Eu e André estávamos nus sobre a cama quando vimos nossos pais parados na porta do quarto. Painho ainda não tinha nos olhado e mainha estava com o olho vidrado em nós. De alguma forma senti que tinha chegado a hora da verdade, mas devido a toda nossa evolução dos últimos meses eu não tive medo da reação deles. André ainda me perguntou o que fazer, mas não tive tempo de responder imediatamente. Pois painho simplesmente falou:
- Se vistam e venham para sala, agora!
A voz dele foi autoritária, firme, mas não parecia com raiva, parecia mais decepcionado. Senti André tremer, ele não se mexeu e entendi que eu precisava acalmar meu amor.
- Amor, olha pra mim. Ele não pode fazer nada contra nós. Ele nem está morando mais aqui, pelo menos por enquanto. E a gente vai se mudar, vamos ter nossa própria vida. Eles só podem nos dar no máximo uma bronca, mas não somos mais crianças. A gente já trabalha, se sustenta...
- Mi, meu medo é ele te agredir. Não quero te ver no hospital novamente e não quero agredir meu pai, não sou esse tipo de pessoa.
- Ele não vai nos agredir. Ele me defendeu até de Carlos, ele me garantiu lá no bar que não queria mais guerra contra a gente. Se ele começar a berrar a gente sai e não volta mais.
- Eu não vou bater em vocês, apesar de minha vontade ser essa. Se vistam logo, quero apagar essa imagem da minha mente. (Seu Rui falou e voltou para sala, sinal que ele nos ouviu.).
Chegando na sala/cozinha, mainha estava sentada em uma cadeira da mesa, chorando baixinho, e painho estava de pé na frente do sofá apontando para o mesmo. Segurei na mão de André e o puxei para sentar no sofá.
- Seu Rui, a gente não está fazendo nada de errado... (Eu falei, mas fui interrompido por painho.).
- Primeiro, não é Seu Rui, eu sou pai de vocês! Exijo respeito! Eu criei vocês dois com tudo de melhor que eu nem podia dar, fiz de tudo pelos dois, vocês estudaram nas melhores escolas da cidade, sempre tiveram brinquedos, me matei para vocês terem saúde de qualidade, eu nunca fui em um dentista na vida, nem quando tinha dinheiro, mas vocês até para arrancar um dente era no profissional. Não fiz mais por não poder fazer mais, por não encontrar emprego que me pagasse mais...
- Painho, o que isso tudo tem haver com nossa sexualidade ou nosso relacionamento?
- Nosso relacionamento Miguel? Como é que você olha para seu pai e tem coragem de dizer que está em um relacionamento com seu irmão? Eu e sua mãe merecemos isso?
- Painho, aconteceu. A gente não esperava se apaixonar. (André finalmente abriu a boca.).
- Aconteceu porra nenhuma! Esse tipo de coisa não acontece. Esses sentimentos você mata, não deixa crescer. Aceitar que vocês transam com homens já foi uma facada no coração, que vocês transam um com o outro foi outro tiro, eu nem me recuperei do tiro e vocês me aparecem com paixão? E LARGUEM AS MÃOS! Eu não preciso ver isso. (Não largamos e nem largaríamos, aquilo era um confronto e não seríamos nós a recuar ).
- Painho, não tem mais o que fazer. Quando a gente viu já se gostava e agora não queremos mais nos separar, temos planos de vivermos juntos para o resto da vida.
- Olha Miguel, Deus que me perdoe, mas eu não vou tentar lutar contra vocês, se fosse André era mais fácil, mas você é muito rebelde, eu posso tentar o que for e não vai resolver. Se vocês querem essa vida o problema é de vocês. Os dois são meus filhos e nunca vão deixar de ser. Só peço que nos respeitem, pelo menos enquanto estiverem na nossa frente. Não é de hoje que a gente sabe que vocês não são apenas irmãos.
- Como assim? Desde quando vocês sabem?
- Certeza mesmo foi hoje. Mas eu estava de olho em André faz tempo, André sempre te defendeu de mim, muito mais do que ele defendia a si mesmo. Mas até então estava tranquilo, pois você não correspondia, as coisas começaram a mudar depois que vocês foram ao brega juntos pela primeira vez, minhas suspeitas se intensificaram. Eu cheguei a avisar que estava de olho em André, mas nem meus avisos intimidaram vocês.
