19. Os hóspedes

                                           Thomaz
       - Uau! Acho que cheguei numa hora ruim!
       A cabeça de Dio nos observava da porta. Abruptamente, nos largamos.
       - Não adianta mais, primo. Eu já vi tudo. – e entrou no quarto, com cuidado, encostando-se na porta. – E agora, o que vocês têm para me dizer? – Dio estava de braços cruzados, com um sorriso sugestivo, esperando uma resposta.
       Minha respiração se acelerou e meu corpo todo tremia, vendo Dio ali, na nossa frente, de braços cruzados. Júlio nem ousava abrir os olhos, como se meu primo fosse desaparecer da nossa frente se ele estivesse de olhos fechados. Eu olhava de Júlio para Dio e minha boca balbuciava algo que nem eu pude decifrar.
       - Vão me responder?
       - Primo, não é nada disso...
       - “Não é nada disso que eu tô pensando”? É isso que você ia me dizer? – ele inquiriu, com desdém. – Caras, vocês são muito burros! Muito ingênuos! Vocês dois querem ficar se agarrando aqui no quarto do Al? Aqui qualquer um pode entrar e flagrar vocês, como eu, agora. – Dio se aproximou de nós dois e nos confidenciou, quase em sussurro: - Tem dois quartos de hóspedes ao lado e um deles tá vazio. Álvaro não falou pra vocês, né?
       - Han?
       As minhas orelhas deveriam estar sujas ou meu primo realmente não deu importância alguma em me flagrar beijando meu melhor amigo. Dio agia como se aquilo fosse tão natural quanto assaltar a geladeira de madrugada. Júlio, no entanto, estava tão alarmado quanto eu.
      - “Han” o quê? Eu sei que escondido é mais gostoso, mas lá no último corredor tem um quarto e pelo que o Al me contou, quase ninguém entra, vocês ficariam mais à vontade. E vocês nem viram que tem uma chave aqui na porta.
      Havia mesmo uma pequena chave na fechadura da porta do quarto. Nós poderíamos tê-la trancado. Fomos dois patetas. O silêncio pairou no ar. Eu não sabia o que dizer. O nervosismo me abraçou por inteiro. Para quebrar a mudez, meu primo perguntou:
      - Por que vocês estão com essa cara de quem viu uma assombração?
      - Primo, isso que você viu... Você não vai contar a ninguém, né?
      - Claro que não. – respondeu, como se tivesse ouvido uma abobrinha. – Quero dizer, eu comentaria se as pessoas soubessem, mas pelo visto...
      - Ninguém sabe. Ninguém. – esclareci, ainda trêmulo.
      - Cara, você tá numa tremedeira só. – Dio pegou na minha mão. – Vocês dois... Ei, esperem aí! Vocês estavam pensando o quê? Que eu iria descer e contar pra todo mundo? Estavam com medo?
      - Estávamos, não. Estamos ... – Júlio respondeu.
      - Não sei o que faria outra pessoa, mas eu não vou fazer nada. Só vou alertá-los para tomarem cuidado: qualquer um pode entrar aqui. A casa tá cheia.
      - Por favor, meu primo, não conte a ninguém. Por favor! – eu implorava, aflito.
      - Não vou contar, não sou desmiolado, nem dedo-duro. – asseverou, ofendido. – E menos ainda sou preconceituoso, um grande amigo meu é gay, e um bem atirado. Aliás, tenho vários amigos gays. Mas tem um pequeno problema: – e pegou a mochila com as bebidas. – Roberta estava atrás de vocês.
      - E Lígia? – perguntei, preocupado.
      - Ela estava conversando com um amigo de vocês. Dino, eu acho.
      - Dino, aqui? Nem sabia que ele conhecia seu amigo. – comentei, surpreendendo-me com a coincidência. Desde o meu aniversário que eu não encontrava com Dino, meu amigo e colega de classe.
      - Nem eu. Eu ia zoar com você, dizendo para tomar cuidado com o tal Dino, lá com a sua namorada. Mas acho que você não liga pra isso, não é? – ele ria da nossa cara. Bufei uma risada, sem me conter. – Bom, eu vou descer, mas antes... – Dio abria um sorriso amigável e cobrou: - Só saio daqui depois de eu ver um beijo de vocês dois.
      Júlio e eu nos entreolhamos, mas não dissemos nada. Dio cobrou:
      - Vamos lá, só um beijinho.
      - Você tá falando sério? – perguntei.
      - Tô. Não precisam ter vergonha de mim.
      Levantei as sobrancelhas para Júlio, querendo saber se ele aprovava o beijo e confirmou dando de ombros. Querendo rir, peguei Júlio pela cintura, depois toquei em seu rosto e o sorriso foi se transformando em beijo. Fechamos nossos olhos, ainda sentindo a presença de meu primo ali, mas eu já estava confortável nos braços e nos lábios de meu amigo e não me importei. Foi a primeira vez que nos beijamos na frente de outra pessoa e senti uma paz invadir o meu coração. Prensei-o ainda mais na parede e nosso beijo ferveu, com a nossas línguas se reencontrando e nossos corpos grudados. Era como se estivéssemos sozinhos. Espertamo-nos com o comentário inesperado de Dionizio:
      - Vocês dois são tão bonito juntos. – ele enalteceu, abobalhado.
      - Somos, é? – eu perguntei, sem levar a sério.
      - São, e não tô brincando. Vocês se olham diferentes, como se estivessem apaixonados.
