gringobrasileiro - Uma segunda chance - Final (?)

Se ficar no país era o plano, havia muito a ser feito. Mesmo que o dinheiro já não fosse o maior problema, eu teria uma prova dificílima pela frente, e também teria que fazer uma audição para ser um aluno completo do programa. Basicamente, eu deixaria de ser um aluno internacional para ser um estudante regular. Além dos problemas acima citados, eu ainda teria que enfrentar o sistema americano. Eu teria que trocar os status do meu visto que venceriam em menos de 30 anos. Certamente não seria uma jornada nada fácil e só de pensar em tudo que poderia dar errado, senti meu estomago se embrulhando, e minha cabeça doendo.

No geral, tivemos um começo de tarde muito agradável. Devido a beleza do dia, reunimo-nos na mesa do lado de fora, na parte de trás da casa. Na casa do lado direito, uma pequena criança brincava em um balanço colorido com seu pai, e ao lado esquerdo, o senhor Marshall fazia seu churrasco dominical. Era o típico domingo da família americana. David cozinhou um tipo de massa italiana, e John, como sempre, se encarregara das bebidas.

“Fiquem por aqui enquanto a gente deixa tudo pronto” – Disse John, sempre solícito.

“Ótimo”. Pensei. Seria a primeira vez desde que tudo começou que ficaríamos a sós. Eu tinha um mix de emoção em meu coração. Por mais que quisesse, não conseguia sentir raiva. Apenas o amava. Apenas o desejava. O queria para mim. Só para mim. Não tinha pensado em como seria ficar nos Estados Unidos e não o tê-lo da maneira que eu realmente desejava. Mas não era algo que eu poderia mudar, então teria que me acostumar não o tendo.

“Estou muito feliz que você tenha decidido ficar” – Disse Jared quebrando o silêncio.

Acho que estava tão puto aquele dia, que não tinha reparado em quão lindo ele estava. Vestia uma camiseta branca com as iniciais de Nova Iorque, e uma calça preta de algodão. Calçava um tênis branco com um símbolo famoso. Seu cabelo tinha sido recém cortado, e sua barba por fazer. Como sempre, sua expressão era séria, mas seu olhar era terno e carinhoso. Ele estava com medo. Era como se tentasse escolher onde pisar, com medo de fazer algo que eu não gostasse.

“Eu também estou. Espero que as coisas cooperem a favor” – Disse olhando-o nos olhos.

“Eu vou fazer o necessário. Nós vamos fazer o necessário” – Respondeu.

Estavámos em cadeiras lado a lado, e podia sentir o cheiro do seu corpo. O mesmo cheiro que sentira na primeira vez, mas que se tornara tão familiar desde que me apaixonei. O cheiro que sentira quando beijava seus lábios ou o penetrava. O cheiro que me despertava nas madrugadas em qualquer hotel em Nova Iorque ou naquela gigantesca casa em Savannah. O cheiro que eu não queria esquecer.

Ficamos em silêncio por um instante. Eu podia perceber que ele me olhava, enquanto eu encarava o horizonte – cortado por uma cerca de madeira.

“Posso pedir uma coisa? Uma última coisa” – Disse com um tom baixo.

“Você sabe que sim” – Respondi voltando minha atenção a ele.

“Me deixa sentir seu beijo. Mesmo que uma última vez” – Sussurrou já tomado minha mão.

Tentei pensar no que fazer. Não sabia se deveria. Do que me adiantaria tê-lo uma última vez, sabendo que no outro dia ele já não estaria mais ali. Não era apenas as milhas que separavam Califórnia e Nova Iorque. Era algo bem maior do que isso. Ele era cheio de segredos, e em meu pensamento, mantinha um complicado relacionamento com seu ex-marido. Como me entregaria uma vez mais sabendo que aquilo seria apenas um gosto do paraíso?

Mas por que pensar? Por que me fazer de idiota? Era o que eu queria desde que o vi. Era o que eu queria todos os dias. Era o que eu queria para o resto da minha vida. Tinha certeza que seu beijo reacenderia aquele sentimento tão dolorido em meu peito.

