Medo da morte. Medo da morte. Eu morro de medo de ter medo da morte. E eu tenho.
Eu acordei às 3h26min. Sei a hora porque tem um relógio preto achatado do lado da minha, em que as horas aparecem de vermelho e quando desperta faze um barulho terrível.
Mas eu nunca o programo pra despertar. Não preciso de despertador. Eu preciso conseguir dormir. Dormir de verdade. Oito horas seguidas. Como uma pessoa normal.
Mas eu acordei de novo.
Por que eu acordei, caralho? Por que diabos eu acordei.
Noto que meu corpo está pegando fogo. Há suor entre meus peitos. Minha virilha está molhada. Minha nuca está molhada.
As janelas fechadas. Hermeticamente fechadas.
As luzes dos poucos carros que ainda rompem a madrugada simulam fantasmas no teto do meu quarto.
As cortinas brancas estão estáticas.
O ar condicionado está desligado.
A porra do ar condicionado parou de funcionar. Provavelmente, faltou luz.
Olho pro lado. Estou sozinha na cama. Separada. Agora sou separada. Pra O assunto do momento. Penso que ainda demorou muito. Era pra ele ter separado antes.
Eu me levanto rapidamente e verifico a luz. A luz não voltou.
Contorno a cama e abro as janelas. O vento fresco invade o quarto, levantando as cortinas. Sento na cama e observo os balões de ar que se formam atrás da cortina de tecido fino que escolhi com tanto critério. Meu quarto parece o quarto de uma senhora. Uma senhora chique. Vintage.
Preciso de água. Ou fazer qualquer coisa que me tire da cabeça o medo de morrer.
É só acordar de madrugada que o medo da morte chega. Primeiro como um pensamento fugaz. Até se instalar e não me deixar mais dormir.
Desde que me separei e passei a dormir sozinha no apartamento, meus ataques de ansiedade voltaram.
Pensamentos sobre o fim da vida. O momento final, a agonia de não sentir o ar sendo inalado. Fico apavorada. Se forma um nó na garganta. Coração acelerado.
Me vejo em uma cama de hospital suplicando por ar. Quanto tempo leva a morte por asfixia?
Levanto da cama e vou até cozinha. Abro a geladeira. Tem uma garrafa de vinho lá. Tomo vinho ao invés de água.
Penso em ver TV, mas volto pro quarto.
Como eu não posso deixar meu cérebro livre, começo a vasculhar na mente um pensamento qualquer que afaste a imagem da minha morte da cabeça.
Mesa do trabalho, Salvador, o mar de Arraial do Cabo, meu cachorro morto. Várias cenas se formam em cérebro, mas não me fixo em nenhuma.
De repente, minha mente traz uma cena: eu to na casa da minha melhor amiga, ela está na maternidade ganhando neném. Um parto complicado. Seu marido e sua mãe estão com ela lá. Eu? Eu estou em sua cozinha, em frente ao fogão. A água está fervendo. Está fervendo há muito tempo. A água está secando. Eu estou usando minhas duas mãos para abrir minha bunda, um pau cavernoso começa a penetrar meu cu com gentileza e força. Sinto uma dor misturada com tesão. Eu estou com vestido levantado, calcinha no chão. Estou dando o cu pro pai da minha melhor amiga em sua casa, enquanto ela dá a luz. Deixo seu pai arregaçar meu cu sem pena, sem trégua. Minha mente me mostra gemendo de prazer na pica do pai da minha melhor amiga. Seu herói, meu puto!
Vou pra sala e sento no sofá. Outra cena: Estou em um pé sujo perto do meu trabalho. O relógio marca 22h32 quando a dona do bar abaixa as portas. Fico dentro do bar, jogando baralho com ela e mais dois caras.
Estou jogando cartas, fumando e cheirando cocaína com dois homens desconhecidos, homens que nunca vi. Homens que saem do trabalho e vão direto para o bar e saem de lá carregados.
A certa altura do jogo, estou colocando o Às de copas sobre a mesa, enquanto a dona do bar chupa minha buceta demoradamente por baixo da mesa. Ela nem conseguiu esperar o final da partida. Minhas pernas completamente arreganhadas em cima de uma cadeira de ferro. Um dos homens espera sua vez de jogar, com o pau duro pra fora. Assim que eu jogo minha carta, volto a mamar seu cacete com leve cheiro de mijo. A mulher continua me mamando deliciosamente, sua língua quente deslizando no meu grelo. Tudo ali me excita. Quero sexo com todos os três com o vigor de uma cadela no cio.
Levando da cadeira e vou empurrando a dona do bar, uma mulher macho ruiva e parruda contra o balcão, prendo suas mãos grossas com força no balcão, beijo sua boca de cachaça demoradamente com minha boca de pau de mijo, enquanto sou fodida por trás por dois dos caras, alternadamente.
Minha mente vai reconstituindo a cena, enquanto o vinho desliza pela minha garganta e minha buceta molha de tesão.
A mulher do bar, que já queria me comer fazia tempo, não quer me dividir. Quer me levar pro quartinho sujo que tem nos fundos do boteco. Eu aceito com a condição de levar os caras tb. Antes, cheiramos mais pó.
No quarto imundo, eu fico completamente nua e me deixo ser fodida por todos. Tomo no cu com violência, eu mesma empurro minha bunda com força no pau do mais bem dotado, enquanto a parruda atola sua boca na minha buceta. Eu to encharcada de tesäo. Completamente drogada e vulnerável naquele lugar sujo. Tomo porra na cara, enquanto beijo a ruiva parruda.
Saio do bar toda esporrada. Com o cu arregaçado. Cambaleando.
Por fim, meu cérebro me leva ao carro do uber, dentro da minha garagem. Meu carro está dançando. Estou cavalgando em uma piroca preta deliciosa, um dos dedos do uber está dentro do meu cu. Ai que vontade de gozar! Que pau gostoso me fodendo toda. Vou pedir pra beber o leite...
Alguém bate no vidro. Não quero lembrar. Meu cérebro força passagem. Meu marido. Não deu tempo de eu gozar.
Separamos nesse dia. Nunca mais nos vimos.
Agora tenho pesadelos acordada com a morte. Acordo nas madrugadas. Rodo pela casa toda. Busco controlar minha ansiedade, controlar a crise. O preço de ser puta que me é cobrado é alto, penso.
Mas hoje não é uma noite tão ruim. Hoje meu medo não me paralisa. To com a buceta fervendo. Meu corpo tá queimando. Levanto. Levanto a cabeça. Coloco o copo de vinho na mesa da sala.
Visto uma jaqueta preta. Permaneço com a camisola. Atolo a calcinha na minha bunda dura. Pego as chaves do carro.
A ruiva parruda deve estar com o bar aberto.