Meu sobrenome. Um silêncio. O aplauso. Os cinco degraus até o palco.
Cinquenta minutos. Cinquenta minutos falando, ensinando e respondendo perguntas. Apesar do número de pessoas presentes, e dos que poderiam ser considerados importantes, me senti seguro. Não tinha jeito de voltar atrás. Eu estava no palco, com milhares de pessoas me olhando. Não se tratava de um júri, mas de pessoas que simplesmente queriam aprender algo comigo. E isso era lindo e mágico. Serviu de conforto, quando quase surtei. Por um minuto, pensei que talvez sentiria prazer fazendo aquilo pelo resto da minha vida.
Depois de responder a todas as perguntas e deixar o palco, minha família americana estava me esperando do lado de fora do setor de convenções, com um pequeno presente.
Caro leitor, vale a pausa para explicar algo: quando me refiro à família como “família americana”, quero fazer a clara separação entre minha família biológica brasileira, e a família que escolhi na América. Em um futuro conto, prometo que fará sentido.
Back to the point... estadunidenses tem o costume de dar pequenas lembranças, cartões, chocolates, quando querem dizer algo. Apesar de tudo o que reprovo nesta cultura fútil, este é um dos costumes que aprecio muito. O pequeno cartão era branco, e tinha o desenho central de dois menininhos de mãos dadas. Um pequeno chocolate – muito ruim -, e um sorriso de orelha a orelha. Não tinha como não me sentir importante com tamanho carinho.
Os próximos dois dias seguiram o mesmo percurso: palestras, almoços em família, um pequeno tempo para explorar a bonita e fria cidade, um tour até as Cataratas do Niágara, na fronteira com o Canadá, e bastante contatos profissionais. Uma punheta aqui, outra ali... claro.
“O que você está fazendo hoje? ” – Recebi, vinda de algum lugar do prédio.
“Hey, bonitão – tenho uma palestra para assistir, e em seguida, pelo o avião de volta à Nova Iorque. Por que? ” Respondi, ansioso para a resposta.
“Bem, você podia vir até meu quarto” – respondeu imediatamente.
“Mas eu tenho uma palestra para assistir” – respondi chateado.
“...e talvez a última vez que iremos nos ver”. – Respondeu, calando-me a boca.
Filho da puta tem um ponto... pensei.
“Me dá 10 minutos. Vou marcar presença e chego aí”. Respondi, sem pensar muito.
Fui até o salão em que supostamente assistiria a palestra, assinei meu nome e passei meu cartão – típico de brasileiro. Por um instante, pensei que me arrependeria. Aquela palestra seria de um aluno da Universidade de Tóquio, sobre música e tecnologia... me acrescentaria bastante, como profissional. Por outro lado, o que Jared falou fazia todo o sentido. Talvez nunca mais tivesse a oportunidade de vê-lo. Aprendi com “lindo par de olhos verdes”, que é necessário viver o que está acontecendo agora, ou talvez será tarde demais. Pronto. Viver algo, mesmo sabendo que pode ser estúpido.
Não quero me estender com esse pensamento, mas sabe aquela pessoa que vive presa dentro de um modelo de vida simplesmente porque a sociedade, os pais e a religião dizem que é certo? Aquele tipo de pessoa que dará o sangue para ser politicamente correto e aceitável? Aquele tipo doentio de gente que não se permitirá errar, ou, pior ainda, arriscar? Pois é... este era eu. E sabia, dentro de mim, que estava na hora de quebrar esse modelo de vida. Eu precisava matar meu antigo eu e fazer qualquer coisa estupida.
“Você está bonito” – Disse quando abriu a porta.
“E você está de cueca ” – Respondi já fechando a porta.
Jared não é qualquer idiota. Ele sabia que seu corpo era vizinho da perfeição. Ele sabia que os músculos do seu corpo fariam qualquer pessoa virar o pescoço, e por isso, gostava de mostrar. Suas calças sempre eram apertadas e faziam aquela linda bunda ficar delineada e apetitosa – qualquer ativo rasgaria aquelas roupas com a mente, assim que passasse por ele. Suas camisetas, e mesmo os casacos, sempre eram apertados e mostravam a dimensão daquele pedação de homem.
Agora, ali, em minha frente, apenas cueca. Puta que pariu. Já senti o pequeno príncipe dando sinais de vida.
Honestamente, eu não queria muita conversa. Já tínhamos conversado bastante naquela primeira noite, no bar. Não seria tão necessário conversar agora. Eu o queria, e ele, bem... ele me convidou para estar ali. Já tinha perdido uma palestra importante, então era hora de foder.
