Cap. 02: Nos braços daquele que amo
Alex
Sabe aquele cheiro de álcool presente nos hospitais, pois bem eu sinto náuseas só em pensar nele, durante o período que minha mãe esteve internada, ele ficou gravado em minha memoria, e agora eu tinha que suportá-lo novamente, mesmo agora tendo uma lembrança positiva, pois foi no hospital onde fui beijado pela primeira vez pelo Daniel, aquele que amo e que escolhi para ser meu parceiro, mas agora a situação era outra, e eu não estava bem com isso, mas espere me esqueci de um detalhe, eu nem me apresentei para os que ainda não me conhecem.
Olá, meu nome é Alexander Gonçalves Junior, mas meus amigos me chamam de Alex, minha história de amor, ou como eu me descobri para os prazeres e como eu conheci o grande amor da minha vida, já foi narrada por mim, vocês agora devem estar se perguntado como ela termina, mas antes de dizer como ela termina, é melhor eu contar como ela começou a terminar, o inicio do fim.
Não foi fácil viver na Argente durante quase quatro anos, distante do Daniel, por um momento cheguei a imaginar que ele não iria me esperar, e eu cheguei a duvidar de mim mesmo, mas como eu ainda mantinha meu escritório no Brasil com a supervisão do meu pai, o Senhor Gonçalves, O Poderoso Chefão, o responsável por minha transferência para o exterior. Eu tinha condições de viajar secretamente para visitar meu amor em BH. Mas a pouco mais de três meses, eu estava no apartamento da minha tia que é casada com um argentino, e durante as minhas viagens secretas para o Brasil eu sempre usava uma desculpa diferente, mas nunca dizia que era para o meu país, então nesse dia recebi o telefonema do velho, não foi fácil escutar dele palavras tão duras, me chamou de traidor, de filho ingrato e no final ainda disse “ou ele ou sua herança” e eu claro desliguei o telefone de toda discursão dando o silencio por resposta, arrumei minhas malas, minha tia ainda tentou conversar comigo, minha faculdade, meu futuro só por causa de uma paixão sem sentido. Mas o meu coração sabia a verdade, e a verdade estava ao lado de Daniel Lucas, procurei não discutir com ela, mesmo sabendo que ela tinha sido a delatora.
Enfim retornei a minha terra, fui direto para minha casa, a casa onde eu encontraria a única pessoa que não estava me esperando, mas que ficaria muito feliz ao me ver. Mas eu não estava feliz, nem triste, estava preocupado, não só com minha condição financeira, mas com o que o Chefão poderia fazer com Daniel, principalmente. Entrei no apartamento, não tive ânimo para abraça-lo, mas eu queria, queria muito ele, mas meu corpo, meus temores remoíam sem parar. Passamos a semana tentando resolver meu regresso ao curso de Medicina na Federal, infelizmente não foi da forma como eu queria, tive que me matricular numa turma bem atrasada por conta de algumas cadeiras obrigatórias que não pude aproveitar, mas o pior não foi isso, mas sim tentar ganhar a confiança dos meus amigos, que ao saberem do meu retorno ficaram decepcionados conosco, mas não tiro sua razão, fomos injustos com eles, mas no fim deu tudo certo. Contudo nestes dias eu comecei a cair num sentimento negativo, e em minha mente os únicos pensamentos eram minha culpa, tudo iria dá errado e eu seria o culpado, a faculdade de Daniel iria ser prejudicada, seu futuro perdido, pois eu temia que meu pai fosse por tudo a perder, nossa felicidade estava seguindo um rumo sem volta, acabei ficando desmotivado, sem palavras ao ponto de querer desistir do Daniel para protegê-lo. Isso tudo foi em poucos dias, até que meu anjo me despertou me segurou pela mão e consegui aos poucos retornar e manter a razão apoiada com o coração. Eu tinha que ter a força do Daniel.
