Penso, logo existe - Estranhezas - Cap 1

Daniel estava caminhando em uma grande floresta, quando coisas estranhas começaram a acontecer. A primeira delas foi uma espécie de chuva seletiva e diversa.

Cada passo que Daniel dava caía sobre ele um tipo de chupa diferente, primeiro apenas alguns pingos de água, depois uma chuva fraca, no terceiro passo já estava chovendo forte, no quarto passo era granizo, mas nada parecia atingi-lo de fato. Então a chupa parou e ele ouviu aplausos, não de uma plateia empolgada, era como palmas forçadas.

Daniel começou a correr muito, desesperado, com medo, seu coração se apertou muito e ele não entendia o motivo. Foi então que ele se deparou com a floresta virando gelo e depois um deserto. No deserto a chuva recomeçou, mas o chão começou a tremer e a terra se abriu, engolindo ele.

Daniel foi caindo e parecia que aquele buraco nunca teria fim. Mas antes de chegar ao fim ele sentiu algumas mãos puxando-o, sem sequer encostar em seu corpo. O pânico já tomava conta dele quando ele viu rostos conhecidos falando com ele, todos pareciam agitados, alguns até desesperados:

- Por favor Dani, me perdoe, me ajude, só você pode me ajudar. - Dizia Clara que estava sem uma perna.

- Não, meu filho, não faça isso, você não sabe onde tudo isso vai dar. - Disse dona Maria, a mãe de Daniel.

- Dani, por favor, tira essa angústia do meu peito. Eu quero ser plenamente feliz. - Disse Geovani.

- Amigo, eu não quero morrer sem antes me entregar ao amor, me ajuda. - Disse Lucas chorando lágrimas de sangue.

- Dani, olha toda essa gente faminta, você pode ajudar cada uma delas. - Disse Kamila, Daniel olhou envolta e viu muitas pessoas carentes, sujas, com roupas rasgadas, olhos que suplicavam por ajuda.

- Você não é capaz de carregar toda essa responsabilidade com você. Você sonha demais, é preciso ser realista. O mundo é dos espertos, não dos caridosos. - Disse alguém que Dani não conseguia ver o rosto, mas parecia ser um homem.

- Para ter sucesso você precisa ter ao seu lado uma mulher que saiba de tudo. - Disse uma voz feminina bastante sedutora.

- Meu amor, pense em como você pode lutar por nosso amor com todas essas armas. - Ricardo dizia, mas Dani olhava e não via armas perto dele, só via o espaço, o vazio.

- Isso não é democracia, você foi escolhido. Sua única decisão é usar ou não. - Dizia uma voz que ecoava por todos os lados, de modo que deixou Daniel tonto e sentiu-se caindo novamente.

Mas dessa vez a queda findou na sua cama, em seu quarto. Mal ele teve tempo de entender que tudo não passava de um sonho e seu celular já tocou, anunciando uma ligação de Clara.

- Alô. - Disse meio tonto ainda por causa do sonho.

- Amigo, que voz é essa? Não te acordei não né? Já está quase na hora da sua aula. Eu sei que você está em aulas remotas, mas...

- Clarinha, minha linda, resume por favor. Eu acabei de acordar e estou meio tonto ainda.

- Aff! Preciso te contar sobre a mensagem que recebi hoje. Parece que querem quebrar minhas pernas naquela igreja.

Nesse momento Daniel ficou mudo, essa escolha de palavras dela remeteu perigosamente à seu sonho e ele levou para o lado literal. Por um segundo ele pensou que alguém estava querendo arrancar as pernas de sua amiga e entrou em pânico.

- QUEM ESTÁ QUERENDO FAZER ISSO CONTIGO CLARA? VOCÊ PRECISA DENUNCIAR ESSA PESSOA, BUSCAR ALGUÉM QUE POSSA IMPEDIR ESSE HORROR...

- Do que você está falando?

