O Plebeu - CAP 3- Revelações e dúvidas

O Príncipe e o Plebeu: CAP – 3: Revelações e dúvidas / garotas a vista/ sentimentos confusos

Meu celular pretinho, me despertou, não senti vontade de se levantar, estava ainda digerindo tudo que tinha acontecido na tarde do dia anterior, não sabia como eu iria encarar o Alex na faculdade, ainda queria dá uns socos naquele rosto imaculado, mas era quando lembrava do seu rosto que aquele me vem a mente tudo o que aconteceu, como eu fiquei sem ação quando entrei na biblioteca da casa dele e o vi parado, todo arrumo, cabelo impecável, pele branquinha, camiseta bem ajustada definindo seu peitoral e braços. Eu já tinha visto muitos rapazes bonitos, como aqueles modelos que se via na tv, mas assim ao vivo, me senti pequeno, me deu vontade de sai dali e procurar meu lugar, sei que você possa está pensando, o que é isso, você não é assim, você é inteligente sabe que roupas caras não dizem e nem mostram o caráter de ninguém, eu sei. Durante nossos desentendimentos por causa de bobagens, ele teve o ímpeto de me pegar pela gola de minha camiseta, quase a estragando, camiseta esta dada pela minha mãe, como a maioria das minhas roupas, minha mãe que sempre procurou me dá o melhor possível e me ensinar que ser chique não é se vestir com roupas caras, mas andar limpo, me segurei, lembrei do meu pai me ensinando que um homem não pode sair por ai brigando a qualquer hora, ele mostra sua forma e seu valor quando ele sabe se segurar. O olhei, e seu olhar encontrou o meu, meu sangue fervia, eu me mordia e tremia, como ele ousava me destratar daquela forma, mas seu olhar no meu, seus olhos tinham um brilho diferente, ele parecia um leão que queria me devorar. Ele era superior a mim, em tamanho e bens, mas notei naquele dia que poderíamos ser rivais iguais, notei sua energia se rivalizando com a minha, por um momento eu gostei dele, e nesse intervalo de trégua, vi um outro Alex, o vi mais radiante, vi a verdade nele. Contudo foi apenas um relâmpago, depois continuou sendo o mesmo otário. Mas aquela tarde só me fortificou, pois consegui manter a ordem e deixa-lo numa situação de trégua, mesmo sabendo que não cumprir meu papel, sai de lá desafiado a fazer o meu papel de reforço escolar como havia prometido ao pai dele, mesmo que ele não queira, eu iria a parti dali fazer de tudo para conclui o que foi me dado como dever.
Ainda naquela tarde cheguei em casa, e passei direto para meu quarto, ainda ouvi a tia Elena falando alguma coisa, mas bate a porta e me joguei na cama, meu coração batia tão acelerado, meu sangue estava tão quente que parecia que eu iria enfartar, então senti uma mão na minha cabeça, e comecei a chorar, por um segundo pensei que fosse minha mãe, meu choro foi espontâneo e solto, chorei que o soluço se vazia ouvi na sala, mas não importava, pois ali comigo tia Elena me consolava com sua presença, ela se parecia muito com minha mãe. Me deixou chorar, parecia saber minha aflição, quando fui me acalmando ela então falou.
- Então Daniel, não sou sua mãe e nem quero ser, mas estou aqui e gostaria de ser sua amiga, me fale, o quê te deixou assim?
Antes de mais nada eu pensei em não contar muito, mas a medida que eu ia falando, fui soltando tudo, fui desabafando, e ela só ouvindo, contei tudo, sobre a forma como ele trata as pessoas pobres, como não respeita o pai, como me destratou, como se eu fosse uma pessoa ruim. Então no final perguntei...
- Tia, eu sou uma pessoa feia? Digo, olha pra mim tia, eu pareço uma pessoa que quando se olha ver um mau caráter.
- Daniel, você é lindo, seus pais lhe criaram da melhor forma possível, agora creio que a Marta, tenha lhe ensinado que não é a roupa que mostra quem é a pessoa, não?
- Eu sei, tia, mas olha, eu sou todo desleixado, não sei nem escolher minha roupa, minha mãe era quem sempre deixava tudo pronto pra mim...
- Sim, isso é verdade meu querido, sua mãe teve esta pequena falha, mas isso nós podemos corrigir, e sabe de uma coisa, deixa eu só terminar de aprontar o jantar para seu tio, que nós vamos ao shopping, o que acha?
- Shopping, hoje, por quê?
- Você tem suas economias, e tá na hora de comprar umas roupas novas para faculdade, e tem o jaleco que você ainda não tem, uns tênis branco, coisas assim.
