O Motorista

O Motorista
(Out/2019)


O motorista parou o carro na frente do prédio onde moro. Espiou rapidamente pelos espelhos para ver se havia alguém na rua. Eram quase quatro horas da madrugada e não havia mais ninguém ali, além de mim, sentada no banco do carona, esperando ele colocar o pau para fora.

Quando chamei pelo carro, em meu telefone, não imaginei que o pagamento daquela corrida seria assim, com a minha mão apertando aquela rola grossa, de cabecinha triangular, toda lambuzada, melecando minha mão enquanto o homem gemia alto e movia como se penetrasse meus dedos.

– Oi, moço! – Eu disse assim que ele chegou na frente da boate – Olha, eu estou sem dinheiro agora, mas se você esperar na frente de casa, eu pago para você assim que a gente chegar lá! Pode ser?

– Não sei se posso confiar em você. – Ele disse num tom sério – Se fosse uma anjinha, talvez! – E começou a rir da minha fantasia de diabinha.

Era uma festa de Halloween e eu era uma das quinze diabinhas que tinha lá na boate. Nada criativo, eu sei. Mas foi o que consegui arrumar em cima da hora. Minha amiga Patrícia me convidou, depois de tanto tempo sem a gente se ver.

– Vamos só nós duas! – Ela disse – Nada de levar os machos juntos!

E fui sozinha, sem contar para meu atual namorado e Patrícia não levou o Everton. Sim, eles ainda estavam juntos.

Lá dançamos e bebemos muito. Foi muito divertido. Gastei todo o dinheiro que tinha, esquecendo completamente de que precisava dele para voltar pra casa. Coisa que só fui perceber depois que Patrícia entrou no seu Uber e foi embora me dando tchau pela janela do carro.

Pensei em ligar para minha mãe ou para meu namorado, mas ambos iriam pegar no meu pé. Não. Eu precisava me virar sozinha. E foi assim que chamei o motorista pensando em negociar o pagamento depois.

Quando entrei no carro, logo percebi o olhar faminto do homem. Era um cara, assim, nos seus quarenta e poucos anos, um pouco calvo e uma barriguinha chamando atenção. A aliança no dedo, dizendo que era casado, parecia não ter peso algum quando viu minhas pernas com meia arrastão. Dos joelhos, seus olhos subiram pelas minhas coxas e chegaram na micro saia de corino. Toda de preto e vermelho, com chifrinhos na cabeça, asinhas de morcego nas costas e um rabinho entre minhas pernas. Já sorrindo, o homem continuou seu passeio com os olhos chegando nos meus peitos, cobertos apenas com top de biquíni vermelho.

– Mas você não vai me levar para o inferno, não é? – Ele perguntou com uma cara de safado enquanto eu terminava de colocar o cinto de segurança. Entrando na brincadeira, eu estava muito animada, respondi com outra pergunta:

– Depende. Você tem sido um bom menino?

Ele riu e disse sim, mas que andava tendo pensamentos sacanas. E fomos conversando, durante boa parte do caminho, sobre sobre pecados, luxúria, adultérios. O motorista disse que nunca havia traído a esposa, eu confessei que já havia traído meus namorados. E ele me questionou se eu não me sentia mal depois. Falei que não e ainda tentei lhe ensinar algo dizendo:

– Se é feito bem escondidinho, ninguém fica sabendo, ninguém se magoa.

E ele concordou repetindo o ditado popular: o que os olhos não vêem, o coração não sente.

Quando podia, ele desviava o olhar da direção e procurava algo no meu corpo. Achei que ele estava gostando do que estava vendo. Devia estar fantasiando algo comigo. Para ter certeza, espiei ele também, procurando algum sinal naquela calça de moletom, que indicasse seu tesão. E lá estava, o volume surgindo no meio das pernas dele.

Quando eu não estava olhando, pelo menos não diretamente, o motorista dava uma ajeitada no membro. E me deixava curiosa. Eu queria ver. Eu precisava ver! Na minha imaginação eu o arrancava da calça e me abaixava para chupá-lo! Calma Sabrina, eu dizia pra mim. Se controla mulher!

Foi estacionando o carro, na frente do prédio onde eu moro, e antes que eu pudesse pedir para ele me esperar com o dinheiro, que ele lançou uma pergunta desafiadora, que nos levou àquela situação.

– E com um completo estranho? Você já fez algo assim, pecaminoso? – A mão dele ajustava novamente a ereção dentro da calça. Ele viu que eu estava olhando para lá.

– Já! – Eu respondi. – Já aprontei assim também.

Nisso, matando minha curiosidade, o motorista enfiou a mão dentro da calça e puxou para fora seu pau, já bastante duro, e me olhando nos olhos, disse:

– Ah! Então, não é nenhuma novidade pra você…

Não deixei ele terminar a frase, desviei meu olhar para sua rola enquanto soltava meu cinto de segurança com uma mão, e com a outra o agarrei cheia de vontade.

Comecei a masturbá-lo, movendo-o com força, gostando daquilo como se fosse um brinquedo novo. Ele me tocava no rosto, afastando meu cabelo do meu rosto e cariciando minha nuca. Nos beijamos. Eu com bafo de muita cerveja e drinks e ele apenas com um gostinho de bala de menta. Sua outra mão tocou meu seio por cima do biquíni, mas eu o segurei e o fiz apertar mais e remover a peça da frente de seus dedos. Assim ele pode tocar meu seio, apertar meu mamilo com a pontinha dos dedos.

Fui movendo mais rápido. Pensando se deveria chupá-lo ou não. Tive um pouco de receio, mas o desejo era maior. Porém antes que eu me abaixasse, o homem começou a respirar mais forte, fechou os olhos e jogou a cabeça para trás, gemendo alto e senti seu gozo subindo e lambuzando toda a minha mão.

– Desculpa! Eu devia ter avisado! – Ele disse, sem jeito, ao me ver com a mão pingando em sua calça.

Ele alcançou uma toalha no porta-luvas e me deu para limpar minha mão. Eu disse, que estava tudo bem, que ele não precisava se desculpar.

– Era esse nosso objetivo, não era? – Eu perguntei rindo.

– Pensei que iríamos mais longe! – Ele provocou.

– Eu também! – Eu disse, frustrada, apontando para o pau dele, que já estava começando a brochar. – Me espera aqui, que vou lá buscar o dinheiro!

– O que é isso? Não precisa! Depois dessa punheta, considere a viagem paga! – Ele riu guardando o pau dentro da calça novamente.

O beijei mais uma vez para agradecer e sai do carro dando tchau para aquele estranho, que me chamou mais uma vez, para me avisar que meu biquíni ainda estava fora do lugar. Eu ri enquanto cobria meus seios e ele foi embora.

Já na cama, percebi que havia esquecido o tridente de plástico, da fantasia de diabinha, dentro do carro dele. Um lembrete para ele, do pecado que compartilhamos.


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Ficha do conto

Foto Perfil sabrinass1999
sabrinass1999

Nome do conto:
O Motorista

Codigo do conto:
197810

Categoria:
Heterosexual

Data da Publicação:
19/03/2022

Quant.de Votos:
3

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