- De sua perna, de alguém querendo arrancar...

- Ha ha ha ha menino, tu é lerdo por natureza, mas essa foi demais, se eu não te conhecesse diria que você está tirando onda com a minha cara. Eu falei no sentido figurado, já estudou isso no seu curso ou seus alunos de língua portuguesa vão sofrer na sua mão?

- Aí amiga! Meu coração quase saiu pela boca. Desculpa. É que tive um sonho muito estranho e nele você estava sem uma perna.

- Cruzes! Maria passa na frente!

- Foi só um sonho, espero.

- Vai pra aula, depois te conto os babados da igreja. AHHHHHHHH, amigo, sábado, depois da reunião na igreja a gente não vai sair, vamos para sua casa, vou levar a caixa de som e o microfone pra Kamila cantar, e os vizinhos que se segurem...

- Mainha vai estar em casa...

- Não tem problema, sua mãe me ama. E não vamos fazer nada de errado, só vamos beber um pouco e cantar.

- Certo. Beijo, meu amor!

- Beijo.

Assim que desligaram, Daniel já mandou uma mensagem pra Kamila. Aquele sonho poderia ter uma explicação e Kamila era perfeita para traduzi-lo. Mas ele lembrou que sua amiga já deveria estar ocupada aquela hora. Durante a pandemia a procura por atendimentos aumentou muito e Kamila, como boa psicóloga, não queria deixar ninguém sem atendimento, fazia-os online, mas durante esse tempo ela não interagia com mais ninguém. Mesmo assim Daniel mandou um resumo do sonho, da parte que lembrou. Na mensagem Daniel escreveu:

- Kam, o sonho foi mais ou menos assim: eu estava em uma floresta e começava a chover, depois tinha um deserto, e teve chuva até de granizo, depois eu estava caindo, a terra tremeu, aí vocês aparecerem me pedindo ajuda como se eu pudesse ajudar, Clarinha estava sem uma perna e me pedia perdão, Lucas chorava sangue, foi assustador amiga. Será que tem significado?

Por essa mensagem ficava nítido que Daniel não se atentou aos detalhes e o nervosismo não o deixava escrever direito. Antes de entrar em sua aula online ele ainda mandou mensagem para Lucas e Geovani, perguntando como eles estavam. Ambos responderam que estavam bem e Geovani ainda disse que depois aula precisava conversar com ele.

Assim que entrou na aula ele sentiu um calafrio percorrer seu corpo, junto com a sensação de que algo estava diferente. Mas aquela aula estava normal, assim como todas as outras segundas de aula virtual, Geovani sempre completando o que a professora estava falando, meia dúzia de pessoas chagando no meio da aula e a professora levando meia hora repetindo tudo, sequência normal. A disciplina era TCC, mas a professora só sabia falar de plágio e ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Daniel sentia como se estivesse se formando em plágio e não em Letras.

Porém, há alguns quilômetros dali, Rodolfo se preparava para colocar seu plano em prática. Por algum motivo ele não conseguia interferir na vida de Daniel através da magia, Daniel tinha o corpo completamente fechado, nem seus pensamentos eram liberados para o acesso de Rodolfo. Mas aquele senhor sabia bem como influenciar as pessoas de outra forma, usando dinheiro e prestigio.

- Sara, minha criança, em alguns minutos eu vou dar início ao meu plano para trazer Daniel para nosso lado. Quem falou que preciso de magia para ter o que quero?

- E se ele não quiser nos ajudar? Ou o poder não funcionar direito pra ele? O senhor sabe que em cada pessoa o poder é de um jeito, depende da força do pensamento da pessoa.

- Eu não me preocupo com nada disso. Todo mundo tem um preço, eu já vou começar oferecendo muito dinheiro, ele vai ficar tão agradecido que vai fazer tudo o que eu mandar. E quanto ao poder eu também não me preocupo, Daniel é um sonhador, então sua cabeça trabalha bem no quesito imaginação. E eu não desbloqueei o poder por completo porque não sou exatamente bom e minhas intenções não são as melhores. Daniel parece ser meu extremo oposto.

