Minha mãe chegou depois do jantar, nós estávamos na sala vendo TV, o Henri estava no quarto. Fato: o Henrique não gosta de compartilhar seu tempo comigo, o que talvez eu nem sinta falta.
- Olá David, como foi de viagem? – minha mãe sempre educada.
- Foi maravilhosa. E a senhora como está? – o David também não fica devendo.
- Mãe, vou esquentar o molho. Fiz massa hoje.
- Nossa que chique. Vou tomar banho e já venho. Quero companhia – ela piscou o olho para nós enquanto sumia pelo corredor.
- Vai mesmo contar a ela? – David me olhou sério.
- Vou contar apenas em partes. Melhor ver a reação dela, depois falo sobre a gente.
- Melhor mesmo, não queria terminar meu intercâmbio antes do tempo – ele sorriu.
- Nem ria com isso. Já estou arrependido, como vou ficar sem você?
- Isso é outro ponto a se pensar no futuro, agora vamos apenas curtir.
Segundo fato: eu beijei David, e ele retribuiu. Naquela tarde ele me olhou com carinho, e ainda me questionou sobre minha ação. Respondi que estava em duvida sobre o que eu sentia por ele, então ele propôs um período de teste. Ele seria meu namorado em fase teste, iriamos namorar em segredo, mas eu disse que iria conversar com minha mãe antes, não o fato de namorar ele, mas o fato de gostar de homens, tudo o que acontecia comigo ela sabia.
Quando minha mãe voltou, eu estava só a mesa, esperando-a.
- O David já se recolheu?
- Ele precisava falar com os pais dele pelo notebook.
Estávamos na mesa, minha mãe jantava e falava sobre seu dia. Eu estava muito nervoso, pensava em como falar. Não queria dizer de cara que era gay, não queria parecer com uma cena de drama em que alguém tem que se declarar. Iria pular a parte da orientação.
- Mãe, eu queria lhe contar uma coisa – ela me olhou e depois olhou para o prato.
- Se não for sobre dinheiro, você sabe que quando estamos na metade do mês as coisas apertam. Mas diga.
- Não é sobre dinheiro... Não quero parecer filho mal criado...
- Assim você me deixa nervosa...
- Mãe, estes últimos dias andei pensando, e resolvi lhe contar... – ela até parou de comer, e ficou me encarando – estou gostando um garoto.
Ela respirou fundo e soltou o ar com cara de alivio.
- Hugo meu filho, você criou este clima todo só para mim contar isso.
- A senhora não está surpresa?
- Meu filho, desculpa se não foi como você esperava, mas pode ficar tranquilo.
- Não vai me dizer que a senhora também já achava que eu era gay?
- Também? E quem mais achava?
- O Henri vive me enchendo o saco com essa história de gay, vivo sofrendo bullying na escola por causa de disso, e a senhora fala assim com a maior naturalidade.
- Calma meu filho. Deixa eu ver se entendi, você está se descobrindo agora é isso?
- É!
- E descobriu isso ao perceber que está gostando do David?
- Sim! – falei rápido, e então percebi o que tinha revelado – Eu gosto dele.
- Filho, você não é mais nenhuma criança, deve saber fazer suas escolhas. E não precisa passar por nenhum constrangimento por causa das suas escolhas. Mas também não precisa esconder nada. Se alguém falar alguma coisa, diga que venha resolver com a responsável por suas contas. Ou seja Hugo, eu me importo com você, e peço desculpas se fui tão direta. Estou feliz por você se encontrar.
Foi preciso eu parar e refleti sobre o que ela estava falando.
- Então posso namorar o David?
- Se ele quiser, pode. Mas meu filho, apenas tenha cuidado com estas paixões, principalmente com as primeiras, são as que mais machucam.
Esperei ela terminar o jantar. Minhas pernas tremiam de felicidade.
- Antes que você faça qualquer bobagem, não se esqueça de vim falar comigo antes, você sabe que estarei aqui. Agora pode ir. Acho que o David já terminou da falar com os pais dele.
