*** *** ***
Dois dias se passaram, naquela noite Daniel visitou os sonhos de Ricardo, mas eles não conversaram. Daniel até tentou falar, pedir perdão, mas Ricardo simplesmente o ignorou e não respondeu até ele acordar. Porém, assim que Ricardo acordou, recebeu a visita de Thiago.
- O que você está fazendo aqui? Pensei que tínhamos combinado que vocês iriam me respeitar. - Ricardo falou se levantando.
- Eu sei, mas precisamos de você, você nem precisa manter contato com Daniel, só precisamos gravar a imagem dele e transmitir durante o julgamento de Rodolfo. Já adiamos esse julgamento duas vezes pela falta de Daniel, já que ele foi o sequestrado, as leis de Dradon exigem a presença dele. - Thiago falou aflito.
- Falar com Daniel ainda me dói, não é simples pra mim, ele me machucou muito. - Ricardo falou querendo chorar.
- Sabemos disso, mas o sequestrador vai ficar sem punição se ele não aparecer... Olha, estive falando com Dona Maria esses dias, nós tivemos a ideia de você falar que está namorando. Assim Daniel vai sentir o mesmo que você sentiu. Dona Maria acredita que assim ele vai te dar valor, já eu acredito que é capaz dele te esquecer de vez. Mas de qualquer forma é bom pra todos no final, pois ou Daniel te esquece de vez ou ele te valoriza e vocês se acertam.
- Mas como vou mentir pra ele? Ele sabe de tudo.
- Engano seu. Ele só ouve o que falamos no quarto dele e o que fala contigo em sonho, minha conversa com Dona Maria não foi no quarto dele e depois podemos conversar sobre seu relacionamento no quarto, fazendo ele ouvir e acreditar mais fácil.
- Digamos que eu permita que ele invada meu sonho outra vez e que vocês transmitam durante o julgamento, como ele vai saber o que estão dizendo no julgamento para poder reagir da forma correta?
- Já pensamos nisso. Vai ter um monitor no quarto dele transmitindo o julgamento em tempo real, já que ele consegue ver o que se passa no quarto e ao mesmo tempo vamos transmitir a imagem dele no julgamento. É nossa última chance de condenar aquele monstro, se não julgarmos logo teremos que devolve-lo para terra, mas lá ele tem muita influência e muitos contatos, não seria condenado, principalmente se for julgado pelas leis do Brasil.
- Você tem razão. Vou ajudar a colocar esse bandido atrás das grades. Thiago, também vou fazer o que vocês sugeriram, vou falar para Daniel que estou namorando com Alberto, vai funcionar, pois Daniel já me viu com Alberto algumas vezes.
- Excelente decisão. Te agradeço.
Thiago levou Ricardo para o reino de Dradon, eles foram direto para sala que Daniel estava em coma. Dona Maria estava lá, ansiosa pela chegada de Ricardo.
- Meu querido, como você está? Obrigado por nos ajudar. - Dona Maria falou abraçando Ricardo.
- Estou destroçado tia, se não fosse o apoio de Beto eu não estaria de pé. - Ricardo já falou para que Daniel ouvisse.
- Quem é Beto? - Dona Maria perguntou, já imaginando do que se tratava.
- Ah, não te falei dele. Desculpa. Alberto o nome dele, era meu supervisor de vendas, agora acho que é gerente de vendas lá na loja de Daniel. Ele é incrível comigo tia, uma excelente pessoa, não me julga, não me cobra, me acompanha nos meus compromissos, não me deixa ficar sozinho... Tudo o que eu sempre quis em um companheiro. - Ricardo falou analisando que as palavras não eram totalmente falsos, a não ser pelo fato de que ele ama Daniel e nunca se entregaria para outra pessoa.
- Fico feliz por você, vamos adiantar que o julgamento começa em algumas horas. Você ainda precisa dormir. - Dona Maria falou.
- Sim, eu acabei de acordar, vou precisar tomar aquele remédio que me davam aqui. - Ricardo falou olhando para Thiago.
- Vou providencia agora mesmo. - Thiago falou.