Não tive tempo de tirar meu casaco. Assim que a porta se fechou atrás de mim, ele me jogou contra a parede, segurou forte meu cabelo, e me beijou violentamente. Seus beijos eram realmente deliciosos e envolventes. Nossas línguas estavam sempre em sintonia, e sentir sua barba – agora rala – sobre minha barba longa me enchia de tesão. Com uma voz grave e autoritária, disse em meu ouvido:
“Hoje é minha vez de te fazer meu” – e me mordeu.
“Vá com calma, companheiro. Ninguém toca na minha bunda” – disse ainda mais autoritário.
“Não é na sua bunda que estou interessado” – respondeu prontamente.
Eu realmente prefiro estar no controle, no que diz respeito a sexo. Bem, na vida pessoal, isso também faz parte da minha personalidade. É algo nato. Por outro lado, a fome que ele estava de rola me fez ficar louco. Eu estaria disposto a ceder um pouco do meu domínio para ele; até porque, ele era um grande homem.
Afogado em palavras sem nexo e bastante força, ele se ajoelhou a minha frente. Ele tentava se desvincular do meu cinto, enquanto eu, sem sucesso, tentava arrancar o suéter. De repente, senti aquela boca quente e molhada abocanhando minha rola. Puta sensação gostosa. Talvez por ser mais velho, ele sabia o que estava fazendo. Chupava a cabeça do meu caralho e se divertia com a pele que ali estava. Descia até meu saco, e tentava, sem sucesso colocar inteiro em sua boca. Sem sucesso também, tentava abocanhar meu mastro inteiro. Não. Não cabia em sua boca. Constantemente estava engasgado... e eu morrendo de tesão. Quando menos esperava, senti suas mãos fazendo força na parte detrás das minhas pernas. Agora estava deitado, e sem roupas. Meu pau apontava para cima, com um leve declínio para o lado esquerdo. Aquele abdômen trincado e peitoral maravilhoso estavam bem à minha frente. Com uma mão, ele segurou meus braços, e com a outra, lubrificou meu pau – e seu cu – com sua própria saliva. Me olhava como um animal pronto a atacar. Odeio admitir, mas ele era muito, mas muito mais forte do que eu. Aquela situação toda, por outro lado, me enchia de desejo.
Tentava olhar dentro de seus olhos, mas a luz amarelada próxima à porta, trazia sombras a parte do seu rosto bonito. Pude ver, entretanto, quando fechou os olhos. Estava quase dentro. Mordia os lábios, abria sua bunda com uma mão e me segurava com a outra. Parou por uns segundos, até sentar-se completamente sobre meu corpo. Meu pau estava completamente dentro dele. Colocou as duas mãos em meu peito, e levemente começou a subir e descer. Aqueles movimentos estavam me enlouquecendo.
“Eu vou foder o seu pau até você não aguentar mais” – disse revelando um lado assustador de sua personalidade.
Sentindo seguro de si próprio, sentou naquele caralho com bastante força. Tamanha a força, meu corpo começou a doer, quando pressionado ao chão.
A ideia de estar sob seu domínio já não parecia tão interessante e precisava encontrar uma maneira de sair daquela posição. Em uma das vezes em que cavalgava em minha rola, tentou se ajeitar, e foi quando coloquei toda minha força, e o imobilizei sobre o chão. Dei um tapa muito forte em sua cara e disse:
“Vou te mostrar quem manda nessa porra”.
Era o que ele queria. Com força, coloquei suas pernas sobre meu pescoço e enterrei meu pau de uma vez só. Podia ver uma expressão de dor e desejo em seu rosto. Ele reclamava, mas eu insistia em socar ainda mais forte. Puxava seu cabelo, dava tapas em sua cara e já pingava suor em seu corpo nu. Gastamos um bom tempo ali, e como bom menininho, senti o gozo se aproximando. Não queria gozar ainda, mas também não podia controlar. Não queria dar a ele o gosto de dizer que “acabou comigo ou me deixou sem fôlego”. Parei.
“Não se mova” – disse autoritário, e fui até o frigobar.
Abri qualquer coisa da Coca-Cola, e voltei onde ele permanecia, mas agora, de quatro.
Puta. Que. Pariu.
Aquela cena. Aquele rabão grande que já estava arrombado, me encarando... me convidando para entrar. Que tesão desgraçado.
Fiquei de pé, mas inclinei meus joelhos de força a alcançar seu buraco. Soquei com força. Com muita força. O som das minhas bolas sobre sua bunda me enchiam de tesão. Suas costas estavam vermelhas, cheias de arranhão e marca, e seu cabelo completamente bagunçado. Ele me pediu para parar, dizia que estava doendo, mas era mais forte do que eu... simplesmente não conseguia parar. Sua foda era simplesmente fantástica.
