Cap. 1: O que aconteceu com Alex?
Daniel
Abri os olhos naquela manhã e senti que meu corpo não iria sair da cama, olhei de lado e seu lugar estava vazio, senti um arrepio ao lembrar que Alex poderia me querer por perto e foi assim que minhas forças voltaram, e foi assim que eu corri para o banheiro e tomei um banho apressado, ainda não sabia se teria coragem realmente de ir até o hospital, não queria me deparar com algum familiar dele por lá, já na cozinha procurei tomar um café reforçado, eu sabia que tinha tempo e que não seria necessário sair atropelando tudo, e mesmo assim eu ainda desejava ir, mesmo que se ficasse apenas no lado de fora. Então enquanto tomava uma caneca de leite com café, meu telefone tocou...
- Diga Ju – não esperei ela dizer nada, eu sabia que era alguma novidade - Já sei, diga logo.
- É o Alex, está muito mal, creio que não temos mais tempo, venha para cá, fique do lado dele.
- Mas e a família dele? – eu sabia que todos estariam por lá e minha presença nessa hora não seria bem vinda.
- Daniel, eles podem até não aceitarem vocês como um casal, mas você é a família que Alex escolheu, e ele precisa de você nessa hora. Venha!
- Já vou... – não era mais hora de ficar confrontando aquela realidade, eu teria que os enfrentar.
Ela desligou e eu tremi, estava com medo, precisava criar coragem para enfrentar aquela situação. Meu medo era ser rejeitado. A rejeição da família do Alex já nos tinha causado alguns problemas, o pior conflito que tivemos foi há três meses, quando numa tarde de terça feira, Alex simplesmente aparece com suas malas, eu tinha acabado de chegar do trabalho, e ele do aeroporto. Naquela tarde seu rosto estava pálido, seus olhos sem brilho. Não parecia o meu Alex que sempre dava um jeitinho de viajar nos feriados só para nos amar. Ele nem disse uma palavra, simplesmente me abraçou e chorou.
As vezes é melhor deixar todas as lagrimas caírem, e foi isso o que eu fiz, deixei chorar o quanto precisou, depois já no nosso quarto, com as malas no canto, sim, malas, eu sabia que não era apenas uma fugidinha de casa, no caso dele, de outro país, era algo mais sério. Desde que ele foi para a Argentina que resolveu seguir os conselhos do seu pai, praticamente não me ligava, dizia ele para não sofrer mais ainda, mas mesmo assim, me visitava secretamente duas vezes ao ano durante quatro anos, ninguém sabia, nem mesmo a Juliana sua prima, nós nos escondíamos no nosso lugar secreto, que não era mais tão secreto assim, e nos resguardava somente a nos amar. Durante este período de sua ausência eu mantive nossas amizades por perto, e cada vez mais nós parecíamos uma família, Filipe e Ariel se casaram três anos depois, Alicia continuava em busca de seu homem especial, não sei se ela irá encontrar, afinal ela não se deixa apaixonar. Eles me mantinham animado e não deixavam a depressão causada pela saudade e distância do Alex me causar problemas, eles sempre estavam por perto.
Sentei ao seu lado, e então falei.
- Pronto, você está em casa.
Ele me olhou, olhou em volta e respirou fundo, e depois sorriu. Notei um alivio e um consolo que denunciava um estado menos preocupado.
- Sim meu amor, eu sei, e isso é o que me mantem vivo.
- Então Alex, pode me contar o que aconteceu.
- Meu pai descobriu tudo... – o olhei serio e não entendi.
- Tudo o quê?
- Das minhas fugas para o Brasil, não sei como, mas acho que minha tia andava desconfiando e creio que foi ela que alertou o velho – ele ficou calado, parecia uma pausa longa, mas não o esperei.
- Então ele mandou você voltar para casa.
- Pior, ele me desertou, tomou tudo de mim, meu escritório, e o meu direito de concluir a faculdade na Argentina.
- Mas e sua tia, quanto a tudo isso, não fez nada para te ajudar.