Antes de Thiago sair do quarto eles receberam a visita do carcereiro de Rodolfo informando que o prisioneiro exigia falar com um ser humano antes de ser julgado. Thiago não gostou da ideia, mas não poderia estragar as coisas justo no dia do julgamento, então deixou Dona Maria ir conversar com Rodolfo enquanto eles preparam tudo para Ricardo dormir e eles poderem transmitir o sonho dele.
*** *** ***
Assim que Ricardo dormiu Daniel conseguiu invadir o sonho dele e já foi perguntando:
- Então você já está seguindo a sua vida? - A expressão de Daniel era de tristeza.
- Não entendi. - Ricardo falou.
- Entendeu sim, ouvi você falando com mainha que está com Beto.
- Olha Daniel, eu não te devo satisfação. Já encerramos nossa história. Se concentre em ver se o julgamento já começou, não se esqueça o motivo que me trouxe aqui. - Ricardo falou ficando sério.
- Você já me esqueceu?
- Você precisou me esquecer pra foder com Mario e Sergio? - Ricardo falou aquilo e viu a dor na fisionomia de Daniel.
- Aquilo foi um erro, eu me arrependi profundamente. - Daniel falou extremamente baixo, sentindo vergonha do que fez.
- Ótimo, assim você não faz isso com seus próximos namorados. - Até em Ricardo aquela frase provocou dor, mesmo ele tendo dito sem um pingo de verdade.
- Não quero outros, eu só amo você.
- Foi você que me disse que sabia separar amor e sexo, então ótimo, separe. E me deixe em paz, por favor. Não estou aqui pra discutir uma relação que não existe mais. - Ricardo falou sendo duro com Daniel.
- Você está com ele pra me fazer ficar mal? Está funcionando. Meu peito dói de tanto ciúmes.
- Eu te amava, estava disposto a tentar, mas foi você que estragou tudo. E é muita cara de pau sua querer me cobrar alguma coisa. Beto é tudo o que você não é, ele fez questão de me acompanhar até a delegacia quando eu tive que ir visitar meus pais presos, ele me manda mensagem todos os dias, ele está sempre ao meu lado, sempre me pergunta como estou e mesmo eu dizendo que estou bem ele me abraça, pois percebe que não estou bem, ele é tudo o que preciso em um namorado. - Apenas a primeira fala de Ricardo sobre Beto era real, o resto Ricardo aumentou pra fazer ainda mais ciúmes em Daniel. Não que Alberto não seja um bom amigo, mas não estava tão próximo assim ultimamente.
- Me perdoa, me dá outra chance. - Daniel falou ajoelhado, implorando o perdão de Ricardo.
- Eu não consigo esquecer o que você fez. E Beto é tão bom pra mim que eu nunca vou querer sair de perto dele, ele me faz muito bem. Já estou até com saudade dos abraços e beijos dele.
- Vocês já se beijaram? - Daniel perguntou incrédulo.
- Beijo? rs Eu e Beto estamos nos conhecendo melhor, no sentido bíblico da palavra, mas isso não é da sua conta. Em quem eu meto ou deixo de meter é problema meu. - Ricardo olhou para Daniel e viu as lágrimas no olho dele. - E enxugue essas lágrimas, não é bom o povo de Dradon ver o guardião da Luz Azul, o todo poderoso Daniel Santos e Silva, com o rosto cheio de lágrimas, isso pode assustar o povo e vai ser difícil explicar depois.
- Agora eu sei o que você passou, sei quanto dói ser traído. - Daniel falou enquanto as lágrimas ainda rolava.
- Não sabe não, é muito diferente. No meu caso eu além de me sentir traído, me senti abandonado, humilhado, sem falar que a gente estava bem, com juras e promessas de amor. No seu caso nem traição existiu, pois eu coloquei um ponto final na nossa relação. - Ricardo disse segurando as lágrimas.
- Mas eu te amo, me dói saber que você está seguindo sua vida com outra pessoa.