Foda-se.

Inclinei meu corpo para seu lado e nossos lábios se encontraram.

Era um sentimento tão familiar e seguro. Era o prazer de chegar em casa depois de um dia cansativo e se jogar na cama. Era a certeza da segurança de um quarto fechado. Era a certeza de ter o amor correspondido.

O beijo era apaixonado e carinhoso, mas desconfortável, devido a minha posição. Ainda assim, não queria parar de beijá-lo. Sentei em sua cadeira, para compartilharmos a mesmo lugar. Seus beijos eram realmente envolventes, e não conseguia pesar direito. Enquanto o amava com os lábios, sentia seus músculos em minhas mãos e aquilo me enchia de tesão. Aqueles braços enormes tentavam me abraçavam, e eu o apertava com força. Por um minuto, esqueci que todos os vizinhos nos podiam ver. Não. Eu não queria parar.

Não combinamos o que fazer, mas ambos sabíamos o que aconteceria em seguida. Não. Não pensei na comida, em minha família, nos vizinhos ou no coração em pedaços. Segurei firme em sua mão e caminhamos juntos até o meu quarto. Nossos passos eram apressados, e meu pinto já trincava dentro da cueca.

Assim que bati a porta atrás de nós, como um magnetismo, nossas bocas se reencontraram. Ele me empurrou na cama, e tirou seus sapatos, ao mesmo tempo que eu o fazia, mas sem usar as mãos. Ele deitou ao meu lado, e me beijou outra vez. Apesar do tesão, não estávamos agindo como os selvagens das outras fodas, mas apenas nos amando com os lábios.

Mudei minha posição de forma que ficasse no topo de seu corpo. Tirei sua camiseta branca, enquanto ele tentava, sem sucesso, desabotoar a porte de cima da minha polo. Em cada movimento, em cada gesto, um outro beijo selava aquele prazer. Minha língua passeava seu pescoço, e suas mãos me massageavam as costas. Coloquei meu rosto naquele peitoral maravilhoso, enquanto ele beijava minha cabeça. Percorri o caminho do seu peito até seu umbigo, explorando aquele lindo playground. Tirei sua calça, e mais uma vez, enlouqueci olhando aquelas pernas másculas. Ele vestia uma cueca preta. Coloquei minhas mãos na parte de trás de seu corpo, e beijei aquele volume maravilhoso. Triei sua cueca e pude ter certeza de seu prazer. Seu cassete estava quase explodindo. Sem pesar duas vezes, coloquei seu caralho na boca, ouvindo seu gemido de tesão. Ele sabendo do mesmo destino principal, levantou suas pernas, me dado o sinal verde. Seu buraco rosa piscava, implorando por minha rola, e ali fiquei por um bom tempo. Quando mais chupava, mais ele gemia. Me livrei das calças, tentando não tirar minha língua de seu cu. Ele gemeu ainda mais alto quando viu meu cassete. Me ajoelhei sobre a cama, de forma que meu caralho apontava sua direção. Ele veio, sedento por minha pica, e cheio de tesão. Enquanto me chupava, seus olhos me encaravam, e aquela cena me deixava louco de tesão. Ele tinha uma pratica incrível em mamar um caralho. Meu pau já babava feito louco em sua boca quente.

