— Seu café, tio. Sem açúcar, como você *gosta*.
Ele não ergueu os olhos, mas a página do jornal rasgou-se sob seus dedos.
— Vista-se, Ana.
— Por quê? — inclinei-me, deixando o robe abrir-se. — Você já me viu toda. Lembra? Naquela noite em que me empurrou contra a estante…
Ele finalmente olhou. Seus olhos eram dois punhais.
— Isso foi um erro.
— Erro foi você ter parado — sorri, sentando-me em seu colo de pernas abertas. O tecido áspero de seu jeans roçou minha pele nua. — Quer que eu peça de novo, Artur? — mordi seu lóbulo, sentindo-o endurecer sob mim. — *Por favor.*
Ele me levantou com força bruta, quase derrubando a mesa.
— Brincar com fogo queima, menina.
— Então me queima — desafiei, abrindo o robe.
Ele cuspiu um palavrão antes de me arrastar para dentro, seus lábios selando os meus com uma fúria que fez o mundo girar.
Transformei nosso cotidiano num experimento de tentação. Na terceira semana, instalei-me na sala de estar com um "grupo de estudos". Meus colegas de biomedicina, dois garotos de olhares famintos, riam alto de minhas piadas enquanto eu usava shorts tão curtos que mal cobriam o que importava. Artur passou pela sala sete vezes em uma hora. Na oitava, interrompeu-nos com uma desculpa esfarrapada sobre o Wi-Fi.
— Preciso checar o roteador — anunciou, a voz mais áspera que o normal.
— Claro, tio — respondi, erguendo-me lentamente. — Vamos ajudar? — perguntei aos garotos, fingindo não notar o olhar assassino de Artur.
Ele soltou um grunhido e desapareceu. À noite, encontrei-o bêbado no escritório, uma garrafa de uísque pela metade.
— Você gosta de me torturar — acusou, os olhos vermelhos.
— Tortura? — sentei-me em sua mesa, afastando as pernas. — Isso é ciência, tio. Estudo suas reações.
Ele agarrou meu tornozelo, puxando-me até o chão.
— Então estude isso — rosnou, mordendo minha coxa com força suficiente para deixar marca.
Gemi, não de dor, mas de triunfo.
A peça final foi encenada numa festa universitária. Voltei para casa de madrugada, o vestido rasgado na lateral, o batom manchado. Artur esperava na sala, os olhos negros de ira.
— Onde diabos estava?
— Fazendo *pesquisa de campo* — respondi, tirando os saltos altos com lentidão. — Um tal rapaz de farmácia… Ele me mostrou uns *compostos químicos* interessantíssimos.
Ele levantou-se como um furacão, esmagando-me contra a parede.
— Você é minha — sibilou, as mãos apertando minha cintura como algemas.
— Sua? — ri, desafiadora. — Você nem me toca há dias.
— Tocar? — seus dedos subiram sob meu vestido, ásperos, urgentes. — Você quer ser tocada, Ana? *Assim?* — penetrou-me com dois dedos, seco, fazendo-me gritar. — Ou *assim?* — mordeu meu pescoço enquanto a mão livre arrancava o sutiã.
Arquejei, fingindo resistir:
— Você… você não pode…
— Não posso? — riu, selvagem, virando-me de frente para o espelho da sala. — Olhe, Ana. Olhe como você treme por mim.
Ele me penetrou por trás, sem delicadeza, cada palavra um golpe:
— Esses garotinhos te fizeram gritar assim? Te deixaram *sangrar* de vontade?
— Não… não como você — gemi, me agarrando ao espelho, vendo nosso reflexo distorcido.
Ele apertou meu pescoço, o orgasmo dele um rosnado em meu ouvido:
— *Você é minha ruína.*
— E você… — voltei a cabeça para beijá-lo, docemente, —…é meu brinquedo favorito.
Na manhã seguinte, ele partiu o espelho da sala com um soco. Quando perguntei por quê, virou-me o rosto contra os estilhaços, seu hálito quente em meu ouvido:
— Para que nunca esqueça o que somos.
Risquei meu dedo num caco, levando-o à boca com um sorriso de Carmem:
— Sangue, fogo e mentiras… a trindade perfeita, não é, tio?
Ele riu, amargo, puxando-me para um abraço que mais parecia uma luta.
— Você vai me matar, Ana.
— E você vai amar cada segundo — sussurrei, selando nossa sentença com outro beijo.
muito bom conto,lindas fotos lindas lingeire...