- Isso não é problema meu, nem culpa minha também. Você procurou tudo isso. Na primeira oportunidade que teve de transar com outras pessoas. E o pior é que se você tivesse falado comigo eu teria levado numa boa e até participado, igual fizemos com Gi. Claro que não naquele dia, pois naquele dia eu estava muito mal. Mas você só pensou no seu prazer, esqueceu de mim. Pois agora chegou a minha vez de viver o meu prazer e nisso Beto me satisfaz muito bem.
Daniel seguia chorando, mas não tinha mais palavras. A dor que ele sentia era muito grande, pois ele conhecia bem Ricardo e nunca imaginou que seu amado seguiria a vida tão rápido. Daniel sentia raiva de si mesmo, por ter sido tão cruel e ter perdido o amor de sua vida. Pra ele tinha finalmente perdido todas as chances de reconquistar Ricardo. Mas ele precisava se recuperar pra seguir com o plano de condenar Rodolfo.
*** *** ***
Em uma sala de Dradon Rodolfo estava sentado e algemado, aguardando algum ser humano chegar, ele abriu um sorriso assim ele viu Dona Maria, não sabendo que ela estava sendo monitorada por Thiago, então ele disse:
- Eu sabia que não iriam negar meu pedido. Mas pensei que seria Daniel que viria ter essa última conversa comigo. - Dona Maria ouviu aquele e continuou séria, mas se sentou para ouvir.
- Se Daniel ficar na sua frente sozinho ele te mata de tanta raiva que ele está de você, afinal você quase matou meu filho. - Essa foi a desculpa que Dona Maria pensou no momento.
- Tudo bem. A senhora serve.
- Serve pra que?
- Preciso te contar umas verdades sobre Dradon, coisas que eles não te contam.
- Se era isso eu me sinto no direito de retornar aos meus aposentos. - Dona Maria falou e se levantou, indo em direção a porta da sala.
- Sabia que eles não tem mãe, nem pai... - Rodolfo começou a falar e isso chamou a atenção da mãe de Daniel.
- Como assim não tem mãe? Eles nascem como? - Rodolfo abriu um sorriso ouvindo aquela indagação.
- Isso te desperta a curiosidade? Ótimo. A senhora sabe que eles são pedra, já viu pedra gravida?
- Tudo aqui é muito diferente da terra, em Existência a vida é outra, no reino de Dradon é ainda mais diferente. Não me admiraria se uma pedra aqui engravidasse.
- Verdade. Mas não engravidam. Eles simplesmente surgem com a força e poder da Luz Azul, é a Luz Azul que dá vida a eles.
- O que? Isso é...
- Bizarro?
- Não, eu ia dizer diferente. Mas isso não importa, nós também fomos feitos de barro e recebemos o sopro da vida, o que importa é que eles têm vida. Posso ir?
- Calma, estou apenas começando. A senhora sabia que eles comem pedra vulcânica e que as construções deles são de pedra? Ou seja, eles são pedra que comem pedra e usam pedras para construir.
- Disso eu já sabia, é como nós seres humanos, somos animais e comemos outros tipos de animais. Deus nos fez do barro e comemos outros produtos feitos de barro, temos mais 70% do nosso corpo feito de água e bebemos água... E assim vai. Cultura diferente.
- Me admira a senhora ainda acreditar em Deus depois de tudo que viu e ouviu. Mas isso é um erro seu. Tenho certeza que a senhora não sabe que a Luz Azul não pertence ao povo de Dradon e esse é o motivo das guerras.
- Como assim? - Dona Maria falou assustada e Rodolfo percebeu.
- A maravilhosa Luz Azul, toda poderosa e tal, veio de outro planeta, ninguém sabe de onde, e se instalou nesse território, mas ela reflete sua luz na terra, por isso o povo de Dradon fica de olho na terra, para poder se aproveitar de quem é o guardião da Luz, eles são uns usurpadores e aproveitadores. A guerra deles é contra os verdadeiros donas da Luz Azul.
- Calma lá, você mesmo me falou que o povo de Dradon surge com a força e poder da Luz Azul, então é essa Luz que gera eles, o que significa que a Luz pode ter vindo de outro lugar, mas pertence sim ao povo de Dradon, vai saber o que acontece se essa Luz cair em mãos erradas...