No primeiro final de semana juntos, vendo as coisas se resolverem, e sem ter nenhuma noticia do meu pai, apenas a Juliana depois de algumas conversas que eu consegui deixa-la mais calma. Foi preciso prometer a ela que eu iria trabalhar e concluir minha faculdade e ser um médico de renome. No domingo, somente no domingo, foi que eu consegui relaxar com meu amor, ele não falhou em nenhum momento, sempre ao meu lado, eu sentia na sua voz toda a força que eu precisava para retomar minha vida. naquela noite nós nos amamos, eu o devorei como nunca, queria aquele corpo todo, parte por parte, sentir sua pele em diferentes relevos, como eu pude viver tanto tempo sem ele, ele se entregava cada vez mais, e eu o devorava ferozmente. Na manhã da segunda feira eu me acordo sentindo seus beijos quentes, ele está sobre minhas costas nuas, minha pele branca é acariciada por seus lábios, minha bunda aveludada é beijada com devoção, sinto sua língua lubrificar meu anel, depois ele me abraça enquanto beija minha nuca, me aperta firme, sinto seu corpo quente, sua pele queima de tesão, eu simplesmente ergo minha bunda contra seu corpo fazendo seu órgão me penetrar sem demora, ele força sem resistência alguma espero ele tomar jeito e então começo a rebolar meu traseiro, e ele inicia seus gemidos enquanto me fode com estocadas firmas e intercaladas com leves remexidas. O som do seu escroto nas minhas coxas me deixa com mais tesão, gozei enquanto meu pau roçava no lençol, nossos gemidos são perfeitos em união. Então eu sinto que nada e ninguém poderá nos separar.
Fomos para a faculdade no carro do Daniel, a principio eu fiquei meio bobo, queria ir dirigindo como eu sempre fazia, mas então me veio uma sensação de prazer em ser levado por ele, talvez para ele aquilo não tivesse nenhuma importância, mas para mim, foi revolucionário, agora eu é que ia de carona, vendo o na direção, sorrindo e conversando como se fosse a coisa mais corriqueira, fiquei encantado, mas ao chegar no campus, olhei em volta, as pessoas passando e não nos notavam, só então fiquei mais calmo, pois ali só os veteranos me reconheceriam, e eu não estava avistando nenhum, depois desse tempo todo eu não era mais o playboy que fazia as pessoas pararem.
- Vamos! – Daniel sorriu enquanto saia do carro.
Naquela hora eu tremi, fiquei por um momento em duvida, pois eu teria que ficar num período bem distante, iria ter que passar por várias turmas, tinha cadeiras em turmas diferente e nenhuma na de Daniel. Isso me fazia repensar. Mas o Vamos dele, me dava coragem, ele era um exemplo de determinação.
Reencontramos nossos amigos, foi como nos velhos tempos, Filipe estava mais forte e até mais bonitão, interessante que só ali foi que eu pude admirar sua beleza, mas o mias incrível era sua amizade que nos tornava quase todos irmãos. Ariel se tornou uma mulher séria, mas com um bom humor para falar e saber como interagir. Alicia só ganhou mais curvas, seu temperamento parecia o mesmo. Abraçá-los me deu uma injeção de força, determinação e principalmente de coragem e fé para enfrentar tudo. Até então eu não sabia que iria precisar de tudo isso.
Entrar numa turma nova é sempre um pouco constrangedor, muitos ficam curiosos para saber de onde vem, e o porque está ali já durante o semestre andando. Eu era o mais velho da turma, muitos rostos indiferentes, nada de novo. Procurei um lugar e fiquei tranquilo. Eu era um completo estranho ali e isso foi bom. Andar pelo campus com meus amigos foi gratificante, ainda avistei alguns rostos conhecidos, como o de Eliza que fingiu não me conhecer, Ryan que retribuiu meu olhar com um belo sorriso e fazendo um gesto com as mãos de que iria falar comigo em outro momento.
Depois do almoço eu iria para casa e Daniel trabalhar, eu teria muito que por em dia, mas uma pessoa apareceu no final da aula, quando já estávamos no estacionamento.
Era Juliana, minha prima irmã, a única da família que eu ainda tinha um carinho enorme. Ela falou primeiro com Daniel depois comigo, nossa conversa foi pratica, ela levou um recado do pai dela, meu tio, eles moravam próximo a casa do pai, e por isso eu não tinha ido ainda lá, ele queria me ver, queria conversar pois não aceitava a atitude do velho. Depois desse encontro perdi a fome, depois Daniel me deixou em nosso apartamento e ele foi trabalhar. Fiquei só por um momento, esperei o horário, e chamei um taxe.
O pior de visitar meu tio era chegar no nosso condomínio, tinham poucas casas, praticamente todas de nossa família e a principal era a do meu pai, por os pés ali, me fez recordar momentos felizes e tristes, reencontrei alguns empregados mais antigos, e notei que tinha caras novas também. Foi estranho eles virem falar comigo, pareciam amigos, me abraçando, perguntando quando eu voltaria, mas eu apenas sorria e agradecia, meu peito ficava cada vez mais apertado, senti lágrimas querendo sair. Respirei fundo, precisava manter a compostura para não se mostrar fraco. Notei as interrogações nos rostos de alguns quando eu não entrei na casa grande e fui direto para a do meu tio.
