Alex & Daniel - T3C09: Do sofrimento ao momento mais feliz.

Cap. 09 : Do sofrimento ao momento mais feliz.
Naquela manhã, eu estava agitado, minhas emoções vibravam e nada que eu tentasse fazer mudaria aquela sensação de desconforto. Temia, era um momento impar na vida dele, quando o médico saiu e relatou a Alex o estado do pai, notei seu semblante ficar sério, ele me olhou:
- Vamos meu amor.
Fiquei temeroso, não sabia como me comportar, se eu sorria, ou se ficava na defensiva, estava realmente querendo sair daquele lugar.
- Se aproximem – Seu Gonçalves nos chamou assim que nos viu entrar, era um quarto todo equipado, praticamente uma UTI, com tudo necessário para mantê-lo estável.
- Olá Senhor Gonçalves.
- Agora não é mais hora para formalismo meu jovem. Preciso que me responda uma coisa – ele me olhou sério, e sua pergunta direta, mesmo com a voz cansada e pausada, ele ainda mantinha sua determinação.
- Sim – respondi com cautela, mas direto.
- Eu já sei que você ama meu filho, e isso ninguém pode mudar, eu tentei, mas a pergunta é: você como namorado do meu filho, me vendo a beira da morte, você não teria alguma pergunta para mim? – uma pergunta indicando outra pergunta, ele me deixou para lizado, notei o olhar de Alex em mim, eu sabia qual pergunta ele se referia, no entanto, meu coração palpitou forte, minhas mãos suaram, então reformulei a pergunta e falei.
- Senhor Gonçalves, o Senhor me aceita como namorado de seu filho Alex? – Perguntei, e depois me entalei.
O velho, me olhou e pareceu se divertir com aquele momento, ele sorriu, me olhou nos olhos e respondeu
- Sim! – em seguida fechou os olhos.
Eu olhei para Alex que estava me olhando com lágrimas nos olhos, depois ele foi ao pai e falou:
- Obrigado pai – Alex se aproximou, pegou na mão dele, e beijou a testa.
O Senhor Gonçalves estava com lágrimas nos olhos, senti que ele chova, então ele falou:
- Filho apenas quero que seja feliz, e que me perdoe. Já não tenho mais forças para lutar contra o amor de vocês. Lucas – ele me olhou - quero que cuide do Junior, você já deve ter notado que ele é meio lento para compreender relacionamentos afetivos. Junior, quero que cuide do Lucas, ele assim como você não tem mais família, agora são apenas vocês dois.
Alex estava chorando, suas lágrimas banhavam seu rosto, eu me abracei com ele, e o apertei. Alex se virou para o pai e falou.
- Me perdoa pai... Eu te amo!
Mas o senhor Gonçalves não pode mais ouvir suas palavras, já estava sem respirar, com o olhar perdido, apagado.
- Me perdoa pai! – Alex abraçou o pai chorando. Eu o abracei.
- O que aconteceu? – Juliana entrou pela porta, tinha ouvido os prantos do primo, logo em seguida todos entraram e ficaram em volta, alguém acionou o alarme para a enfermaria, e o médico responsável entrou pela porta indo ao paciente confirmando o óbito.
...
Alex
Meu pai faleceu naquela manhã. Minha dor foi maior do que eu esperava, eu perdi meu pai, e minha raiva por tê-lo perdido daquela forma me machucou em dobro. Meus parentes me olhavam, mas eu não sentia neles a preocupação com meus sentimentos, eu sabia que para eles a perda do irmão mais velho não significava muito para eles, uma vez que o herdeiro seria o filho rebelde. O sepultamento foi como era de se esperar, luxuoso com muitos empresários, e alguns familiares, saiu uma nota no jornal, e alguns minutos no noticiário do meio dia, o que tudo isso significou para mim? Nada.