- E a senhora mainha?
- Mãe sempre sabe, só que eu não queria aceitar. Achava que era só proteção de irmão, pois seu pai exagerava um pouco. Mas aos poucos fui percebendo que não era só isso. Os momentos de Miguel no hospital só aumentaram minhas suspeitas, pois um irmão não olha para o outro como André te olhava.
- Quando Ângela me chamou pra conversar sobre isso no seu aniversário de 20 anos foi meu golpe final, na hora fiquei com muita raiva, mas ela me convenceu a não fazer nada. A gente nem teria essa conversa se eu não tivesse flagrado vocês no quarto.
- Não se preocupem com os flagras, a gente vai se mudar daqui. O senhor volta a morar aqui que dia? Só estou esperando isso pra alugar uma casa mobiliada de Dona Clarice ou construir a minha.
- Você não tem jeito mesmo né Miguel?
- Não tem uma forma fácil de falar sobre isso, então melhor falar de vez.
- Bem que Carlos me avisava. Ele chegou a ir vigiar vocês no brega, mas vocês são bons atores.
- Vai trazer o Carlos de volta para está casa Rui? (Mainha falou.).
- Não meu amor, desculpa. Foi só um comentário sobre algo que não existe mais. Ele não exerce mais poder sobre mim. Minha dívida com ele foi paga, não quero mais olhar no olho dele, nunca mais.
- Falando no monstro maior... (Painho me interrompeu.).
- Quem são os monstros menores? Sou eu meu filho? Eu fui um monstro pra você Miguel?
- Esquece isso pai. Passado. Preciso perguntar a vocês se tio Jorge realmente se matou.
- Claro que sim, ele se atirou da janela do quarto, eu vi o corpo no chão. (Mainha falou brava.).
- Mas a senhora enterrou o corpo? (Mainha arregalou os olhos.).
- Pra que isso agora? (Mainha já mudou de tom, quase não ouvi sua voz.).
- O delegado Daniel está investigando a possibilidade de Carlos ter matado tio Jorge, mas isso há cinco anos e não há quase dez.
- Meu Deus! Não é possível! (Essa fala foi compartilhada por painho e mainha.).
- A senhora viu o corpo ou não?
- Não. Não vi. Quem cuidou de todos os detalhes foi o maldito do Carlos. Nem para o enterro nós fomos, cuidar de você era mais importante na época. Mas a cova existe, eu mesma já fui limpar o mato do lugar. Quem seria louco de abrir uma cova sem corpo?
- Calma, são apenas suspeitas. Estou esperando Daniel me falar ainda. Podemos ir? A conversa acabou?
- Acabou sim. Nós amamos vocês. Queremos o melhor, nunca vamos aceitar isso aí, mas não tem jeito. Só se cuidem e evitem essas coisas em nossa frente. (Painho falou terminando aquela conversa.).
Com as informações que mainha tinha me dado eu corri para falar com o delegado. Ele já tinha levantado muitas informações sobre o caso, já tinha descoberto que a travestir Princesa da noite que antes atendia por Jorge era realmente parte da minha família. Mas Daniel não sabia explicar os motivos de Carlos ter feito isso, só tinha uma pessoa que poderia explicar e eu solicitei uma visita a essa pessoa.
Carlos estava detido no presídio de Salvador, na Mata Escura, aguardando julgamento. Quando finalmente consegui falar com ele. Preferi fazer isso sozinho, pois conhecia bem o sentimentalismo de meus familiares e a capacidade de manipulação de Carlos. Ao chegar já fui falando:
- Minha conversa aqui é breve, só quero saber porque você mentiu para minha família e não informou que meu tio Jorge não tinha morrido quando caiu da janela do hospital?
- Vocês jovens sempre apressados. Como vai Miguel? E seu pai, como ele está? Já conseguiu outro emprego? Eu ainda sou muito influente...
- O que você quer? Vai direto ao assunto por favor.
- Você é muito chato, prefiro falar com André ou com Rui.
- Ou fala comigo ou apodrece aí sem ter a oportunidade de falar o quer.
- Ok. Vai ser do jeito que você quer, é até bom conversar com alguém tão inteligente.