Dei um beijo nela, e corri.
-- Então , falou com ela? – o David nem me deixou entrar no quarto direito.
- Falei. – fiz cara de sério.
- E ai, ela não ficou brava com você? Não escutei nenhum grito.
- Ela disse que não tinha nenhum problema...
- Ela não ficou nervosa em saber que você gosta de garotos?
- Não, ela disse que não tinha nenhum problema em namorar você.
Seus olhos que já me fascinavam com sua cor rara, brilharam ainda mais.
- Agora posso te beijar como meu namorado? – ele se aproximou de mim.
- Pode, mas lembre, é apenas um teste.
Enquanto nos beijávamos pela terceira vez, minha felicidade me fez esquecer o mundo. Estávamos abraçados no centro do quarto. E aquele beijo quente, e excitante aquecia meu corpo. Quando somos interrompidos.
- Que viadagem é essa? – o Henri parado na porta nos olhando.
- Já que não bate na porta vai se acostumando a ver o que não é da sua conta – respondi sem nenhum aborrecimento.
- Tudo bem, só vim tirar uma dúvida com o David, mas pode ser amanhã – ele se virou e antes de fechar a porta ainda se virou e falou – Eu tenho camisinha se precisarem.
Quando ele saiu, fiquei olhando para o David. Não estava entendendo aquela reação do Henri. Ele parecia serio quando ofereceu camisinha. Digo, ele não esnobou nem nada.
Deixei David no quarto e fui até o quarto do meu irmão. Bate a porta.
- Posso entrar?
- Claro, pelo menos alguém nessa família sabe bater a porta – ele parecia chateado.
- Não está irritado comigo, ou sei lá, não vai dizer nenhuma idiotice...
- Hugo, a gente vive se bicando, mas você é o meu irmão, se você estiver numa encrenca, eu vou lá e te defendo, Não defendo?
- Sim. – isso é verdade.
- Se você gosta de homem, isso não tem importância, agora se você sai do armário, as coisas mudam, vou ter que pensar em outra coisa para te tirar do sério – ele pareceu ri, mas então seus olhos se encheram de lágrimas.
Terceiro fato: só vi meu irmão chorando quando nosso pai foi embora e nem fez questão pela custodia nossa, o que é bom.
- Obrigado Henri.
- Lembre-se, só temos um ao outro para cuidar da mãe, ela parece forte, mas ainda chora por causa do velho.
- Valeu.
Quando eu ia saindo do quarto ele ainda perguntou.
- Não vai querer mesmo a camisinha? – ele sorria.
- Ainda não chegamos nessa fase.
Sai.
Ainda teríamos uma semana de férias, aproveitamos para curtir. Íamos a academia pela manhã, onde Matheus logo notou o clima entre nós dois. Num canto mais afastado, ele me confidenciou.
- É impressão minha ou vocês estão namorando?
- Não é segredo.
- Acho que agora entendi aquele teste.
Às tardes aproveitávamos para ir aos parques, shopping, cinema. O que tinha de divertido para um casal, lá estávamos nós. Então, no final daquela ultima semana de férias, eu falei com David.
- Você sente desejo por mim?
- Claro que sinto. Você nunca sentiu meu volume em baixo sempre que a gente se beija?
- Sim. Eu também fico. Mas é que... – fiquei vermelho nessa hora – David, nunca fiz... E tenho medo de não saber fazer direito.
- Você quer tentar?
- Quero.
- Então, primeiro vamos trancar a porta – concordei enquanto ele caminhava até a porta.
Deitamos-nos na cama. Ele me conduzia de maneira natural, me dava leves beijos. Meu corpo já reagia de imediato. Estava nervoso, é verdade que tudo aquilo era novo, e a minha ansiedade era natural, sentia ao mesmo tempo vergonha, tinha medo dele não gostar do meu dote, mas ele parecia não ter nenhum medo. Me deitou na cama enquanto sua boca selava qualquer duvida que poderia existir naquele ato. Beijo com paixão e tesão uma combinação louca que prisma qualquer sentimento amigável que possa existir entre duas pessoas. Contraste entre o doce e o picante. Ele me dominava, segurava meus braços.