- Alexander meu filho, deixa te dá um abraço – ele pareceu gentil e natural, não notei nenhum clima estranho. - Então me diga que loucura foi essa que aconteceu com você e seu pai?
Então notei sua seriedade, seria a primeira vez que eu iria falar da minha sexualidade apara alguém da família de uma forma mais seria, e não como foi com meu pai.
- Como o senhor já deve saber eu andei desobedecendo o velho e ele resolveu me castigar me tirando do testamento, apenas isso – me mantive sério.
- E você aceitou numa boa essa situação?
- O que eu poderia fazer contra o Chefão, eu tenho direito a minha vida, não sou mais um garotinho que ele me prende e eu apenas obedeço.
- Olha, mas não é assim que deveria ser, você deveria conversar com ele.
- Tio, o senhor sabe o que ele fez para me obrigar a ir para a Argentina, largando tudo que eu tinha aqui?
- Sei que ele queria lhe proteger...
- Me proteger de quem? Só se for dele. Ele ameaçou demitir o senhor Carlos se eu não parasse de se encontrar com o Daniel. E imagine do que mais ele seria capaz.
- Mas isso foi apenas uma faze, e você não soube esperar, você o confrontou e o irritou fazendo estas viagens, você deveria imaginar que para seu pai isso foi uma traição.
- Mas ele não soube me respeitar, ele me ameaçou da maneira mais injusta.
- Alexander, estou com uma proposta, eu falei com seu pai, e ele está disposto a te aceitar em casa, e você terá tudo de volta, seus carros, emprego, tudo como era antes...
- Se?
- Se você prometer em não viver com o seu namorado.
- Tio, isso não é possível, Daniel e eu somos felizes juntos.
- Mas se não for assim, você vai perder tudo meu filho, seu pai está disposto a te tirar do testamento, e quando ele bota uma coisa na cabeça, nada o faz mudar.
- De novo tio? Ele já fez isso.
- Não, ele fez apenas uma ameaça, e você correu para o Brasil, você não o enfrentou, você acha que ele não sabe onde você está ficando, você acha que ele não sabe da compra do apartamento. Alexander não se faça de inocente seu pai comanda todo o mercado imobiliário da cidade...
- Então quer dizer que ele sabia todo esse tempo?
- Sabia, e você está correndo o risco de perder tudo incluindo este apartamento, seus cartões, e suas economias, você sabe que ele pode fazer isso.
Fiquei parado, refletindo tudo isso. Respirei fundo olhei meu tio nos olhos.
- Então era isso que o senhor queria conversar comigo?
- Sim, e creio que essa é a melhor opção para você, isso foi apenas uma faze, você irá encontrar uma garota bonita, inteligente...
- E rica?
- Não precisa ser rica...
- Tio, obrigado, não precisa dizer mais nada, já está ficando tarde, preciso ir, tenho umas coisas ainda para resolver.
- Então, vai pensar direito e conversar com seu pai?
- Vou sim conversar com ele. Obrigado.
O final daquela tarde me perdi pela cidade, peguei um coletivo e fiquei rodando, minha cabeça estava a mil, como eu poderia deixar o Daniel, meu tio não tinha noção do que falava, achava tudo muito pratico, os sentimentos nada importava, como ele poderia achar que era uma faze, estávamos namorando há quatro anos, ele ainda achava que era uma faze. Mas as coisas não iriam ficar assim, eu não iria mais permitir que eles ditassem o rumo da minha vida e nem dos meus sentimentos, quando despertei para a realidade, já estava escuro, lembrei de Daniel me esperando para jantar, e preocupado comigo. Então peguei outro ônibus e retornei, quando já estava no nosso condomínio ele estava lá me esperando.
- Junior, eu vim te buscar, suba e pegue suas malas.
Era meu pai, parado, sério ao lado do seu carro.
- Não me chame de Junior, não tem esse direito.
- Não vim para brigar, suba e dessa com suas malas, ou se não...
- O que o senhor ainda pode fazer, me fez perder tempo precioso, e agora ainda vem me ameaçar.
- Olha, você é meu único herdeiro, eu te criei, e sei exatamente o que possa está passando por sua cabeça, e eu não quero te perder para um qualquer, você é um Gonçalves, herdeiro de um império imobiliário, como acha que vou ficar vendo-o jogar tudo isso fora.
