Casais rodopiavam pelo salão no clube de festa do bairro naquela noite quente de sábado, o calor fazia com que as mulheres se abanassem e os homens corressem para um chopp gelado. A musica vibrava pelo espaço e no palquinho, uma banda musical cantava uma musica de Djavan chamado talvez de “Beiral”. Agenor e sua esposa ouviam e viam contentes os burburinhos do local, sempre tiravam esse dia para relaxar. Dançar, beber uma cerveja e colocarem a conversa em dia. Enfim; tudo o que um casal de casamentos de anos e bem resolvido faziam para estarem juntos no dia que antecede o final de semana e naquela noite não era diferente. E assim distraídos, rindo e beliscando alguma coisa, viam a agradável noite passar entre um calor, vozes e gargalhadas e mulheres e homens todos em uma alegria. Amigos que se via e cumprimentavam-se. Garçons afobados indo e vindo. Até que uma figura festiva de uma mulher negra, sensual trajando um vestido vermelho cujas costas eram nuas surgiu com um copo na mão em direção a mesa do casal que estava na calçada entre tantas mesas ocupadas. - Joana! Agenor! Vocês por aqui? – perguntou animada cumprimentando o casal com beijinhos com costumes familiares de se conhecerem a tempos. - Delzuithe, sua danada! Por andava você? Senta ai. – Convidara a mulher animada por ter outra pessoa do sexo feminino para conversar. - Vou sentar sim. To estourando de cansaço, mas rapidinho. – sentou-se fazendo pequenas compressas para aliviar as pernas doloridas talvez de tanto dançar... - Oi Agenor como vai? Fazia tempo que não via vocês. Agenor respondeu qualquer coisa, pois sabia que ambas eram amigas e quando se encontravam era um desfiar de assuntos que não acabava mais. O oposto da esposa. Agenor era um homem de quarenta e poucos anos, calado, não que fosse tímido, mas cansava de vez enquanto do barulho que lhe cercava. Moreno claro, alto, corpo em forma, cabelos pretos e um bigode que lhe emprestava um ar grave e quase que distante. E olhando para dentro do bar distraído ouvia trechos das vozes da amiga Delzuithe e da esposa Joana. Delzuithe tinha uma voz e maneira de contar fatos peculiarmente ligeiros, corrida. “... não, menina to com um grupo de amigos lá da loja...” – “cadê aquele seu paquera?” perguntava Joana. “... mandei vazar...” E foi ai que Agenor, entretido com trechos de conversas soltas pelo ar que o viu, como se tivesse saído do nada; um rapaz. Encostado no balcão. Estava o rapaz com um copo na mão e olhava distraído para o povo que dançava. Era bonito. Cabelos como se fosse de cor caramelo, grande. Lisos e fino a cair-lhes pela testa e no qual sempre passava os dedos para descobri-lhe os olhos. Riso leve nas faces e um nariz quase aquilino e que chamava a atenção era também o corpo, nem forte e nem magro, todo o conjunto fazia uma forma masculina invejável como se fosse uma estatua acabada e perdida por ali. Chamara sua atenção e não sabia o por quê. - Nossa! – exclamou Joana de repente – Que homem bonito! - Onde? – perguntara Delzuithe. - Lá. Encostado no balcão. Delzhuite esticou a cabeça para a direção indicada. - Ah! É Antônio. - Que homem lindo! Você conhece? - Empolga não minha filha. É viado! Agenor e Joana olharam incrédulos e repentinamente para a morena. A morena reafirmou o que dissera antes. Conhecia o rapaz, estava no grupo em que ela estava inserida. Era colega da loja de tintas em que ela trabalhava. - Mas é gay, minha filha. – dizia Delzuithe. – Não parece, né? Agenor e Joana concordaram que sim. Que desperdício dissera Joana no qual a amiga Delzhuithe concordara. – Mas não é amiga? E olha que já saí com ele e nossa – riu Delzhuite abanando-se – Não é que o danado manda bem, menina... E toda esta conversa que as duas mulheres trocavam entre si e se soubessem, atiçara o imaginário do então calado Agenor e despertara uma estranha curiosidade até então adormecida. Olhou novamente para o balcão e não viu mais o rapaz lá. - Vou ao banheiro – dissera. As mulheres não prestaram à atenção e levantou-se incerto como um ébrio e esquivando-se ali e aqui do povaréu do bar chegou