- Vá direto ao ponto, não temos o dia todo aqui e eu detesto esse lugar.
- Eu estou aqui injustamente, cometi meus erro, mas...
- Me poupe e se poupe. Seja prático, pois não sou do tipo sentimental, me roubaram a empatia por bandidos faz tempo, minha pena é racional, tenho sentimentos bons por quem merece. (Reconheço que exagerei, eu não sou tão frio assim, mas era preciso ir direto ao ponto com aquele bandido.).
- Tudo bem. Preciso de um advogado bom e algum dinheiro pra comprar cigarros, celulares descartáveis, produtos de higiene... A vida facilita um pouco se tenho propinas para dar. Eu tenho como pagar depois, mas no momento minhas contas estão bloqueadas graças a sua amiguinha kenga que me pegou em alguns esquemas financeiros, ela também pagou para um policial falar que eu fui preso por crimes contra mulheres e crianças, então estou tomando muito no cu, de uma forma que não é boa.
- Certo, vou pedir a Clarice, também não tenho dinheiro pra isso. Mas só faço se você me falar tudo o que quero saber, sem meias palavras, pois não sou criança para você precisar florear a realidade. (Mentira que eu não iria pedir nada, mas precisava de respostas. Nesse momento liguei o gravador de áudio do meu celular.).
- Seu titio querido realmente não faleceu no hospital, na verdade ele nem se jogou da janela. Foi tudo plano meu e eu precisei gastar muito pagando enfermeiros, faxineiros, coveiro, legista e até um assassino profissional.
- Pra que assassino se ele não morreu?
- Menino, tu é mais inteligente que isso! Precisava ter um corpo para o lugar do seu tio.
- Entre em detalhes por favor.
- Seu tio não queria se matar de verdade, ele queria o perdão de sua família...
- Isso nunca, não importa os motivos dele.
- Enfim, tentei convencer que a vida dele não valia mais de nada, mas ele não quis. Então consegui fazer com que ele fingisse para ganhar tempo longe para que vocês perdoassem ele, mas na verdade eu queria fazer o escândalo ser ainda maior.
- O que você ganhava com o escândalo? (Gente, eu não sou burro, mas estava gravando e precisa das respostas.).
- Ganhava a ruína da sua família, ninguém iria empregar alguém de sua família. Seu pai terei que recorrer a mim, o fiel amigo e conselheiro, um dos poucos que não tinha abandonado ele quando casou com Ângela, coisa aliás que eu insisti pra ele não fazer, mas o idiota queria ser pai e amava a santa da sua mãe. Pensei que seu pai se separaria de sua mãe e seria só meu. Rui sempre foi chato, antes disso ele não me deixava nem encostar no pau dele, nem de brincadeira. Um homem muito sério, apesar de burro.
- Então você sempre amou painho?
- Não! Eu não sou baitola! Eu queria o corpo dele só pra mim, para eu mandar e desmandar, era isso.
- E o restante do plano?
- O resto o dinheiro resolveu. Paguei os enfermeiros para confirmar que Jorge tinha morrido na queda, queda que nem existiu, ele só deitou no chão, mas Ângela ficou tão abalada que não olhou direito. Paguei ao médico legista para forjar a causa da morte, foi bem caro. Paguei ao assassino para matar um morador de rua qualquer que tivesse certa aparência com seu tio e a um coveiro para não deixar ninguém abrir o caixão alegando que não era permitido, mas no final o enterro não deu ninguém, só eu e o próprio Jorge, humilhante pra ele, triste fim de vida.
- Tanto gasto só por meu pai? Isso não é doentio? Você poderia ter qualquer outro homem que quisesse te comer.
- Seu pai eu vi nascer, vi ele transar com a primeira mulher na vida dele, vi vários momentos dele transando, via como a pegada dele deixava as mulheres loucas. Ter ele era um desafio formidável, valia cada centavo. E ainda vale, se ele quiser eu estou aqui, esperando por ele.
- Acho que ele não chega mais perto do senhor. Me diz uma coisa, meu tio era travestir mesmo? Digo, ele nunca demonstrou ser mulher, me lembro dele como homem, cumprindo o "perfil social" de homem.