Depois ele beijou meu peito, minhas mãos já estavam livres. Mas ele me proporcionava arrepios de prazer com seus beijos quentes no meu corpo, então sinto suas mãos tirar o short e em seguida sua língua desliza úmida percorrendo cada milímetro daqueles dezessete centímetros de pura excitação. Seguro sua cabeça quando ele de uma forma delicada e segura me proporciona meu primeiro oral, seus movimentos com a cabeça, sua boca sugando, o toque de sua língua. Nada se comparava com aquele momento. Meu corpo todo tremendo. Minha respiração começou a ofegar. Segurei com força sua cabeça, numa reação incontrolável quando meu jato preenche sua boca que não para mesmo sentindo aquele liquido viscoso e quente. Ele parece não se importar. Ele retorna e me beija, ainda sinto um leve sabor do meu fluido.
- Então, posso continuar, ou você quer que eu pare? – ele me olhava serio.
- Continua – meu tom de voz foi baixo, mas direto.
Ele se levantou foi até sua bolsa que estava num canto do quarto, e voltou com uma camisinha.
Vestiu em mim. E então ele sentou sobre mim. Tudo rápido e pratico. Sem reagir, me confundo um pouco, eu seria o ativo novamente.
- Espere David, vamos esperar um pouco, ...
- Não se preocupe, vai ser bem mais intenso na segunda vez você vai ver.
Então, com tudo dentro dele, foi algo novo e único também. Aquilo era apertado, o atrito além de ser bem forte, era quente, cada movimento que ele dava me causava arrepios. Ele sabia se mover de uma forma que não causava pressão sobre meu ventre, nem barulho além de nossa respiração ofegante. Seu corpo magro, mas todo malhado, se movia com agilidade. Seu quadril era flexível, e seus beijos naquela posição pareciam mais íntimos do que já eram. Ele me olhava, sorria, gemia, e se mordia. Vendo-o sentindo prazer daquela forma, me dava mais tesão. E como ele falou, não demorou muito, e o orgasmo foi intenso e mais duradouro.
Nos abraçamos. Ele não disse nada, apenas relaxou sobre mim.
- Foi ótimo.
Não respondi nada, apenas olhei para o teto branco.
Na manhã seguinte, fomos tomar café. Fiquei calado, e ele parecia confortável e agia naturalmente.
- Hugo, estava pensando, você poderia muda um pouco seu visual para retomar as aulas amanhã, o que acha? – ele falou naturalmente.
Minha mãe que estava próximo, completou.
- Boa ideia. Acho que o Hugo não é mais o mesmo de antes.
- Sou o mesmo sim, nem vem com este papo, me sinto bem assim.
- Sabe, não é sobre isso, é que você falou tanto que queria mudar, até está fazendo musculação...
- Mas isso foi antes... Antes de eu conhecer você...
- Você já se olhou no espelho? – ele apontou para meu corpo – Você está mais forte, não que tenha ganhado massa muscular suficiente, mas com a mudança de abito e se alimentado com mais carboidratos, você ganhou peso, está mais...
- Estou gordo?
- Não é bem isso, mas sim, ganhou mais peso, se muda o visual, não por vaidade, mas como um recomeço, muda aquela cara de garoto arrumadinho mimado, e se mostrar mais, vai se sentir melhor.
- Não preciso mais chamar atenção de nenhuma garota boba.
- E se eu não gostar desse visual antigo, e desejar um namorado com mais atitude e mais moderno.
- Mãe, viu no que eu me meti...
- Dou total apoio ao David – essa eu não esperava.
- Ok, vamos cortar esse cabelo...
- E comprar umas camisetas mais justas, deixar seu corpo se mostrar. Mostrar o novo homem.
Não deu para relutar contra os dois.