A tia Elena parecia uma fada madrinha naquela tarde, foi tudo mágico, parecia minha mãe fazendo compras comigo, ela sabia escolher as combinações certinhas, e não eram roupas de grife, nada, ela sabia que eu não compraria, mas uma coisa ela me disse que eu acabei aceitando, e vou repassar para vocês. Ela me disse que não importa a marca, etiqueta, o importante é a gente vestir e se sentir bem, assim, acabei comprando algumas camisetas e shorts de marcas que estavam em promoção, mas não vou dizer quais marcas, afinal, como ela ensinou, não precisa olhar a marca, apenas viu, experimentou e gostou, compra. E para finalizar ela me fez uma proposta, de ir num salão de uma amiga dela, para dá um corte no cabelo, deixa-lo mais atual.
Assim, hoje quando acordei, mesmo sem vontade de ir para a escola, eu me encarei no espelho e vi uma cara nova, não pelo visual, mas por uma nova atitude, pois antes de ir dormir, recebi a visita do meu tio, ela já vinha sabendo um pouco da história, então ele me relatou da seguinte forma.
- Daniel, não quero parecer indiferente com você ao falar do Alex, sei muito bem o quanto ele pode ser indelicado e mesmo cruel com as pessoas, mas tem um fato na vida dele que você pode não saber ainda, ele nem sempre foi assim, pelo contrario, ele era muito amável e todos gostavam dele, porem ele também era ingênuo e acabava confiando demais nas pessoas, então uma certa época ele conheceu um garoto de sua turma, e se tornaram grande amigos, mesmo a mãe dele percebendo que o outro mostrava atitudes desleais, como ser interesseiro, Alex não a escutava, pois ele confiava muito no Adriano, e como era de se esperar o tal sabia disso, sabia que a mãe dele tentava separar os dois, então o outro fez de tudo para por Alex contra a mãe, e logo depois veio a tragédia...
- Que tragédia tio?
- Então, você não sabe mesmo né... Bem, veio a noticia de que a mãe dele estava com câncer já bem evoluído e que nada poderia ser feito, Alex sofreu muito, e quando procurou o amigo para se consolar, o Adriano virou as costas. Logo depois a mãe do Alex morreu...
- A mãe dele morreu?!
- Sim, então com o pai que ele tem, digo isso mas sabendo que o pai dele é um homem muito justo como já falei pra você antes, contudo não é o tipo de pai que fica abraçado com o filho, e ele se viu só, apenas uma prima que praticamente mora lá, você deve ter a visto por lá...
- Não, mas tio, a morte da mãe dele não justifica os atos dele...
- Daniel, não é a morte da mãe, veja bem, ele confiava numa pessoa que era mais abastado que você, você não é pobre, seus pais eram de classe media, assim como eu, e esse amigo do Alex ainda era mais do que nós, mas claro para se igualar a família dos Gonsalves ai qualquer um parece pobre, certo. Então, a questão está ai, infelizmente há muitas pessoas interesseiras, você mesmo deve ter tido amigos assim na sua infância, não?
- Sim, é verdade, mas...
- Mas o Alex tinha apenas esse amigo, que protegia e fazia de tudo, dava presentes, levava ele para todos os lugares, eram inseparáveis, o Senhor Gonsalves um dia veio até a mim preocupado com medo do filho ser homossexual, claro que não era, ele sempre foi solitário, e então com a morte da mãe ele ficou só e se sentindo abandonado e traído pelo amigo, depois com o pai o guiando para ser um legitimo sucessor nas empresas, foi logo o educando para tal, enquanto isso crescia nele essa repulsa contra pessoas de classe mais baixa, seus amigos atuais são todos filhos de grandes empresários, os da faculdade nem são tão ricos assim, mas Alex os tolera, nem sei por que, talvez por compartilharem a mesma opinião sobre pessoas pobres. Agora, você sabe um pouco sobre ele, tente lembrar disso, quem sabe você não consiga mudar sua forma de pensar, ele era um garoto bom, faça-o ser bom novamente.
- Seria possível ele se tornar uma boa pessoa?
- Acredito que sim, você é uma pessoa honesta, foi criado com uma ótima educação, vai se comportar sempre com a verdade, um dia ele vai notar isso em você, assim eu creio.
Ao sai, o tio olha de volta e fala,
- Aprovado o novo visual, amanha tire a barba que tá ficando grande...
Agora enquanto tiro a barba, eu lembrei do que o tio falou, e realmente talvez tenha sito esse sentimento escondido no Alex que vi nos seus olhos quando ele me segurou.
Sai para tomar café e quando todos me viram na cozinha fizeram uma festa.
- Viu só meu anjo, não disse que não é a marca da roupa que importa, mas sabendo se vesti tudo fica ótimo. – minha tia ficou em pé e foi me dar um abraço.
- Obrigado tia, obrigado... – meus olhos se encheram de lágrimas.
- Não chore meu lindo, você será um grande médico, e vai mostrar para todos que não é o dinheiro que dignifica uma pessoa, mas suas atitudes construídas na verdade.

...    ....   ....   ...

Chegando ao campus, fui logo no banheiro, não queria ficar saindo da aula, já tinha notado naqueles três dias que os professores não gostão e ficam pegando no pé. Algumas meninas me notaram, alguns rapazes me olharam diferente, não sei se de admiração, ainda ouvi alguém dizer “Aluno novo?”, outras: “Que coisinha fofa”. Caminhava a passos firmes como sempre, com a mochila por sobre o ombro esquerdo, entro no banheiro e antes que chego nos sanitários escuto alguém falando.
