Parte de mim queria compartilhar com meus melhores amigos e, por que não a família, tudo o que tinha acontecido, e como estava feliz e realizado. Bem, a outra parte de mim estava receosa com os pré conceitos, acusações e olhares. Isso era, na verdade, fantasmas que me apavoravam desde o dia em que entendi que “algo errado estava acontecendo comigo”.
Aqueles dois dias realmente pareceram uma eternidade, mas finalmente, marcamos um jantar em um pequeno restaurante no Brooklyn. Um lugar simples, barato e apaixonante, onde namorados sempre vão para se divertir, conversar e escutar os famosos cantores off-Broadway que se apresentam semanalmente para juntar alguns dólares. Decidimos ir juntos, e portanto, não teríamos desencontros.
Uma calça jeans apertada, um sapato linho fino marrom-escuro, casaco verde que combinava perfeitamente com seu lindo par de olhos verdes e contrastava com o sapato. O cabelo liso estava sem nenhum tipo de gel ou produto, como alguém que, de forma rebelde, quer parecer mais jovem e descolado. O forte vento do final de outubro balançava seu cabelo violentamente para a direção contrária à calçada. Hora e outra – ou toda hora – me pegava atônito àquele doce balançar. Tal vez hoje eu consiga entender o que Jobim sentiu ao descrever a tal garota de Ipanema.
“Hey, cute” – e um primeiro beijo naquela noite.
O caminho até o restaurante não era tão longo, e, sinceramente, não me lembro do que conversamos. Provavelmente trivialidades sobre o dia a dia e de como aquele inverno prometia ser terrível. Cerca de 20 minutos depois, chegamos ao restaurante.
O ambiente interno do restaurante tinha uma decoração industrial, com tijolos a mostra, madeira no chão e no teto, e algumas luzes dentro de garrafas de cerveja estavam espalhadas pelo chão. Sobre a pequena mesa próxima à Bandeira Americana, dois copos transparentes com uma pequena vela em cada um, dois pratos nos esperando e os talheres.
A noite foi doce e agradável, e usamos grande parte do tempo conversando sobre planos e sonhos. Eu estava me perdendo dentro daquele lindo par de olhos verdes, e aquela bela criatura estava me ganhando. Era tão interessante. Era tão fascinante. Era tão inteligente. Era tão, tão e tão.
A garçonete não parava de me encarar, e por um instante, pensei ser vítima de preconceito, mas então veio a gostosa pergunta:
“Tu é do Brasil?” – questionou a bela moça com certo ar de desconfiança.
Pronto! Meu sotaque me entregou, e pela primeira vez, tinha contato com uma BR da minha cidade naquela gigantesca selva de pedra. Diferente do que muitos pensam a respeito de Nova Iorque, você pode encontrar certa dificuldade para encontrar brasileiros, isso se você não freqüentar as famosas áreas de turismo internacional. Também não podia encontrar muitos brasileiros em minha faculdade. Isso era bom, mas também doloroso.
Fiz questão de trocar telefones com aquela bela menina de sorriso simpático. Falando sobre ela, é melhor descrevê-la, pois brevemente, aparecerá em contos.
Daniela era uma morena lindíssima com uma discreta borboleta multicolor tatuada do lado esquerdo de seu longo pescoço. Corpo bronzeado de quem chegara recentemente de férias no “inverno” carioca. Um par de olhos quadrados que deixavam seu rosto extremamente sexy, um cabelo levemente preso a uma caneta e uma bunda que, puta que pariu, deixaria qualquer pessoa admirada. A perfeita imagem do estereótipos de mulher brasileira. Das vantagens de tê-la conhecido, pude experimentar todas as sobremesas do restaurante de graça, e, consequentemente, o fez Benjamin.
Era muito engraçado ver o quanto ele estava animado em ver-me falando em Português – mesmo que ele não entendesse uma só palavra. Eu estava tão empolgado em ter conhecido aquela linda carioca, que quase não vi o tempo passar. A essa altura a temperatura já beirava os 4 graus Celsius e temia que caísse ainda mais.
Apesar de ser uma cidade gigantesca, certas localidades em Nova Iorque podem surpreender com um silêncio incrível. Aquela região, naquela noite, naquele momento, estava envolva em um atípico silêncio. Em algum lugar longe dali, carros buzinavam, sirenes tocavam e o Homem-Aranha salvava a cidade, mas os pequenos flocos de neve caindo sobre meus ombros, me deixaram tão besta, que tudo se calou. Era como a cena de um filme, sabe? Bem, você certamente já viu coisas assim em um dos 4987654 filmes gravados na Big Apple.
