Júlio
Entrei assustado no box, que tinha espaço suficiente para caber três pessoas. Não havia privada, apenas chuveiro. Mas tinham dois rapazes gatos e sarados, onde um segurava o outro pela cintura, enquanto o outro se encostava à parede. Os dois exibiam um volume tentador debaixo da cueca, o qual eu não conseguia disfarçar o olhar. Ainda encostado na parede, Regis caçoou:
- Sacana! Não para de olhar para a nossa pica, né loirinho?!
- Eu te falei que ele era tarado! – disse Zeca.
Para confirmar a minha suspeita, aumentar o meu tesão e dilacerar meus batimentos cardíacos, Zeca deu um selinho em Regis e disse, em seguida:
- Vou trancar a porta. – e se abaixou, pegando um chaveiro jogando no chão. Ele saiu do box, deixando-me sozinho com Regis.
- E aí, Júlio? Tá a fim de brincar com a gente um pouquinho?
- Ele não tem querer. – disse Zeca, entrando novamente no box e nos trancando. – Pronto. A porta está trancada e o banheiro interditado. – jogou o chaveiro no chão de novo. – Agora a gente pode se divertir um pouco.
Eu tinha várias perguntas pra fazer aos dois, no entanto a primeira foi a mais simples:
- Como vocês conseguiram essa chave?
- Peguei do meu tio. – respondeu Regis, despreocupado. – E fique tranquilo, loirinho, eu avisei a ele e ao gerente que o banheiro está com problema no cano, mas Zeca e eu iriamos consertar.
- E eles caíram nessa?
- Com certeza.
- Tá, mas e Suzana? Ela não vai desconfiar de nada? Ou não desconfia de nada?
- Nada. Quando ela e Leda se encontram, ficam horas conversando e se esquecem de nós dois. – disse Regis.
- Não dá pra acreditar...
- Mas acredite. – Regis fez uma cara de contentamento, cruzando os braços e exibindo seus peitos másculos.
- Mas agora chega de papo. – encerrou Zeca. – Vem brincar com a gente, vem... – e tirou sua sunga, pulando pra fora aquela pica grossa e gostosa que eu já havia chupado e sentido outras vezes. Com suas mãos, Zeca me ajoelhou no chão gelado do box e empurrou minha cabeça sobre seu pênis totalmente ereto. Abri a boca e o chupei com vontade. Ele empurrava com mais força minha cabeça, a ponto de eu poder sentir toda a sua vara na minha boca.
- Você tinha razão: ele é um verdadeiro veadinho! – riu Regis, que tirou sua sunga também. Virei o rosto e me assustei com o que vi: aquela pica negra, reta e grossa não entraria na boca, de tão grande que era. Mas toda a sua grandeza me fez largar Zeca e me atirar nela. Eu nunca havia chupado um cara com uma pica negra e tão grossa antes. Eu estava entre verdadeiros deuses.
- Vamos fazer melhor. – sugeriu Zeca, sentando-se no chão do box, em seguida Regis fez o mesmo, e eu sentei entre os dois. Nós três estávamos com as picas apontadas para o céu, grossas e deliciosas. Voltei a chupar o pênis de Regis, e enquanto batia uma punheta com uma das mãos para Zeca. Eu não pude ver, mas ouvi sons de beijos entre os dois. Beijos longos e violentos. Eu ficaria com uma tremenda dor na coluna, mas eu não tiraria aquela pica da minha boca e minha mão não soltaria a outra. Aquele domingo estava sendo melhor do que eu imaginava.
Senti um dedo de Zeca entrar lentamente no meu ânus e a sensação de prazer se exalou e incorporou aquele box do banheiro interditado. Eu babava naquela pica negra e saborosa, cuspia e a chupava de novo. Para me dar mais prazer, puxei a mão de Regis e o fiz bater uma punheta para mim. Eu sentia que iria gozar em pouco tempo. Mas dane-se. Eu queria mesmo era aproveitar aqueles dois gostosos ali comigo.
Larguei a pica de Regis, trouxe seu rosto para perto de mim e o beijei.
- Já tem um bom tempo que eu imaginava esse beijo. – e o beijei novamente. Seus lábios carnudos e úmidos me engoliam com feracidade, com gosto e fúria. Com o tesão incendiando cada canto do meu corpo, soltei Regis e beijei Zeca, para matar a saudade e aproveitar um pouco de cada. O namorado de Suzana, então, me fez sentar no colo dele. E enquanto eu beijava os lábios de Zeca, ele me masturbava. Faltava muito pouco para eu gozar.