      Olhei-o pasmo. Por essa eu não esperava.
      - Fico triste se vocês não estão apaixonados. – lamentou. –       Enfim, eu vou descer. E não demorem. – e, carregando a mochila pesada, saiu, batendo a porta. Nós nos afastamos e Júlio bagunçava os cabelos loiros, apreensivo. Com as mãos no rosto, preocupado, ele perguntou:
      - Você acreditou no que ele disse?
      - Acreditei. Dio e eu somos unidos desde a infância, ele não vai contar a ninguém. – assegurei, pegando-o pela cintura. Mas Júlio se desvencilhou.
      - Não tô falando disso.
      - Tá falando do quê, então?
      - Ele disse que a gente se olha como se a gente tivesse apaixonado. – explicou, como se fosse algo extremamente grave.
      - E daí? A gente não tá... Apaixonado. Tá? – eu mesmo estava confuso. Não, não estava. Não havia paixão ali. Não mesmo. – Não, não estamos apaixonados. Nós somos amigos. Não é?
      - É, não estamos... Mas... – meio relutante, Júlio perguntou: - E se a gente, por acaso, se apaixonar? O que aconteceria? A gente tá ferrado, né?
      - Acho que sim...
      - Você tem namorada, Thomaz. Nós somos amigos e somos homens. Isso não daria certo. Não é?
      Júlio colocava um obstáculo após o outro, porém pra mim eles eram apenas detalhes. Eu não deveria pensar dessa forma... Não deveria. Em hipótese alguma me apaixonar pelo meu melhor amigo seria uma boa ideia. Éramos apenas dois amigos que ficavam, que trocavam beijos, que transavam, apenas isso... Apenas isso...
      - Você tem razão. Nós somos amigos, seria estranho.
      - E você é apaixonado pela Lígia. – reiterou. Aí, contudo, eu não sei se ele estava totalmente certo.
      - Não sei dizer se eu ainda sou apaixonado pela Lígia. – nós nos afastamos e nos sentamos na cama, um de frente ao outro.
      - Como assim? Você não é mais apaixonado pela Lígia?!
      - Eu gosto dela, e muito. Mas paixão... Não estou mais apaixonado como no começo do namoro. Eu tenho vontade de ficar com outras garotas e até com outros caras, acho que já te falei isso. E, pra ser bem sincero, – eu tinha que ser franco com Júlio – eu já percebi que sinto muito mais prazer quando eu beijo você.
Júlio ficou deveras desconcertado. Suas bochechas pareciam um tomate bem avermelhado. Segurou a risada, ficou mais perto de mim e me roubou um selinho, em seguida, me deu um beijo mais longo e acrescentou:
      - Sem contar que as pessoas iriam achar muito estranho de nos ver juntos. Já pensou? O que nossos pais iriam pensar?
      - Ah, ai eu aperto o “Foda-se!”. – e parei no meio da frase. Tive a um súbito receio de que poderia haver alguém do lado de fora. – Espera. – Fui até a porta, abri-a, mas não havia ninguém. Sentei-me novamente e ao lado de Júlio e continuei. - Não me importo, de verdade, com que as pessoas vão pensar. Se eu me importar com tudo que a sociedade pensa de mim ou dela mesma, eu me ferro.
      - Eu sei, você me beijou no seu aniversário na frente de todos os nossos amigos e seus primos, na brincadeira. – relembrou.
      - Não foram todos os amigos, mas sim, pra você ver que eu não me importo.
      - Thomaz... Se a gente começasse a gostar realmente um do outro... Será...
      - Não sei... Mas iria ser... Interessante...
      Meu amigo balançou a cabeça afirmativamente e ficou olhando para o teto, pensativo. O que ele pensava eu não sei, mas eu refletia sobre o que eu acabava de dizer. Cerca de um mês atrás me apaixonar por um garoto era incabível para mim, e agora eu já não encarava isso como algo indizível. Talvez até bem provável, pois a minha relação com Júlio não era mais tão fria e racional como no início, ao menos de minha parte.
      Esses meus devaneios tinham que ir embora com toda a tenacidade possível, e a melhor maneira para que isso acontecesse era óbvia: beijando-o. Deitei-o na cama macia e odorífera de Al, encostando a cabeça dele no travesseiro e ficamos mais relaxados para continuar o beijo. Fiquei ao lado de Júlio e encostei meus lábios no dele, acariciando-os com leveza e o cobrindo com todo o meu carinho que eu sentia por ele. Mordi seus lábios propositalmente, puxando-o devagarzinho e o beijando de novo. Ele riu e disse:
      - Você é bem safado.
      - Você não sabe o quanto. – sibilei no ouvido de Júlio. Beijando-o os lábios, fui levantando sua camisa sem pressa, até tirá-la por completo e a deixei ao nosso lado. Cheirei seu pescoço e depois seu rosto. Meu loirinho estava muito perfumado e nisso ele me ganhava ainda mais. Senti seu perfume na sua barriga lisa e sarada, beijando-a com calma. Os cabelos do corpo dele todos se arrepiaram e ele se moveu, com os olhos fechados. Já estava excitado. Quando fiz menção de baixar suas calças, a porta se abriu com violência e Diozinio gritou:
      -PORRA! TIVE A IMPRESSÃO DE VER ALGUÉM AQUI ATRÁS DA PORTA!!! DESÇAM LOGO!

