Alex & Daniel - T3C06: Do Passado ao presente. os incompreendidos.

Cap. 06 - Do passado ao presente, o incompreendido.

Alex:

Já fazia três noite que eu não saia do hospital, as visitas feita pelos familiares me proporcionava um rápido momento para poder sair daquele apartamento frio e sem vida, dava uma volta e respirava um ar, mesmo sendo tão pouco tempo, eu não suportava ficar ali por muito tempo. Mas naquela madrugada a situação dele piorou, os médicos não sabiam mais o que fazer, a não ser esperar por boas noticias de um doador compatível com ele, infelizmente ninguém da família podia doar devido incompatibilidade sanguínea, apenas meu tio seria um possível doador, no entanto ele já apresentava alguns problemas por causa do álcool, ele gostava de uma cervejinha com os amigos. Sim, meu pai estava com seu fígado comprometido por causas diversas, incluindo gordura e bebida. Ele também tinha um coração fragilizado, e isso eu não sabia até aquela tarde em que eu fui ter a conversa com ele.
Eu tinha chegado bem antes do horário que ele tinha marcado, mas mesmo assim ainda tive que esperar um pouco, depois que ele me chamou entrei no escritório e lá está ele sentado com as mãos sobre o birô.
- Vamos meu filho, pode entrar, não via a hora de seu retorno.
E eu, bem eu fiquei em pé pensando em como começar aquela conversa sem ter que responder seu comentário. Olhei em volta dele, tudo estava como sempre, nada de novo, apenas um computador novo naquele senário dos sete erros, o que mudou em quase quatro anos?
- Então pai, minha vinda aqui não é nenhuma novidade para o senhor, vim em busca de um esclarecimento, afinal o senhor mandou agredir meu namorado.
Ele ficou sério.
- Então é isso, você vem aqui me difamar.
- Não senhor, vim aqui entender e dizer que nós sabemos que isso não pode continuar.
- Alexander Junior, seu pai não é homem de uma atitude dessas, não foi isso que eu pedi para seu tio.
Meu tio? Foi isso que ele falou. Então tinha as mãos do meu tio no meio.
- Então agora o senhor não suja mais a mãos, bota a culpa nos outros? Me perdoa pai por pensar errado do senhor, imaginava que ainda tinha honra, mesmo cometendo um ato tão baixo como esse.
- Já disse, eu não tenho nada haver com isso, depois você reclama com ele. Mas eu não te recebi aqui para escutar reclamações. Quero saber de você quando vai voltar...
- Voltar para onde, para casa, e ficar a sua sombra seguindo suas ordens como um carneirinho adestrado? Não pai, eu vim aqui não foi para reclamar de nada, vim aqui dizer que eu e Daniel vamos viver juntos e que eu não quero nenhuma herança sua, nada que venha do senhor. Pensei que minhas malas naquela noite já tinha deixado bem claro minha mensagem.
- Que tolice, você anda vendo novelinhas demais. Não é assim que se resolve isso. Ou você volta para casa e se torna homem novamente, ou você e seu amigo...
- Namorado!
- Namorado se eu tivesse uma filha, não me irrite garoto...
- Já disse que não sou mais garoto, já sou homem...
- Então haja como homem. Homem não come cu de homem, eu criei uma pessoa e não um porco.
- Como é que o senhor tem a ousadia de me falar isso. O senhor era um homem honesto, que seguia sabia valorizar as escolhas e principalmente a coragem de qualquer um que enfrentaria qualquer coisa para seguir seus sonhos.
- E ainda sou este tipo de pessoa meu filho, mas não suporto a ideia de você está se deitando com outro homem, isso me machuca, e me deixa sem controle. Você não imagina o quanto é humilhante ficar ouvindo dos amigos eles falando de seus filhos se casando, tendo filhos, conquistando alto níveis sociais e empregos distintos, quando seu próprio filho é uma maricas, que abandonou seu pai e seu lar para viver com um gay. Fico sem dizer nada, procuro mudar de assunto, com medo de alguém perguntar e seu filho, como está, ele já deve está perto de se casar, e sua empresa deve ficar nas mãos de um grande homem como fora seu pai... E ai você me vem com essa...