- Ela ainda tentou conversar com ele, disse que deixava eu terminar a faculdade lá, mas o velho impediu, “O Poderoso Chefão” simplesmente disse não, que não iria aceitar ela ficar com um traidor.
Ele me explicou tudo, ele agora não tinha mais nada, além de suas economias que para o nível de seu estado social não iria durar muito, claro se eu não o guiasse e o encorajasse a procurar um emprego, mas isso não foi o mais complicado, mas sim o retorno dele a faculdade, como ele sempre vinha mantendo renovação de sua matricula e trancando, ele ainda conseguiu aproveitar algumas disciplinas e ficar matriculado, não seria na mesma turma nossa, mas não iria perder o curso por completo, teria que pagar algumas cadeiras obrigatórias do currículo da Federal.
O efeito do retorno do Alex causou danos não somente a ele e a mim, mas todos sentiram uma pontada de desgosto por se sentirem enganados, e a Ju, ficou sem falar com ele, Filipe e Ariel ficaram indiferentes uns dias, mas logo apareceram para tomarem o café após o jantar. Com as coisas se resolvendo na primeira semana do seu retorno, ele foi ficando cada vez mais calado.
Com o final da primeira semana, Alex praticamente não falava além do necessário, então na noite do domingo véspera dele retornar as aulas na Federal, eu o chamei a atenção.
- Alex, eu sei que você precisa do seu tempo para pensar sobre tudo isso que anda acontecendo com você, mas as vezes é preciso desabafar, abrir a boca e dizer tudo o que está martelando na cabeça, e eu estou do seu lado, você sabe muito bem que não vou rebater.
Mas ele não tirou os olhos da TV, respeitei seu silencio, me levantei e fui até a cozinha, preparei uns petiscos, peguei duas latinhas de cerveja e voltei a me sentar no lado dele, abri as latinhas entreguei uma a ele, e ele me olhou e depois para aquela distração, senti que ele iria dizer algo, ou mesmo me recriminar por está preparando um ambiente festivo, comemorativo, ainda não me servi, esperei sua reação.
- Sabe Daniel, nossos amigos tiveram razão por ficarem chateados conosco, não?
- Sim, mas agora isso é passado, eles já nos perdoaram, e até a Ju já sorriu para você...
- É verdade... – um silêncio tomou conta do ambiente, nem mesmo a TV parecia está ligada, então lágrimas brotaram e desceram por sua pele branca.
- Alex vamos tome um gole comigo, eu me sinto feliz por você está aqui, nada mais importa, estamos juntos...
- Eu acho que precisamos comemorar – sua voz estava séria e decidida. - Vamos comemorar meu retorno, chamar nossos amigos e beber a noite toda.
- Sabe de uma coisa você tem toda razão.
Depois de bebermos, fomos para o quarto, ele estava mudado, tirou minha roupa, me beijou dos pés até a boca, depois voltou e me fez boquete demorado e gostoso. Meu corpo tremia de prazer, meu tesão foi tanto que gozei enquanto gemia, e ele não parou, me fazendo dá gritos de orgasmos.
- Não para, continue... – Alex sabia meu ponto fraco, e sabia como se aproveitar dele.
Em seguida me virou de costas beijou meu pescoço dando leves mordidas, e depois as costas e em seguida minha bunda. Sinto sua língua molhada e quente no meu anel, ele demora lá, eu relaxo mais ainda, me entrego a sua intensão maliciosa e espero ele me penetrar, seu mastro entra e eu me derreto na cama, ele me abraça e nossos corpos quentes se tornam um, seus movimentos entram em sintonia com os meus, nossos gemidos são um, ele me beija a orelha direta, dá leves mordidas, me abraça mais forte e sinto seu varão cada vez mais fundo e mais rítmico. Não demora o calor de esperma invade meu intimo, ele lateja e seu gemido prolongado é seguido de mais estocadas, ele parece um animal, cada vez mais forte, chegando a doer um pouco, mas eu ainda estou entregue, totalmente entregue ao meu amor. Ao terminar, ele permanece coladinho, não sai de mim, não se preocupa em limpar. Eu espero ele dormir. Naquela noite eu fiquei admirando o por alguns minutos, nu, relaxado, corpo branquinho, sem pelos pelo corpo, peito definido e natural. Ele é meu. Tomo um banho, e volto a cama, ele ainda está lá me esperando, não foi um sonho, Alex estava realmente de volta para mim, só para mim.
