No café da tarde tentamos ser ‘pessoas normais’ e falar de coisas variadas, caretas, como qualquer grupinho de casais faria. No meio da conversa, eu falei que teria que levar os lençóis numa lavanderia, por que se minha mãe visse o lençol da cama deles no varal, eu não teria como explicar, então Fabi se prontificou a lavar na casa dela, já que Beto e Pat também moram com os pais. Pat também lembrou que no fim de semana seguinte ela prestaria concurso, e que se dedicaria durante a semana, por isso não os veria nos dias seguintes, e a gente combinou de ir se falando e se encontrar quando desse.
E assim terminou nosso fim de semana a quatro, com o Beto levando a Fabi embora, não sem antes trocarem beijos apaixonados com a Pat e comigo. Assim que eles foram, eu e Pat demos uma revisada geral na casa pra não deixar nada fora do lugar, e deitamos no chese da sala de conchinha pra colocarmos a conversa em dia:
--“Julio, eu to cansada, mas o fim de semana foi muito bom”.
-“foi sim, melhor que o fim de semana na casa da praia do Beto. Lá eu tava muito travado”.
--“verdade, amor, e eu adorei ver você e o Beto mais próximos. Antes ficava um fugindo do outro”.
-“é, as mulheres andam de mãos dadas e todo mundo acha bonito, mas pra homem é complicado essa coisa de encostar um no outro. Eu deixei acontecer por sua causa”.
--“pois é, mas não tem nada a ver, eu e Fabi adoramos. Você gostou da massagem do Beto?”
Pergunta difícil...
-“gostei, mas foi complicado a hora que ele passou a mão na minha bunda”.
--“eu sei, meu machão, vocês homens tomam choque quando outro homem encosta em vocês”.
-“pra você é fácil falar, as mulheres andam de mãos dadas e todo mundo acha bonito”.
--“to brincando com você, amor, eu sei que é complicado, mas foi legal por que o Beto não tem preconceito, pelo menos com você”.
-“eu acho incrível como o Beto leva tudo com naturalidade. Pra mim certas coisas não são fáceis de superar”, dei uma pausa e continuei: “por exemplo esse lance da Fabi me chamar de ‘meu amor’ no meio do sexo. Ela é maluquinha, fala qualquer coisa mesmo, e o Beto não liga”.
--“você vai superar, amor. É que você ainda tem esse machismo e ciumes bobos, que te atrapalham a se divertir nas brincadeiras com o Beto e Fabi. Quando você esquecer o preconceito e deixar rolar, você vai ver”.
Dei uma pausa pra analisar bem a fala dela, e o raciocínio encaixava. Beto aceita tudo que eu e Fabi fazemos, sem restrições, por que ele não tem ciúmes nem insegurança de mim com ela, não tinha restrições de contato físico comigo por que não tem preconceito nem machismo. Ok, interessante, mas será que, se fosse o contrário, eu colocando a minha mão na bunda dele, ele levaria na boa também? Ta aí uma boa pra ver se essa questão de machismo era só minha, e eu iria colocar a prova assim que possível.
-“você acha que o Beto não é machista nem ciumento?”
--“em relação a você, eu acho que não. Lembra que a Fabi falou que ciúmes é insegurança? Então, ele não tem insegurança com você, e você não precisa ter com ele”.
-“entendi, amor. mas deixa eu tirar uma dúvida: o que você faria se no meio da transa com a Fabi eu dissesse que to apaixonado por ela?”
Surpresaaa. Quero ver agora!
--“caramba, Julio, aí você me mata hein. Eu acho que dava uma porrada na sua cara”, e morreu de rir, e eu também caí na gargalhada.
-“ta vendo, né, pimenta no olho dos outros...”
--“to brincando, amor, com a Fabi eu acho que não teria problema, por que ela é nossa amiga e na hora do tesão pode sair uma frase assim, como as que ela falou pra você. Mas se fosse com uma mulher diferente, que eu não confio, eu não gostaria”.
-“to entendendo. Pelo jeito eu sou o único ciumento do quarteto”.
Daí a Pat virou de frente pra mim e falou:
--“Julio, eu adoro quando você sente ciúmes de mim, e eu me sinto protegida por você em todos os lugares que a gente vai. E esse seu jeito machão não me incomoda, pelo contrário, eu gosto. Só to dizendo que nas nossas brincadeiras com Beto e Fabi a sua insegurança não tem sentido e acaba atrapalhando. Deixa os seus medos de lado e a gente vai se divertir bem mais”.
Olhei nos olhos dela, e me vieram a mente todos os sinônimos da palavra amor.
-“Pat, eu tenho ciúmes por que te amo demais. Eu não posso dar meio por cento de chance de te perder, nunca”.
--“e eu te amo com ciúmes e machismo e tudo mais que você tem, Julio. Eu que não posso nem pensar em perder você, o melhor homem do mundo”.
Nos beijamos apaixonadamente, e ao término do beijo eu perguntei:
-“aonde vou encontrar outra mulher tão safada quanto você?”
Pat morreu de rir e respondeu:
--“no meu atual estágio de safadeza, acho que em lugar nenhum. Te amo, seu bobo”.
E ficamos abraçados por um bom tempo, até eu levá-la pra casa. Eu não trocaria aqueles momentos de contato com o corpo dela me abraçando, nem por um cruzeiro pela Europa no pacote ‘Grand Class’.