Coloquei suas pernas me meu pescoço e coloquei meu cassete bem perto daquela entrada que me levaria a outra dimensão. Cuspi em meu caralho, e comecei a penetrar bem devagar. Fui bem devagar, com medo de machucá-lo, mas principalmente porque estava adorando tê-lo só para mim. Centímetro pós centímetro, eu estava todo dentro dele. Sentia meus pelos contra os seus, e seus pés a altura da minha boca. Comecei a aumentar meus movimentos, ao mesmo passado que mordiscava seus pés. Ele gemia bastante, e eu também. Ele abriu suas pernas de forma a me segurar, e a penetração parecia ainda mais profunda. Que tesão! Que tesão olhar aquele homem gemendo em meu corpo. Que tesão saber que tudo aquilo não era apenas sobre sexo, mas pelo amor. Ele ficou de costas, ajoelhado sobre a cama. Eu me encaixei na parte de trás, e o pressionei com meus braços. Virando seu pescoço, ele me beijava e dizia que me amava. Alternávamos entre a posição de quatro, e aquela, de joelhos. Depois de um bom tempo ali, ele sentou em meu caralho, e aquilo me enlouqueceu. Ele cavalgava, e me arranhava o peitoral. Ocasionalmente, se contorcia até me beijar. Eu sabia que o gozo estava se aproximando, e em um ato pensado e violento, o joguei sobre a cama, e coloquei meu caralho perto do seu rosto. Foi o tempo exato. Explodi em um orgasmo delicioso, enchendo sua cara de porra. Rapidamente comecei a chupar seu caralho, e ele, gozou quase de imediato.

Caímos na cama sem falar uma palavra. Apenas cansados e totalmente satisfeitos. Mesmo todo coberto de porra, escolhi beijá-lo. Já não saberia distinguir qual porra era a minha, e qual era a dele. Mas como sempre, seu beijo estava fantástico.

Tudo bom. Tudo lindo... mas e o almoço? Rimos muito. Talvez fosse um pouco estranho descer as escadas e ver David e John nos esperando para comer.

Depois de nos limpar e vestir uma cara de que estávamos explorando o paraíso, descemos as escadas esperando o pior.

“Ei, desculpa a demora. Estávamos...”

“Estudado anatomia” – Disse John, me cortando.

Explodimos no riso. A quem eu queria enganar? Todos sabíamos o que estávamos fazendo no quarto. E além disso, todos éramos gays. Aquilo me fez pensar em como seria mais simples se todas as famílias, independente da opção sexual de seus relativos, escolhessem tratar a sexualidade com tanta naturalidade. Na teoria, eu era o filho que estava o quarto com o namorado. Pronto. Em tese.

Claro, tentei não falar no assunto, mas obviamente, o assunto viria à tona. Fizemos algumas piadas sobre sexo, rimos da minha cara de nada, quando eu era o centro da conversação. Foi uma tarde muito, muito agradável. Enquanto comíamos, iniciamos o planejamento do que seria me ter no país como estudante. Falaram de finanças, falaram de visto, de documentos, e de tudo mais que era importante.

Enfim, a tarde estava acabando e tudo o que precisava ser discutido, o fizemos. Era a hora. A hora de dizer adeus.

David o daria uma carona até o aeroporto, mas eu preferira ficar em casa. Não. Não estava arrependido de ter feito amor com ele. Não estava arrependido de tê-lo beijado tão apaixonadamente. Era a segunda vez que eu me envolvera daquela maneira com um homem, e ao mesmo tempo, teria meu primeiro coração partido. Não vou negar que no começo, estava com muita raiva. Senti raiva por tê-lo olhado naquele bar, no hotel em Buffalo. Senti raiva por ter voltado. Senti raiva por ter trocado telefones. Senti raiva por ter mergulhado naquela loucura. Senti raiva por morar tão longe. Senti raiva por ele ter proposto casamento. Senti raiva por ter conhecido o Sul com ele. Senti raiva pelo tempo ser tão escasso. Senti raiva pela diferença de idade. Senti raiva por ele ter mentido, omitido ou simplesmente ignorado me contar o que realmente tinha acontecido. Senti raiva por tê-lo amado. E ódio por continuar amando.

Com toda sinceridade, faria qualquer coisa para mudar aquilo.
Faria qualquer coisa para voltar no tempo e descobrir que ele tinha proposto casamento simplesmente porque me amava e queria construir uma história comigo, não com a intenção de me dar um greencard. Faria qualquer coisa para mudar o fato de que não poderíamos permanecer juntos.