- Vejo que a senhora é muito inteligente, apesar de pobre e sem educação. Eu mesmo nunca analisei dessa forma, mas tem fundamento. Só que isso não é tudo, essa tal guerra não passa de uma guerra de sentimentos, ninguém saí ferido de fato, apenas os sentimentos são feridos, algumas pessoas ficam depressivas, outras ficam se sentindo mal por um tempo, mas como eles são imortais isso passa em alguns anos e tudo volta ao normal.
- Não importa que volte ao normal, ninguém merece se sentir triste nem um dia sequer de sua vida. Mais alguma coisa?
- Vejo que a senhora já escolheu seu lado e tudo o que eu falar será em vão. Mas vou te contar uma última coisa: eles sentem prazer também, basta um tocar no outro pra eles sentirem muito prazer, a diferença é que o prazer deles não tem a capacidade de gerar vidas.
- Você está muito atrasado se pensa que prazer é somente para gerar uma vida, sentir prazer é vida. E eu fico muito feliz que eles sentem esse tipo de prazer.
- A senhora não está entendendo. Eles transam na frente da senhora e a senhora não percebe, pois não sabe que eles transam se tocando, são uns depravados.
- E o que o senhor tem com isso? A vida é deles. Era até melhor eu não saber dessa informação, assim não iria prestar atenção nos toques deles. O que o senhor ganha me contando tudo isso?
- Eu achei que poderia ganhar uma aliada, mas vejo que a senhora não ligará para as libertinagens deles, afinal, a senhora aceita seu filho ser gay, quem aceita uma aberração dessas aceita qualquer coisa.
Dona Maria ouviu aquilo e não se conteve, desferiu vários tapas no rosto de Rodolfo e por fim falou:
- Respeite o meu filho.
A mãe de Daniel saiu da sala possessa de tanta raiva. No corredor ela encontrou com Thiago, que disse:
- Peço que a senhora nos desculpe, nunca foi nossa intenção constranger a senhora ou nenhum outro terrano.
- Então tudo o que ele falou é verdade?
- É sim. Muitos outros reinos desse planeta querem a Luz Azul, mas é a Luz que nos dá a vida, então é nossa, é como se a Luz Azul fosse nossa mãe ou nosso pai, como vamos entregar nossa mãe pra outro reino? O que aconteceria conosco?
- Não se preocupe, eu estou do lado de vocês. Vocês tem razão. E quanto aos prazeres sexuais de vocês, também fiquem a vontade, não me constrange, pelo contrário, fico feliz por vocês.
- Obrigado. A senhora é uma verdadeira mãe, ao bom estilo protetora, porém consciente.
*** *** ***
Estava tudo preparado para o grande julgamento de Rodolfo e Sara, seria realizado em um local aberto e gigante de Dradon, pois muitos da população desse reino queriam assistir. O juiz de Dradon já estava posicionado, Daniel estava sendo transmitido em uma espécie de camarote bem de frente ao juiz, onde todo o povo poderia vê-lo. Já Rodolfo e Sara estavam no mesmo local do juiz, porém de costas para ele. Era costume de Dradon os acusados não verem o juiz. Todos os Dradonianos que estavam presentes usavam o indutor de imagem com a forma de seres humanos, já que eles não apareciam em sua forma natural na frente dos humanos. Dona Maria também estava na sala que Daniel estava sendo transmitido, fingindo estar ao lado do filho.
O juiz iniciou aquele julgamento duplo lendo todas as acusações que cabiam contra Rodolfo, que incluíam o assassinato de um Dradoniano, a ameaça a outro Dradoniano para poder fugir de Dradon no dia do acidente e o sequestro de Daniel, que é o guardião da Luz Azul. Logo após ele leu a acusação contra Sara, que consistia apenas em ser cúmplice de sequestro. Rodolfo e Sara não possuíam advogados, visto que nenhum Dradoniano queria representa-los e outros seres humanos não poderiam ser envolvidos.
Quando terminou de ler as acusações o juiz perguntou para Rodolfo e Sara se eles tinham algo a dizer em sua defesa. Sara respondeu:
- Eu apenas segui as orientações de meu pai, não deveriam me julgar por causa disso. Qual filha não obedeceria seu pai. - Sara falou chorando.