Meu pai já estava ficando vermelho, sua voz grossa, eu não sabia como agir, não sabia o que dizer, tinha medo de falar mais alguma coisa e sei lá... tinha medo dele tomar alguma atitude drástica e até mesmo me ferir.
- Olha, não vim aqui brigar mais com o senhor, só vim avisar que nos deixe em paz, não quero mais nenhuma noticia do senhor, nos deixe em paz, ou terei que por a policia nessa história.
- Como você ousa me ameaçar seu filho de uma... – nessa hora ele segura o peito e faz uma cara de dor terrível e desmaia.
Depois que chamei a secretária dele para acionar o socorro, eu fiquei ao seu lado, e tentei ligar para meu tio e Ju. Logo ele foi levado para o hospital, e lá depois de alguns exames, ele foi diagnosticado como sendo hipertenso e que seu estado merecia cuidados médicos por um tempo, ele iria ficar em casa, então foi quando meu tio me chamou a um canto e me disse que já sabia que meu pai vinha mostrando sinais de pressão alta nos últimos anos, mas que como era muito teimoso não procurava fazer o tratamento correto. Não sei o que me deu mais vontade de fazer, de chamar meu tio de mentiroso ou de aproveitador, contudo, numa coisa eu sabia, ele não mentiria sobre a saúde do meu pai. Ainda quis saber sobre a atitude dele com o Daniel, mas o momento não era apropriado. Depois de algumas horas, meu pai foi levado para casa pelo meu tio. E eu retornei ao meu amor.
Minha consciência não me fazia pensar direito, e eu acabei ficando meio aéreo, imaginando que talvez meu pai estivesse assim por minha causa. Chegando em casa, encontrei Daniel na companhia de Adriano e de seu namorado o Ricardo, fiquei sem entender, mas depois fiquei sabendo que eles foram lá para fazer companhia, eu com meus problemas e acabei esquecendo que Daniel também poderia está muito preocupado com tudo. Então procurei ficar calmo na frente deles. Achei o Ricardo bem interessante no ponto de vista de um amigo vendo qual seria a escolha certa para outro amigo. E acho que ele era um jovem interessante para Adriano. Mas aquela noite dormir preocupado com meu pai. E mais preocupado com meu tio que vinha se mostrando mais presente nessa situação do que eu achava que ele se importava.
A semana foi passando e nenhum sinal deles, ainda liguei para Juliana querendo saber como andava meu pai, ela se mostrou um pouco direta, não parecia com a minha prima de sempre. Disse que tudo estava caminhando bem.
Então num final de tarde, recebo Daniel em casa em lágrimas.
- Daniel, o que aconteceu?
- Nada meu amor, nada, foi apenas uma sujeira no olho e está muito irritado.
Não queria acreditar naquela história, nunca são os olhos, eu sabia que tinha coisa errada nisso. Depois que ele tomou banho e sentou a mesa para jantarmos. Falei.
- Então meu amor, posso saber o que realmente aconteceu?
Mas ele não olhava nos meus olhos.
- Daniel, já passamos por tantas coisas juntos, e agora com minha família contra nós, até meu tio se metendo, tudo isso está me irritando, mas eu te amo, e nada que possa acontecer iria me afastar de você, nada. – então parece que aquelas palavras surtiu efeito, e ele me olhou.
- Seu tio e seu pai vão fazer de tudo para impedir que você seja feliz...
- Então você sabe de alguma coisa, me fale, o que está acontecendo.
Daniel então me contou do encontro com meu tio e minha prima Juliana, e a forma como ele falou dela, eu fiquei surpreso, pois nunca imaginava que a Ju iria ficar contra a gente, mas como meu pai já dizia, nada interfere no sangue. Mas eu estava lutando contra esse sangue, contra este vinculo familiar que me impedia de ser feliz.