Quando finalmente não consegui aguentar, anunciei o gozo. Muito, mas muito leite dentro daquele rabo. Quando tirei meu pau de dentro dele, vi o meu gozo escorrendo, e meu pau, ainda duro, cheio de porra. Ele se levantou, meio manco, e foi até o banheiro. Sentou-se na privada para se limpar, e pediu que esperasse na cama. (Sequer tínhamos saída da entrada do quarto).
Minutos depois, voltou com o pau ainda duro. Deitei-o na cama e dei-lhe o melhor boquete que poderia, até que encheu meu peito de porra – mas não na boca, brinquei.
Aquela sensação de dever cumprido (?)
Ele se ajeitou sobre os lençóis e deitou a cabeça em meu peito.
“Você é estranho” – disse depois de alguns minutos em silêncio.
“Thanks, bitch. Estava esperando um elogio” – Brinquei.
“Não me entenda mal! Não sei como explicar, mas tem algo sobre você que me faz pensar” – disse deixando seu corpo ainda mais confortável.
“Bem, eu tenho um pauzão. Deve ser isso. ” – Respondi sarcástico.
“Não seja grosso. Quero dizer que realmente gostei de ficar com você. Queria que morássemos perto. ” – Respondeu lentamente.
Aquele tipo de coisa que deixa a gente meio sem rumo. Claro que seria bom tê-lo por perto, mas qual era o futuro daquilo? Ele apenas queria sexo, e aparentemente, eu também. De qualquer forma, em algumas horas, meu voo voltava para Nova Iorque, e o dele, para Los Angeles.
Conversamos por um bom tempo. Sem os efeitos do álcool, agora, pude ouvir mais detalhes sobre sua vida. Evitava fazer perguntas, mas era questionado o tempo todo.
“Diga algo sobre você que vá me surpreender” – Desafiou-me olhando nos olhos.
Pensei por alguns instantes, e realmente não pensei em nada muito interessante para dizer. Lentamente deixei sua cabeça sobre o travesseiro, me ajoelhei na cama, endireitei a coluna e pigarreei. Respiração profunda. Vou surpreende-lo agora.
“I’ve been alone surrounded by darkness. I’ve seen how heartless the world can be. I’ve seen you crying. You felt like it’s hopeless. I’ll always do my best to make you see that baby, you are not alone, ‘cause you are here with me and nothing is gonna bring us down. Because nothing can keep me from lovin’ you and you know, it is true. It don’t batter what’ll come to be. Our love is all we need to make it through”.
“Eu já estive sozinho e cercado pela escuridão. Eu já vi quão sem coração esse mundo pode ser. Eu já vi você chorando. Você se sentiu sem esperança. Eu sempre darei meu melhor para que você veja que, babe, você não está sozinho, porque você está comigo. Nada vai nos deixar para baixo, porque nada pode me fazer parar de te amar, e você sabe que isso é verdade. Não importa o que virá, nosso amor é tudo o que precisamos para passar por tudo”.
Com os olhos fechados, cantei esta linda letra escrita e interpretada por Darren Criss. Cantar “no talone” era uma maneira me trazer ao passado, uma vez mais. Sei que não deveria querer ir para um lugar que me trazia tanta dor, mas agora, ali, com os olhos fechados, apenas cantei. Cantei meu coração.
Quando finalmente abri meus olhos, tentando engolir minha emoção, ele tentava, a qualquer custo, enxugar suas lágrimas.
Me beijou.
Ele sabia do acontecido, mas preferiu não perguntar, ao mesmo passo que eu decidi não falar nada. Apesar de todo o sexo de poucos minutos atrás, um atmosfera totalmente diferente tomara conta do ambiente agora. Seus olhos estavam inchados, e os meus, bem... eu também chorei. Cantar é algo que realmente meche com as minhas emoções, e literalmente canto meus sentidos, quando tudo está na merda – ou quando tudo é jardim.
Trocávamos alguns beijos aqui, outros ali, mas no geral, apenas o silêncio. O som de nossa respiração, algumas vezes sincronizadas, mas quase sempre descompassada. A luz do sol iluminava o quarto, e eu apenas pensava em quão bom era estar tão próximo assim de alguém.
O relógio voava, e eu não queria tirar um cochilo. Quando acordasse, seria hora de partir. Seria a hora do adeus, e muito provavelmente, para sempre.
Aquela possibilidade me deixou doente instantaneamente.
CONTINUA.