No sepultamento, Juliana próximo aos pais, Alberto ao lado de sua mãe, todos já com suas faces limpas, apenas se notava algumas lágrimas escorrerem por baixo dos óculos escuros. E eu ao lado de Daniel, éramos amigos além de tudo, éramos amigos, e amigos podem consolar outro amigo sem que ninguém julgue ou aponte o dedo. Daniel passou todo tempo com seu braço por cima do meu ombro.
De volta ao casaram, onde todos iriam se reunir para o jantar, nosso ultimo jantar em família naquele casaram, digo isso pois depois daquele dia eu escolhi não morar mais ali.
Os familiares estavam mais a vontade, conversavam com menos pesar. Meu tio me chamou em particular.
- Alex, não vou ficar com papo de desculpas nem de arrependimento, compreendo sua raiva por mim e por seu pai. Mas quero que saiba que seu pai na noite que o médico deu o diagnostico, me chamou enquanto você estava fora e me fez prometer que eu não iria se impor a suas escolhas, e que eu continuasse sendo seu amigo, lhe ajudando sobre o que fosse necessário. Contudo, eu não sei como está o testamento, apenas quando os advogados revelarem em um mês.
- Tio, estou tranquilo. Vou morar com Daniel e seguir minha vida, vamos deixar as diferenças de lado.
- Calma Alex, você não vai ficar desamparado, falei no testamento por formalidade em relação a divisão dos bens, mas nós sabemos que seu pai não fez alterações, você é o herdeiro legal. Essa casa, as propriedades, tudo é seu meu filho, eu falo nas empresas e nas administrações.
- Sim, meu tio, e eu falo em relação a respeito desse assunto, vamos deixar para falar disso na época que está previsto, acabamos de voltar do sepultamento. Agradeço por sua preocupação, e por me falar do meu pai.
- Certo, você tem razão, vamos ficar em paz.
Após o jantar, ainda ficamos na sala conversando, eu na verdade estava mais calado, Alberto conversou um pouco com Daniel, e Juliana depois se isolou com Alberto. Foi uma noite estranha na família Gonçalves. Nos despedimos de todos, e voltamos para nosso apartamento. Os outros ficaram na casa da família.
No dia seguinte eu estava no meu apartamento mais Daniel tomando café, quando o celular tocou.
- Bom dia primo.
- Oi Alberto, tudo bem?
- Tudo, olha estaremos voltando para Argentina depois de amanhã, queria saber se você e o Daniel não queriam ir juntos passar o final de semana, você só perderiam a sexta de aula.
Viajar para Argentina com Daniel, seria bom.
- Um momento primo, eu te ligo depois, vou conversar com o Daniel, e te retorno.
- Ótimo, espero sua resposta.
- O que ele queria? – Daniel só esperou eu desligar o celular.
- Estranho, ele está nos convidando para passar o final de semana em Buenos Aires.
- Mas e o estágio, e os relatórios?
- Você está bem apertado com o final do curso, né?
- Você quer ir?
- Seria bom respirar um ar diferente, e você iria gostar, e estaria comigo. Vamos na madrugada de sexta e voltamos no domingo a noite. Aproveitamos o dia de sexta, sábado e domingo, vai ser legal.
- E sua tia...
- Foi o Alberto que convidou, ele é quem manda na casa, eu já te disse.
Daniel não pareceu animado, mas eu o convenci.
...
Daniel