- Eu não joguei nada fora, foi o senhor que me obrigou a sair de casa...
- Era a única forma de te obrigar a deixar aquele...
- Não fale no Daniel, nem o meta nisso.
- Volte para casa, e eu prometo que esse apartamento continuará no nome dele.
- Me diga, a minha felicidade não importa...
- A sua felicidade não depende dele, você ainda é muito jovem para saber o que é felicidade...
- E se eu não voltar para casa, o que acontece comigo e com o Daniel?
- Com o aproveitador nada, não tenho mais nada com ele, e nem quero ter mais nada com a família dele – isso eu entendi, mais uma vez ele iria usar os tios da Daniel como moeda de troca - e com você bem, eu nunca mais quero ver seu rosto, e nada que tenho você terá direito depois que eu morrer.
Minhas lagrimas estavam incontroláveis, mas não era pelo que eu iria perder, mas porque eu estava perdendo meu pai, ele era um monstro, mesmo assim era meu pai, e agora eu iria ficar sem também.
- O Senhor está sendo cruel com a gente.
- Não filho, estou sendo sensato com seu futuro, estou apenas protegendo você. Agora suba arrume suas malas, estarei aqui esperando, não demore, já esperei tempo de mais nisso que você chama de condomínio.
Senti uma comoção quando vi um Alex que pensava dessa mesma forma, vi o quanto eu era desprezível com as outras pessoas, e o quanto eu era negado pelas mesmas que eu achava que estava impressionando. Eu tinha tomado minha decisão. Subi até o apartamento, entrei focado no que deveria fazer, Daniel ainda me esperava, parecia aflito, fui direto ao quarto peguei as malas, e comecei a por minhas coisas nela, cada peça que eu dava tanto valor me pareciam lixo, os relógios que eu tanto estimava e gostava de ostentar me dava nojo. Joguei tudo dentro de qualquer jeito. Fui no banheiro, de frente para o espelho me admirei pela primeira vez não me reconheci, eu estava diferente, mais adulto, e o mais importante não era o mesmo Alex arrogante de há quatro anos. Olhei atrás da porta tinha uma muda de roupa de Daniel, vesti, peguei a que estava usando e soquei na mala.
No quarto Daniel vendo aquela arrumação ficou mais aflito, queria saber o que estava acontecendo, mas eu não tinha tempo, não queria começar uma discussão com ele nesse momento poderia deixa-lo mais preocupado e talvez não aceitar a minha atitude e querer me deixar.
Antes de sair perguntei se ele me amava, era só o que eu precisava saber. Era a única certeza que eu precisava ter, um lugar seguro, um braço que me teria com amor. Eu ficaria bem nos braças daquele que eu amo, mesmo que não tivesse nada, nem onde ficar.
Desci e encontrei o senhor Gonçalves me esperando.
- Muito bem, sabia que você iria entender – disse estas palavras enquanto abria o porta malas.
Joguei as malas dentro, dei meia volta e fui em direção a entrada do prédio.
- Ainda tem mais coisas?
- Não senhor Gonçalves, pode ir está tudo ai, minhas roupas, relógios, perfumes caros, sapatos de grife, tudo que o seu dinheiro comprou. Não preciso nada disso.
- Que loucura é essa moleque, entra nesse carro agora.
- Moleque! Não senhor, não sou moleque, seria se eu simplesmente deixasse tudo que eu amo para ficar com seu dinheiro.
Entrei, não sei o que ele ainda disse, mas eu queria abraçar Daniel o quanto antes.
Abri a porta e Daniel ainda estava lá parado com os rosto lavado em lágrimas, corri e o abracei, o apertei, o beijei.
- Te amo Lucas Daniel.
...
Continua...
Obrigado a todos leitores, obrigado aos que comentam e aos votantes, aos que enviam mensagens, obrigado a todos que continuam lendo sobre o Príncipe e o Plebeu.
Muito bom parabéns ! Fiquei muito tempo sem vir aqui ( até pq o site mudou muito ) , só voltei por causa deste conto .
Melhor conto <3 ansioso pro próximo!!
Melhor história, melhor casal, melhor autor....
Nossa esse capítulo foi profundo de emoção é essa foto do final do filme tbm muito bom. Esperando o próximo capítulo.
Eu sou apaixonado por esse conto. O alex tomou a decisão mais correta da vida dele. Mas eu ainda creio que o pai nao vai deixar barato. Ansioso pelo proximo capitulo