- Em seu mundo sequestro também é crime e você também seria julgada por se cúmplice de seu pai. Algo mais? - O juiz falou e Sara se calou, pois era verdade, ela sabia que era crime e mesmo assim seguiu o pai e não recuou em nenhum momento. - E você Rodolfo, algo a declarar?
- Acabem logo com essa palhaçada, vocês vão me condenar de qualquer forma. A única coisa que tenho para declarar é que não me arrependo em nenhum momento de ter desintegrado aquele Dradoniano insuportável e se aquela arma não tivesse sido destruída eu teria desintegrado todos vocês. Vocês não possuem o direito sobre a vida dos guardiões da Luz Azul, isso é ridículo. Vocês estão sequestrando um humano e prendendo ele sem dar o direito dele ser julgado na terra. - Rodolfo falou cheio de raiva.
- Com essa ameaça você acaba de acrescentar mais um crime a sua lista de crimes. Infelizmente essa manobra é necessária, se te entregarmos para o governo da terra nunca poderemos te condenar pelos crimes cometidos aqui e ainda é capaz de você não ser condenado pelo crime cometido na terra. - O juiz falou.
- Isso é ridículo, Daniel você não vai me ajudar? Somos irmãos de planeta, você vai permitir isso? Dona Maria, me ajude. - Rodolfo suplicou olhando para o local onde estava a imagem de Daniel e Dona Maria.
- Depois de tudo o que você fez comigo ainda me pede ajuda? - A voz de Daniel ecoou no local. Thiago sabia o que poderia acontecer, pois conhecia Rodolfo, então gravou a voz de Daniel falando aquilo e liberou o áudio na hora.
- Sendo assim, Rodolfo Windsor MacGyver Floyd, você está sendo condenado a prisão eterna, sem direito a recorrer. Como seus crimes são graves você não terá regalias aqui, não terá contato com nenhum outro terrano, nem saberá do que se passa na terra, sua alimentação será a base de água, folhas, frutas, verduras e legumes... - O juiz começou a falar, mas foi interrompido por Rodolfo.
- O objetivo é me enlouquecer ou me matar de fome? - Reclamou Rodolfo com ironia.
- Não senhor, tenha mais respeito pelos alimentos que viram do seu planeta, tem muitos que enchem a barriga, como a batata, a banana, a jaca, entre tantos outros. Agradeça que isso será um sacrifício para nós, pois não temos o costume de cozinhar essas coisas em Dradon. Seguindo, seu quarto será pequeno e conterá um colchão de solteiro, um vaso sanitário e um chuveiro. Você mesmo fará a limpeza enquanto tiver forças para isso.
- Isso é ridículo, no meu planeta eu teria uma sela especial. - Rodolfo interrompeu mais uma vez.
- Sua sorte é que sua pena já é a pior possível, senão eu aumentaria a cada interrupção sua, retirem esse senhor daqui. - Os guardas foram retirando Rodolfo do local do julgamento, mas ele ainda ouviu a sentença de Sara. - Sara Smith MacGyver Floyd, por ter sido cúmplice do seu pai no sequestro do guardião da Luz Azul, sua pena é de 20 anos em tempos terranos, se após isso ainda estiver viva, sua memória será apagada e você será devolvida para seu planeta natal. Durante sua estadia aqui você não terá contato com seu pai, mas poderá sugerir a própria alimentação e terá direito a saber o que acontece em seu planeta a cada um ano terrano. - O juiz terminou de falar.
Muitos Dradonianos vibraram alto com aquela notícia, afinal fazia anos que eles esperavam por aquele julgamento, desde que Rodolfo usou a arma e desintegrou o antigo conselheiro dele. A festa seria longa, eles comemorariam no bom e velho estilo Dradoniano, cavando buracos nas extremidades do reino em busca de mais pedras que a Luz Azul pudesse transformar em seres de Dradon.
Naquele dia Ricardo dormiu por horas e no sonho de Ricardo Daniel só conseguia olhar para ele e chorar, sentindo muita tristeza e raiva das próprias ações. O sentimento de Daniel naquele momento era de que a vida dele não tinha mais valor, pois tinha perdido o amor da sua vida e não valeria apena viver sem esse amor.