até ao banheiro masculino. O banheiro se equipava de um grande mictório de alumínio onde vários homens mijavam, confabulavam, e de outro lado; vários reservados com vasos sanitários. Agenor se dirigiu para um deles, não gostavam de ficar perto dos outros, sempre se sentira intimidado. Seus olhos passeavam como se procurasse alguém, mas para sua decepção não viu. Observou de soslaio que uns e outros homens olhavam para rola de quem mijava perto. Agenor lavou sua mão e tornou voltar para sua mesa, tinha pavor que descobrissem um olhar seu para pica de outros caras. Isso era um segredo seu que não admitia para si. De volta para a mesa, seu coração disparou e sentiu um estranho tremor a lhe percorrer sua espinha e suas mãos suarem. De costa para si e sentado em sua mesa estava o rapaz que procurara no banheiro: Antônio. - Oi, amor. – dissera Joana – Lhe apresentar amigo de Delzhuite. Antônio... - Prazer. Agenor – respondera dando as mãos para o cumprimento do rapaz. Agenor tremera nas bases. Diabos! Pensou o homem, por que haveria ela e amiga chamarem o rapaz? Não sabiam que ele lhe acendia memórias esquecidas da sua juventude? Que o sorriso e fato de saber que o rapaz era gay lhe despertavam memórias que julgavam enterradas e fora por isto que levava uma vida de homem casado exemplar?Sentou-se. As duas confabulavam animadas. O rapaz sorria e com um sorriso de encantar. - E o senhor? – perguntava Antônio com uma voz forte e ao mesmo tempo gentil – O senhor trabalha com quê? - Contabilista. E a conversa foi por ai. Agenor irritado e nervoso. O rapaz sorria e as mulheres. E aquele demônio de homem lhe sorria, tinha impressão que sorria com um olhar irônico, provocador e até que um momento Agenor inventou de buscar alguma coisa no carro que estava distante... - Cuidado... – dissera Joana sua esposa - Se o senhor quiser que lhe acompanhe, posso ir acompanhar... - Não, por favor, não. – quase gritara. – Ah... Senhor não, né? Agenor Joana e Delzhuite insistiram para que Antônio acompanhasse o outro - Antônio é sabe lutar – dissera a amiga do casal e sob protesto Agenor se viu obrigado para ser gentil permitir a companhia daquele “intruso”, tremia de raiva e de algo que lhe sacudia o interior. No percurso onde estaria o carro, alguma luzes de postes apagado e o trecho da rua escuro... A mão de Antônio pousou no ombro de Agenor e deu-lhe um pequeno aperto sinalizando que parassem - Você não lembra mesmo de mim. - Que...? E um beijo repentino e viral foi dado na boca de um Agenor surpreendido com ambos os braços perdidos no ar. Antônio lhe invadia com uma língua que fazia o céu da boca do madurão espantando ter um prazer e uma sensação de desmaio e aquele cheiro de água de colônia que lhe lembravam um odor de “musk”. Tirava-lhe o ar e uma lânguida sensação de um ardor de sexo adormecido que dominava os sentidos e a razão. - Eu te conheço Agenor. Eu te conheço camarada. Você esqueceu de mim desde tempos que eu era molequinho, mas eu não esqueci. - sussurrava Antonio atacando o pescoço, as orelhas e tudo que suas mão pudesse tocar. Os protestos de Agenor eram débeis tipos: ‘para”, “não faz isso” e num átimo o zíper de sua calça foram abertos e suas calças arriadas e uma boca morna e uma língua ávida envolvia o pau de Agenor que de tão rígida dava pequenas tremidas e aquele demônio de rapaz engolia até a base,engolia as bolas para aspirar aquele cheiro característicos de suor,pêlos e suas mãos apertavam ambas banda das nádegas de Agenor. - Para cara, não faz isso... Eu... Não posso... isso... Mas o jovem já tinha virado Antônio de frente para o carro e encostando-o para que pudesse dardejar a língua no meio da bunda pequena e lisa do mais velho. Chupava e dava pequenas mordidas. Agachado, se masturbava e Antônio já rebolava e até que o outro enfiou dois dedos no cu dele arrancando um grito pequeno,rouco e acompanhado de uma ejaculação prazerosa que lhe sacudia a cabeça e mordendo um pouco a mão para não chamar atenção de quem pudessem por ventura passar no trecho escuro da rua. Momentos passados e voltaram a