Junho, 1999.
Ficamos nisso por algumas semanas, e durante isso eu e ele fomos criando um laço de amizade, ele sempre que terminava um livro ia devolver e pegava outro, sua conversa era agradável, e eu fui gostando mais e mais dele. Então chegou o período das festas juninas que em nossa cidade são bem marcantes. Sempre são vinte dias de movimentação na cidade, com festas dançantes, quermesses, bailes e quadrilhas. Numa noite eu estava com numa roda de amigos da faculdade e com minha namorada Mary, ela era uma morena deslumbrante com um corpo quase perfeito, digo isso pois temos que ser realistas. Mas era uma garota bem agradável. Era uma noite de festa privada, só para convidados, mas mesmo assim quase todo mundo jovem da cidade estava lá, inclusive o Marcelo que apareceu acompanhado da Sandrinha.
- Olha quem veio também – disse Marcelo todo animado.
- Fala amigo. Mary este é o Marcelo de quem te falei, lembra?
- Sim, prazer. – ela estendeu a mão e se falaram formalmente.
- A Sandrinha você já conhece.
- Sim, Max, que ótimo todos aqui, vamos nos divertir muito hoje – falou Sandrinha toda animada, o que me deixou curioso, pois ela geralmente não sai com garotos, se é que vocês me entendem.
A noite estava sendo muito divertida, bebemos cerveja, e outras misturas que não lembro. Dançamos juntos Marcelo logo se enturmou, parecia bem desavergonhado depois do álcool subir a cabeça, parecíamos velhos amigos, rapazes abraçados com rapazes uma mistura, mas caro sem maldade. Marcelo parecia bem feliz, digo isso pois só lembro de olhar para ele, cada vez mais eu me divertia mais próximo a ele, parecia que tínhamos um elástico nus unindo. Mas naquela noite eu não notei isso, parecia tudo natural. Lembro que durante a euforia eu o abraçava, assim como abraçava os outros, mas com ele fora diferente, eu falei algo no seu ouvido, e ele respondeu...
- Gosto de você – eu disse.
- Eu sei, eu sei. – ele sorria, e deu um aperto de mão rápido.
Lá para tantas, disse que iria ao banheiro, sai e logo senti a presença dele ao meu lado.
- Posso ir junto – ele perguntou.
- Claro, assim eu me escoro em você. – ri em seguida.
- Tá rindo de quer?
- Se eu me escorar em você, não vai dá certo... Vou cair por cima.
- Não tem problema, eu seguro.
Dois amigos em pé mijando. Eu não tive como evitar meus olhos. Olhei d elado e vi seu pênis mole mijando grosso. Me encheu a boca d´água. O local não estava bem iluminado, era um clube bem amplo, com muitas arvores, e só estava nós dois ali. Quando terminamos, ele me olhou e disse.
- Fecha os.
- Pra que?
- Anda, confie em mim.
Fechei os olhos, mas estava tão tonto da bebida que mal ficava parado. Então sinto suas mãos me segurando e em seguida seus lábios na minha boca. Em seguida ele solta. Não sei o que foi aquilo que me ocorreu, mas os pelos do corpo se arrepiaram. Foi um beijo de lábios quente. Ao abrir os olhos ele não estava mais lá. Não sei quanto tempo fiquei naquele transe, o efeito do álcool me fez cair sentando no meio fio. Alguns minutos depois Mary apareceu.
- Sabia que você estava ai caído, não pode nem beber um pouco e já fica caindo.
Ela me levou de volta a festa, mas não vi mais o Marcelo nem a Sandrinha, ainda perguntei por eles, mas Mary disse que Sandrinha tinha saído com uma amiga dela, e Marcelo fazia tempo que não o via. Depois da festa deixei-a em casa, e fui par aminha. Naquela noite sonhei com Marcelo me beijando. Acordei de madruga com o short do pijama todo melado de porra.
Durante a semana não vi Marcelo passando em frente a loja, naquela época celular não era algo que todos tinham, se queria falar com alguém tinha que ser por orelhão, ou pessoalmente, mas eu não sabia como falar com ele, ainda não sabia onde era sua casa, e também eu não teria coragem de ir até o trabalho dele, não queria parecer alguém interessado. Eu queria encontra-lo para perguntar o significado daquele beijo, se é que foi realmente um beijo. Então na véspera de outra festa grande, ele passou em frente e parou, sorriu e perguntou
- Vai hoje?