*** *** ***
Três meses se passam.
* Túlio, pai de Ricardo, continuava preso e sendo comido pelos outros prisioneiros. Ainda não tinha data para ele ser julgado, porém outras provas surgiam contra ele, de outros crimes, graças ao trabalho eficiente do advogado Matheus.
* Ana, esposa de Túlio e mãe de Ricardo, estava respondendo os processos em liberdade, porém sem condições financeiras para pagar um advogado, ela estava sendo defendida por um defensor público, o que não ajudava muito em seu caso. Além disso ela estava passando necessidades, já que não tinha o dinheiro do marido, nem estava mais conseguindo persuadir os evangélicos, pois não era mais missionária. Ela estava vivendo de pequenas doações de alimentos que Ricardo mandava, mas não estava pagando as contas, por isso já estava sem eletricidade em casa e prestes a ficar sem água também.
* Debora estava em uma situação ainda pior, pois os pais dela a expulsaram de casa. Geovani ofereceu abrigo, mas ela se recusou a morar com o irmão por ele ser gay. O destino de Debora passou a ser as calçadas da cidade e uma noite ou outra na casa de algum cliente. Quando ela conseguia algum dinheiro deixava para comer. Ela também estava sendo processada pelos crimes cibernéticos, mas respondia em liberdade.
* Falando em Geovani, ele e Lucas estavam muito bem em seu relacionamento. Lucas cada vez mais fogoso, ainda preferia ser passivo, mas as vezes agradava o namorado sendo ativo. Os dois estavam indo bem em seus trabalhos, Geovani se consolidava cada vez mais como presidente da empresa de Daniel.
* Marcos e Alberto viviam uma história de amor regada a muita safadeza e loucura, os dois têm muito fogo juntos e nesses três meses transaram todos os dias, revezando quem era o passivo para dar descanso aos seus cus. Na delegacia nem todos gostaram de ter mais um gay como policial, mas isso não incomoda Marcos, pois ele é um excelente profissional e ninguém poderia falar de seu trabalho.
* Daniel continuava em coma, mas passou esses três meses deprimido, com uma tristeza profunda. Ele sempre visitava os sonhos de Ricardo, as vezes pedia perdão e as vezes não falava nada, ficava apenas observando o amado, quase sempre chorando. Ricardo se comoveu com o sofrimento de Daniel, mas pra ele ainda era difícil perdoar, por mais que existisse amor, ele não conseguia perdoar o amado.
* Clara foi liberado no segundo mês de detenção, ela também responderia em liberdade pelos crimes que cometeu. O delegado custou a soltar Clara, por achar que ela poderia ter ligação com o sumiço de Daniel, mas o juiz exigiu que ela fosse solta. Assim que Clara foi solta ela começou a pedir dinheiro online para comprar outra arma e balas para matar Ricardo.
*** *** ***
Era início de tarde de domingo, por volta das 13:45 da tarde, a ex missionária Ana foi até a antiga igreja dela procurar o pastor João na esperança dele ajudá-la de alguma forma. Ao entrar na igreja estranhou que não tinha nenhum diácono na porta, os diáconos eram responsáveis justamente por guardarem a porta da igreja e manterem a ordem. Ela também estranhou que a secretária do pastor não estava na porta da sala dele, quando olhou para dentro da sala ela compreendeu o motivo.
O pastor João estava ajoelhado chupando dois de seus diáconos, Ana pensou em gritar, em expor aquela cena, mas achou melhor gravar e expor na igreja em outra oportunidade. A cena que Ana gravou foi a seguinte:
O pastor João ajoelhado chupando o pau dos diáconos, um de cada vez e as vezes os dois paus ao mesmo tempo, em um boquete duplo que poucas pessoas conseguem fazer igual. O pastor colocava as duas cabeças dos dois paus na boca ao mesmo tempo e lambia as duas com muita maestria. Depois engolia uma de cada vez, engasgando por alguns momentos. Os diáconos eram homens altos, fortes, bonitos, malhados, um negro e o outro branco, mas seus paus eram muito parecidos em tamanho e formato, os dois grossos e medindo cerca de 20 centímetros.