       Quando nós descemos, Roberta correu até Júlio e o abraçou, quase o estrangulando, dizendo que estava com saudades. Ela ficou menos de trinta minutos sem vê-lo e agiu como se ele tivesse feito uma viagem para um país distante. Até mim, foram Lígia e Dino. Eu não lembrava como meu amigo era bonito de corpo, um moreno alto, bonito e sensual. Ele me cumprimentou com um aperto de mão e um abraço; apenas de sunga, tive que me segurar para não elogiá-lo. Atrás dele, surgiu nosso amigo Rômulo, apenas de short, com banhas pulando para cima e para baixo como duas geleias. Sem convites, me forçou a tirar a camisa para pular na piscina junto com ele, e sem alternativa, tirei e deixei minha roupa com meu celular em uma cadeira de praia, próxima a uns amigos de Al. Joguei-me na piscina junto com Rômulo e encontrei Ingrid de molho, encostada num canto da piscina, com a mesma cara azeda de sempre.
       - Por que essa cara, prima?
       - Porque é só essa a cara que eu tenho. – respondeu, rispidamente.
       - Eu sei o que falta pra você. – disse Rômulo. E Dino, que pulara na piscina naquele mesmo instante, gritou, junto com ele: - SEXO!
       -Você é quem pensa. – ela retorquiu e todos o zoaram com a resposta que levou.
       Lígia tirou sua roupa e ficou apenas de biquíni; pulou na piscina, foi até mim e me beijou. Ao sentir o beijo dela, lembrei-me do beijo que recebia havia poucos minutos de Júlio. Foi a primeira vez que nossos lábios se cruzaram e não senti o nosso gosto e o nosso peculiar prazer. Notando meu estranhamento, Lígia me perguntou:
       - O que tá havendo? Você nem tá me beijando direito.
       - Eita, vamos ter D.R agora. – observou Rômulo, com uma careta de preocupação e se afastando da gente.
       - Tenham a D.R de vocês. Eu vou comer alguma coisa. – disse Ingrid, entediada.
       - Eu também. Qualquer coisa, fomos pegar um churrasco. – avisou Dino, saindo da piscina junto com os dois, mas antes que eles se distanciassem, pedi: - Chamem o Gésio pra mim, depois? – Dino assentiu. Eu me esquecera de mencionar que uma moça negra e gata, a Tali, pediu que eu enviasse um vídeo na noite em que ele tocou no bar para ela.
       Três pessoas mais velhas pularam, mas ficaram distante de nós dois. Lígia prosseguiu com seu questionamento.
       - Você tá estranho, Thomaz. E não é de hoje. – ela teimou.
       - Não é de hoje que você me pergunta isso. E eu já falei que tá tudo bem comigo. Fique tranquila. – assegurei, tentando beijá-la, mas Lígia se esquivou.
         - Vou perguntar mais uma vez, Thomaz: você tá me traindo?
       - Vou te responder mais uma vez: não, não tô te traindo. – respondi, obtuso.
       - Ás vezes eu acho que você tá mentindo pra mim.
       - Pare com isso. – eu já estava impaciente. Será que eu não podia nem mentir em paz? - Eu nunca trairia você, assim como você nunca me trairia. Não é?
       - Claro. – respondeu, com um sorrisinho falso. Com a tentativa de eliminar aquele clima chato, abracei-a e a beijei. Dessa vez, Lígia retribuiu meu beijo, mas nos soltamos quando ouvi uma voz feminina gritando meu nome.
       - Thooomaz! – a alegre voz feminina não me era estranha. Olhamos para ver quem era e logo a reconheci. A pessoa deveria sofrer de amnesia caso não se lembrasse de uma garota como Noely, a ruiva baixinha que dançou forró comigo na noite em que Gésio se apresentou no Bar da Noite. Lígia parecia estar invisível, pois Noely foi até mim e me abraçou afetuosamente, sem falar com ela. Minha namorada me mirava exasperada.
       - Oi, tudo bem? – Lígia se apresentou, já que ninguém o fez. – Eu sou namorada dele, Lígia.
       Noely, com a mesma empolgação, a abraçou e a beijou no rosto. O gordo e o magro, ou seja, o amigo do namorado e o namorado, respectivamente, apareceram e foram apresentados a nós. O garoto que tinha a sorte de ter uma namorada como aquela se chamava Otávio e o amigo tinha o nome de Nilton.
       - É, ele é o Nilton e ele o Otávio. – apresentou-nos, com indiferença. Mas os dois logo nos deixaram sozinhos para irem atrás de comida e bebida.
       - De onde vocês se conhecem? – Lígia perguntou, com pose autoritária.
       - Ah, ele não te falou? Nos conhecemos ontem à noite, no Bar da Noite. Seu namorado dança muito bem, viu? E eu sou estudante de dança, quase formada, sei o que tô falando.
       - É, eu sei que Thomaz dança bem. – ela concordou, fingindo não estar irritada e me lançou um olhar fulminante.
       - Quando você vai lá de novo, Thomaz? – Noely me perguntou, meigamente.
       - Ah, assim que Gésio me convidar. O músico que tava lá ontem era ele, meu primo.
       - Verdade? Por isso que você o filmava tanto. Falando nisso, eu acho que o vi por aqui agora há pouco. E com o violão dele junto.
       - Ele veio sim. Têm muitos amigos meus aqui.
       - Que legal. Depois você os apresenta a mim!
       Lígia amarrou a cara, emitiu um quase inaudível “Com licença” e se retirou da piscina. Outras pessoas entraram, inclusive Dio, Caio (com o óculos molhado), Al e outras garotas. Elas eram lindas e atraentes, porém meu primo chamava mais atenção, principalmente com aquela tatuagem de fogo azul no ombro. Caio também tinha um corpo bonito, esbelto, mas ele era tão fechado que se tornava quase desinteressante. Noely se aproximou de mim, com a voz mais forte, já que algum surdo aumentou o volume do som, e disse:
       - Acho que sua namorada não gostou muito de mim.
       - Também achei.
       - Mas ela deu bandeira de largar um carinha tão bonito e gente fina como você por aqui. – e piscou para mim. Ri, encabulado.
       - Você que é bonita.
       - Obrigada. Afinal, quem você conhece aqui?
       - Meu primo – e apontei para Dio – chegou hoje do Rio para passar uns dias conosco e logo organizaram um churrasco pra ele.
       - Seu primo tem uma moral, hein! O Al é ex da minha irmã. Eles se odeiam, mas eu ele nos amamos. - e riu, graciosamente. Estava difícil tirar os olhos dos lábios finos dela. – Ei, que tal se a gente dançar esse forró?
       Foi como um estalo. Tocava um forró do tal Wesley Safadão. As músicas desse cara tocavam o tempo todo, eu não aguentava mais, porém, não tive como recusar o convite de Noely para dançar. Saímos da piscina e fomos para uma área mais seca e começamos a dança. Forró não era um dos meus estilos musicais favoritos para dançar, mas com Noely eu seguia bem os passos e o ritmo, e um pouco mais frenético como exigia a canção. Nossa dança improvisada serviu para que outros pares se unissem a gente, um deles foi meu primo com uma morena muito gata e o outro, Lígia e Dino. Foi um alívio ver minha namorada mais alegre.
       Noely e eu dançamos pelo menos mais umas três músicas, mas meus pés já cansavam e a fome batera com violência. Pedi para que parássemos e fomos até o churrasqueiro e nos servimos com uma picanha bem passada com feijoada. Lígia e Dino se retiraram e entraram na casa. Enquanto comíamos, numa mesa próxima à piscina, Gésio, todo sorridente, veio até mim e perguntou o que eu queria. Expliquei sobre a Tali, que me pediu para que enviasse um vídeo para ela e meu primo ficou entusiasmado e cheio de esperanças. E como se não bastasse a coincidência de encontrar minha parceira de dança ali, vi Dio abraçando calorosamente Tali.
       - É ela! Ela que me pediu teus vídeos! – e apontei para Tali. Nasceu um sorriso nos lábios de meu primo. Deixei a comida na mesa e Géio e eu fomos até ela. Tali nos reconheceu imediatamente.
       - Eu vi seu vídeo e te respondi! – ela informou, abraçando-me. E ao abraçar Gésio, ela adiantou: - Acho que você não leu o e-mail, então vou falar logo: quero que você toque no aniversário da minha irmã, que será semana que vem, na sexta. Pode ser?
       - Na hora! – meu primo concordou, eufórico. Era por isso mesmo que ele esperava, por mais um convite para tocar. Tali nos contou que soube que lá tinha uma apresentação ao vivo toda semana e foi justamente na noite em que meu primo tocou.
       - Vocês se conhecem de onde? – Dio interrompeu nossa conversa e explicamos a ele. – Caraca, Luz Dos Olhos parece grande, mas não é nada. Vocês acabaram conhecendo minha namorada de infância. Tivemos que concordar com ele, porque jamais pensei que ela o conhecesse e que tivesse estudado meu primo e muito menos que eles tivessem sido namorados quando crianças. E eu não me lembrava dela, isso mostra que minha memória não era das melhores. Dio, Ester e eu crescemos juntos, mas eu não me recordava dela.
       Tali disse que nos enviaria o endereço e mais detalhes do aniversário por e-mail e pediu que Gésio pegasse o número de telefone com Dio e voltamos à mesa. Ester e Nara também almoçavam ao lado de Noely e nós terminamos o almoço.
       - Tô tão feliz de tá reencontrando todo mundo! Só me falta encontrar os outros milhões de parentes. Tio Ivo, então, ele é uma figura. Gésio puxou pra ele. – disse Ester, sorrindo de orelha a orelha.
       - Eu tô feliz de estar aqui. Amei a família de vocês! – engradeceu Nara.
       - Todos aqui são bem divertidos. – comentou Noely. – Mas agora vou atrás do Otávio e do Nilton, pra ver se eles ainda não querem ir embora. Já, já nos encontramos de novo. - beijou-me no rosto e saiu.
       Júlio e Roberta, de mãos dadas, o que me causou uma pontada insignificante de ciúme, chegaram até nós.
       - Thomaz, nós precisamos ir. – disse Roberta, em tom de desculpa.
       - Por que? – perguntou minha prima.
       - Minha mamãe ligou desesperada para mim, aos prantos, querendo que eu volte pra casa. – explicou Júlio. – Vou ter que ir. Vou ligar para um taxista vir...
       - Não vai precisar. Nós te levamos lá, Nara e eu. Vamos? – convidou Ester, prestativa e animada e Nara consentiu, com a mesma animação. Júlio e Roberta aceitaram e fomos até Dio, que conversava alegremente com Tali e Al na piscina, para pedir a chave do carro. Minha prima retirou o chaveiro do bolso do short dele, que estava na mesa onde estávamos almoçando. Vesti meu short e minha camisa e voltamos até onde Dio estava para nos despedir.
       - Aproveitem e levem Caio com vocês. – pediu Dio. – Antes que meta a porrada nesse veadinho.
- Você sabia que isso iria acontecer, mano. – ressaltou Ester. Dio esperou que os outros fossem na frente e me chamou para perto dele. Abaixei-me para saber o que ele queria.
       - Thomaz, eu sei que você deve tá um pouco incomodado com o Caio...
       - Um pouco? – fiz a pergunta calmamente.
       - É, o carinha é meio calado... – concordou Al e mergulhando n´água em seguida.