- Deixa eu aparecer junto com o senhor?

- Nem pensar e eu não vou aparecer hoje. Daniel não pode saber que você é minha filha. Você é meu plano B, se por acaso ele não quiser me ajudar em nome da gratidão. Você precisa se preparar para seduzir.

Voltando para aula de TCC, a coordenadora do curso de Letras Vernáculas solicitou entrar na sala virtual. Assim que a professora permitiu ela já foi falando:

- Com licença Vera, desculpa atrapalhar sua aula. Tenho excelentes notícias. Essa semana você não terão mais aulas, vocês vão participar de um concurso.

- Como assim professora? É obrigatório? - Perguntou uma aluna.

- Não é obrigatório. Mas eu tenho certeza que ninguém vai querer ficar de fora. É uma oportunidade de ouro, literalmente.

- Fale logo Sol, os alunos vão ter um infarto de tanta curiosidade. - Disse a professora.

- Os alunos, é claro! Bem, o prêmio do concurso é 50 milhões de reais, 10 casas em um condomínio de luxo daqui da cidade e 3 carros.

- Isso é piada né? Não existe rico na face da terra pra dar um prêmio tão alto. - Disse um aluno com os olhos arregalados e o coração na mão.

- Não é mentira não.

- E o que a gente precisa fazer pra ganhar? Algo impossível como apoiar o líder máximo da nação? Isso dá dinheiro. - Disse Geovani querendo ser o engraçadinho.

- Não meu querido, eu não iria oferecer isso para meus pupilos. Tudo o que vocês precisam fazer é participar de uma competição, respondendo perguntas sobre o curso. Vai ser tipo uma progressiva, respondeu o nível mais fácil avança, errou saiu da competição. Vocês vão respondendo por uma ordem definida em sorteio e o último que ficar nem precisa acertar a pergunta final, só precisa torcer para os outros perderem.

- Não entendi a lógica desse concurso coordenadora. - Disse um outro colega de Daniel.

- É muito simples, deixa eu colocar em metáfora pra vocês: É como uma chuva que começa fraca e vai aumentando a intensidade, o objetivo de vocês é não se molhar e o guarda-chuva é o conhecimento. - Aquela definição deixou Daniel apavorado. Ele não gostou nada daquilo. Era exatamente o que acontecia em seu sonho.

- Não me parece real, Sol. Veja só: por qual motivo um milionário qualquer daria tanto dinheiro para uma pessoa apenas por acertar perguntas sobre o próprio curso? - Daniel perguntou tentando compreender melhor aqui e tirar o medo de sua mente, fazendo Rodolfo gelar por dentro ao observar tudo de forma invisível.

- Veja bem meu filho, já investigamos ele. Não se trata de um milionário, o patrocinador desse concurso é um trilionário excêntrico, vive fazendo esse tipo de coisa. - Disse Sol, já um pouco irritada com Daniel, pois, além do patrocínio que cada professor receberia individualmente por liberar suas aulas e apoiar o projeto, a coordenadora receberia mais se todos os alunos participassem do concurso.

- Mas a gente vai precisar assinar alguma coisa? Tem algum risco? Algum compromisso que precisamos assumir com o patrocinador? - Indagou novamente Daniel. Essa pergunta irritou muito Rodolfo, pois já demonstrava que Daniel não se renderia por qualquer coisa. Ele precisaria de outros motivos para convencer o garoto.

- Não, meu querido. Ele faz isso por vontade de ajudar. Conversei pessoalmente com ele, ele é Britânico, mas fala português perfeitamente, e nas palavras dele isso é um investimento, investindo em alguém esse alguém vai investir em outros e esses outros em outros e o ciclo não termina.