regularizar as respirações que Agenor partiu para dar um soco no rapaz que ria de uma forma debochada. - Porra... Que merda essa? - Que você me comeu há muito tempo atrás quando era molequinho no tempo de escola? Só retribui... O favor. Agenor perguntara que maluquice aquele jovem estava falando. - Há muitos anos atrás, na escola aqui do bairro. Você e mais aquele seu amigo estava se pegando nos banheiro de esporte. Eu sempre soube do que eu era. Sim. Sou gay ou já era gay. Mas neste dia, você e seu amigo e talvez pra meu azar, viram. Os dois se agarravam e se comiam - Você é louco! – respondeu Agenor como começando a lembrar-se de um fato adormecido - Vocês me viram tava excitado, claro. E o que fizeram? Humilharam-me, só não me estupraram porque você... Teve bom senso. Mas não esqueci, não esqueci de você... Seu Antenor. O exemplo de homem casado Agenor olhava espantado, recompondo-se - Você é louco. Doido – gritou. – Sai de perto de mim. - Se acalme. Sei que você gostou. Estava doido pra isso... Mas quero concluir melhor o que começamos. Não acabamos aqui. Eu quero e você... – com um ar cínico se aproximou do outro -... Sei que quer. - Quem te garante? Antônio riu e respondeu; Você. Olha esse pau querendo mais! Da próxima eu te como e você me come... Agora vamos. Sua esposa e minha amiga Delzhuite esperam por nós...gostoso! - Não quero você mais perto de mim. – vociferou, mas calado por outro beijo que cheirava a tudo e até gosto de menta que o outro acabara de por na boca. Ao voltarem para o bar. As mulheres riam de alguma coisa. Agenor e Antônio sentaram-se e cada um pegou seus copos e encheram de bebidas. - Demorou amor. Aconteceu alguma coisa? -perguntara sua esposa. Deu uma resposta sobre o motor do carro ou algo assim. Antonio riu e Agenor tremeu de raiva. Mas algo dizia que teriam um outro encontro e tiraria daquele rosto bonito de Antonio. O sorriso debochado e pegou a mulher e saíram para o meio do salão do bar para dançarem.
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Uma beleza de conto, uma verdaderia crônica descritiva muito bem desenvlovida e envolvente. Mais uma vêz a castração na educação moralista e conservadora se apresenta e é confrontada pela natureza de cada um, gerando conflitos, negações, desespero, desejos e por fim o gozo. Bom de se ler, de se refletir e também pra se deliciar. Parabéns
o maurzen tinha me falado desse conto. a maneira como descreve o baile, e o atrito entre os dois homens, como se tivesse algo por trás além de mero tesão, e que só se revela perto do fim... muito bom mesmo!
Comentou em 27/09/2021
Muito excitante! Adorei a maneira como você descreveu o clima do baile e da ida ao banheiro, acrescentando tensão ao encontro dos dois homens em ambiente hetero... E adorei a surpresa de eles terem um passado em comum, e o menino de outrora, tornado agora um macho lindo, ter tido sua deliociosa revanche! Ainda bem que tem continuação! Votado! Detalhe é que estava lendo em público e fiquei muuuito excitado e foi difícil disfarçar...
Como é bom ler um texto sutil e bem escrito, desses que fazem a realidade parecer com a literatura. Tem uma certa violência escondida, o que apimenta o clima erótico. Bj
Faz tempo que não leio nada seu. Este é um senhor conto. Que bom poder ler algo tão bom, com aquele quê regional. Puro tesão. Com certeza merece mais um voto. Abraço.
O Agenor queria enterrar de vez o passado mas ainda era instigado ao se deparar com um homem bonito. Imagino que seja um conflito bem complicado para uma pessoa casada. Aposto que houveram alguns encontros às escondidas depois disso
Bem escrito como todos os outros. Mesmo sabendo que terá uma continuação essa parte se faz independente. Como disse o leitor acima conto sobre viados tem de ser bem escritos também. Concordo com ele e você faz isso muito bem.. Parabéns... Votado!
Adoro a sua percepção descrever comentários que os héteros fazem de nós viados. Você poderia florear meus contos e co-escrever colocando-os em forma mais literária. Só porque é um conto sobre viados, tem de ser também bem escritos.