- Hahaha. Seu tio era uma puta, adorava levar no cu. Fingia ser homem só pra se encaixar na cidade. Mas foi um achado ele se vestir de mulher, facilitou o disfarce. Encontrei com ele algumas vezes na frente de seu pai, fiz até seu pai comer ele e seu pai não percebeu, oh homem tapado viu!
- Primeiro, se ela se mostrou ser travestir é porque era mulher, então os termos são no feminino. Segundo, se estava tudo certo por qual motivo ela precisava morrer? Não era mais fácil ter ela em suas mãos? (Eu não tinha empatia por minha tia, mas militar nunca é demais.).
- Sua burrice me espanta!
- Eu imagino que ela deve ter mudado de ideia e que queria voltar para família, mas preciso ouvir as coisas do senhor. Eu necessito encerrar essa história para seguir em frente.
- Ok. Ok. Foi quase isso mesmo. SuA titiA queridA, tá bom assim? Tentou falar com seu pai da última vez que nos encontramos os três. Jorge começou a falar com ele sobre perdão, sobre perdoar as pessoas e eu não poderia perder seu pai, não quando eu mais estava tendo prazer na vida.
- Então o senhor deu um jeito de matar minha tia?
- Foi mais complicado que isso. Ele pegou um carro emprestado e estava indo encontrar sua mãe. Eu não tive tempo de pensar em algo mais elaborado, joguei o caminhão que eu estava dirigindo contra o carro dele. (Nesse momento eu parei de gravar.).
- Obrigado pelas informações. Te vejo no tribunal quando você for julgado. (Levantei e fui me retirando.).
- E nosso combinado?
- Depois o burro sou eu. Você tentou me matar, acha mesmo que eu te ajudaria em algo?
Nem esperei ele falar e fui saindo. Pra mim aquela história tinha sido encerrada. Mostrei o áudio que gravei para meus pais e para André, foi um momento tenso, mainha chorou, painho ficou com muita raiva e deu um murro na mesa. Meus pais chegaram a discutir por causa do áudio também, pois mainha percebeu que quando painho viajava com Carlos era pra putaria.
A reação de André foi me abraçar bem forte e admitir que estava com muito medo, por reviver alguns traumas. Sinal que ele também precisava de terapia e eu tratei de marcar pra ele com urgência uma sessão com a doutora Luciana.
Eu não quis colocar o áudio como prova para investigação, pois queria encerrar de uma vez por todas aquele assunto. E, na verdade eu nem sabia se o juiz aceitaria como prova. Daniel foi um amor comigo e me entendeu, ele não insistiu para continuar com o caso, segundo ele o trabalho dele não se resumia a punir e sim a fazer justiça e a forma de justiça desse caso quem decidiria seria a família.
A semana passada foi marcada por despedidas. Andrea finalmente inaugurou seu negócio em Salvador e se mudou para lá. Minha amiga abriu uma "Casa dos Prazeres", como ela mesma chamou. É tipo um brega, mas segundo ela as prostitutas têm maior liberdade e menos pressão. O lucro de Andrea vem unicamente das bebidas e do aluguel dos quartos.
Algumas pessoas trabalham exclusivamente lá, mas outras só usam o local, principalmente os quartos, pagando uma pequena taxa. O diferencial do espaço dela é que tem atendimento masculino também, ou seja: tem profissionais do sexo para atender a todos os públicos: homens héteros e gays, além de mulheres héteros e lésbicas. Duas profissionais trans também fizeram parceria com Andrea, mas não seriam fixas lá.
No mesmo dia também me despedi de Nando, que se mudou para Salvador e foi morar com seu tio, além de seguir seus estudos em uma faculdade de lá. Eu sabia que a verdade era que ele queria ficar próximo de Samuel. Nessa noite eu também decidi cursar alguma faculdade, só não sabia ainda qual, quero crescer na vida e ter uma profissão que me faça feliz.
Essa despedida foi marcada por uma alegria, Dona Clarice nos apresentou oficialmente seu namorado, ele já viajava com a gente, mas só agora ela assumiu o relacionamento. Ele era meio caladão, um amor do passado dela. Pelo que entendi, o namorado dela gostava de homem e estava com dificuldade para entender Clarice, mas estava feliz por ela finalmente querer algo com ele e prometeu aceitar todas as mudanças que Clarice quisesse fazer no próprio corpo, mesmo preferindo o corpo masculino. Não sei até que ponto isso seria bom para minha amiga, mas no momento eu estava feliz por ela.