- Até parece que você não quer ganhar dinheiro! Me poupe, nos poupe e se poupe Daniel. Uma oportunidade dessa eu faria o que fosse preciso, sendo legal ou ilegal. - Disse um colega de Daniel, tendo cada palavra influenciada misticamente por Rodolfo.

Daniel nada respondeu. Ele não se sentiu a vontade com aquela proposta, o sonho ainda imperava em sua cabeça.

Naquela manhã não teve mais espaço para aula, a conversa girava entorno do tal concurso, alguns alunos correram para rever todo conteúdo do curso, outros marcaram de virar a noite estudando em grupo. Os comentários eram sempre os mesmos: "Uma oportunidade única", "Quem não aceitar é otário", "Não importa o que o patrocinador queira, eu faço tudo por um valor desse", "Quem não quer um velho rico bancando tudo?", mas Daniel se mantinha inquieto e incomodado.

Quando saiu da "aula" tinham duas mensagens no celular dele, uma de Kamila e outra de Geovani. Daniel abriu primeiro a de Kamila, que dizia:

- Amigo, calma, me explica isso direito.

- Kam, eu nem sei por onde começar. - Daniel tornou a contar seu sonho para Kamila, dessa vez com mais detalhes, narrando os fatos por ondem, falando da conversa com Clara e do ocorrido na escola. Omitindo apenas os segredos pessoais de Lucas e Geovani.

- Dani, como eu não sou sua psicóloga posso te falar abertamente: esse sonho me parece mais uma revelação, a julgar pelo ocorrido na escola e pelas palavras utilizadas por Clara e a coordenadora. Amigo, eu nem imagino o que vem pela frente, mas pense pelo lado bom: no sonho você não sofre, nem é culpado por alguém sofrer, pelo contrário, decisões suas podem ajudar outras pessoas e isso é maravilhoso amigo, sendo uma revelação ou não. Pode ser que não passem de coincidências, mas tenta não se angustiar com isso. Talvez seu sonho tenha vindo antes dos acontecimentos justamente para você não se angustiar com o futuro e ter tempo de refletir sobre qual a melhor decisão a ser tomada. Você sabe o quanto eu acredito em sonhos. Mas independente de qualquer coisa você não precisa ficar preocupado, se forem apenas coincidências ótimo, mas se tiver algum fundo de verdade melhor ainda, amigo vai que você ganha esse dinheiro e pode ajudar muitas pessoas, pense como isso seria incrível. 50 MILHÕES! Você pode resolver o problema de fome de um país inteiro com isso.

- Amiga, eu nem pensei pelo lado do dinheiro. Isso tudo está muito estranho pra mim. Mas depois a gente se fala, preciso perturbar o Geovani um pouco e eu sei que você deve ter um paciente agora.

- Cliente. Tenho mesmo. Almocei correndo hoje, você não imagina a quantidade de pessoas sofrendo por causa desse desgoverno e eu nem posso xingar o homem. Tenha piedade com o pobre do Geovani, você quando quer perturbar é terrível. - Inocente Kamila, não sabia qual era o tipo de perturbação que Daniel queria.

Daniel não conseguia se acalmar, por mais que as palavras de Kamila fizessem sentido. Ele decidiu esquecer esse assunto por um momento e se divertir com Geovani, já sabendo o que ele queria. A mensagem de Geovani era sobre o que aconteceu na faculdade pela manhã, mas Daniel levou a conversa para outro rumo

- Fala Gi, o que você manda gostoso?

- Para de me chamar de Gi, parece apelido de mulher. Meus pais viajaram, só voltam amanhã, e a Debora vai sair com o novo namorado.

- Bom pra você. - Daniel já tinha entendido, mas preferiu deixar Geovani ser mais claro.

- Bom pra gente, pois você vai dormir aqui comigo e a gente pode estudar juntos.

- Sério? E você decidiu isso por nós dois? O que mais você decidiu pela gente?

- Você sabe bem o que decidi.

- Sei é? Não me lembro.