Beijei os lábios de Zeca, depois vaguei minha língua até chegar em seu pescoço e depois em seu peito forte, mamando naquele mamilo, faminto por uma foda.
- Morde, seu safado! – pediu Zeca, gemendo. E eu obedeci: chupei e mordi seu mamilo, ouvi dele um gemido de prazer e voltei a beijá-lo nos lábios. Mas logo o larguei e sentei em seu colo. Eu queria me deliciar mais uma vez com a boca suculenta de Regis. O pênis duro de Zeca ficou colado em mim e ele masturbava os dois ao mesmo tempo. Em pouquíssimos minutos eu derramaria a porra toda naquele box.
- Tá a fim de dar a bundinha pra gente? – Zeca cochichou no meu ouvido. Os pelos do meu corpo se arrepiaram todos.
- Você tem camisinha aqui?
- Não, mas a gente dá um jeito. – ele sussurrou, mordendo minha orelha. Não resisti: gozei. Espalhei porra na minha cocha e na perna de Zeca. Regis não se fez de rogado: passou a língua na minha perna, sugando o esperma e me beijou. Foi um beijo nojento, mas com o tesão que eu estava, parecia delicioso. Zeca me deitou na sua cocha enquanto Regis lambia minhas pernas, até chegar na minha pica, chupando-a com vontade.
- Vocês são gostosos demais! – falei, gemendo.
Regis largou meu pau e foi para minha barriga, com sua língua afiada. Chegou até meus lábios e me beijou novamente. Mas nosso momento de prazer foi interrompido por alguém que batia descontroladamente na porta do banheiro.
- Júlio? Você tá aí?
Era Roberta. Mas Zeca e Regis não ficaram nada apreensivos. Nem se moveram. Zeca disse, acomodado:
- Diz a ela que você passou mal e teve que ficar aqui mesmo.
- Mas e vocês?
- A gente se tranca aqui de novo. Fica tranquilo. – disse Regis.
Saí do box e eles se trancaram novamente.
-Já tô indo! – gritei para Roberta.
- Tá tudo bem com você?!
- Tá! – eu já ia abrindo a porta, mas notei que me pênis ainda estava um pouco ereto. – Tive vontade de fazer o número dois. Só isso.
- Ah, tá... Tá ok...
Esperei mais um minuto e saí. Roberta notou que eu estava suado e eu inventei que estava muito quente lá dentro.
- E por que você não foi para o outro banheiro?
- Porque tentei achar o Regis, e esse banheiro tá normal. – mudando rapidamente de assunto, chamei-a para ir comigo à piscina. Roberta aceitou e nós ficamos de molho por um bom tempo na piscina, jogando conversa fora com Suzana e Leda. E Regis estava certo: demorou muito para ela sentir a falta do namorado. Quando ela perguntou por ele, Regis e Zeca surgiram e pularam na piscina, felizes. Eu não conseguia acreditar como eles poderiam ser tão cínicos.
- Onde vocês estavam? – perguntou Suzana, agarrada ao namorado.
- Ah, encontramos uns amigos nossos e fomos jogar uma bola com eles. – respondeu Regis.
- Chega de bola, né? – exigiu Suzana.
- Chega mesmo. Já a deixamos no carro, inclusive.
Ficamos na piscina por pouco tempo. A fome bateu e fomos à lanchonete e lá encontramos o pai de Roberta, um homem negro, de cabelos grisalhos e meio gordo. Despedi-me dela com um beijo no rosto e voltei a ficar na companhia dos meus primos. Eu tentava evitar o olhar de Zeca e Regis, que me lançavam um olhar safado.
Já eram quase oito da noite quando eles me deixaram em casa. Abracei a cada um deles e dei um beijo no rosto de Suzana. Entrei em casa e encontrei minha mãe jogada no sofá da sala, com um balde de pipoca e assistindo a um filme na TV a cabo. Ela me abraçou e perguntou como foi a tarde.
- Que bom que você se divertiu, filho. Porque eu estava quase enlouquecida naquele hospital... – pondo pipoca na boca. Ela me convidou para assistir ao filme com ela, mas eu preferia ir ao quarto. E antes de seguir, perguntei:
- E o Mario? Já chegou?