Um dos diáconos começou a bater com o pau no rosto do pastor, enquanto o outro forçava o pau fundo na garganta do pastor João. A todo momento eles chamavam o pastor de putinha, safado, mamador de cacete, viadinho fogoso, velho gostoso, vadia, entre outros.
Até que um diácono senta no sofá e o pastor senta no pau dele, sem nem colocar camisinha. O pastor subia e descia, cavalgando naquele pau grosso como se não fosse nada, ele puxou o outro diácono pra meter nele também, fazendo uma DP no cu do pastor. Só quando começou a dupla penetração foi que o passivo começou a gemer e gritar de prazer, fazendo os dois ativos também gemerem sentindo o pastor subir e descer em seus cacetes.
Após alguns minutos nessa posição o primeiro diácono gozou direto no cu do pastor, mas continuou metendo. Mais alguns segundos e o segundo diácono gozou também no cu do pastor. Nesse momento João se levantou com o cu pingando de esperma e se masturbou até gozar fartamente em cima dos diáconos. Mal terminou de gozar e o pastor já falou:
- Hoje vocês não estão com nada, gozaram em tão pouco tempo, nem deu pra aproveitar direito. Eu falei pra se masturbarem antes, pra poderem me comer por mais tempo, vocês não fazem nada certo. - Falou o pastor João, espumando de raiva.
- Desculpa pastor, a gente esqueceu. Na próxima a gente compensa, hoje nem temos muito tempo mesmo. - Falou um diácono.
- E sem contar que DP aumenta muito nosso tesão, a gente não acredita que o senhor aguenta tudo, minha mulher não aguenta metade da minha rola, quanto mais duas grossas. - Falou o outro.
- Já dei pra paus mais grossos. Arrumem tudo que eu vou tomar um banho. - O pastor falou e foi saindo do escritório.
Ana não quis enfrentar os diáconos, afinal ela poderia sofrer alguma coisa ou ter seu celular destruído. Então ela esperou o pastor sair do escritório e ir ao banheiro se lavar para ir atrás dele.
- Pastor João, quem diria que o senhor gosta de levar por trás. - Ana falou quando o pastor estava entrando no banheiro, que fica do lado oposto ao escritório pastoral, relativamente longe.
- Ana, o que faz aqui? O que você quer? - O pastor perguntou assustado.
- O senhor não me ouviu? Eu vi tudo. Agora exijo sua ajuda, estou precisando pagar minhas contas e comprar comida, Ricardo me manda poucas coisas e não quero ficar dependendo dele, já que o dinheiro dele é sujo de pecado.
- E o meu seria o que? Dinheiro de chantagem, como a senhora bem entende.
- Chantagem, apenas uma troca de favores. Você me banca e eu guardo seu segredinho sujo, aliás, bem sujo de esperma. - Ana falou debochada, olhando para bunda do pastor que escorria esperma.
- Saia daqui agora. A senhora não é bem vinda neste lugar. - O pastor João falou firme.
- O senhor não entendeu... - Ana começou a falar, mas foi interrompida.
- Entendi muito bem, mas quer saber? Não é a primeira pessoa que me acusa de gay sem ter provas. Ninguém vai acreditar, tenho mulher e filhos. Ainda mais vindo de uma criminosa como você, que ainda por cima tem o marido preso e o filhinho morando na casa do amante. Sua palavra não vale um tostão.
Mal o pastor acabou de falar e os diáconos chegaram, não dando chance de Ana falar que gravou tudo. A ex missionária ficou com tanta raiva por ter sido humilhada por alguém que ela julga ser inferior a ela que decidiu espalhar o vídeo pela cidade. A primeira coisa que ela fez naquela tarde de domingo foi mandar a gravação para os sites de fofoca da cidade e postar no xvideos com o nome do pastor e da igreja. O arquivo estava tão grande que só conseguiu ser enviado por e-mail.
