CAPÍTULO 2 — SAUDADE DA CANTADA INTELIGENTE
Ah, sim! Sou casada. Muito bem casada por sinal. Há alguns anos, eu e Beto, meu marido, frequentamos o mundo maravilhoso do swing. Vivi tudo que uma mulher pode experimentar em matéria de sexo. Perdi a conta da quantidade de homens que me comeram! Minha principal exigência era, e ainda é, que eles fossem limpinhos e cheirosos! E que não sejam burros. Também transei com mulheres. Provei da fruta e gostei. Curti cada momento deliciosos de tesão e de prazer que eles e elas me proporcionaram. Não me arrependi de nada — e, se muitos e muitas me usaram apenas como objeto de seu prazer, fiz exatamente o mesmo: usei muita gente por aí.
É verdade que nossa vida no swing era mais agitada no início e que, de uns tempos para cá, mesmo não rompendo com a turma, fomos nos afastando. Com o tempo, mesmo a troca de parceiros foi ficando caindo na rotina e até as transas mais quentes e as experiências mais ousadas perderam o gás. Os homens que eu conhecia nos encontros swingers sabiam que estava ali para transar e que, mais cedo ou mais tarde, acabariam me comendo. Talvez por isso, não se esforçassem para me seduzir, me galantear, me ganhar. Tudo era muito fácil, quase mecânico. Para eles e para mim.
Mesmo sabendo que nosso principal objetivo no swing era a busca pelo prazer, fizemos bons amigos no meio. Posso dizer que minhas melhores amigas participam ou já participaram de alguma suruba comigo. Como diz a Roberta, minha amiga desde a adolescência, que eu levei para o swing, “somos tão amigas, mas tão amigas, que até os maridos nós compartilhamos”.
Mas o mundo dá suas voltas e, no fundo, nunca estamos satisfeitas. Meu marido sempre foi um companheirão. Nunca me faltou atenção. Sempre foi carinhoso e presente e nunca me deixou sentir falta de sexo. Isso eu sempre tive, em qualidade e quantidade (com o Beto e também com amigos e amigas do swing). Mas o que eu estava sentindo mesmo era a falta da emoção dos relacionamentos: do coração acelerado, do sangue quente nas veias e daquela umidade no meio das pernas diante de alguém que acabei de conhecer. Sentia saudade do desafio da conquista, da paquera, da cantada inteligente! Mas posso dizer, meus amigos e minhas amigas, que dias atrás matei a saudade de tudo isso.
Beto, dessa vez, não participou: estava fora do Brasil. Mas depois, por meio deste texto, soube de todos os detalhes. Tim-tim por tim-tim. Conhecendo Beto como conheço, resolvi fazer um relato minucioso da minha experiência e, para facilitar a leitura, o dividi em capítulos. Quem quiser ir direto para a ação mais quente, para as cenas mais apimentadas, pode saltar para o capítulo 11, na segunda parte deste relato. Mas convido a ler o texto inteiro. Primeiro, porque essa não é apenas uma história de sacanagem. É a história de uma opção de vida consciente e tranquila que fiz muitos anos atrás: a de transar sem sentimento de culpa. Quem quiser entender como funciona a cabeça de uma mulher liberada (a minha, pelo menos) não perderá nada se ler todos os passos dessa história que é 100% real (menos, como é desnecessário insistir, no caso dos nomes de pessoas e de alguns lugares mencionados)
CAPÍTULO 3 — TIA, PODEMOS SENTAR?
Foi assim: Beto foi chamado para uma reunião na sede da empresa em que trabalha e teria que pegar um avião que sairia por volta das 8 h da noite, do aeroporto de Guarulhos. Voaria por 12 horas até Frankfurt, na Alemanha, onde tomaria uma conexão até o destino final. Como era uma quarta-feira e eu estava cheia de trabalho, não o acompanhei ao aeroporto. Nos despedimos com uma trepadinha rápida na hora do almoço. Rapidinha, mas gostosa! Ele ficaria duas semanas fora e, por mais que estivesse habituada a suas ausências profissionais, daquela vez estava um pouco angustiada. Ele foi para o aeroporto de taxi e nós trocamos mensagens pelo whatsapp até o momento em que ele, já na sala VIP do aeroporto, esperava a chamada do voo.