Na manhã de segunda feira, eu o acordei beijando suas costas, ele tremia e sorriu.
- Vai, é sua vez.
Segui sua ordem, e o terminei de despertar abraçando enquanto meu mastro o penetrava e ele forçava sua bunda contra ele. Foi então que notei seu corpo mais malhado e maior, ele continuara malhando, já eu envolvido com meu trabalho e com os estudos praticamente estava relapso quanto ao corpo, precisava mudar isso. Só me deu mais tesão abraçado a aquele homem que era todo meu e meti com força e paixão. Ao terminar falei.
- Vá tomar banho que vou preparar o café, precisamos repor nossas energias, e você precisa retornar as aulas bem motivado.
- Eu sei, sinto que nada vai estragar meu dia.
Ao chegar no estacionamento do condomínio eu perguntei:
- E ai, quer ir dirigindo?
- Melhor não, outro dia.
Ele parecia calmo, desde que tinha voltado que ele não tinha pegado no volante, o carrinho popular eu tinha comprado no segundo ano de faculdade depois que meus avós resolveram a questão da minha herança, meus pais não tinham grande bens, mas me surpreendi com algumas casas que eu não sabia que me pertencia, agora eu tinha meu carro e alguns alugueis para me sustentar, mesmo mantive o emprego, era algo que me mantinha focado.
Não foi fácil para ele retornar, ao entrar no campus alguns alunos de nossa turma o reconheceram e ficaram sussurrando enquanto passávamos por eles, foi um tanto constrangedor, mas nós não iriamos dá credito aos boatos. Nossos amigos estavam próximo a nossa sala, e nos receberam com abraços.
- Só fico triste por que não ficaremos na mesma turma – Alicia improvisou um bico de decepção enquanto o beijava.
- Tudo bem, no intervalo a gente se encontra na lanchonete.
Mesmo não estando lado a lado, eu estava animado com aquela nova situação, Alex voltaria comigo para casa, e iriamos almoçar, e jantar, e dormir... teríamos a vida que sempre desejei. Era um sonho se tornando verdade, até que quando estávamos indo para o estacionamento do campus, Juliana apareceu:
- Olá Daniel, como vai?
- Oi Ju.
- Oi. Alex, como vai primo?
- Tentando retornar aminha vida, ou melhor, tentando se adaptar a nova vida.
- Vejo que você se recupera rápido... – ela não parecia aborrecida, mas tinha algo mais a nos dizer.
- Alguma novidade você por aqui? – Alex foi direto ao assunto.
- Sim é verdade, papai quer falar com você, ele não concorda com a atitude do tio, você poderia ir lá em casa hoje a tarde?
- Mas seu pai não vai me passar um sermão né?
- Ele quer conversar com você, então, você vai?
- Ok, eu vou, pode marcar a hora. Gentil de sua parte me procurar pessoalmente.
- Há assuntos que não se devem resolver por telefone, você mesmo me dizia isso. Primo, você sabe que nós te amamos, então não se afaste de sua família, estou com saudades, mesmo não falando mais com seu pai, ainda te espero la em casa para a gente conversar.
Juliana parecia triste, senti que realmente ela sofria com tudo aquilo, eles eram muito unidos, cresceram juntos, contudo a casa dela era vizinha ao do tio, do pai do Alex, e isso o deixava apreensivo, não queria correr o risco de esbarrar com o Senhor Gonsalves.
Durante almoço, num pequeno restaurante próximo ao condomínio, ele permaneceu calado, até eu tentar descobri o que se passava em seus pensamentos.
- E ai, o que você acha que seu tio vai dizer?
- Deve ser um monte de besteira...
- Quer que eu vá com você?
- Não, isso não seria legal, meu pai deve ter enchido a cabeça dele com todo tipo calunia contra nós.