       - Ele é muito calado! – realcei. – Às vezes acho que ele veio pra cá por obrigação.
- Mais ou menos, primo. Eu meio que o obriguei a vir. – admitiu Dio.
       - Por que isso, Dio? – Tali questionou.
       - Os meus tios, pais dele, estão se separando e brigam o tempo todo, e na maioria das vezes descontam tudo no pobre do Caio.
       - Tadinho... – sensibilizou-se Tali.
       - Porra, que barra pro moleque... – disse Al, meio avoado.
       - Pois é, até para comemorar o Natal e o réveillon os dois estão encrencando. O ruim é que o Caio tem rebatido, dado respostas atrevidas aos meus tios e quem leva a surra é meu primo. Então pedi pra que ele viajasse comigo, já que além de primos, nós somos muito amigos, muito mesmo. E depois de todas essas discussões, o caio ficou muito frio e agressivo, até comigo, às vezes. Por isso ele é tão calado.
       - Dá pra entender o lado dele... – falou Tali.
       - Dá sim, mas essa cara de bunda desse fresco tá me irritando. Ele mal sorri! Entrou na água e saiu rapidinho! Temo não me segurar e meter a porrada nele também.
       - Violência não leva a nadam, irmão. – repreendeu Al.
       - Eu sei... Primo, - Dio se virou para mim – você é um cara tão paciente, divertido... Tenta fazer com que o Caio se anime um pouco...
       - Mas como eu faço esse milagre? Ligando ele na tomada?
       - Não. Você vai saber...
       - THOMAZ, VEM LOGO! – gritou Ester e eu corri.
       Caio estava na sala da casa de Al, teclando no celular, já vestido, seco e arrumado. Seu olhar nos penetrou furtivamente e voltou a dar devida atenção ao celular. Ao lado dele, também usando celular, estavam Lígia e Dino, e da ponta de outro sofá estava Ingrid, que ouvia música no celular através do fone de ouvido.
       - Amor, o Dino tá me passando umas músicas... – Lígia me contou, feliz.
       - Que ótimo. Ah, eu vou dar uma saída agora, vamos deixar o Júlio e a Roberta em casa, mas não demoramos. – comuniquei. Roberta e Lígia abraçaram-se e se despediram.
       - Vamos dar uma volta, Caio! – chamou Ester, meio seca.
       - Para onde? – Caio perguntou, em tom enfadonho.
       - Levar os amigos do Thomaz em casa. Vamos!
       De má vontade, Caio se levantou e nos acompanhou. Ele estava conseguindo me aborrecer e se mais uma vez eu o visse de cara feia, eu não responderia por mim. No carro, Ester e Nara brigavam porque cada uma queria sintonizar uma rádio diferente e quem decidiu o que iriamos ouvir foi Roberta, que não optou por nenhuma das duas emissoras. Ao deixarmos Júlio em casa, pedi que ele me informasse o que houve com sua mãe assim que pudesse e logo depois seguimos para a residência de Roberta. Na volta, Nara perguntou à Ester:
       - Amiga, você tá sabendo que a Cacau já decidiu como vai a ser a festa dela de vinte e dois anos?
       - Não, não. – respondeu, de olho no sinal. Caio permanecia com aquela cara de quem comeu e detestou, para a minha irritação.
       - Vai ser uma festa à fantasia!! – e bateu palmas, fascinada. Minha prima agiu da mesma forma, como uma criança que ganhara um monte de pirulitos.
       - Ah! Caramba!! Adorei! Só não sei com qual fantasia eu vou.
       - Eu já até encomendei a minha para a costureira da mamãe. Adivinha do que eu vou me fantasiar! – fazendo ar de suspense. Caio cruzou os braços, bocejando.
       - Não faço ideia!
       - Vou fantasiada de Pokémon! – e deu gritinhos engraçados. Uma japonesa que iria se fantasiar de Pokémon. Não resisti e perguntei:
       - Qual vai ser o Pokémon? – e senti o olhar súbito de Caio sobre mim.
       - De Pikachu! – Nara respondeu ainda mais eufórica.
       - Eu me fantasiaria de Squirtle... – eu opinei. E por mais estranho que parecesse, Caio puxou meu braço e me perguntou, assustado e ao mesmo tempo encantado:
       - Você disse “Squirtle”? – com os tremendos óculos engrandecendo seu rosto.
       - Sim... É uma tartaruga Pokémon...
       - Eu sei! Eu sei! Você curte Pokémon também? Não acredito, cara! Que fantástico! – os olhos de Caio brilhavam. Finalmente, eu toquei num assunto que o fez abrir a boca não somente pela fala, mas por um sorriso.
       - É mesmo, você curte Pokémon... – lembrou Ester. E durante todo o caminho até chegarmos na casa de Al, Caio e eu tínhamos um bate-papo bem descontraído sobre Pokémon e outros desenhos antigos. Pokémon era um dos poucos desenhos japoneses que eu gostava e foi o que ocasionou assunto entre ele e eu. O primo dos meus primos falava comigo como se já me conhecesse havia tempos. Tive vontade de reclamar porque só então ele se deu a liberdade para se entrosar, mas achei melhor deixar pra outra hora.
       Ester decidiu se precaver e fomos ao posto de gasolina para abastecer o carro do meu pai e depois passamos rapidamente na casa de uma amiga dela, somente para se abraçarem e gritarem no ouvido uma da outra um “Amiiiiigaaa!”. Quando chegamos na casa de Al já não tinha tanta gente. A maioria estava no espaço externo, nas cadeiras de praias ou na piscina. Os pais de Al, seu Carlos e dona Flora, estavam em uma dessas cadeiras curtindo o som: Gésio tocava no violão uma música bem antiga:
       “Tem que saber que eu quero correr mundo
       Correr perigo
       Eu quero é ir-me embora
       Eu quero dar o fora”

