Adolescentes em ação [25] ~ FINAL

Fomos recebidos em seu apartamento pela Dona Lúcia e pela Dona Edith.

– Como ele está? – perguntei para aquelas senhoras.

– Hoje nem saiu do quarto… – falou Dona Lúcia.

– Mas, ainda está dormindo? – perguntou Marcos preocupado, pois já eram 3 da tarde.

– Eu não quis ir lá chamá-lo. – falou Dona Edith toda triste e quase chorando – Vá lá, Amorzinho, acorda ele e vê se ele quer comer. – pediu a mãe de Luke para o RB.

O R foi até o quarto de Luke. Ele estava dormindo, mas o R o acordou e pediu que se levantasse e fosse comer. Depois que tomou banho, enquanto comia, muito pouco, conversava conosco.

– Dediquei mais de vinte anos de minha vida à educação. Nunca quis trabalhar em escolas particulares, pois achava que minha contribuição para a sociedade deveria ser lecionar em escola pública. Agora, fui enxotado pelo estado como se fosse um criminoso. Sabem como me sinto? – perguntou-nos e já respondeu em seguida – Como a Geni da peça “A Ópera Do Malandro”. Ninguém demonstrou por ela gratidão alguma por ter salvado a cidade. E comigo, o estado pouco se importou se durante todos os anos que eu lecionei eu fui escolhido e homenageado como o melhor professor da escola. Puseram-me pra fora, mesmo com todas as provas do processo demonstrando que eu não cometera nenhuma irregularidade.

– Mas Luke, isso pode? As provas mostrando o contrário e mesmo assim te demitirem? – perguntou o RB que ficava sentado bem pertinho de Luke, como se quisesse consolá-lo.

– Se o processo fosse na justiça comum, eu não precisaria nem me preocupar, pois os que me acusaram teriam de produzir as provas que me incriminariam, e como aconteceu com o processo na vara criminal, tenho certeza que seria absolvido. Mas, no processo administrativo, segundo me disse a procuradora que me condenou, “a administração tendo dúvida já pode decidir pela demissão do funcionário”.

– Só aquela filha da puta é que ficou com alguma dúvida, pois todos nós alunos que fomos ouvidos declaramos que não existia uma reclamação contra você por parte dos alunos. – falou o Rafa, irritado com a posição da procuradora.

– E você pretende fazer o que, Luke?

– Lucas, não quero voltar nunca mais a trabalhar para o estado, mas vou entrar na justiça com uma ação para anular o ato de demissão.

– E demora muito para decidirem, Luke?

– Anos, Marcos. Demora anos. Mas nem que esteja com cem anos, provarei que fui injustiçado.

– O que mais me dói, Luke, é saber que com a Eme, o Snape, o Jorge, o Tomas e o Amir, não acontecerá nada… Eles foram tão ordinários.

– Não tenho mágoa de nenhum deles, Lucas.

– Como não pode ter mágoa, Luke? – disse Rafinha – Esse povo é todo do mal. Eu não tenho mágoa deles… Eu tenho ódio… Quero que eles morram e amarguem no inferno. Só fico com pena é do capeta que vai ter de aguentá-los.

– Rafa, não tenho raiva do Tomas e do Amir, porque estes dois, apesar de já terem 18 anos, não têm nem maturidade para saberem a gravidade do que fizeram. E do Jorge, Eme e Snape, que agiram por vingança e inveja, eu tenho é pena deles. Foram covardes, mentirosos, crueis, mas agiram assim porque são fracos e se sentiam inferiores perto de mim. Digo isso sem arrogância. O Jorge tinha medo que eu denunciasse suas falcatruas, junto com Circe. Eme e Snape não conseguiam dos alunos a mesma consideração e carinho que me dispensavam. Os três não conseguiram conviver com isso.

– Um dia se arrependerão de tudo que fizeram a você, Luke. Pois se você, que é uma pessoa boa e que ajudou a tanta gente está passando momentos difíceis agora, eu imagino este bando o dia que tiverem de colher tudo que plantaram. – comentou Marcos sabiamente.

Luke se animou um pouquinho com a nossa visita. Eu e o RB fomos um pouco na sala conversar com a “tia” Edith e dizer que ele se animara.

– Tia, ele tá melhor. Aos poucos ele vai sair dessa.