Eu olhei para ele e disse.
- Nada disso vai acontecer, não terá nenhum acordo, você vai ligar para a Ju... melhor, amanha mesmo eu vou lá e vou ter mais uma conversa, e dessa vez mostrar para eles que nós não temos nenhum interesse no que eles tem a negociar, afinal são nossas vidas.
O levei para o quarto, ele estava bem triste, o beijei de leve, limpei as lágrimas que molhavam sua face, ele parecia se esforçar para sorrir, mas sua covinha não aparecia.
- Meu amor, nós prometemos sermos sinceros um com o outro não foi?
- Sim, eu sei, mas estou com medo Alex, como vamos viver em paz com sua família nos perseguindo sempre...
- Se pelo menos eles fossem como seus tios, adoro sua tia, e seu tio é muito legal.
- É sim, sabe eu te amo, e isso não é uma simples frase, você sabe, e eu sei também. Acho que se não fosse com você eu não sei se conseguiria passar por tudo isso.
- Daniel, já parou para imaginar o que seria de nós de a gente não tivesse se encontrado, eu seria ainda aquele imbecil e escroto de um riquinho...
- E eu nem sei se estaria namorando, eu não era muito de namorar, acho que só tive uma namorada antes de você. No colégio eu era bem assediado pelas meninas, mas nem ligava, as vezes eu me pegava olhando os garotos, mas não com malicia, mas não era normal, geralmente os garotos ficavam olhando as meninas, mas eu me pegava olhando os meninos jogarem bola, nas pernas, e as vezes as bundas, era estranho, mas eu nem me tocava, então teve um dia, já no ultimo ano, meus pais ainda estavam vivos – enquanto ele falava eu ficava observando, e notei que ele já estava ficando mais calmo e uma vez e outra seus sorriso surgia com a covinha dele - então veio um garoto do colégio e entregou uma folha dobrada, disse para mim ler depois quando eu estivesse só. Achei estranho, logo imaginei que fosse um recadinho de alguma garota...
- Mas não era – eu o interrompi.
- Não. Era do mesmo garoto que tinha entregado. Lembro que ele era magro como eu, mas sem o porte de quem pratica academia, ele era magro, mas tinha um rosto bonito e uma bunda bem chamativa...
- E você lembra é safadinho?
- Estranho lembrar né, talvez eu sempre fosse gay... bem ele se declarava para mim, e dizia que gostava de mim e perguntava se eu ficaria com ele, e pediu desculpas. Eu ri com aquilo, passei uns dias sem olhar nos olhos dele, eu sabia que ele esperava por uma resposta.
- E o que aconteceu, estou curioso...
- Sim, você está é com ciúmes... Bem, um dia no intervalo quando eu estava saindo do banheiro ele me abordou, perguntou qual seria minha resposta...
- E, conta logo.
- Eu disse para ele não falar mais comigo sobre aquele assunto.
- Nossa, e ele?
- Ele deve ter caído na real... Mas sabe o que me causou mais estranheza, foi o fato dele me procurar. Ainda fiquei querendo falar com ele, queria saber o porque ele acharia que eu iria ficar com ele. Será que o pessoal do colégio pensava que eu era gay, mas logo eu arrumei uma namorada.
Ainda conversamos mais um pouco, também falei um pouco sobre mim e minha infância, e ele escutava e sorria, notei que ele ficou bem relaxado depois daquela conversa, ficou abraçado comigo, e então adormeceu. Eu ainda fiquei pensando no que iria falar para meu tio, afinal isso já estava virando um joguinho de gato e rato.
Naquela manhã, na faculdade eu estava com a cabeça a mil, não assisti as aulas do segundo tempo, liguei para um amigo que tinha conhecido na argentina e ele era advogado, morava em São Paulo, e me ofereceu ajuda sempre que eu precisar. Não perdi tempo e falei com ele.
Antes do almoço ainda, recebi uma ligação do tio de Daniel.
- Olá senhor Carlos.
- E ai, pronto para começar a trabalhar.