Em poucas horas a notícia já percorria cidade e a fama do pastor estava no lixo. Alguns não acreditaram que isso estava acontecendo, pois o pastor sempre pregou que existia cura gay, além de ser casado e ter filhos. O que fazia com que todos acreditassem era o vídeo gravado por Ana, que não deixava dúvidas sobre quem aparecia nas imagens. Muitas pessoas raivosas tentaram invadir a igreja procurando o pastor, afinal o pastor prometia a cura de seus filhos gays, tendo inclusive um daqueles diáconos como modelo de quem foi curado e não era mais gay, precisou que a polícia fizesse a segurança do pastor e o levasse até sua casa, mas a esposa dele não permitiu que ele entrasse, fazendo o pastor ter que pegar seu carro e fugir da cidade as pressas.
*** *** ***
Mais tarde naquela noite Clara ligou para Ricardo pedindo ajuda, na ligação ela disse que estava ferida em um local deserto, que estava com vergonha de chamar a polícia e não tinha mais amigos na cidade. Ricardo ficou com pena e foi ao encontro de Clara, mas ela não esperava que Ricardo estivesse ao lado de seu amigo Alberto na hora que recebeu aquela ligação. O gerente de vendas achou estranho e ligou para o policial Marcos indicando o local que Ricardo falou pra ele.
Assim que Ricardo chegou ao local Clara sacou a arma e apontou pra ele.
- O que é isso Clara? O que você vai fazer com isso? - Ricardo falou assustado.
- Vou acabar com a sua vida. Você não merece viver. Você destruiu a vida de Daniel quando abandonou ele só por ele querer um simples beijo. - Clara falava transtornada.
- Eu não estava preparado na época, tinha medo de meu pai, eu era jovem e não tinha uma mãe como a sua ou como Dona Maria, minha mãe era ainda mais preconceituosa que meu pai.
- Cala a boca. Daniel sofreu muito naquela época, eu prometi que você nunca mais faria ele sofrer e preciso cumprir minha promessa. Prometi ao meu amigo que eu não deixaria... Não vou deixar... Não vou... Você vai pagar por cada lágrima dele... - Clara falava tremendo muito.
- Você precisa de ajuda, deixa a gente te ajudar.
- Não. Você acabou com a vida de Daniel, ele ficou sem chão, todos os filmes que ele gostava eram por causa de você, as músicas preferidas dele eram as suas músicas, tudo de Daniel girava entorno de você, todos os finais de semana dele eram com você, você deixou um buraco gigante na vida dele... Eu tentei preencher esse buraco, mas não adiantou, só servia você. - Clara falava ainda apontando a arma para Ricardo.
- Isso é passado. Eu e Daniel já nos resolvemos disso.
- Não fala o nome dele, não fala o nome dele, não fala...
Nesse momento Clara ouviu a sirene da polícia e ficou muito nervosa. Ela acabou atirando na direção de Ricardo, mas antes da bala atingir ele Daniel apareceu e puxou Ricardo para outra direção, fazendo os dois caírem de lado no chão e Clara gritar:
- Daniel!
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Mais um capítulo entregue, espero que tenham gostado. Comentem.
Fiquei aqui pensando que se eles transam, mas não podem ter filhos, é como se eles fossem gays. Por isso eles levam com naturalidade o fato de Daniel ser apaixonado por um homem.
Obrigado por matar minha vontade de ler esse tipo de conto. Adorei a história de Dradon, tu soube levar muito bem. Li ontem, quando tu postou, mas só comentei agora pq esqueci minha senha. Se não for pedir muito eu queria ler um momento deles se tocando.
Curti pra caralho o capítulo. Me senti lendo uma ficção das boas na parte do julgamento e tal, muito boa. A foda do policial também foi boa.
Cap excitante. Muito bom votado e gozado aqui
Adorei muito o capítulo. Tu foi muito criativo com a história toda de Dradon, parabéns. Fiquei mais teu fã ainda. Gostei de ver Daniel recebendo o troco em uma moeda parecida com a que ele deu, mas espero que isso não dê merda pra Marcos e Alberto. As fodas tbm foram top demais, adorei ver o policial sendo passivo e gostando de ser, me deixou cheio de tesão. A história do pastor me lembrou o q vivi, foi foda tbm