- Já. Mario nem bebeu muito, por mais estranho que pareça. Na verdade, ele tá meio calado desde ontem. Você sabe me dizer se houve alguma coisa com ele, filho?
“Sim. Eu descobri que ele trai a senhora com outro cara, mãe. Foi isso”, era o que a minha voz dizia. Mas não saia som algum. Eu não queria acabar com a felicidade de minha mãe. Expulsei Mario da minha mente e aceitei assistir ao filme com ela, e no intervalo ela pediu uma pizza para nós dois. Foi um domingo e tanto!
“Garoto, quero bater um papo com você pessoalmente. Quando podemos nos ver?”
“Acho que amanhã, quarta-feira. Mas onde nós iriamos? Estou com pouco dinheiro”.
“Não se preocupe com isso. Eu pago um lanche para você no shopping. Mas quero conversar com você sobre o Mario”.
“O que você quer conversar?”
“Você vai saber pessoalmente”
“Mas me diga: você é mesmo ex-marido do Mário?”
“Não. Sou ex-namorado. E então? Vamos nos ver? Amanhã, na praça de alimentação do shopping Nicolau, às cinco horas. Pode ser?”
“Pode. Mas vou levar um amigo meu”.
“Sem problema”.
Esse foi o print que recebi de Thomaz, de uma conversa que ele teve com Horácio, o ex-namorado de Mario, pelo Facebook.
Depois, a seguinte mensagem:
“E então? Vamos lá?”
Contudo, eu não o respondi. Propositalmente, Mario estava me evitando. Ele, quando me encarava, criava um motivo para sair de perto e mal direcionava uma palavra a mim. Minha mãe já estava achando tudo aquilo muito estranho. Mario não me xingava e muito menos falava comigo. A agonia já havia me atingido.
Sem mais aguentar aquela situação, aproveitei que minha mãe estava trabalhando no hospital no turno da noite e fui até o quarto deles. Bati à porta, mas ele não me atendia. Mario estava em casa, e ele não podia se fingir de morto. Bati com mais violência e gritei:
- Mario, quero falar com você! QUERO FALAR COM VOCÊ!
Mario não me respondia. Mas antes de tentar outra vez, peguei meu celular e cliquei no aplicativo gravador e dei o REC.
- Mario, quero falar com você!
- Eu estou ocupado!
- Mas eu quero falar com você! AGORA!
- EU TÔ OCUPADO!
- Tudo bem, então... Vou me encontrar com um amigo meu. Avise à mamãe, tá?
- Tá. E que amigo é esse?
- Horácio, o nome dele. – joguei a isca e ele mordeu. Mario ficou em silêncio. E finalmente ele abriu a porta. Com um olhar sério, meu padrasto perguntou:
- Quem é esse Horácio?
- Um amigo seu, na verdade.
Impaciente, Mario fingiu:
- Não conheço nenhum Horácio. Acho melhor você ficar em casa.
- “Você”? Não vai me chamar de veadinho, não? De fresco ou sei lá mais o quê?
- Garoto, eu tenho mais o que fazer. – e tentou fechar a porta, mas eu o impedi.
- Tem sim. Vai atrás do seu ex-marido, por exemplo?
Cutuquei a onça com vara curtíssima. Com violência, Mario me puxou pelo braço e disse, com bravura:
- Não fale do que você não sabe!
- Do que é que eu não sei? Eu sei que você tem um ex-marido. Ou estou errado?!
- Está... Eu não tenho ex-marido. Mas...
- Mas é seu ex-namorado, não é?
Mario respirou fundo. Trêmulo, como eu nunca o vi antes, ele admitiu:
- Eu não tenho mais nada com Horácio. Nada.
- Ótimo. Era exatamente isso que eu queria que você dissesse. – e sorri, vitorioso. Mario passava a mão no rosto, nervoso. Joguei um verde e ele caiu feito bobo. Rendendo-se e com uma lágrima escorrendo no seu rosto, ele inquiriu:
- O que você vai fazer comigo, garoto?
A minha resposta foi um sorriso. O melhor de todos os meus sorrisos. Um sorriso de raiva, de ódio, e de pura felicidade. A alegria estalava dentro de mim, entranhada.
- Você está preparado, Mario? Ou eu deveria dizer: Você está preparado, seu veadinho?