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Em casa conversei com o Gabriel, verifiquei se ele gostara do dia, e ele pelo que disse, tinha gostado muito, mas o que mais me impressionou foi a amizade dele com o Rafa, quando estavam em casa os dois não se largavam. Depois de uma rápida soneca, antes da noite chegar, acordei com uma leve dor de cabeça, fui na sala e lá estavam os dois no sofá, vendo TV. Falei para eles se ajeitarem, pois os dois iriam para o cinema enquanto que eu iria a uma balada de adultos. Para minha surpresa o Rafael nem fez objeções em servir de baba para meu irmão, eles tinham ficado bem amigos, até achei bom, afinal o Rafa conhecia bem a cidade, e sabia como se virá, além de que ele precisava de alguém mais jovem para conversar e também esquecer de seus problemas, o que me deixou tranquilo, assim eu poderia curtir bem minha noite.
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A noite estava quente, e o local da balada estava lotado, então multiplique a temperatura do ambiente abafado com o calor dos corpos de todo mundo ali presente, nossa só mesmo tomando uma cervejinha para esfriar bem... Então estava lá na banca, eu com uma roupa esporte e bem confortável, de jeans surrado mesmo, uma camiseta mais novinha, justa ao corpo, e um tênis baixo estilo all star, ao meu lado estava toda gatona, Isis, com uma mine saia, deixando a vista suas pernas fortes e longas, com um par de coxas grossas e firmes [só podia fazer academia] uma blusa de malha fina de alça fina, deixando bem saliente os bicos dos seios que deixa bem claro para qualquer um que ela estava sem sutiã, ou seja, era uma garota bem moderna e pra frente. Em nossa frente estava Natalia que não tirava os olhos de Isis, e se vestia super bem, como sempre, estava com um vestidinho preto básico, também de malha fina, com alguns detalhes de prata próximo ao busto, e uma maquiagem forte, sua marca. Ao seu lado seu namorado Hibrael, não sei como, mas ele estava mais bonito do que a primeira vez que o vi, era um jovem encantador, seu sorriso de dentes brancos, seu pescoço grosso e forte, mostrava que tinha um peitoral igualmente de um jovem que faz academia, olhei bem suas mãos, também vestia esporte, com uma jeans preta, e uma camiseta de cola ‘v’ cinza clara. Usava um perfume que até hoje não encontrei igual, estava muito simpático e agradável. Procuramos conversar sobre vários assunto, e claro sobre nós mesmo, tentamos iniciar uma boa amizade. E sim nos divertimos bastante. Chamei a Isis para dançar, e ai foi o momento que descobri que ainda sentia excitação por mulheres. Sentindo seu corpo roçando no meu, que meus sentidos de macho ativaram meus órgãos adormecidos, o que a fez se aproximar mais, e, juntinhos, ela me sussurrou: “nossa Caladriel, como você está quente”. Realmente eu estava muito quente, e acho que depois de muito tempo sem ficar com mulher nenhuma, estava nervoso, parecia a primeira vez, até senti um certo medo, mas depois da dança voltamos a banca. Natalia e Hibrael também estavam dançando, e ao voltarem para banca, as garotas foram ao banheiro, e eu aproveitei para dar uma investida no Hibrael, digo assim, tipo só conhecendo melhor seus gostos, perguntas que geralmente não faria na frente da Natalia, sabendo como ela é esperta, iria notar que estaria com outras intenções. Mas como sou um bom amigo, não iria fazer nada, a não ser que ele me atacasse. Bem, o resultado foi apenas saber que ele gostava de rock, como eu, gostava de ler romance policial, como eu, adorava cinema, como eu, sua paixão maior futebol, nada a ver comigo. Então quando elas voltaram nos convidaram para dançar, como eu estava gostando do papo, disse que estava cansado, e o Hibrael também preferiu ficar, assim as duas foram a pista de dança e ficaram dançando por muito tempo, e nós homens, ficamos na cerveja e contando casos engraçados, nossa como era lindo vê-lo rindo e dando gargalhadas. Então marcamos de irmos – com as garotas é claro – ver um filme no outro sábado, ele ficou bem animado, até começamos a conversar sobre o filme em vista, pois tinha que ser um de terror seu gênero preferido. É parece que eu tinha encontrado um amigo de minha idade, finalmente. Uma vez ou outra eu olhava para a pista de dança e avistava a duas dançando uma de frente para a outra, pareciam bem amigas e felizes, sorriam, e até pareciam que davam gargalhadas.