Ainda sem muita ação, cheguei a gaguejar um pouco.
- Eu... Acho.... Vou sim.
- Ótimo, a gente se ver por lá.
Que cara de pau a dele, parecia que nem tinha me beijado. É natural que alguém como eu tivesse ficado com raiva, mas com tanta raiva que não iria mais querer vê-lo por perto nunca mais. Mas lá estava eu marcando um encontro com um sem vergonha. Eu queria sentir raiva, mas a curiosidade de saber o que significava aquilo, ele até então não tinha se mostrado interessado sexualmente, nem eu, eu estava gostando tanto dele como amigo, um amigo mais intimo que nem me dei conta que algo estava crescendo.
Chegou a hora da festa, me arrumei, tirei a barba, me aprontei como se fosse para meu primeiro encontro, cheguei na festa e então eu me lembrei de um detalhe
- Droga, esqueci a Mary.
Ainda pensei em sair da festa ir até a casa dela, e ao se dirigir à saída me encontro com ele na companhia da Mary. Foi uma surpresa, fiquei desorientado.
- Mary, que bom que você veio com o Marcelo, já ia te pegar.
- Como assim Max, você veio sem mim na frente e não me disse nada, se não fosse o Marcelo que ia passando e me avisou que você teve que vim logo, eu iria ficar lá plantada.
Olhei para o Marcelo e ele piscou o olho para mim. Entendi que ele tinha inventado alguma história.
- Obrigado Marcelo por ter avisado a ela. Mas enfim estamos todos aqui.
Depois que tive um apequena oportunidade de falar com ele, fiquei sabendo a desculpa que ele criou para ela, disse que uma pessoa da organização ia passando e teve um problema com o transporte e pediu a minha ajuda. Eu tinha uma moto. A festa continuou animada, nossos amigos apareceram, e dançamos e aproveitamos até que Marcelo meio tonto me chama, ele parecia mal, disse que estava enjoado e quis saber se eu não poderia leva-lo para casa. Interessante que não notei nenhuma diferença, no inicio ele estava muito bonito, bem arrumado e perfumado, mas ali, a única diferença era seu estado emocional, creio, pois não lembro de ter visto ele beber tanto para tal estado. Mas ele disse que estava muito tonto e enjoado. Falei com o pessoal e perguntei a Mary se não tinha nada dela voltar com as amigas, ela ficou preocupada com Marcelo, já gostava dele, e fez questão de que eu fosse logo com ele e se possível passasse no hospital. Marcelo disse que não precisava, era normal ele ficar assim depois de algumas cervejas.
Na casa dele, a mãe ficou muito preocupada, e pediu para eu leva-lo até a cama...
- Por favor Maxwel, você poderia fazer isso para mim, estou com uma dor nas costas, vou preparar um café bem forte para vocês, e depois você venha pegar, vou voltar a dormir, se você preferir pode dormir lá no quarto dele, tem um colchão embaixo da cama. Tem um telefone ai, caso precise ligar para sua mãe. Mas se você preferir ir embora, feche a porta e jogue a chave pela janela veneziana.
Ela parecia uma mulher bem decidida no que dizia. Pois bem, fui ao quarto com Marcelo, ele parecia mal mesmo, nem ficava em pé só mais. Disse que iria leva-lo ao banheiro para dá uma ducha de agua fria. Deitei ele na cama para tirar a roupa, mas no momento em que ia o deitando eu me desequilibro e caiou por cima dele. Ele abre os olhos, parece confuso
- Eu te amo Max – aquelas palavras nem chegaram aos meus ouvidos direito e ele me pega pela cabeça e me taca um beijo na boca.
Acho que foi noite de São João. Tenho quase certeza.
...
cont....
Meu Deus que delicia de conto, fiquei toda molhadinha enquanto lia, votado com certeza. Adoraria sua visita na minha pagina, tenho contos novos postados...bjs Ângela: Casal aventura.ctba