Eram mais ou menos seis da tarde quando olhei para a mesa cheia de documentos e de pendências e decidi que, cansada e de baixo astral como eu estava, não seria produtivo ficar ali. Seria melhor chegar cedo no dia seguinte, com as baterias recarregadas, e tirar todo o atraso.
Como não queria ficar trancada sozinha, resolvi dar uma passadinha num shopping center para comer alguma coisa antes de ir para casa, tomar um banho quente e cair na cama sozinha. Talvez até pegasse um cineminha. Juro que não estava com qualquer ideia mais ousada na cabeça. Minha roupa não poderia ser mais discreta. Usava jeans comuns, com sandálias de salto, 8cm. Uma camisa branca, bem comportada e, sobre ela, um blazer preto, curto. Usava um colar discreto e brincos normais. Nada chamativo nem provocativo, juro!
Eram mais ou menos sete da noite quando meu celular tocou e, do outro lado da linha, meu marido me informava que já estava dentro do avião e desligaria o celular. Desejei boa viagem e pedi que ele me avisasse da chegada (seriam 12 horas até Frankfurt). Sabia que ele, no exterior, visitaria um casal do swing, Marcos e Letícia, amigos que se mudaram para a Europa dois anos atrás. Tenho certeza de que alguma coisa eles aprontariam e, se eu bem conheço a Lê, safada como ela é, já havia se enturmado no meio swinger no país em que moram (não falo qual é para não dar pistas da empresa em que Beto trabalha!) e faria as honras da casa para meu marido!
Depois de comprar uma revista e um livro, cheguei a um restaurante que tem uma área externa e, sem olhar para ninguém, ocupei a única mesa livre. Estava sozinha e pretendia continuar assim, entregue a meus pensamentos. Fiz meu pedido ao garçom (uma salada e uma taça de espumante) e estava concentrada num artigo sobre a sexualidade das mulheres maduras (foi por causa dele que comprei a revista), quando ouvi a pergunta: tia, podemos sentar aqui?
CAPÍTULO 4 — CALAFRIO NA ESPINHA
Tia? Achei um abuso. Ia dar uma resposta malcriada mas quando levantei o rosto para dizer que tia era a avó dele me vi diante de dois meninos. Simplesmente lindos! O mais velho, um moreno de corpo enxuto, de cabelos mais compridos sorria para mim do alto (saberia depois) de seus 23 anos. O outro, fortezinho, um pouco mais baixo, de cabelo raspadinho. Tinha acabado de fazer 21. Como eu nada respondi, eles já iam virando as costas quando os chamei. Disse que sim, poderiam se sentar na minha mesa. Mas que se me chamassem de tia outra vez, mostraria aos dois o que é bom para a tosse. Aquilo serviu para quebrar o gelo. Olhando no fundo nos meus olhos e com uma expressão de inocência estampada no rosto, ele, meio sem jeito, se desculpou. Ao receber aquele olhar bem nos meus olhos percebi que tinha ido com a cara dele.
Ele continuou se desculpando e disse que só pediu para sentar porque percebeu que eu não esperava mais ninguém. Perguntei: quem falou que não estou? Desde que você se sentou aqui há uns 10 minutos, não tirou os olhos dessa revista nem por uma vez. Não olhou o celular. Se disse ele, estivesse esperando alguém tria olhado pelo menos uma vez para a porta. E olharia o celular de vez em quando. Além disso, já fez seu pedido ao garçom e ele retirou os talheres dos outros três lugares. Só deixou os seus! Ou seja, você não está esperando ninguém!