Fui trabalhar, mas não parei de pensar no que ele tinha falado, comei a temer no que poderia acontecer afinal a família dele era poderosa para deixar o único herdeiro expulso de sua própria casa.
Meus pensamentos foram interrompido com uma voz familiar.
- É verdade que Junior voltou? – Adriano era o único que ainda chamava Alex por aquele nome, nem eu tinha me acostumado.
- Sim, já faz uma semana.
- E é verdade que ele foi expulso de casa?
- Sim.
- Desculpe Daniel mas fiquei preocupado, ele está com você, certo?
- Sim, estamos morando juntos.
Adriano durante todo este tempo que eu trabalhava para o pai dele, ele nunca tocou naquele assunto, mas sempre procurou ser o mais gentil e atencioso, contudo sempre manteve uma distancia respeitável, a principio eu ainda o imaginava me abordando, me assediando, ele continuava charmoso e seu sorriso ainda era muito encantador, em minha imaginação Adriano chegava me pondo contra a parede e me beijava a força, eu me debatia e ele me dominava com seus braços grandes, mas ele não era assim, ele sabia que eu amava o meu Alex.
- Então se vocês precisarem de alguma coisa não deixem de me avisarem, saiba que eu ainda tenho uma grande estima por Junior e torço pela felicidades de vocês.
- Obrigado Adriano, quero que saiba que eu já esqueci nossas diferenças e que pode ir nos visitar. Alex ainda o tem como um amigo.
- Eu sei, sempre senti essa verdade vinda de vocês.
Ele saiu e fiquei pensando o quanto eu maldei o caráter dele, claro que naquele ano, ele estava apaixonado e com rancor. Mas agora era outro, ele estava com um namorado fixo, fazia mais de um ano que eles tinham assumido o namoro, porém ainda não moravam juntos, Adriano continuava morando só, o motivo dizia ele que ainda não estava preparado para dividir sua intimidade.
Final de tarde, nenhuma mensagem do Alex, tomei um banho e preparei um espaguete, e para acompanhar uma garrafa de vinho deixei na geladeira, arrumei a mesa e o esperei.
Ele não aparecia, já estava aflito, passava das vinte horas quando ele entrou, eu estava ainda na sala esperando, tentando manter a calma, ele entrou, não me olhou, passou direto para o quarto.
- Alex o que aconteceu?
Nenhuma resposta.
Não escutei sons estranhos, fui até ele, e ao entrar no quarto me deparei com uma cena que me deixou mais nervoso, ele estava em frente ao guarda roupas tirando suas coisas, já tinha uns cinco relógios na cama, alguns cordões de ouro, seus sapatos, paletós, jaquetas, calças, tudo sento jogado nas malas.
- Não Alex, não faça isso, você não pode se deixar levar pela situação.
Mas não parecia me ouvir, ele arrumou as malas de uma forma que eu não entendi, depois ele foi ao banheiro trocou de roupa e jogou a outra roupa usada na mala, fechou o zíper e então me encarou pela primeira vez.
- Me responda Daniel Lucas, você me ama?
- Você está falando muito sério, isso não é uma brincadeira Alex, o que aconteceu com você?
- Vamos Daniel, me responda, você me ama?
- Sim, meu amor! – não costumava chama-lo assim, apenas saiu, mas foi o bastante para notar as lagrimas em minha voz.
- Então me espere.
- Como assim, me espere?
Ele não respondeu mais nada, pegou duas malas grandes e pesadas e saiu do apartamento, fiquei paralisado esperando ele me responder, esperando ele para e dizer alguma coisa que me deixasse tranquilo, a porta se fechou, e eu apenas fiquei esperando.
Continua...
Caramba voltou e eu nem sabia. Parei de entrar aqui, só entrava pra ler seus contos mesmo. Amei a volta tá maravilhoso, parabéns Max. um sugestão: faz uma conta na CDC, tem bastante gente legal lá tbm.
Não faz isso comigo quase tiver um infarto com a volta sentido muito feliz muito obrigado.
Aleluia em. Estava com saudades do Alex e do Daniel. Seu fã número 1 aqui
Confesso que estava com saudades dessa historia incrivel. Que bom que vc retornou. Abraços