– Amorzinho e Lucas, peço um grande favor a vocês, venham sempre aqui. Creio que ele ficando sozinho acabe se afundando em tristeza e não encontre forças para voltar a trabalhar e fazer as coisas que gosta.

– Pode deixar, Dona Edith, nós nunca abandonaremos o Luke. – tranquilizei a mãe do Luke.

Papeamos bastante sobre diversos assuntos, quando estávamos prestes a irmos embora a mãe de Luke pediu que esperássemos um pouquinho e nos chamou até a cozinha. Sentamos em torno da mesa e ele teve uma conversa “séria” com o RB, testemunhada por mim e pela Dona Lúcia.

– Amorzinho, você sabe o quanto eu gosto de você.

– Sei sim, tia. Eu também gosto muito da senhora. – respondeu o RB.

– Você está acompanhando todos os problemas que o Ruyzinho está passando…

Ruyzinho era como a Dona Edith chamava o Luke, diminutivo de Ruy, seu nome verdadeiro, assim como o do seu pai e do seu avô. Luke ganhou este apelido de seus alunos logo que começou a lecionar, por comentar com eles, muitas vezes, sobre os filmes da série Star Wars. Luke Skywalker era o herói desta série.

– Tô acompanhando sim, tia. Farei de tudo para ajudá-lo…

– Eu sei disso. Por isso quero conversar algo muito sério com você.

– Pode falar, tia.

– Eu já estou velha e com muitos problemas de saúde. Você sabe que a “tia” foi professora do estado por 30 anos e que recebe uma boa aposentadoria…

– Sei sim, tia… – falou RB sem muito entender onde Dona Edith queria chegar.

– Eu gosto muito de você e sempre fiquei penalizada com os problemas que você passa em sua casa. Agora eu também vejo o Ruyzinho passando por esta série de problemas. Você sabe que um dos grandes problemas que os homossexuais enfrentam é a solidão. Pelo fato de não se casarem e não terem filhos, muitas vezes não tem com quem compartilhar suas aflições, angústias e problemas. Se eu já tivesse morrido, meu filho estaria sozinho passando por este terremoto todo que aconteceu em sua vida…

– Ele tem a gente, tia.

– Mas, não é a mesma coisa, querido. Família é diferente. Daqui a alguns minutos vocês todos vão para as suas casas, para seus lares, para junto de seus familiares. É aí nesta hora que bate a solidão. Há muito tempo, mesmo antes de isso tudo ocorrer, eu pensava no que será do Ruyzinho quando ele estiver velho. Tenho certeza que ele superará esta fase ruim e nem é por causa desta fase que me preocupo. Tive vários amigos homossexuais e alguns morreram na solidão. Algo muito triste. O futuro do Ruyzinho, depois dessa fase ruim, poderá ser mais fácil, pois eu pude lhe dar condições de estudar e depois ele por si só continuou seus estudos e hoje tem três cursos superiores…

– Então, tia. Tá vendo como a senhora não precisa se preocupar com ele?

– Mas, Amorzinho, não é por causa dele que estou tendo esta conversa com você.

– Não?!

– Não. É por sua causa mesmo. Eu tenho um carinho muito grande por você. Sei dos seus problemas familiares e sei de suas dificuldades financeiras. Eu gosto de você como se fosse meu neto…

RB continuava sem entender onde aquela senhora queria chegar. Eu e Dona Lúcia que também ouvíamos tudo, também ainda nada entendíamos.

– Eu sou viúva. Meu filho é maior de idade. Quando eu morrer minha aposentadoria não ficará para ninguém e o estado irá economizar o dinheiro que me paga. Eu estou revoltada pela maneira como o estado tratou meu filho, trata os funcionários e a população. Resumindo: proponho que você se case com “a tia” quando você fizer dezoito anos, assim, quando eu morrer, esta minha aposentadoria ficará para você até o dia em que você morrer também. Você terá, pelo resto de sua vida, uma renda, que lhe ajudará nos estudos, na sua alimentação, nos cuidados com sua saúde e em tudo mais. Você poderá até estar sozinho, quando estiver velhinho – brincou ela –, mas pelo menos terá a segurança financeira. E eu, quando morrer, estarei feliz sabendo que mesmo depois de minha morte estarei ajudando alguém. E mais feliz ainda por ser você, meu “netinho” querido.