O sepultamento do Senhor Gonçalves ocorreu na tarde do dia seguinte, a família preferiu não adiar, os parentes mais distantes chegaram de avião logo na manhã seguinte ao falecimento, a maioria moravam no Rio de Janeiro, nunca tinha ido a um velório tão rico como aquele. Alex estava muito abatido, sempre ao meu lado. Juliana ficava com seu pai providenciando tudo, além do pessoal da funerária. De longe eu notei Alberto nos observando, ele era um jovem com uma presença forte. Filipe com Ariel e Alicia esteve todo tempo conosco. Adriano compareceu com o pai dele, e seu namorado. Outros colegas da faculdade, e amigos da família compareceram. Meu tio com tia Elena estiveram ao nosso lado todo tempo. Tudo muito organizado.
O sepultamento foi o momento mais triste, Alex chorava, mas um choro contido, ele apoiado no meu ombro, e eu o segurando pelo ombro. Me senti triste mais por Alex, aquele momento de perda veio a prestação na vida dele, eu ainda sentia a minha perda, e por isso sabia muito bem como seu coração doía. Apertava seu ombro mostrando que eu estava ali, ao lado dele. Alberto estava quase em frente, seus olhos sempre nos procuravam. Queria entender qual era a dele, curiosidade, ou ciúmes do primo? Eu confiava em Alex, mas não confiava no primo. Não sabia quais sentimentos ele tinha pelo meu Alex. Depois do sepultamento apenas os familiares ficaram, nos despedimos dos nossos amigos, Filipe ainda me perguntou se nós estávamos precisando de alguma coisa. Aqueles dia foi bem estressante fisicamente e emocionalmente.
Fomos todos para a casa grande da família Gonçalves. O jantar estava seria servido, muitos parentes do Alex ainda por lá. Tive a oportunidade de conversar com algumas pessoas que estavam curiosas para saber qual a minha ligação com a família, e eu apenas dizia que eu era apenas amigo. Num momento em que muitos procuravam Alex para conversar, Alberto me procurou.
- Olá Lucas, poderia me dá alguns minutos?
- Sim, claro.
- Otimo. Olha, não pude deixar de observar vocês dois, este tempo, e claro que eu sei sobre vocês – ele pareceu bem direto e misterioso ao mesmo tempo.
- O que você quer saber?
- Calma, não vou por este caminho, minha curiosidade não é o relacionamento de vocês – ele pareceu mais misterioso.
- O que você quer afinal?
- Quero? Estou com inveja...
- Não seria ciúmes? – ele sorriu com minha pergunta.
- Também, não nego, mas inveja do meu primo, ele conseguiu encontrar alguém que o suportasse.
- Não entendi.
- Melhor não entender, apenas saiba que eu gostaria de conhecer melhor você, quem sabe sermos amigos.
- Olha não vejo problema, apenas não me faça interpretar mal suas ações.
- Acho que começo a entender porque o primo se apaixonou por você. Vai ser interessante a gente conversar outro momento. Sim Lucas, vamos deixar este papo só entre nós, o primo pode ficar com ciúmes.
- Ele não precisa ter ciúmes. Certo?
- Certo. Apenas esquece tá.
Ele saiu, ainda procurei lembrar do que ele falou, era enigmático, é como se ele concorresse com Alex, e que nessa corrida em encontrar alguém que os entendesse e os suportasse, o primo saiu ganhando.
Em seguida Alex voltou meio chateado com uma conversa que teve com o tio. Depois do jantar e da reunião de família, voltamos para nosso apartamento. Tivemos uma noite calma, abraçados. Durante o café, Alex recebeu uma ligação. Alberto. Fiquei calado esperando eles terminarem, o motivo era um convite, um passeio. Não seria um passeio qualquer, seria na Argentina, na casa do Alberto, não me alegrei, afinal eu tinha meus motivos, não me sentia confortável com o primo dele, ele parecia me devorar com os olhos, não parecia o tipo de pessoa que tem respeito pelo outro. Contudo, o momento era do Alex, eu tinha que fazer um esforço por ele. Aquele viagem, seria um escape para nós, eu estaria com ele, e ele iria aliviar sua tensão. Acabei concordando.
...
Alex

