sentiu uma atmosfera triste no ar. Medo. Um medo leve que fez o coração bater um pouco mais rápido e as mãos suarem. E então, uma imagem soterrada em sua memória irrompeu: A bunda espetacular de Flavio, os olhos arregalados de Flavio com a mão a passar na testa e um grito, aquilo em rápidos “flahs”...
- Não! – soltou um pequeno grito com a lembrança. – Não quero lembrar!
- Esta tudo bem senhor? – perguntou o calado motorista.
- Algo que lembrei... Uma bobagem – sussurrou tentando folgar a gola da camisa.
Suando frio. Luccas respondera que estava bem. Só o calor dentro do carro que fizera se sentir mal, mas estava bem.
- Quer uma bebida? – ofereceu o motorista tirando uma pequena garrafa apropriada e deu para o rapaz. Luccas tomou um gole. A bebida revigorou o animo e depois de alguns minutos, passavam por um enorme portão onde no centro de um enorme terreno, reluzia um palacete lembrando vagamente uma arquitetura francesa. Centrado em umas dezenas de arvores e um vasto lago artificial na frente de onde do centro, emergia colunas cujas bases existiam sereias e no cume, uma escultura de uma mulher desnuda de cabelos compridos de cujas mãos existiam uma espécie de jarro – tudo feito em bronze - que expelia água em forma de chuva, todo o conjunto, era iluminado. Vários carros de luxo estacionados faziam o ar de uma festa.
- É uma festa? – perguntou ansioso.
- Sim. Só para convidados especiais. Que gostam de coisas especiais.
A entrada iluminadas por vários lustres. Recebido por um serviçal mascarado que guardou seu chapéu e sendo oferecida também uma mascara preta. Entrando no salão, existiam vários convidados. Homens e mulheres. Homens de mascaras negras e mulheres carregavam mascaras vermelhas. Entre toda aquela balburdia. Parou um instante no salão, clima agradável no salão enorme e luxuoso. Uma escada enorme de madeira, forrada com finos tapetes, levavam pessoas para o andar superior, onde muitas pessoas estavam casais, grupos. Todos bebiam e comiam e uma discreta musica dava ao ambiente ar de sofisticação. Uma profusão de luzes dos lustres e grandes janelas todas abertas que davam para o jardim. Do meio daquela profusão de pessoas surgiu um homem que deveria ser um mordomo com bandejas nas mãos, oferecendo uma taça de champanhe...
- O patrão espera o senhor lá encima. Divirta-se, circule. Esteja à vontade. Depois chamarei pelo senhor.
- Ele não desce para a festa?
- Prefere olhar ao longe. Não se mistura. - respondeu o homem para logo em seguida sumir entre as pessoas no salão.
Passeou o ambiente com um olhar. Todos entretidos em conversas, risadas. Pareciam que todos esperavam algo... Mas o que? Uma sensação estranha lhe invadiu. Novamente lembrança antiga que tinham bloqueado em sua mente, surgia. Tivera impressão que vira Flavio vestido de “smoking” no meio da sala. – “Vai pro inferno” – pensou – “Você morreu! Tá morto”. Sentiu uma leve tonteira e foi quando dois homens jovens e mascarados se aproximaram. Ternos negros, camisa social branca por debaixo deste mesmo terno e cada um deles lhe segurou por cada braço. Luccas olhou para eles sentindo-se meio tonto e um deles falou:
- O patrão lhe espera em sua suíte especial. E segurando Luccas se encaminharam pela luxuosa escada a quase chegar ao topo, às luzes se apagaram. Um grito geral de espanto e surpresa se ouviu e em contrapartida, luzes diminutas se acenderam. Luccas olhou como os rapazes que lhe acompanhavam para o dito lugar. Viu ainda os pares aos poucos se agarrarem em danças, alguns homens se insinuarem para suas parceiras de forma sensual e as mulheres aceitando de forma permissivas aqueles agrados. Então aquilo deveria ser uma orgia de fina e elegante. Safados!Pensou.
Prosseguiram até pararem diante de uma grande porta onde bateram e logo em seguida era introduzido em um vasto recinto que parecia uma sala de pratica de sexo sado masoquista. Luccas sabia destas praticas, não gostava, mas estava preparado, pela quantia de dinheiro que recebera de adiantamento, e por sinal, poderia vir mais. Encarava qualquer coisa. Sua cabeça ainda rodava, agora já sabia que haviam posto alguma coisa na bebida oferecida pelo mordomo, ou seja lá como se chamasse aquele serviçal. Os dois largaram-no em frente a um homem que estava sentado e ladeado de outros dois homens jovens e mascarado que encobria toda a cabeça e os olhos. O velhote era levemente gordo, vestido de “smoking”, mas totalmente despido da cintura para baixo. Aquele poderia ter seu sessenta anos. Também estava mascarado, tinha no meio das pernas uma “rola” em estado de repouso encima de um culhão grande. Olhava-o com ar avaliativo, enquanto os dois jovens que estava cada um ao lado deste, masturbavam-se, como se estivessem amolando a pica. Possuíam caralhos enormes, diferindo pouca coisa de um ou outro. Então, prestou melhor a atenção que um dos rapazes mascarado, usava uma espécie de tipóia ortopédica que apoiava todo o braço e o ombro direito.
Então o homem velho falou, com uma voz grave, sonora.