Apesar da raiva, senti amor. Senti o amor quando ele me abraçou forte, quando descobriu o que acontecera em meu primeiro relacionamento. Senti amor quando ele me vendou os olhos para realizar um sonho de menino. Senti o amor quando ele me trouxe comida na cama, ou quando fingiu entender minha piada – sem sentido algum. Senti o amor quando ele me ligou chorando. Senti o amor quando me mandou aquela mensagem de texto, todo desesperado. Senti o amor quando ele, em segredo, contatou minha família, ou quando apareceu em minha casa, do nada. Senti o amor quando ele disse que ficaria tudo bem, e me abraçou com toda força. Senti o amor quando estava dentro dele. Senti o amor quando ele se encarregou de fazer qualquer coisa para que eu ficasse o país. Senti o amor quando mesmo com toda minha grosseria e raiva, ele me amou.

Eu poderia apontar todos os obstáculos desta curta história, e mostrar seus lados negativos, mas eu também aprendi muito. Aprendi com ele a como ser um gentleman. Aprendi com ele a como demostrar meus sentimentos. Aprendi a ser compassivo, feliz e viver o momento. Aprendi a ser aventureiro. Aprendi truques na cama. Aprendi novas palavras em inglês. Aprendi bastante sobre a cultura norte americana. Mas acima de tudo, aprendi o que não fazer com quem você diz amar.

Jared é um homem lindo, maduro e inteligente. Um homem totalmente passional. Seu único erro foi ter dito “eu te amo”, quando ele também amava outra pessoa, ou era amado por outro. Seu erro foi ter me envolvido naquela história, com a irresponsabilidade de saber que não daria certo. Seu erro foi não ter tido coragem suficiente para finalizar sua história passada, e ainda assim, iniciar outra.

Quem não erra?

Eu me dei uma segunda chance, quando o céu estava nublado, a temperatura era negativa, e minha vida estava toda bagunçada.

Ganhei um coração quebrado, uma paixão que faria guardada dentro de mim e um milhão de experiências. Ganhei aquele homem. Ele não seria literalmente meu, mas ninguém tiraria da minha memória cada segundo que passamos juntos. Ninguém apagaria da minha história, o quão feliz eu era quando ele me abraçava.

E enquanto ele entrava no carro, não sabia se chorava, ou sorria. Ele me deixou uma caixa nas mãos e um abraço muito forte. Foi um último beijo de adeus, e o futuro tornara-se tão impreciso quanto o presente.

Ele se foi, e Deus sabe até quando, mas eu amei. Ah, eu amei.

O final de uma etapa, o início de uma era.


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Comentários


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rifascinador Comentou em 24/10/2018

Gostaria muito que você estivesse com Jared, muito difícil aguentar tantas barreiras, decepções, paixões, eu nunca me apaixonei por ninguém, acho que não seria tão forte, não aguentaria como você aguentou, fica aqui o meu abraço e o meu obrigado por dividir a sua vida 👏🏻💙

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Comentou em 18/01/2016

Boa sorte pra você que tudo dê certo!! E nos mantenha informados sobre o Andrew kkkkkk

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efbrita Comentou em 21/12/2015

Me envolvi com sua narrativa que flui deliciosamente em um texto limpo, claro, emocionante, envolvente. Sexo sem neuras, amor sem firulas, simplesmente amor. Desejo a você toda luz do mundo e um feliz e maravilhoso natal.

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efbrita Comentou em 21/12/2015

Me envolvi com sua narrativa que flui deliciosamente em um texto limpo, claro, emocionante, envolvente. Sexo sem neuras, amor sem firulas, simplesmente amor. Desejo a você toda luz do mundo e um feliz e maravilhoso natal.

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lordricharlen Comentou em 20/12/2015

Emocionante forma como você se expressou pena que você não ficou com ele, espero que de tudo certo nessa sua nova vida desejo um feliz natal e um feliz ano novo.




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Nome do conto:
gringobrasileiro - Uma segunda chance - Final (?)

Codigo do conto:
75818

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
18/12/2015

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