Ao voltarem algum tempo depois Natalia falou:
- E ai rapazes, estão se divertindo? – ela me olhou com mistério, e eu conhecia bem aquele olhar, mas não fiquei atrás.
- Muito, o Hibrael tem o dom para humorista. E vocês, parecem que estavam se divertindo muito, não é Hibrael?
Ele concordou e até completou:
- E como, até parece que estavam dançando num palco de “strippers”...
- Só faltaram tirar as roupas ... – completei... e elas riram.
Na hora da despedida, notei o Hibrael me olhando com um sorriso de felicidade, e fixo pra mim, como se quisesse me gravar bem, para mais nunca me esquecer. E eu quase que não tirava meu olhar de sua bunda indo embora, até a Isis me acordar...
- E ai Caladriel, detonou toda energia, ou ainda tem um pouco para mim?
- Desculpe Isis, mas não posso ir com você hoje pro seu apartamento, estou com meu irmão, e já está tarde, tenho que voltar e ver como ele estar.
- Nossa Caladriel, não estava falando de ir transar, estava apenas querendo ficar mais um pouco conversando contigo. Mas olha, tudo bem, a noite já foi muito válida, agente se ver amanhã a noite? – fiquei todo vermelho.
- Amanhã? [domingo, claro] ok, depois que deixar meu irmão no terminal rodoviário, eu passo no seu apartamento pra gente ir jantar, ok?
- Ótimo.
Depois que deixei ela próximo ao seu apartamento, fui para casa, e no caminho não tirava o Hibrael da memória, do beijo de Rafael, dos dois juntos na cama comigo. Contudo minha excitação em dançar com a Isis foi um fator a mais nos meus delírios. Eu ia doido para bater uma quando chegasse em casa. Tinha que descarregar enquanto tinha tudo fresco na memória, e quem sabe até dar uma escapulida enquanto Gabriel dormia, ir até a sala e por o Rafael para me mamar e pagar a mamada que dei nele mais sedo. Assim, cheguei no meu apartamento, e nem notei a distancia.
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A sala estava silenciosa, ninguém no quarto, ninguém no banheiro. Naquele momento gelei, onde o Rafael estaria com meu irmão uma hora daquelas, já passavam das 3 da manhã. Se meus pais descobrem que deixei o Gabriel até aquela hora fora de casa, eles nunca mais confiariam em mim. Fiquei aflito, o pior nessas horas é quando agente tenta ligar e a ligação só dá caixa postagem e o mais chato é saber se a culpa é do telefone que pode estar fora de área, desligado, ou apenas a operadora que fica dando pau na gente. Nenhuma resposta, nenhum telefonema retornando. Então escuto vozes no corredor, corro e abro a porta antes deles baterem, ou abrir com a chave extra, e então me deparo com uma cena nada surreal, nada excitante, nada tranquilizante, não amigos, não vou deixar vocês curiosos até o próximo capítulo, tenho que dizer o que vi naquela hora, ainda hoje fico pálido, e sem ação, pois ao abrir a porta se deparei com o Gabriel segurando o Rafa pelo ombro, com o rosto todo cheio de hematomas, e sangue no canto da boca. Me deu vontade de gritar com os dois, ainda lembro quando Gabriel falou chorando...
- Ajuda mano, rápido!
Continua.