       Para a minha surpresa, Ingrid, na plateia dentro da piscina, também acompanhava a canção, junto com Al, Dino, Lígia, Noely, Rômulo, e mais dois amigos e duas amigas de Al, que eu não conhecia.
       - Cara, chame lá o Dio e a Tali. Eles estão no quarto de hóspedes, lá em cima também. – pediu-me Al.
       - Eu vou contigo. – convidou-se Caio.
       - Espera, Thomaz! – gritou Lígia. Ela se levantou, acompanhada de Dino, e me disse que seu pai a esperava lá fora e daria uma carona ao nosso amigo.
       - A gente se fala amanhã, tá gatinho? – ela me deu intenso beijo e depois fui abraçado por Dino.
       - A gente se vê, cara! – despediu-se com uma afetuoso abraço. Nesse instante, senti como se tivesse alguém me observando. Era Ingrid, que desviou o olhar na mesma hora.
       Caio e eu subimos as escadas. Não parecia de forma alguma o Caio que conheci de manhã, que mal cumprimentava as pessoas e um sorriso na boca dele era um caso raríssimo. O primo dos meus primos não pausava a língua.
       - Cara, o Dio sozinho com a Tali? Eu tenho certeza que boa coisa eles não estão fazendo. Na verdade, a coisa deve ser muito boa porque...
       - PSIU! Faz silêncio. – ordenei, com severidade. O corredor dos quartos estava quase silencioso, exceto por um barulho estranho que vinha do quarto de hóspedes. Al me disse que Dio e Tali estavam no quarto de hóspedes, mas soava algo esquisito do tal quarto. A minha e a curiosidade de Caio estavam apitando. Fui na frente dele e me aproximei da porta. Ela estava entreaberta, dava para ver razoavelmente o que havia do lado de dentro. Cautelosamente, olhei pela brecha da porta. O pouco que eu pude ver foi o suficiente: Dio estava sentado na ponta da cama, aparentemente nu, olhando para o teto com uma admiração diferente. Me posicionei melhor e pude enxergar algo além. Tali estava agachada, de joelhos, de quatro, chupando o pica de meu primo com toda a vontade.
       Sorri para Caio e o deixei que visse, mas pedindo silêncio com um gesto. Ele abriu a boca, alarmado, mas não emitiu som algum. Descemos a escada com a máxima cautela. Quando encontramos com Al, que já estava fora da piscina, ele perguntou pelo amigo.
       - Olha, cara... Ele e a Tali estão um pouco ocupados. – eu falei, sem graça. – Se é que você me entende.
       - Ih, imaginei. – com uma risada sacana. - Bom, então nem esquente. Que daqui ele não vai sair tão cedo!
       - Como assim?
       - Ester! Fiquem à vontade, a casa de vocês. Mas o Dio tá com a Tali lá em cima e não vão sair daqui hoje. – ele anunciou pra quem quisesse ouvir. Teve quem assoviou, riu e aplaudiu. Teria sido melhor eu mesmo noticiado a todos que meu primo estava tendo momentos íntimos no quarto de hóspedes, que daria no mesmo.
Meu primo Gésio agora tocava um sertanejo, quando Noely se levantou e foi até mim, toda molhada, com seus cabelos vermelhos grudados na costa e seus seios me tirando a atenção.