- Para com isso. Vamos jogar também, a noite toda, jogar e estudar.

- Ah, se for pra jogar a gente faz isso online, cada um do seu quarto.

- Online não dá pra fazer o que eu quero.

- E o que você quer?

- Você! Melhor dizendo, seu controle em minha mão... Meu controle em sua mão... Nossos controles juntos...

- Meu controle no seu cu...

- Vamos parar com essa conversa, não tem nada de cu aqui.

- Pode ser o seu controle no meu cu também, não ligo.

- Poxa Dani, você bem sabe que tenho limites.

- Tudo bem, desculpa. Te vejo a noite, pra jogar da forma que você quiser, mas não quero estudar.

- Ok, apaga a conversa.

Após aquela conversa as coisas pareciam normais na vida de Daniel. Já para Rodolfo não estava nada bem, pois Daniel estava dando indícios de que não faria tudo o que ele quer só por gratidão, então sua filha precisaria entrar em ação muito em breve. Além disso, Rodolfo não conseguia estar presente no mesmo ambiente que Daniel todas as vezes, os poderes dele eram bem limitados. A conversa entre Daniel e Kamila, por exemplo, ele não acompanhou.

Sara já estava se preparando para conquistar Daniel fazia um tempo, ela já morava no condomínio que Daniel receberia as casas, já tinha feito amizade com todos os vizinhos próximos e com os funcionários do condomínio. Ela também fazia festas quase toda semana, convidando os vizinhos, o que durante a pandemia a tornou quase uma rainha para os vizinhos sedentos por diversão. Uma vez ou outra também fazia festas para os funcionários, no mesmo patamar das outras festas. Tudo seguindo um distanciamento seguro e medindo a temperatura corporal dos convidados, a diversão da festa não era confraternizar com as pessoas, era ouvir música ao vivo, comer e beber sem limites. Eles sabiam que Daniel tinha um bom coração e que ele não se aproximaria de alguém soberbo.

A noite Daniel foi para casa de Geovani, era uma casa típica da classe média: três quartos, um banheiro, sala, cozinha e uma pequena área nos fundos, nada muito luxuoso, porém confortável. Quando chegou deu de cara com Debora, que já estava saindo.

- Fala cunhadinha. Meu namorado está aí?

- Ha ha ha... Você e suas brincadeiras, Geovani odeia isso. Todo mundo sabe que é zoação sua, mas ele morre de vergonha. Pode ir lá, ele já ligou tudo no quarto dele faz tempo. Eu vou sair e depois vou dormir na casa de Rick.

- Eu sei que ele odeia, por isso é divertido. Se ele não ligasse não teria graça. Então o nome do namorado é Rick, tenho pena dele, já levou quantos chifres até agora?

- Só dois. Você não me atingi com suas piadas, sei que você guarda segredo e não vai contar pra ele, sou vacinada contra você amore. Beijo no pau, estou de saída. Se foram trazer alguma mulher pra cá podem usar meu quarto, tem camisinha e lubrificante na primeira gaveta ao lado da cama, caso a gata não seja bem lubrificada. Não façam no mesmo quarto que é nojento e não usem o quarto de meus pais que ele percebem cada mudança quando chegam.

Daniel esperou Debora sair, entrou no quarto dela, pegou o lubrificante, tirou a roupa e bateu uma de leve, só para o pau endurecer. Quando o pau já estava bem duro ele entrou no quarto de Geovani falando:

- Hoje a noite é nossa bebê. - O susto de Giovani foi tanto que ele começou a gaguejar.

- Dan... Dan... Dan. o.. o... o... que...

- Ah Gi, pensei em fazer uma surpresa, gostou?

- Não é bem isso...

- Não se preocupe, meu controle está no grau, mas eu só vou fazer o que você quiser.

- O problema é que eu quero tudo, mas é errado...