O RB começou a chorar e eu e Dona Lúcia quase choramos também. A Dona Edith, com todos os problemas que o Luke passava e, por consequência, ela também, ainda se preocupava com o R, que apesar de ter muito carinho por ela também, não era sequer seu parente.

A Dona Edith explicou para ele que o casamento seria somente no papel e que ele poderia continuar a morar junto com sua família, que seria apenas uma maneira de lhe garantir um futuro seguro.

– Eu entendi, tia… – falou o R chorando – Mas, eu não quero que a tia morra.

Eu já não aguentei e comecei a chorar também. A Dona Lúcia foi para a área de serviço e eu percebi que ela já chorava muito também.

– Amorzinho, nem eu quero morrer e nem faço planos para que isso seja logo. Mas um dia isto ocorrerá e quando ocorrer, quero que minha aposentadoria fique para você.

E completou:

– Faço isso pensando em você, mas sei que agindo assim, sua vida ficará bem mais fácil. Você poderá ter mais tempo para dar atenção ao Ruyzinho, que estará sozinho e te quer bem como se fosse um filho. E espero que um possa sempre estar ao lado do outro para que nenhum dos dois fique sozinhos.

O RB deu um pulo da cadeira e abraçou a Dona Edith. Ele estava aos prantos, mal conseguia falar e a agradecia muito.

– Obrigado por pensar em mim, tia. Eu vou sempre estar ao lado do Luke, a senhora pode acreditar nisso.

– Eu acredito e conto muito com você. Espero que você cuide muito bem do meu filho o dia que eu não estiver mais aqui… Do mesmo modo como você cuidou de mim neste tempo em que estava fazendo tratamento de saúde.

O RB posteriormente comentou conosco que não sabia o que fazer, pois se sentiria muito mal se um dia soubesse que estava recebendo um dinheiro graças à morte da “tia” Edith.

– RB, isso é um problema pessoal seu – falou Marcos –, mas lembre-se que ela, esteja onde estiver, vai estar muito feliz com isso, pois saberá que você estará seguro financeiramente.

– Bem, eu só farei dezoito anos ao final do ano… Até lá eu pensarei no assunto…

Tudo indicava que o RB aceitaria se casar com a Dona Edith, mas ele ficava muito constrangido com o assunto, com medo que outras pessoas pensassem que ele fosse um malandro querendo se aproveitar dela. Mas todos nós sabíamos que ele não era nada disso.

Os meses foram se passando…

Eu e Marcos cada vez mais descobríamos que nossos lugares eram um ao lado do outro juntos. Apesar de nossa pouca idade, praticamente passamos a ter uma vida de casados. Marcos dormia mais na minha casa que na casa de seus pais. De manhã íamos para a faculdade e à tarde ficávamos juntos fazendo nossos trabalhos de faculdade.

O meu cunhado Matheus está sempre muito preocupado com seu irmão – medo de perdê-lo –, meu namorido Marcos, então está sempre junto da gente. Marcos também se preocupa muito com Matheus e também convive com o mesmo medo. Hoje os dois são mais próximos que eu e o Rafinha.

O Rafa e o RB também continuavam a namorar, mas viviam em brigas. Ambos resolveram transferir-se do LG. Para eles, aquela escola perdera toda a graça sem a presença de Luke.

O Rodrigo conseguira fazer com que a Ariadne deixasse de gostar de meninas e o namoro dos dois tornou-se bem mais meloso que o meu e do Marcos em seu início.

A amizade do Paulinho com o Riick se estreitou… e muito. Hoje querendo encontrar um, basta achar o outro. O Rodrigo até hoje ainda insiste em perguntar para o Riick se ele é gay ou não.

A Monga prestou concurso público e tornou-se membro da Guarda Civil Metropolitana.

Fabinho foi trabalhar na Atento, como um monte de gays que lá trabalham. Aos finais de semana, faz show em algumas boates e festas como a Drag Queen Alana Dreyfus.

Infelizmente, Eme e Snape ainda estão em sala de aula, deseducando vários jovens, assim como Jorge que continua a dirigir o LG. Parece que, por enquanto, o mal prevalece.

Como resultado das injustiças que cometeram com Luke, os grandes prejudicados foram os diversos alunos que nunca terão a oportunidade de assistir as melhores aulas de Geografia que já vi.