- Relaxe! Então; contratei porque já ouvi falar muito de sua pessoa nesta cidade. E quando estou por aqui. Sempre ofereço uma festinha para os meus convidados e especiais. E atendendo um pedido de uma pessoa muito estimada, lhe contratei.
- Agradeço. – respondeu. Pela primeira vez na vida, sentiu algo incomodo dentro de si, como se algo não combinasse naquele velho e nem naquela sala.
Então reparou que vultos se movimentavam naquele recinto. Eram um bando de homens nus, mascarados e que se atracavam. Então um dos rapazes ao lado do velhote se aproximou de Luccas e começou a despi-lo. Primeiro desafivelou cinto e retirando-lhe as calças, sapatos, depois a camisa de mangas compridas e por fim; deixou-lhe só de ceroulas presa por suspensório. O jovem mascarado e despido começou a passear as mãos pelas pernas, acariciando em toda sua extensão e entrando com as mãos por debaixo da cueca que era uma espécie de samba canção. Luccas foi sentindo um prazer e fechando os olhos deixou-se levar. A capacidade para adaptação era uma qualidade que possuía, só não aceitava quando era passado para trás. Logo sentiu sua pica ser envolvida por uma boca quente, macia. Seu pau era grande, grossa, só não gostava da cabeça que era fina, mas que facilitava na hora de penetrar algum cuzinho que acaso contraísse. Mãos acariciavam suas bolas e em um vai e vem, sua pica era tragada por uma boca gulosa e que mordia bem na base do pau, língua passeava na base dos testículos e passeavam até a entrada de sua bunda. Luccas tinha uma bunda pequena, recoberta de uma fina penugem, contraia as nádegas quando os dedos se insinuavam.
- Relaxe.
Então fechou cada vez mais os olhos e se entregou ao toque. Depois sentiu outra mão a lhe cariciar por trás. Essa outra mão lhe tocava pela parte inferior de suas pernas e invadia por debaixo da pequena peça e um dos dedos se insinuava do cu. E melado de alguns liquido, entrava todo dentro. Depois sentiu duas bocas a beijarem a sua, e ali, entre pequenos gemidos, três línguas se enroscava. Luccas abriu os olhos. Uma única luz, fortíssima caia bem encima de sua cabeça, de forma que não podia ver direito os outros elementos que ficavam na semi-escuridão do estranho quarto. Percebeu que um dos rapazes mascarado que tinha uma espécie de tipóia no braço direito, lhe lambia nuca enquanto retirava de vez a cueca junto com o suspensório. E ato continuo se agachou percorrendo com os lábios até esses pararem no seu cu, a língua daquele estranho começou a lhe chupar e morder de leve a sua bunda.
- Cuidado – gemeu baixinho Luccas.
- Aqui você não fala nada – sussurrou rapaz bem nos seus ouvidos – Só obedece.
Logo em seguida este mesmo rapaz lhe pegou as mãos e levou para a parede onde imperceptivelmente havia uma porta camuflada, antes de entrar ainda observou que todos naquele ambiente transava,ouvia gemidos de prazer, barulhinho de picas sendo enterrada violentamente em algum cuzinho ou buceta de algumas mulheres que também havia, sempre em trio ou casal e, o velhote que parecia ser o anfitrião da festa, tinha como parceiro um dos rapazes que anteriormente tinha lhe despido e chupado. Este chupava aquele “pinto mole” enquanto era enrabado por outro convidado estranho.
- Venha – sussurrava o rapaz mascarado – Entre ai.
Adentraram em uma saleta muito menor, onde existia apenas um sofá de couro estreito, e uma espécie de balanço de tiras que eram prendidos no teto e chicotes pendurados na parede do qual o estranho rapaz mascarado da tipóia pegou um deles. Luccas entendeu o que se passaria.
- Aqui posso berrar e gemer que ninguém vai escutar nada!
O rapaz não respondeu, com sinal, mandou ele se deitar no balanço e com certa dificuldade, prendeu ambas as pernas em cada corda e deixando-o de pernas abertas e prendendo os braços, de forma que ficaria totalmente a mercê do rapaz e subitamente sentiu uma estalada de chicote em suas pernas.
- Ai! Filho da puta!
- Cala a boca. Vadio aqui não fala!
E ato em seguida, o estranho mascarado foi até a parede e acendeu todas as luzes, iluminando bem aquela saleta de sadomasoquismo e repentinamente retirou a mascara de carrasco que encobria e revelando todo o seu rosto.
E como em um sonho de terror, Lucca todo imobilizado e nu sentiu que um grito sairia de sua garganta, mas não saiu. Pois ali, estava... Flavio. Um homem de cabelos bem cortado quase rente ao couro cabeludo. Rosto de feições duras, lábios cerrados como se apertassem bem os dentes e seu queixo proeminente que expressava raiva. Ali, naquele homem de corpo escultural e despido, tudo o que havia era uma versão atual do Deus Ares. Vingativo, raivoso e sanguinário que trazia nas mãos, um chicote em vez de ser uma espada. O corpo exalava uma perfeição viril diabólica.
- Limpou bem a porra desse teu cu sujo? – vociferou a voz grossa
O homem Luccas. Com a cabeça em turbilhão de emoções não respondia, só sentia um medo irracional.
- Você morreu!...Você morreu!
continua...
Parece que a assombração vista por Luccas na festa era mesmo real, e agora ele está totalmente nu e a mercê de Flávio. Vingança armada. Vou deixar para ler o final amanhã para valorizar o suspense... Votei
Bar amarelinho boas lembranças