A despedida que mais me marcou foi com Samuel. Ele foi fundamental em nossas vidas e a gente precisava se despedir devidamente, então fomos para casa de Samu. Fui acreditando que ele queria sexo, sendo que eu e André não queríamos tanto, pois nossa fase pedia romance, mas chegando lá nos surpreendemos muito.
- Samu, nós estávamos aqui pensando sobre nossa despedida, o que você nos sugere? (Perguntei com medo da resposta, pois ele é muito importante para nós e nossa vontade era de manter a amizade com ele para o resto da vida.).
- Sugiro um abraço apertado de nós três.
- Sério amigo?
- Seríssimo Miguel. Eu sei que vocês não querem mais transar com outras pessoas e conheceu muito bem vocês, a ponto de saber que vocês fariam por mim e até seria bom, mas o que querem mesmo é viver o amor de vocês sem intromissões.
- E você, quem o que? (André que perguntou.).
- Eu quero ver vocês felizes. Além do mais, meu lindo namorado me satisfaz da forma mais completa que existe. Eu pensei que nunca sentiria algo tão forte quanto vocês sentem. Mas a vida me deu o Nan de presente. Você, Miguel, me deu o Nan de presente ao me apresentar a ele e fazer a ponte, só tenho a te agradecer. Eu não preciso de mais ninguém na minha vida.
- Samu, eu tô muito feliz por você. E te digo o mesmo. Te agradeço também por ter feito André tomar uma iniciativa, foi graças a você que estamos juntos hoje. Nada disso teria acontecido se você não tivesse dito, lá no início, que era pra ele me transar comigo. Só tenho uma coisa pra te falar.
- O que?
- Chamar o Nando de Nan é meio estranho amigo, parece aquela marca de leite kkkkkkkkkk
- Kkkkkkkk verdade. Mas eu acho a palavra Nan tão fofa.
- Eu acho engraçado, mas não quer dizer que você não deva continuar. Vocês são lindos juntos, contrariando todas as minhas expectativas de casal.
- Verdade, Mi. Eu e Nan somos o oposto um do outro. Por causa dele estou até pensando em fazer algo sério da vida e parar de ser sustentado por minha irmã. Tenho que dar orgulho para meu namorado, tanto quanto ele me dá.
- Namorado? Como assim? Fizeram o pedido? (André perguntou antes de mim.).
- Não teve pedido. A gente simplesmente sabe. Mas eu vou fazer alguma coisa romântica ainda.
Aqueles momentos com Samuel foram únicos, foi perfeito. Nos abraçamos muito, como bons amigos. Combinamos de continuar saindo em Salvador, agora saídas românticas de casais, ele e Nando, eu e André. Nossa cidade estava ficando cada vez mais vazia de amigos. Só tinha restado Clarice.
Faz dois dias que mainha finalmente recebeu painho de volta em casa. Ele fez a mudança pela manhã. Achei até que demorou para ela tomar essa decisão, pois os dois já estavam se encontrando escondido fazia um bom tempo.
Ouvi meus pais conversando sobre prazeres sexuais, se bem entendi mainha queria assistir painho comendo outo homem. Achei bem estranho, mas não julgo, cada um com seus desejos e eu preciso entender que não posso me envolver na vida dos outros. Me surpreendi comigo mesmo por encarar aquela conversa com naturalidade, diferente da maioria dos filhos, que não conseguem nem imaginar que os pais fazem sexo e possuem desejos.
A tarde recebemos uma ligação do delegado Daniel, informando que houve uma briga entre detentos e Carlos tinha morrido a facadas. Eu fiz questão de pedir para Clarice me levar ao velório, pois precisava ver de perto se ele estava realmente morto.
André e painho não quiseram ir comigo, mas mainha quis. Nós três e Daniel éramos os únicos no local. O enterro foi pago por algum antigo comparsa dele, de algum esquema financeiro, mas esse comparsa nem apareceu, segundo fiquei sabendo pelo próprio Daniel.