Chegamos à capital argentina cedinho, fomos os quatro no mesmo taxe. Minha tia numa porta, eu no meio e Daniel na outra porta, Alberto na frente com o motorista. Daniel estava encantado com as vielas e os palacetes por onde íamos passando.
Chegamos no apartamento de minha tia, ela parecia ainda triste, nos recebeu com boa educação que sempre teve, mas uma coisa estava diferente, ela sorriu em alguns momentos, nos encaminhou para nossos quartos, eu e Daniel ficamos no quarto de visitas, onde fora meu por um bom tempo, ainda estava como eu tinha deixado. Alberto estava todo animado, não parava de falar, seu estado falante só poderia ser uma coisa, ele estava feliz, e o motivo, só poderia ser a presença de Daniel, eu conhecia os joguinhos do primo, ele estava interessado nele, e eu iria fazer parte desse jogo, apenas tendo cuidado para não baixar a guarda. Ele gostava de brincar comigo, de me provocar, mesmo depois ele acabaria deixando de lado como se nada houve acontecido. Não fazia por maldade, apenas esse era seu comportamento.
Todos cansados da viagem, nos deitamos, e dormimos um pouco, acordamos já perto do almoço, contudo, resolvemos sair nós três para almoçar fora.
Eu conhecia os melhores lugares de Buenos Aires, e Alberto conhecia os melhores quando o assunto era festas e baladas. O local escolhido por mim, ficava próximo um shopping, eu os deixei no restaurante e fui até uma das lojas do shopping. De longe dava para vê-los, eles conversavam, Daniel parecia tranquilo, e sorria. Depois que entrei na loja, procurei resolver logo aquela compra, e depois retornei.
- Logo no primeiro dia e já deixa o cordeiro aos cuidados do lobo – Alberto sorriu todo faceiro com aquela provocação.
- No caso primo, resta saber quem é o lobo e o cordeiro.
- Olha só Lucas, viu o que ele falou de você?
- Acho que Alex nos conhece muito bem Alberto.
Daniel sorriu, depois daquela tarde, eu fiquei sabendo mais ou menos o que andaram conversando na minha ausência. Alberto tinha investigado sobre Daniel, nada além disso. E conhecendo o primo, eu suspeitava que ele estava gostando do Daniel, e que seu objetivo era conquista-lo. Ele estava precisando de um amigo novo, alguém que o confrontasse. Alguém com personalidade, pois a maioria dos seus amigos, eram muito passivos e interesseiros. Alberto se parecia muito comigo nesse ponto, e eu apenas o instigava.
Naquela tarde de sexta, ainda demos uma volta com Alberto, depois ele nos deixou com a desculpa que precisava encontrar sua namorada. Qual namorada não sei, nunca vi.
Mas o importante é que eu estava com Daniel, e queria leva-lo até um lugar que eu gostava muito. Ficava num lugar mais reservado do Jardim Japonês. Eu gostava de lá principalmente por que lá eu tinha muita paz, e sempre imaginei levando Daniel lá.
Chegamos, o sol ainda estava a um quarto do poente, uma tarde fria, o parque estava bem verte naquela época, o gramado bem aparado, e alguns casais faziam piquenique. Algo bem comum por lá, era um ponto estratégico para os enamorados.
- Nossa Alex que lugar lindo, você nunca me falou dele...
- Não, mas foi de proposito, eu queria te mostrar pessoalmente. Sempre que eu estava com saudades de você eu vinha aqui e ficava sozinho lembrando e chorando com saudades.
- Já sei que veio muito então.
- Sim. Praticamente morava aqui. Mas hoje tem um motivo especial, hoje eu quero te fazer uma pergunta.
Me ajoelhei na sua frente, peguei a caixinha que estava no bolço, olhei nos seus olhos, abri a caixa, e ele pode ver as duas alianças brilhando naquela tarde ensolarada. Seus olhos se encheram de lagrimas, e sua mão foi até a boca contendo um grito de felicidade e de surpresa.
- Lucas Daniel, aceita casar comigo?
...

continua...

Foto 1 do Conto erotico: Alex & Daniel - T3C09: Do sofrimento ao momento mais feliz.


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Comentários


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lordricharlen Comentou em 19/07/2017

O que eu posso dizer foi lindo esse capítulo alegrou meu dia tava me sentindo péssimo hoje obrigado.

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thorgrin Comentou em 19/07/2017

ta muito bom... mal posso esperar pelo próximo.




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Ficha do conto

Foto Perfil maximilan
maximilan

Nome do conto:
Alex & Daniel - T3C09: Do sofrimento ao momento mais feliz.

Codigo do conto:
103414

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
18/07/2017

Quant.de Votos:
10

Quant.de Fotos:
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