Uma manhã bonita, a luz do dia entrando pela janela aberta do quarto, as crianças no colégio, o marido no trabalho e ela deitada nua sobre a cama arrumada com o vizinho do terceiro andar entre as pernas.
“Que pau gostoso!” ela pensa logo depois de tentar lembrar se havia colocado fruta na lancheira dos meninos.
Nada de lingerie sexy nem maquiagem: havia aberto a porta descalça e de pijama, despenteada e de cara lavada, logo depois de ter lavado a louça do café da manhã.
Há pouco mais de uma hora havia beijado ali naquela mesma porta a mim e as crianças desejando-nos um bom dia como mãe dedicada e esposa amorosa.
Entrou sem beijo, disse “bom dia” com um sorriso e a cordialidade de um vizinho.
Tomou-o pela mão e foram para o quarto: se abraçaram, se despiram entre beijos e transaram.
Gozou e sentiu-o gozar.
Gostava de sentir o corpo de outros homens se contraindo entre suas pernas, a respiração ofegante no seu pescoço, o pau pulsando dentro dela.
Não era infeliz, pelo contrário: amava o marido, os filhos, sua vida… e sexo.
Há três meses trepava com esse vizinho, não todos os dias, mas várias vezes na semana.
Estava gostando de ter um macho assim por perto, sem desgastes e sem levantar suspeitas.
Era uns quinze anos mais velho e casado, tinha duas filhas que faziam faculdade na França e foi isso que um dia os aproximou, por acaso, no elevador: ela é professora de francês.
O vizinho cortês, mas de poucas palavras com todos, subitamente baixou a guarda com ela e poucos dias depois fazia da minha esposa a primeira mulher com quem transava além da esposa.
Manteve-o abraçado entre suas pernas um momento depois de ele gozar, trocaram alguns beijos e ele se levantou, tirou a camisinha cheia e se vestiu.
Ela o acompanhou até a porta e voltou para recolher a camisinha, enrolou-a em papel higiênico e colocou-a na bolsa: jogaria fora a caminho do mercado.
Pensou no que faria para o jantar, pensou em comprar um vinho e tentou lembrar a marca do que tomamos no nosso aniversário de casamento.
Lembrou do dia, nós dois na cama, abraçados e as crianças na casa dos avós e aquilo a fez sorrir sozinha.
Perguntou-se se eu a perdoaria de novo se descobrisse que ela transava com aquele vizinho.
Tentou afastar do seu coração aquela dúvida lembrando que eu já a perdoara outras vezes.
Colocou a garrafa de vinho no carrinho, saiu do mercado e já sentada no carro pronta para voltar para casa tirou um momento para me mandar uma mensagem:
“Como está seu dia, meu amor?
Espero que esteja gostoso como o meu, mas caso não esteja, lembra que ao fim do dia você vai voltar para os braços de uma mulher que te ama.
Beijinho.”
Enviou a mensagem e guardou o celular novamente na bolsa, ao lado da camisinha cheia do esperma do homem com quem transou naquela manhã.