       “Tá a fim de um romance, compra um livro
       Se quer felicidade vem me ver de novo”

       Tive que baixar um pouco a cabeça, pois ela não era tão alta. Meigamente, pegou em meu ombro e disse:
       - Duas coisas pra te falar: já tenho que ir, por isso não vamos dançar essa música.
       - Poxa, que pena – lastimei.

       “Tá a fim de um romance, compra um livro
       Se quer felicidade vem me ver novo”

       Noely pegou suas roupas, vestiu um short, pegou na minha mão, deu “tchau” a quem ficou, mandou beijos para os pais de Al e me fez acompanhá-la até a porta. Em frente a casa havia um táxi que esperava por ela.
       - Outra coisa: Nilson e Otávio já foram tem tempo e Otávio e eu não estamos mais namorando, me esqueci de te falar quando apresentei vocês.
       - Então por que ele veio pra cá?
       - Porque ele pensava que ainda tinha alguma chance comigo.
       - Ah tá.
       - Mas eu já avisei a ele que tô de olho em outra pessoa. – ela disse, com a mão acariciando meu rosto. Saquei o que ela queria dizer e arrisquei:
       - Nem vou perguntar quem é. – peguei na cintura dela e a beijei. Não foi um beijo simples, fui um em que nossas línguas se atreveram a um encontro imediato e safado. Como se soubéssemos que demoraríamos a nos ver, aproveitamos aquela troca de sabores, enquanto eu passava a mão nos cabelos ruivos dela. O beijo só não foi melhor porque por um instante me veio a lembrança de Júlio, mas ela desapareceu logo que Noely tocou na minha bunda.
O motorista do táxi buzinou e ela me largou.
       - Mais tarde eu te mando uma mensagem. Pode ser?
       - Pode. Mas você tem meu número?
       - Peguei com o seu primo antes de ele subir com a Tali.
       - Ah tá. Você é muito esperta.
       - E você um beijoqueiro. – ela me deu um selinho e entrou no carro.
       Voltei à área externa casa ainda com o beijo de Noely na cabeça. Achei-a gata, linda, desde o momento que a vi e naquela tarde a atração aumentou, o beijo foi delicioso, mas meus pensamentos ainda se encontravam em Júlio. E isso era esquisito demais até para mim. Até que esses pensamentos foram embora quando Ingrid me puxou. Pensei que ela também iria beijar.
       - Tenho um alerta: cuidado com quem diz que é seu amigo. – preveniu, apavorada.
       - Vamos, cambada! – chamou Ester e não pude ouvir o que Ingrid tinha a dizer. Al ficaria na casa com seus pais e outros amigos, porém nós já voltaríamos para casa. Já passava das oito na noite. Incrível como o tempo passou rápido e eu estava faminto mais uma vez.
       O banco de trás parecia uma latinha de sardinha de tão apertada. Ester e Nara foram no banco da frente, já Caio, Rômulo, Ingrid, Gésio e eu lutávamos por conforto no banco traseiro, com o violão no porta-malas. Gésio pediu que colocassem um reggae pra tocar no som, e a primeira da lista foi uma preferida dele, do Natiruts:
       “Quando a esperança de uma noite de amor
       Lhe trouxer vontade para viver mais
       E a promessa que a chance terminou
       É bobagem é melhor deixar pra trás”