O Luke e sua mãe resolveram mudar para o interior do estado, já que lá a qualidade de vida era muito melhor para a Dona Edith. Numa das últimas visitas que lhe fiz, ele me dissera que nos momentos de maior aflição e angústia, quando se lembrava das injustiças, sentia desejo de morrer.

– Luke, jamais pense nisso, pois uma pessoa como você faz muita falta neste mundo, ao contrário de todos aqueles que te fizeram mal, que se morrerem não fará diferença alguma. Você é uma pessoa boa e muito inteligente. Você tem a alma de professor e mesmo que não esteja exercendo o magistério, ainda poderá ajudar muita gente.

– Eu acredito no que você está me falando, Lucas, mas ainda não tenho forças, ânimo, para recomeçar uma vida.

– Talvez se eu lhe disser o quanto você foi importante em minha vida, na de Marcos, na do Rafa e na do RB, lhe faça pensar em como você foi e é importante para nossas vidas, e a de muitos jovens e pense em algo para fazer quando recomeçar.

Conversamos por um longo tempo. Contei para ele como conheci o Marcos, contei as coisas que passaram em minha cabeça quando me descobri gay e lhe fiz, num longo bate-papo, uma retrospectiva de minha vida no ano anterior.

Os olhos de Luke brilharam e vi que o meu amigo adormecido despertara.

– Tive uma ideia e preciso de sua ajuda…

– O que mais quero é te ajudar, Luke.

– Você vai escrever um livro…

– Eu não sei escrever livro, Luke…

– Eu também não sei, mas eu já li muito e te ajudarei. Escrevera a sua história,a minha história e de nossos amigos. Acho que tudo o que temos pra contar interessa a muitos adolescentes do Brasil inteiro. Tudo que você passou, todas as suas dúvidas, são as mesmas dúvidas que tive na sua idade e são as dúvidas de milhares de adolescentes que estão se descobrindo gays. Acho que poderemos ajudá-los. Vamos fazer do seu livro um instrumento de luta contra o preconceito aos homossexuaiis.

Achei a idéia de Luke excelente. Mas não sabia se um dia conseguiríamos iria publicar a “nossa história”.

– Publicar é o de menos. Se não conseguirmos editora colocamos na Internet mesmo. O importante é conseguirmos transmitir uma mensagem de amor, de esperança, de justiça, de solidariedade para todos os adolescentes que conseguirmos fazer com que leiam o que termos a contar.

Saí do apartamento de Luke feliz. Muito feliz mesmo. Notei que meu amigo se recuperava do tsunami que passou por sua vida e percebi que aquela sua idéia era excelente. Tinha certeza que ele conseguiria escrever a nossa história – ele me pedira autorização para usar o meu nome como narrador, e lógico que autorizei – e que levaria muita alegria a muitos homossexuais que não tiveram a oportunidade, e a alegria de ter um Luke como professor.

Cheguei em casa e Marcos já estava a minha espera.

- Nossa! Está tão alegre. O que houve , “senhor alegria”?

- Marcos, dentro de muito pouco tempo o Brasil inteiro saberá o quanto nos amamos...

F I M

______

Assim termina o conto "Adoslescentem em Ação". Não é um conto meu, era da antiga comunidade e resolvi reposta-lo para que mais pessoas pudessem ler.

O conto se passa entre 2006 e 2009, é uma história real, alguns pontos foram adaptados para facilitar a narrativa.

Com muito esforço na internet consegui achar o contato real do "Luke"... Conversei bastante com ele recentemente, descobri que ele está completamente feliz, arrumou um emprego muito bom, casou-se ano passado com um rapaz que o ama e o faz feliz, a cerimônia de casamento foi conduziada pelo Pastor Paulo Sérgio que faz a palestra em defesa dos homossexuais durante o conto.

Marcos e Uca ainda estão juntos até hj. Rafa e RB estão bem, mas separados.

Enfim, espero que tenham gostado do conto tanto quanto eu.

Tenho um vídeo no YouTube do professor Luke! Caso alguém queira me envia um e-mail que eu mando!


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Comentários


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Comentou em 18/06/2024

Parabéns! Que conto maravilhoso, adorei e não conseguia parar de ler o tempo todo. Que primor de relato!




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Ficha do conto

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Nome do conto:
Adolescentes em ação [25] ~ FINAL

Codigo do conto:
214860

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
14/06/2024

Quant.de Votos:
6

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