Foi deprimente, ele estava todo cortado, não parecia alvo de briga e sim de vingança, provavelmente de alguém que ele conheceu e prejudicou, mas dava para identificar o corpo. Fiquei lá, esperando os funcionários baixarem o caixão e jogarem areia sobre o corpo. Só sai depois que ele estava a sete palmos do chão, para evitar que fosse mais um plano dele.
Ontem eu precisava de um momento prazeroso, divertido e relaxante com meu noivo, então combinamos de fazer um momento diferente. Comprei uma roupa de policial para usar e André comprou um gorro daqueles que bandidos usam para cobrir o rosto em assaltos.
A gente aproveitou que nossos pais viajaram em uma mini lua de mel e poderíamos fazer barulho sem sermos vistos ou interrompidos. Combinamos de não parar de interpretar os personagens por nada nesse mundo. Fui para o quintal me trocar e André ficou esperando no quarto. Eu já entrei dando um chute na porta e falando:
- Mãos para cima meliante. Recebi uma denuncia de que você está assaltando essa casa.
- Não senhor! Eu sou cidadão de bem senhor.
- E esse gorro aí na sua mão?
- É pra assustar um amigo, pegadinha.
- Tá me achando com cara de otário?
- Tô não, senhor.
- Se vira, mãos na parede e abre as pernas.
- Empina a bunda também senhor?
- Então a mocinha gosta de levar varada no cu né?
- Só a sua varada senhor.
- Mas você nem me conhece meliante.
- Verdade, desculpa meu macho. O que o senhor quer que eu faça?
- Abre as pernas que eu vou averiguar.
Comecei a passar a mão pelo peitoral dele enquanto pressionava meu pau já duro em sua bunda. André gemeu de tesão. Abaixei e passei as mãos pelas pernas do meliante, subindo em direção ao seu pau, que nesse momento já estava duro feito pedra. Apertei um pouco seu pau, o que retirou mais gemidos roucos e contidos dele. Parti para bunda, não era minha parte preferida do corpo dele, mas era igualmente deliciosa.
- Esse bandido está mais para tarado sexual, tá louco pra receber meu pau no cu.
- Não costumo fazer isso não senhor, mas seu jeito autoritário está me deixando louco. Pisa em mim vai, me bate, me xinga...
Dei um tapão na bunda dele e abaixei sua bermuda e cueca com uma puxada só. Subi, abaixei minha calça e fiquei roçando meu pau no cu dele enquanto falava no seu ouvido:
- Então o bandidão gosta de ser pisado? Quero ver sua reação ao sentir minha tora entrando com força no sua cu.
André até arrepiou de tesão. Dei outro tapa na sua bunda, dessa vez bem mais estalado e direto sob a pele. Passei a pincelar meu pau no cu dele, fingindo que ia meter com tudo, forçando um pouco, mas sem enfiar. André empinava sua bunda para trás, mas eu me afastava, só roçando nossos corpos.
- Mudei de ideia. Desce e me chupa, mas sem gracinha, senão te arrebento.
André abaixou e foi me chupar. Ele engolia meu pau olhando para mim e isso me deixava ainda mais louco. Cada chupada dele era um gemido diferente meu. Mas eu queria outra coisa, não poderia gozar sem antes meter nele.
- Chega, levanta e vira de costas novamente, vou meter logo antes que você não queira largar meu pau nunca mais.
Ele me obedeceu e virou de costas. Nem dei conta de mais nada, já fui enfiando com força em seu cu. André deu um gemido tão alto e tão delicioso que eu quase gozei sem bombar. Dei mais um tapa bem forte, dessa vez na sua coxa. E comecei a entrar e sair com força de dentro do seu cu.
Eu bombava e ele rebolava, perecia uma puta no cio, minha puta no Cia. A cada metida era um gemido diferente, meu e dele, além do diálogo que aumentava ainda mais o prazer.
- Esse cu está acostumado a receber pica meliante?
- Não senhor!
- Tá gostando tanto assim safado?
- Tô adorando ter macho metendo em mim.
- Então toma vara vai.
- Mete em mim meu policial particular.
- Gosta da farda é?
- Adoro, meu amor.
- Você não tem jeito, aqui eu sou a autoridade e você o meliante que está levando no cu, entendido?
- Sim senhor! Mete mais senhor!