Naquela semana fui na casa da Pat na quarta feira, pra fazer uma média com os pais e transar, como sempre, e no sábado ela dormiu na minha casa pois eu a levaria ao local de prova no domingo, mas ela tinha mestruado naquele dia, então ficamos na seca o fim de semana.
Na terça feira da outra semana encontrei com o Beto novamente na pelada, e naquelas conversinhas que a gente tinha após a pelada, falei que tava na seca por causa da menstruação da Pat, e ele me convidou pra irmos na casa da Fabi na quarta feira, pois ela estaria só e eu aproveitaria pra pegar os lençóis. Ri pra ele agradecendo o convite, e falei:
-“bem que eu gostaria, mas a Pat não ia deixar, e se deixasse depois ela ia querer a mesma coisa, daí complica né?”
>”eu entendo você. Quando liberei a Fabi pra você aquela noite que você passou com as duas, demorei até pra dormir pensando que você ia transar com a Fabi a noite toda”.
-“que nada, todo mundo dormiu. Só de manhã que as duas se pegaram, e depois eu entrei na brincadeira, foi aí que a Fabi te ligou”.
>”era pra você ter aproveitado mais. A Fabi me libera sempre, e eu quis retribuir um pouco”.
-“Beto, eu fico de cara como você e a Fabi levam isso com tranquilidade. Vou te confessar uma coisa: quando eu fui na padaria a tarde, combinei com a Pat que daria 20 minutos pra ela se divertir com vocês, mas eu fui e voltei voando, e entrei em casa sem vocês perceberem e fiquei vendo pela fresta da porta. A Pat nem sabe disso”.
>”sério? E aí, o que você achou?”
-“eu gosto de ver né, mas praticamente só vi as pernas de vocês pela frestinha, só que eu tava mais mais ligado em ver como a Pat ia se comportar com você sem eu estar perto, mas não vi nada demais. Foi tranquilo”.
>”claro, a Pat só quer se divertir comigo, igual a Fabi com você, é só o tesão de transar com outra pessoa. Você se preocupa a toa”.
-“verdade mesmo, ainda sou meio neurótico com essas coisas”.
>”vamos fazer algo assim, combina com a Pat de deixar ela só comigo e fica no guarda roupa sem ela saber”, e deu uma risada, e eu respondi rindo:
-“o guarda roupa lá nem me cabe, mas não é má ideia não. Qualquer hora a gente arma isso”.
>”beleza. Se você quiser ir na Fabi comigo amanhã, o convite tá de pé. Só você acertar aí com a Pat e a gente vai se divertir”.
-“valeu amigão, pelo convite, mas eu prefiro não cutucar a onça por enquanto, ainda mais ela estando mestruada rsrs”.
Nos despedimos e eu fui embora pensando no fodão que eu ia perder, ainda mais sem a Pat, sem nada pra me preocupar ou causar ciúmes, ia ser muito bom transar com a Fabi novamente junto com o Beto. Chegando em casa liguei pra Pat pra dar boa noite e dizer que a amava, como era comum toda noite eu ou ela fazermos. Acho até que isso é um método de controle da mulherada sobre nós, homens.
Porém, nesse dia eu além de estar na seca, ainda fui atentado pelo convite do Beto, então minha cabeça de baixo estava raciocinando mais que a de cima, então joguei uma conversa mole falando do convite do Beto, dizendo que eu tinha negado, só pra ver a reação dela. Foi mais ou menos assim:
-“é, o Beto vai na casa da Fabi amanhã e me chamou pra passar lá pra pegar o lençol, mas eu preferi não aceitar ... vai que surge um clima e sem você lá não ia ficar legal”
--”Julio, eu conheço muito bem essa desculpinha de lençol. Pode deixar que eu vou lá com o Beto e pego o lençol pra você, que tal?”
Vixi, jogou um balde de água fria. Respondi pra evitar mal maior, mas não queria me rebaixar demais:
-“eu sei, amor, já disse que não aceitei, mas se eu quisesse ir seria injustiça sua, por que quando você pediu, eu fui na padaria e deixei vocês a vontade”.
--“é verdade, amor, você foi bonzinho comigo mesmo. Se você quiser ir eu deixo você ficar lá só um pouquinho, mas você vai ter que aceitar algumas condições”.
-“hum, fala, que condições são essas?”
--“tá vendo, você quer ir, né seu safado?”. Ela era muito astuta e deu a cartada certa. Tentei sair pela tangente:
-“não, eu to só curioso pra saber”.
--“então vem aqui amanhã que eu quero te ver, daí te conto”.
Pensei rápido com o cérebro peniano: a casa da Pat é na contramão da casa da Fabi, mas não custa tentar, vou lá na Pat e vejo o que ela vai dizer. Se não ficar bom pra mim eu digo que não vou na Fabi e beleza, ainda faço uma média com ela, fico lá vendo jogo. Então respondi:
-“Pat, vou aí amanhã mas é pra te ver, to morrendo de saudades de você, minha gatinha de unha afiada”.
--“então tá, amor, to morrendo de saudades de você também. Beijos, te amo”.
Nos despedimos. Até que ficou bom por enquanto. Liguei pro Beto e ele tava tomando umas com os amigos, daí pedi pra ele me dar um toque quando chegasse. Quando ele chegou fui na casa dele pra contar o papo que tive com a Pat. Cumprimentei a mãe dele, que apesar de não ser de muita conversa, gostava de mim. Beto foi pro banho e me chamou.
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