Ignorando meus medos e todas as pessoas que possivelmente cruzariam nosso caminho naquela noite, decidi ceder, e, carinhosamente, senti seus dedos entrelaçando-se entre os meus. Era a primeira vez que sentia uma mão como aquela entre a minha. O jeito que ele me tocava era único. Sua mão era grande, mas não como a minha. Como bom violonista, tinha calos em seus dedos, e alguns longos pelos por entre. Era impressionante como sua mão se encaixava perfeitamente à minha.
O plano era de que eu o acompanharia até em casa, e então, voltaria sozinho para a estação de metrô mais próxima, que ficava duas quadras acima, depois da banquinha de jornal. Seu apartamento ficava no 26 andar de um antigo prédio em uma rua calma, e na frente, sinais de reforma, com grandes estruturas. A pequena escada da entrada principal já dava sinal de que deveria ser limpa logo, pois começava a se cobrir com o gelo, e um velho guarda com expressão cansada, caminhava pela calçada com seu casaco-pinguim, na esperança de vencer a fria noite .
Aquele mesmo silêncio voltar a reinar e tomou conta daquela despedida. Desta vez, porém, eu sabia que queria beijá-lo. O fiz. Agora, eu não estava preocupado com o que os outros pensariam a meu respeito. Eu simplesmente precisava estar dentro daqueles lábios rosa e pequenos. Eu precisava tê-lo em meus braços. Era uma necessidade que, a qualquer custo, eu precisava vencer.
Foram incansáveis beijos, e no momento mais inesperado, nossos olhos se cruzaram. A este ponto, ele viu que muitas coisas se escondiam dentro dos meus olhos negros. Mais tarde, descobri que, a sua leitura sobre mim, tratava-se de medo, insegurança ou qualquer coisa do tipo. Em seu lindo par de olhos verdes, porém, encontre um alívio arrebatador. Sem palavra alguma, ambos sabíamos o que viria em seguida. Minutos mais tarde, estávamos em sua sala de estar.
Fiquei surpreso com a organização de seu apartamento. Três cômodos medianos, o que é considerado gigantesco para o padrão nova-iorquino. Tudo estava delicadamente decorado com estilo vintage anos 80. Uma mini-biblioteca pessoal com títulos desconhecidos por mim e uma coleção inacreditável de shows da Broadway. Era como se eu estivesse em um paraíso de Arte. Com as paredes cinza-claro, quadros com molduras pretas estavam espalhados no chão, apoiando-se uns aos outros. Era lindo. A vista daquele andar era fantástico, e dava uma pequena noção da magnitude da cidade que nunca dorme. Sentia como se aquele momento estivesse predestinado.
Apesar de ter algumas boas opções de bebidas e drinks, estava satisfeito com um copo com água e gelo. Curtir cada minuto daquela noite era minha prioridade, e seria burrice beber qualquer coisa com álcool. Eu não queria estar o calor daquele momento com o lindo par de olhos verdes. Tenho claro na memória, que seu Spotify tocava qualquer coisa interpretada pelo grande Billy Porter, e pequenos ruídos vim do exterior do apartamento. A cidade cantava. Quando me vi olhando fundo dentro daquele lindo par de olhos outra vez, o mundo tornou-se mudo. Tudo o que ouvi, foi o som de nossas respirações. Era mesmo como música.
Com doce sutileza, segurou minha mão guiando-me à king size que ficava no quarto. Era quase na altura do chão, e do lado esquerdo, um abajur estampado com jornal repousava sobre uma pilha de revistas de moda. O ambiente estava parcialmente estudo, mas com a iluminação da sala, pode ver aquela linda criatura que se aproximava por dentro as sombras. Eu tremia muito e já suava descontroladamente.
Dado o tesão do momento, era impossível nos contentar com doces beijos, e logo, estávamos devorando-nos e nossas línguas trabalhavam em conjunto. Pequenas mordidas em meu pescoço, orelha, bochechas e lábios me faziam delirar. Suspiros abafados começaram a ganhar peso, e era como se a qualquer momento, meu pau fosse estourar em minha cueca. O nervosismo não me impediu de pensar, e a essa altura, eu teria que tomar o controle da situação. Eu seria o ativo, e além disso, seria minha primeira experiência com um homem – coisa que ele só descobrira depois -, e de qualquer forma, as regras teriam que partir de mim. Foi o que fiz.
Com uma força animal, arranquei sua camisa segunda-pele, jogando em qualquer lugar próximo à porta. Descendo minha língua em seu pescoço e peitoral, percorria seu abdômen com minha barba. Era maravilhoso. Tudo estava no exato lugar e seu pau estava em uma rigidez descomunal. Alguns fios loiros quase brancos desciam alinhados para suas pernas mostrando o mapa para a felicidade. Ele era extremamente sensual, e, explorando seu corpo, tive mais certeza que ele absolutamente lindo.