Na segunda feira de volta as aulas. Cheguei no colégio, e então Paulinha quando me viu correu ao meu encontro.
- Então é verdade?
- Oi Paulinha...
- Estão comentando na sala que tem aluno novo...
Só mais um fato: eu tinha um corpo magro, sem graça, mas também minhas roupas não ajudavam, todo na grife, tudo combinando, meu cabelo no gel pra cima, agora imagina eu com roupa justa ao corpo, mostrando um pouco mais de carne, cabelo da moda e sem gel, até eu me surpreendi com pouco tecido e sem pó para esconder minhas sarnas.
- Sou eu mesmo Paulinha, aquele cara de sempre.
- Nem vem com essa, me conta, o que aconteceu com você nessa ultima semana, que eu não conseguia falar com você...
- Estava ocupando meu tempo com o David enquanto ainda tínhamos dias livres.
- Como assim, o que você não me contou...
- Acho que não vou consegui esconder de você mesmo...
- Não me diga... Espere um momento, e a Cristina, onde fica sua fixação por ela?
- Acho que eu estava apenas confundindo, apenas admirava o jeito dela de ser, talvez eu tivesse inveja dela. Agora eu sei o que quero.
- Nossa, me arrepiei. Mas me conta, já rolou alguma coisa entre vocês?
- Cuidado... Depois eu te conto.
Na sala quando todos me viram, alguns foram lá curiosos, e dá os parabéns pela mudança de estilo que tinha ficado bem, algumas garotas ficaram me encarando.
No intervalo contei um pouco do que tinha rolado, não falei muito para não ser do tipo que fica se esnobando. Foi uma segunda interessante. Claro que não sai contando que era gay, mas também ninguém veio me perguntar, então a revelação veio de uma forma inusitada. Ao termino das aulas, caminhava com Paulinha em direção ao portão do colégio, e algumas garotas falam umas com as outras:
- Quem é ele?
- Que gato!
Por um momento pensei que fosse comigo. Mas mesmo com toda mudança, acho que não cheguei a esse nível de drama romântico. Foi quando Paulinha me chama a atenção para a entrada. Lá estava o David em pé, com os braços cruzados, com um sorriso lindo, e seus olhos azuis me encarando. Todos parados sem entender quem era aquele cara alto, fora dos padrões da nossa cidade. Parado ali no portão, esperando alguém. Então eu caminhei até ele, queria dá uma respostas aquelas garotas, mas preferi apenas fazer do que dizer.
Cheguei bem próximo, peguei sua mão e cruzamos os dedos.
- Novidade? – disse sorrindo.
- Vim ver se meu namorado não estava sendo azarado por outros garotos, agora que ele está top – ele calou a boca de muitos ali, sorrindo.
Fiquei vermelho, alguns por perto escutaram aquela declaração, e ficaram aos comentários baixinhos.
- Seu bobo.
Saímos de mãos dadas e todo de boca aberta.
- Vamos Paulinha, o Henri está nos esperando – David ainda lembrou da Paulinha.
Ela ainda estava boba, não esperava que eu iria se declarar assim tão naturalmente em público.
Já no carro.
- Gente não esperava por essa, vocês arrasaram lá – Beatriz que estava na frente com o Henri já deveria saber.
- Paula, vai almoçar com a gente, ou vai direto pra casa? – o Henri sempre direto.
- Isso foi um convite? – e a Paula sempre revertendo a situação.
- Ok. Almoça então.
- Gente! Não estou entendendo nada. Desde quando o Henrique ficou legal?
- Desde que virei irmão de um gay apaixonado.
- Valeu mano.
- Viu, foi isso que falei. Agora não tenho mais nem como tirar uma com ele...
Aquele dia foi apenas o inicio de uma nova fase em minha vida, eu só não esperava que nem tudo seriam flores.
...
Obrigado, lindos.
Você é o melhor AAAAAAAAA <3
Ual que tesão da porra
Lido e votado.Até q enfim VC voltou com a saga.