CAPÍTULO 5 — PAPO GOSTOSO
Moleque observador! Sorri e os convidei para sentar. Pensei em continuar minha leitura, mas fechei a revista para que eles não vissem o artigo que eu estava lendo. E eles não vieram com aquele papo babaca, de cara que não sabe conversar com uma mulher. Os dois eram universitários, da mesma cidade do interior. Dividiam com outros dois amigos um apartamento num bairro ali perto do shopping. Falamos de tudo: músicas, programas legais para fazer de graça em São Paulo, do meu trabalho, das escolas deles. Sempre que eu abria a boca, os dois prestavam muita atenção em mim, como se eu fosse a única pessoa presente no restaurante. Não viraram os rostos uma vez só para olhar outras mulheres. Eram duas gracinhas! Mesmo me sentindo segura com eles, fui logo mostrando meu dedo esquerdo com aliança e dei um jeito de dizer que meu marido só não estava ali porque tinha viajado a trabalho.
Eu estava tomando meu espumante. O carequinha pediu uma cerveja e o moreninho, um suco. Na medida que o tempo passava, me sentia mais à vontade. Até comecei a me encantar com o jeito que os dois me tratavam. E passei a me interessar cada vez mais pela conversa dos pirralhos. Mas juro que, naquele momento, ainda não havia pensado em ter nada com eles. Dali a pouco, o carequinha olhou as horas no celular e disse: nossa! já são quase dez horas! Acho que é hora de irmos embora. Era mesmo.
Pedimos as contas. Paguei o meu consumo e eles, o deles. Me levantei, saímos do restaurante e íamos nos despedir no corredor (sem ao menos trocar os telefones) quando aconteceu um acidente: o salto de minha sandália quebrou, eu torci o pé e cai. Doeu de verdade. Os dois me levantaram com cuidado e com carinho, me ampararam e me colocaram sentada num banco no corredor. Tentei apoiar o pé no chão mas estava doendo. Foi, então, que o moreninho (Paulo) e seu amigo de cabeça raspada (Mauro) se ofereceram para me levar a um pronto socorro. A dor foi diminuindo e eu disse que não. Que eu pegaria um taxi e no dia seguinte voltaria para pegar o carro no estacionamento.
CAPÍTULO 6 — NÃO VOU ESCOLHER
Paulo se ofereceu, então, para dirigir meu carro até minha casa. Disse que era um bom motorista e que não tinha bebido. Falou aquilo de um jeito tão delicado, tão gostoso e tão preocupado comigo que, mesmo sem conhecê-los, resolvi aceitar. Ele era mesmo um motorista cuidadoso. Fomos até meu prédio, entramos na garagem e eles já estavam indo embora quando entreguei a cada um deles um cartão de visitas com meus contatos. Na despedida, Mauro me abraçou apertado e pude sentir, pela pressão que o menininho fez, que ele havia gostado de me conhecer. Paulo, então, foi um pouco mais ousado, mas sem perder a elegância. Me apertou (pude sentir que o pau dele estava durinho) e deu um beijo meio na boca, meio no rosto. Meu coração disparou, mas não os convidei para subir.
Cheguei em casa, tirei minha roupa e tomei um analgésico, para o pé não incomodar durante a noite. Entrei no banho e deixei a água escorrer pelo meu corpo. Enquanto o calor tomava conta, veio a lembrança dos olhares dos meninos me admirando com carinho, falando coisas legais, contando de suas vidas e de seus planos. O que mais me encantou foi a atenção com que escutavam minhas histórias. Um pensamento me passou pela cabeça: comecei a imaginar como seria bom ter um daqueles moleques na minha cama. Mas qual deles? Cada um tinha seu encanto. Se a ousadia era um ponto a favor de Paulinho, a timidez de Maurinho também tinha seus encantos. Não consegui escolher. Quando percebi, meus dedos já brincavam na minha bucetinha. Depois de muito tempo sem fazer isso, me masturbei pensando em meninos que eu desejava pegar. Gozei com meus próprios dedos! Quero os dois, conclui depois de gozar.
CAPÍTULO 7 — VENHAM ME VISITAR...
Dormi profundamente. Nem senti que Beto não estava a meu lado. Acordei cedo no dia seguinte. Apressada, tomei um café e fui para o escritório. O pé não incomodava mais. Pela hora do almoço, recebi um telefonema de Beto falando que havia chegado bem. Conversamos um pouco, contei para ele o que havia me machucado e disse que ia ficar quieta em casa no final de semana. Almocei, me afundei no trabalho.