Daniel nem deixou Geovani terminar, já se aproximou dele e foi beijando seu pescoço, tirando sua camisa, chupando seu peitoral. Se abaixou e tirou a bermuda e a cueca de Geovani.

De frente para o pau de Geovani, Daniel olhou para cima, esperando uma confirmação, mas seu amigo estava de olhos fechados, aguardando pelos próximos movimentos. Então Daniel começou a masturbar aquele membro, bem lentamente. Toda vez que a cabeça do pau ficava visível Daniel passava a língua ou dava um beijinho.

Aquilo era como uma tortura deliciosa para Geovani. Ele tentava não gemer, mas era impossível não reagir, ao mesmo tempo tentava enfiar o pau todo na boca do amigo, mas Daniel tinha o domínio completos dos movimentos.

Até que Daniel resolveu fazer um boquete completo no amigo. Começou chupando toda a cabeça e foi descendo pelo pau, passando a língua, dando beijos e chupando. Ele ficou um bom tempo fazendo esses movimentos e prestando atenção nas reações do colega de faculdade. Mas o outro só sabia gemer baixinho, respirando ofegante. Então Daniel partiu para chupar as bolas e enfim descobriu o que deixava Geovani louco de tesão. O tesão foi tanto que as pernas de Geovani tremeram e ele caiu na cama.

Daniel subiu em cima do amigo e foi beijando seu corpo, até chegar em sua boca, mas não ousaram se beijar naquele momento, não ainda. Daniel começou a esfregar os paus, masturbando os dois juntos, aquele frottage estava delicioso para ambos e eles já haviam feito muito aquilo. Mas, de repente, Geovani deu um pulo da cama, assustando o amigo.

- O que aconteceu? Você não quer? - Daniel perguntou.

- Não é isso, eu quero muito e quero tudo hoje, quero quebrar todos os limites com você, mas não quero que seja no meu quarto. Você me entende? - Geovani
falava muito baixo, quase inaudível, devido a vergonha.

- Claro. Sua irmã liberou o quarto dela pra mim, na cabeça dela eu vou usar com outra pessoa, mas posso usar com você.

- Perfeito. Aquilo já é um antro de perdição mesmo, pelo menos não vou macular meu quarto dando o cu. Traz o lubrificante e a camisinha. - Geovani falou tudo muito rápido e foi para o quarto da irmã, não dando tempo para que o amigo repreendesse seu modo de falar.

Quando Daniel chegou no quarto de Debora encontrou o amigo já de quatro na cama. Daniel não perdeu tempo, já foi lambendo o cu de Geovani e rodeando aquelas pregas com os dedos. Estava claro que Geovani nunca tinha dado antes, mas os gemidos dele indicavam que ele adoraria receber aquela pica no cu.

Depois de um tempo chupando e introduzindo os dedos com lubrificante no cu de Geovani, Daniel decidiu que era hora de introduzir seu pau. Colocou a camisinha e foi forçando aos poucos, mas Geovani estava travando um pouco, com medo de sentir dor.

- Calma, Dani, devagar, está doendo. - Geovani disse.

- Relaxa, respira fundo, a ponta da cabeça já foi engolida, agora vai ser fácil.

Quando Geovani respirou fundo Daniel introduziu todo de uma vez, fazendo o amigo gemer de dor e tesão. Pelo que parecia Geovani tinha curtido muito receber tudo de uma vez.

- Pronto. Agora relaxa que vai ser gostoso. Só vou esperar um pouco pra você se acostumar.

- Que esperar o que? Pode meter. Enfia forte, vai com força, tira tudo de vez e coloca novamente. - Geovani parecia que tinha se transformado.

Daniel não perdeu tempo, nem quis conversa, foi introduzindo tudo no amigo e tirando de vez, colocando com força novamente e metendo rápido. Quanto mais Geovani gemia mais Daniel forçava. Eles estavam loucos de prazer.