Não foi nada fácil arrancar minha camiseta, mas ele, sem pestanejar, me ajudou. Suas mãos eram fortes, mas menores que as minhas. Nesse ponto, perdi minhas calças em qualquer lugar da cama. Ele também. Sua cueca shorts branca mostrava a perfeição daquela bunda. Era tão redondinha e firme. Poderia ficar horas olhando e admirando. Quase gozei apenas ao passar minhas mãos sobre aquela obra de arte. Seu “período de tortura da academia”,c Omo definido por ele mesmo, valera a pena. Os beijos não paravam, mas também não eram mais apenas entre a boca. Eu estava confuso entre sua boca, pescoço, nuca, peito, braços e a cueca que ainda abrigava aquele paraíso todo. Aqueles olhos... puta que pariu. Lindo par de olhos verdes. Eu estava tão entregue a ele, que toparia fugir dali para qualquer lugar do mundo, desde que ele estivesse ao meu lado. Eventualmente, quando conseguia me deparar com seus olhos, via o tesão e desejo, mesmo que frases não fossem usadas. Algo estava escondido naquele lindo par de olhos verdes. Ele precisava de mim... e eu precisava dele. Sem me avisar, retirou minha cueca, e de forma exagerada, sorriu. Instantaneamente me desesperei, mas me lembro suas palavras como se fosse hoje:
“Você tem um pau gigantesco...e você não é circuncidado” – disse ele já se engasgando com aquele mastro.
Sabe aquela coisa que homens sempre dizem? “Homens são melhores chupados por homens”? Pois é. Hoje eu concordo. Apenas um homem poderia entender os exatos lugares de prazer e sensibilidade de outro homem. Provavelmente funciona assim com as mulheres. Tive algumas boas experiências com meninas me chupando,m as naquele caso, era bem diferente. Era como se sua boca estivesse adaptada ao formato do meu pau, e sua barba roçando minha virilha quase me levou a loucura... e ao orgasmo. Ouvi-lo dizer coisas referentes ao tamanho do meu pau me enlouqueciam. Era de um extremo orgulho e tesão que mal posso explicar. Eu sabia que aquele menino seria meu. Aquele lindo par de olhos verdes seria meu.
Nunca tive tanto problema em controlar minha ejaculação, e portanto, poderia passar horas sendo chupado por aquele lindo homem. Ele estava sedento. E quando olhava para mim com seu lindo par de olhos verdes, esse controle todo era posto à prova de fogo.
Ele deve ter passado pelo menos 40 minutos com a boca em meu pau e toda a região das minhas pernas. E quando engasgou-se tentando fazer uma garganta profunda e me olhou com aquela cara de menino pidão, segurei firmemente seu cabelo de ouro e gritei excitado e descontrolado:
“Eu vou gozar”
Não encontrei nenhuma hesitação, e todo o meu liquido quente e direto da fonte foi despejado em sua boca. Até então, não me lembro de ter tido um orgasmo como aquele. Eu tremia, eu suava e eu gozava como um ator pornô. Lá estava ele cansado, suado e com o rosto coberto de porra. Estava em todos os lugares. Era lindo de se ver.
Com uma carinha de felicidade, sorriu, como quem bebeu um super refrescante suco de abacaxi e menta em um dia do verão carioca.
Quando finalmente recuperei minha respiração e sentidos, masturbei-o até que senti sua gala sendo despejada em meu pau e minhas pernas. Estávamos mortos, caídos naquela cama. Estávamos fartos.
Não trocamos uma só palavra e apenas nos beijamos por mais algum tempo. Com toda a naturalidade do mundo, repousávamos naquela cama suja de porra. Era tão excitante ver um homem como aquele deitado sobre meus braços e sendo aquecido pelo calor do meu corpo. Era lindo de se ver.
Adormecemos.
3:48 AM – abri meus olhos e quase tive um heart attack, quando percebi as horas. Eu realmente me desesperei, e, sem pensar muito, pulei para fora da cama, o que o acordou também num susto. Estava tendo problemas em encontrar minhas roupas, e acabei deixando a cueca para trás, assim como um pé das meias. Celular, chave e carteira? Tudo espalhado. Benjamin estava calmo próximo à porta do quarto, tentando entender o motivo de tanto desespero e exaltação. Insistiu em chamar um táxi e até se ofereceu para pagar. Tentou até mesmo me dar uma barrinha de cereais e me dar um último beijo, mas foi interrompido por meu brusco empurrão e um dedo apontando em sua cara:
“Não me procure mais. Isso foi um erro ridículo e eu me sinto péssimo por isso. Eu não sou gay. Apague meu telefone e finja que eu morri”.
Desci correndo pelas escadas com lágrimas rolando por meu rosto. Até mesmo tropecei em um dos cadarços desamarrados.
CONTINUA.
Conto muito bom e agradável de ler. Votado. Leia também o meu conto publicado hoje com o nº 70007 "Como GP dando dicas aos meus clientes".