- Claro – uma noticia boa enfim.
Conversamos e marcamos um encontro no final da tarde no escritório dele, que já estava dando certo a nova empreitada. Há esta altura, nem me lembrava mais da promessa dele de me empregar como corretor imobiliário, precisava de uma grana extra, afinal eu tinha que contribuir com as despesas do lar, já que éramos um casal.
Mas aquele encontro não iria acontecer pois antes dele eu fui ter com meu tio, e quando chego lá ele está de saída...
- Não me diga que você já soube? – perguntou ele parecendo apressado e estressado.
- Eu vim aqui pois esta situação já está chegando aos limites...
- Não falo disso, falo do seu pai, ele foi internado agora, estou indo par ao hospital, venha, vamos para lá.
- Eu vim falar sobre o acordo que você propôs para Daniel e dizer que ele não vai aceitar.
- Você escutou o que eu falei, seu pai está internado.
- Ele vai sobreviver, toma uns comprimidos e depois volta para casa.
- Seu pai está desacordado, não sabemos se é grave ainda, parece que sofreu um AVC.
Aquela noticia me bateu no estomago, e eu fiquei zonzo. Fui para o hospital com ele. No caminho ele apenas falou que agora não era hora de discutir sobre aquele assunto e que tudo iria se resolver com o tempo, pois agora o importante era cuidar da saúde do velho Gonçalves.
Minha chegada no hospital foi bem diferente do que eu esperava, logo de cara as enfermeira nos proibiu de subir pois meu pai estava em observação e que nós teríamos que esperar no saguão de entrada, enquanto esperávamos liguei para Daniel e falei do que estava acontecendo, ele ficou preocupado. Depois fui tomar um café, e então Juliana chegou, ao me ver ela caminhou com passos determinados até a mim.
- O que está fazendo aqui seu incompreendido – seus olhos faiscavam.
- Oi Ju – ela me olhava com raiva.
- Vá para seu Plebeu, vai, ele deve está precisando de você, sua família, não é?
- Não quero confusão Ju, podemos conversar depois?
- Melhor eu sair de perto.
Nisso ela se vira, e o pai dela se aproxima.
- Melhor vocês não criarem confusão aqui. E Juliana vá para casa, sua mãe ficou só.
- Ele é que devia ir embora, não tem o que fazer aqui.
- Ele é filho, e vai ficar aqui – prestei atenção naquela conversa dos dois, e pela primeira vez eu estava diante de uma Juliana completamente diferente. Era outra. Sim, não era minha prima.

Continua...

Foto 1 do Conto erotico: Alex & Daniel - T3C06: Do Passado ao presente. os incompreendidos.


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Comentários


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gutsf Comentou em 21/06/2017

Aguardando o próximo capítulo

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santosdias Comentou em 15/06/2017

A juliana mudou muito, sendo que ela era uma das pessoas que dava maior apoio para o casal. Acho que ela esta de olho na herança do velho.

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lordricharlen Comentou em 15/06/2017

Juliana é pai são dos intereseiros, tinha feito maior barraco com ele se fosse comigo e tomará que velho morra hoje eu to amargo esperando o próximo .

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maximilan Comentou em 14/06/2017

Já vou agradecendo seu voto e seu comentário, qualquer pergunta faça por mensagem, não respondo pelos comentários, para que o mesmo não afete a contagem. um abraço e obrigado amados leitores.




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Ficha do conto

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maximilan

Nome do conto:
Alex & Daniel - T3C06: Do Passado ao presente. os incompreendidos.

Codigo do conto:
101983

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
14/06/2017

Quant.de Votos:
10

Quant.de Fotos:
1