Daniel mudou o amigo de posição, colocando-o de frango assado e voltou a meter, dessa vez olhando no olho do amigo. Geovani estava adorando sentir o pau entrando, ele era adepto do gouinage, sexo sem penetração, mas sentir o pau do amigo entrar no seu cu lhe proporcionava um prazer completamente diferente, novo, ele não sabia dizer se era melhor, mas as sensações eram tão boas quanto as práticas sem penetração.

Os dois estavam prestes a gozar, quando Geovani puxou Daniel para um beijo. Enquanto se beijavam os dois gozaram, Daniel metendo e Geovani sem sequer encostar no próprio pau. Foi um beijo de agradecimento, nada ligado a amor ou paixão, isso não existia entre eles. Os dois sabiam muito bem separar diversão de relacionamento amoroso, mas naquele momento Geovani quis agradecer ao amigo por lhe proporcionar tanto prazer sem julgamento e viu no beijo uma excelente forma pra isso.

Quando o corpo começou a esfriar Geovani foi para o banho, enquanto Daniel cobria os rastros da foda. Depois de limpar tudo e trocar os lençóis de cama, Daniel foi a procura do amigo, que estava demorando muito no banho. A porta do banheiro estava aberta e Daniel resolveu entrar.
Geovani estava chorando, se sentindo sujo, cheio de dúvidas na cabeça. Daniel abraçou o amigo e disse:

- Cara, você fez o que estava afim. Seria pior se isso ficasse te corroendo por dentro, você nunca seria feliz se não experimentasse tudo.

- O problema é que eu gostei. E não quero parar. Eu sempre achei que conseguiria me livrar desse pecado antes de morrer ou antes do arrebatamento.

- Amigo, o que você sente não tem como se livrar. Não é uma escolha.

- Eu sei, mas não quero ser odiado por Deus.

- Você realmente acredita em um Deus que te odiaria por algo que você não tem controle? Amigo, não estamos falando de um ser humano com limitações de sentimentos, estamos falando de um ser que te conhece intimamente e sabe o quanto essa angústia te faz sofrer e quanto você tentou lutar contra isso.

As palavras de Daniel pareceram fazer efeito em Geovani, tanto que eles terminaram o banho e foram dormir juntos no quarto de Geovani.

Quando o relógio marcava 4:00 da madrugada Daniel levantou para ia à cozinha beber água e deu de cara com nada mais nada menos que Ricardo, seu grande amor. Ricardo não estava bêbado, mas fingiu não se aguentar sobre os pés e falar meio embolado, buscando coragem para falar o que queria sem ser julgado ou rejeitado, no máximo seria encarado como um bêbado sem noção. Assim que os olhos se cruzaram Ricardo foi correndo ao encontro de Daniel e o abraçou.

- Dani, meu amor. Volta pra mim. Eu sinto sua falta. Eu te amo tanto. Mas eu não posso dar o que você quer, meu pai morreria se eu beijasse outro homem.
_________________________________________

Esse capítulo ficou um pouco longo, pois tive mais tempo para desenvolver os diálogos.
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Comentários


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meninomaisraro Comentou em 20/11/2021

o sonho premonitório é interessante como introdução ao plano de consquistar Daniel... gosto da maneira como você adianta a história através de diálogos, fica fácil de ler... e a cena da primeira vez do Geovani é muito gostosa! votado!

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renancachorro Comentou em 29/10/2021

Esse sonho me deixou confuso, mas curti. Achei que Daniel era passivo, por causa da outra parte, mas gostei dele como ativo, meteu gostoso. E adorei as palavras dele pra Geovani depois da foda, tem muito religioso que não conhece Deus de verdade.

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passivo3020 Comentou em 03/10/2021

Nota mil ansioso pela continuação




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Ficha do conto

Foto Perfil Conto Erotico danlopes2017

Nome do conto:
Penso, logo existe - Estranhezas - Cap 1

Codigo do conto:
187153

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
02/10/2021

Quant.de Votos:
8

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