       Como quase todo domingo, meus pais compraram uma pizza para jantarmos, mas já que meus primos estavam em casa abrimos uma exceção para o lanche na sábado. Eles não se surpreenderam quando souberam que Dio iria passar a noite na casa de Al, ao lado de uma “namoradinha” da infância, embora eles quisessem passar mais tempo com o sobrinho. Também comemoram quando viram um falante Caio entrando na casa, risonho e divertido. Parecia outra pessoa.
       - Tia, posso escolher a pizza? Pode ser de dois sabores? Eu adoro quatro queijos com bacon. Não sei se vocês gostam... Vocês gostam? Eu acho uma delícia. Vocês deveriam provar!... Que foi? – ele se espantou quando se deparou com todos os nossos olhares sobre ele.
       - Quem é você? É o Caio mesmo? – perguntou minha mãe.
       - Sou eu sim, tia Neuza. – respondeu para mamãe. E tivemos um dos lanches mais álacres dos últimos meses, mas o cansaço nos pegou bem cedo e cada um foi para o seu quarto: Ester e Nara foram para o quarto de hóspedes, meus pais para o deles e Caio e eu para o meu. Mamãe foi prestativa e deixou logo um colchão e travesseiro no meu quarto, para o morador temporário. O primo de meus primos pegou sua toalha que estava na varanda do nosso apartamento e foi tomar banho. Respirei fundo quando ele entrou: com a toalha na cintura, cabelo molhado e bagunçado, o corpo magro e esbelto, com alguns exíguos músculos. Não era tão sexy quanto Júlio, mas me faz imaginar besteiras.
       - Seus pais vão sair com uns amigos. – ele disse, descontraidamente logo que entrou no quarto. Peguei a minha toalha e fui ao banheiro também, quando saí, encontrei com minha mãe, que estava linda, numa calça comprida e uma camisa amarela.
       - Fomos chamados de última hora para um barzinho, filho. – contou-me. – Seu pai já tá arrumado e eu estou quase.
       - Aproveitem, então. Acho que vamos ver um filme e vamos dormir.
       - Tudo bem. – ela me beijou no rosto e adiantou uma despedida.
No meu quarto, Caio já estava deitado no colchão, lendo um mangá, com seus óculos caídos, e se alegrou quando me viu.
       - Cara, vamos assistir um filme? – perguntou, largando a revistinha. – Ah, espere. Preciso sair pra você se trocar?
       - Não... Só se você quiser... – respondi, com a sensação estranha de que ele não tirava os olhos de mim. Desconfortável, peguei uma cueca e fechei o armário.
       - ESTAMOS INDO! – minha mãe gritou e bateu a porta.
Tirei a toalha e me vesti. Eu poderia jurar que Caio nem sequer piscara.
Apenas de cueca, abri a gaveta para pegar um short e ouvi Caio perguntar, circunspecto:
       - Cara, vou te dizer uma coisa. Posso?
Vestindo o short, eu respondi que sim.
       - Você é um cara bonito.
       - Obrigado. – agradeci, passando desodorante nas axilas. – Vou te dizer mais uma coisa.
       - Diga.
       - Eu ouvi uma conversa muito estranha entre você e seu primo lá no quarto do Al, mais cedo. – contou, e fiquei tenso, mas tentei disfarçar. Coloquei a toalha atrás da porta.
       - Que conversa? – fingindo-me de besta.
       - Uma conversa de que... – ele se levantou e foi até mim. – De que vocês dois poderiam se apaixonar um pelo outro.
       - Acho que você ouviu coisas... – ele me olhava, mas eu o evitava. Passei-me perfume para não encará-lo.
       - Eu só não ouvi mais coisas porque Dio se aproximou e tive que me esconder. Mas ouvi algo ainda mais esquisito...
       - Você tem ouvido coisas estranhas... Eu te dou um cotonete...
       - Ouvi uns ruídos que pareciam beijos...
       - Hum... Vou pegar o coto... – Caio me puxou e tivemos que ficar cara-a-cara.
       - Vocês dois tem alguma coisa? Namoram? Não, né?
       - Não, nós somos...
       - Ótimo. Era o que eu queria saber...
       Caio, com uma pegada forte e ousada, me beijou. Fiquei sem fôlego.


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Comentários


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jeovanerosa Comentou em 02/01/2016

Thomaz está se revelando um puto, achei no começo que ia focar mais o Julio e suas descobertas.

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viitor Comentou em 28/12/2015

amoamo amo seus contos amigo.. ta vada vez melhor

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haroldolemos Comentou em 24/12/2015

uauuuuu....está cada vez melhor,mano. Não pare, por favor! Abração!

foto perfil usuario doadordeorgasmos

doadordeorgasmos Comentou em 24/12/2015

Ainda não tinha descoberto seus contos por aqui e posso dizer que me surpreendi ao ler. Vc com certeza ganhou um fã. Lerei os outros 19 assim que tiver alguma oportunidade. Escreves muito bem. Espero que continue escrevendo. ????




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Ficha do conto

Foto Perfil Conto Erotico historiasemsegredo

Nome do conto:
19. Os hóspedes

Codigo do conto:
76008

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
22/12/2015

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11

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