E eu continuei metendo. Entrava e saia com cada vez mais força. Nossos gemidos eram intensos. Até que gozei fundo no cu dele, foi tanto tesão que minhas pernas até tremeram.
- Eu prefiro ser ativo Mi, dar o cu arde pra caralho, mas toda essa tensão me provocou um prazer que eu não conhecia. Na próxima você pode ser o policial mandão, mas quem come sou eu, vou adorar meter na minha autoridade.
- Eu estava amando tanto encenar que estou pensando em cursar artes cênicas, mas isso vou deixar para ser decidir depois.
- Te apoio total. Mas agora eu quero outra coisa, quero fazer amor com você na nossa cama. Ainda não gozei e quero te amar agora.
E foi o que fizemos naquele quarto. André me beijava como se não houvesse amanhã. Suas metidas eram lentas e firmes, como eu gostava. Meu irmão sabia me dar muito prazer, mesmo eu já tendo gozado. Não demorou muito e ele gozou no meu cu, desfalecendo sobre mim e me beijando com muita paixão.
Enfim, caros leitores, chegamos ao ponto que iniciei minha narrativa. Não foi fácil narrar tudo que me aconteceu nesses anos, convencer mainha e André a escrever também não foi nada fácil, mas eu precisava dividir minha história com vocês.
Como falei no início dessa história: moro com meus pais e meu irmão mais velho, por enquanto, pois ainda esse mês vamos nos mudar para uma casa só nossa, que estamos construindo e mobiliando com a ajuda de Dona Clarice.
Eu, André e painho temos a mesma profissão, porém eu trabalho para dona Clarice e eles para outra pessoa, no bar que era de Seu Carlos. Mas atualmente eles estão querendo entrar de sócios do bar, por isso estão deixando quase todo dinheiro no próprio bar que trabalham e por isso estou sustentando a maior parte das contas da casa.
André realmente pouco tem parado em casa, pois está se dedicando durante o dia ao bar e durante a noite à construção de nossa casa, por isso quase não tem dormido em casa e quando dorme é na minha cama, ao meu lado, a cama vive vazia, estamos até pensando em doar.
Os poucos momentos de diversão de André tem sido jogando bola uma vez por semana, coisa que ele não abre mão, ou em alguma festa comigo. Além do brega de Andrea, ou Casa dos Prazeres, como prefiram. Não sou tímido, mas devido a tudo o que me aconteceu, eu só converso o necessário.
Estou nesse momento aqui no quarto conversando com meu irmão/namorido:
- Amor, mas afinal, irmão também serve pra que mesmo?
- Oh meu lindo, no caso dos outros eu não sei, mas no nosso caso irmão serve pra amar, fazer o outro feliz, proteger, dar carinho, sentir ciúmes, dar prazer, confiar, (...) ser o melhor amigo e a melhor mão amiga também, e o melhor cu amigo e o melhor pau amigo, infernizar, estressar e ser o pior pesadelo também um pouquinho porque ninguém é de ferro.
- Besta! Te amo. Você é o pesadelo mais delicioso que existe.
- Também te amo muito meu lindo!
FIM...
POR ENQUANTO!!!
Muito obrigado thorvargas, você fez meu dia começar bem com esse comentário.
Não comentei antes pois estava esperando até o final. E estou aqui em lágrimas e amando cada detalhe narrado. Cara vc e bom de mais nisso. Parabéns!!! Amei cada capítulo. Virei teu fã!!!❤
Que história maravilhosa!!! Você é muito talentoso <3
Aventura.ctba, prometo ler na próxima vez que eu for tirar meu tempo para "relaxar".
Agradeço do fundo do meu coração a todos que leram e comentaram meus contos até agora. Estou em uma correria gigante por causa da faculdade e de outras questões pessoais, por isso não consigo responder cada comentário como vocês merecem. Foi graças a cada um que segui em frente.
Que história maravilhosa!!! Você é muito talentoso <3
Huuummm que delícia de conto meu amor, votado. tenho conto novo postado, adoraria sua visita na minha página, bjinhos Ângela
Parabéns, curti muito sua história, espero novos contos um grande abraço e sucesso.
Acompanhei todos os contos e foram sensacionais. Muito sucesso sempre. Abraço
Parabéns ao conto foi excelente
Parabens! Amei a historia