Roberta, minha amiga, me ligou perguntando o que eu ia fazer no final de semana. Disse que queria ficar quieta. Me concentrei no trabalho e não pensei mais nos meninos da véspera. Até que ali pelas quatro da tarde, meu celular vibra e acusa a chegada de um whatsapp.
A mensagem era de Paulo. Meu coração acelerou. O texto era curtinho: Oi, aqui é o Paulo, de ontem. Seu pé melhorou? Já com a cabeça cheia de ideias, menti: está doendo um pouco, ainda. Vou ter que ficar em casa, quieta. Ele respondeu: que pena, queria continuar a conversa de ontem. Minha vez: por que vocês não vão lá em casa me visitar? Hoje não posso. Mas se quiserem me fazer uma visita amanhã...
Dali a pouco, o celular vibrou, anunciando um novo whatsapp. Desta vez, era Maurinho. Com uma conversa parecida. Também queria me ver. Percebi que havia me tornado um objeto de disputa entre os dois. Sorri envaidecida. Me concentrei no trabalho, fiquei até tarde e dei conta de tudo que estava atrasado. Já eram 10 da noite quando deixei o escritório. Na manhã seguinte, sexta-feira, já com a cabeça fervilhando de ideias, falei para a nossa empregada deixar arrumado o quarto de hóspedes e comprar cerveja. Separei umas garrafas de espumante e pus na geladeira. Eu teria visitas no final de semana, disse.
CAPÍTULO 8 — ECHARPE DE SEDA BRANCA
Por volta do meio dia passei uma mensagem para Paulinho dizendo o número do meu apartamento e convidando para ele passar na minha casa às oito da noite. Ele respondeu: ok! Depois, passei a mesma mensagem para Maurinho. Ele respondeu a mesma coisa. Saí do escritório antes das seis da tarde. Aproveitei para passar numa farmácia e renovar o estoque de camisinha. Isso nunca faltava em minha casa. Mas como nós andávamos pouco afastados do swing, resolvi me garantir. Tinha que me abastecer com camisinha e com KY, para que nada deixasse de ser feito por falta de equipamento (rsrsrs). Comprei tanta camisinha (seis envelopes com meia dúzia cada um) que a menina do caixa sorriu maliciosa quando fui pagar a conta. Sorri para ela de volta.
Assim que cheguei em casa avisei na portaria que meus sobrinhos Mauro e Paulo viriam me visitar. (Não pude deixar de sorrir quando me lembrei da irritação que senti quando Paulinho me chamou de tia! Agora, eu é que dizia que ele é meu sobrinho!) Disse ao porteiro para deixá-los subir. Resolvi, então, deixar na sala alguns objetos que os inspirassem a falar de sexo! Coloquei na mesinha de centro uns bibelôs de louça nas posições do Kama Sutra, que trouxemos uma vez de Nova York e que, normalmente, ficam na estante do escritório. Pus algumas fotos minhas, mais sensuais, entre as fotos mais formais nos porta-retratos da estante da sala. Entre elas, uma que estou de topless numa praia do Caribe, com um dos seios coberto pelos meus cabelos e o outro quase à mostra. E uma outra em que estou “vestida” apenas com uma echarpe de seda branca. Linda. Para completar, substitui os livros de arte que normalmente ficam na mesinha de centro por três livros que não poderiam ser mais óbvios. Um exemplar de luxo do Kama Sutra, um livro do desenhista italiano Milo Manara, um dos papas da arte erótica, e um livro da fotógrafa americana Reka Niari, uma mulher que consegue explorar toda sensualidade de suas modelos (quem procurar o nome de Reka Niari na internet vai ver fotos lindas. Recomendo!).
O cenário estava pronto. Faltavam os atores.
(continua)
ADOREI O CONTO TEXTO BEM ELABORADO BJOS DA LAUREEN
amei o relato pelo visto promete muita festa
Ja começou bem