- Me deixem pessoal, só quero ir pra sala... – Conheci na hora, era o Filipe.
- Pra onde você pensa que vai com essa cara feia... – Não conseguia identificar a voz, outra voz familiar entrou na conversa.
- Vamos lá galera dei ele ai, não vale apenas a gente se misturar assim. – Era a voz de Alex, tinha certeza, então corri pra lá.
- Isso Alex, não valho a pena mesmo, sou um nada rapazes, escuta seu amigo. – A voz dele parecia preocupada, mas ele tentava deixa-la tranquila, então entrei e falei.
- E ai GRANDE Filipe, tá precisando de uma forcinha ai? – Minha pergunta foi num tom bem crítico para eles notarem que eu não estava de brincadeira e que o Filipe não estava tão só assim. Olhei nos olhos de Alex e me surpreendi, ele estava de boca aberta, foi num instante, ele logo se recompôs e chamou os Brothers dele para sair.
Ao caminharmos para a sala, o Filipe disse que não tinha acontecido nada, só as bobagens de sempre dos otários. Na sala de aula, estávamos conversando eu o Filipe e Ariel, uma garota gente boa que pediu para entrar no nosso grupo de trabalho, ela também era novata, quando entrou o professor de Anatomia do Aparelho Locomotor, gente essa disciplina só não foi mais chata porque o professor valia apena,,,, Ops!, Ainda não estou nessa fase da vida, voltando ao presente momento em que o professor entrou e se preparou para fazer a chamada.
- Olá turma, venho aqui com a noticia de que temos alunos novatos esta semana, então, quando eu chegar nos nomes de vocês por favor fiquem de pé, sei que a turma já os conhecem, mas eu não, então por favor, turma silencio. Já ia esquecendo, meu nome é Matheus Castiel Cavalcante, apenas Professor Matheus.
Ele pareceu bem firme no seu modo de falar e a turma parecia bem obediente, a primeira a se levantar foi Ariel, que muitos alunos assoviaram, claro só para animar, eles já vinham babando por ela desde a segunda feira, ainda teve dois alunos antes de mim, e ao ficar em pé a turma toda assoviou do tipo “fiu fiu”... foi ai que eles notaram minha nova roupagem, o professor achou graça como se não tivesse entendido a situação, sorri e notei o Alex virado me olhando como todo mundo, mas ele me encarava, como eu ainda sorria, não parei, fiquei sorrindo e o encarando, ele se virou rápido para frente, por um segundinho eu tive a impressão de que ele sorriu, poderia ser apenas minha imaginação, sim, mas senti um arrepio na espinha quando o vi dando as costas, foi muito rápido, uma expressão diferente das outras, ele não passava indiferença ou rejeição, mas admiração ou curiosidade, não sei, mas o bastante para me deixar pensativo. Ninguém notou. Filipe que veio depois,
- Ei Daniel, se liga amigo, tá parecendo um boneco... – Nessa hora o pessoal riu mais ainda.
Terminando a chama, o professor para introduzir o assunto resolveu chamar alguém da sala para ir a frente, ninguém se propôs, como era de se esperar, então uma aluna sugeriu chamar o Alex, e ele nem mostrou reação, parecia ser algo normal chamarem ele, e o professor,
- O Alex já veio, vamos dá oportunidade para os novatos, que tá você Lucas, né isso?
- Meus amigos me chamam de Daniel Professor.
- Ótimo, então venha aqui Daniel. – A turma ficou em silencio, creio que eles já conheciam a dinâmica que ele iria usar, fui sem medo, afinal o que poderia acontecer.
- Daniel, você poderia ficar de costas para a turma? – Não responde apenas obedeci. - Ok, turma prestem atenção na silhueta da perna do Daniel, que parece malhar... – Nisso a turma riu.
Ele ficou explicando os locais dos músculos e seus nomes, e eu ali parado, quando me viro para a turma noto que Alex estava com a cabeça baixa olhando por baixo. Ele demorou um segundo para perceber que eu estava de frente, mudou a visão.
Ao voltar para meu lugar senti muitos olhares me acompanhando. Não sei o que senti mais estranho, o Alex só me observando dissimulado ou o professor Castiel sempre olhando para mim quando estava explicando o conteúdo, fiquei até com medo de alguém notar. Quando terminou a aula todo mundo corre para a saída, eu ia saindo quando Castiel me parou,
- Espere um momento, por favor.
Não tive outro jeito, todo mundo ia saindo, o Filipe me chamou avisei que ia logo depois. Todo mundo saiu, menos Alex, que parecia meio lento em guardar seu material, mas o professor não esperou ele sair, não pareceu incomodado, então fiquei mais aliviado.
- Olha, aqui está meu telefone, como você chegou agora, pode querer tirar algumas duvidas sobre o assunto e o trabalho, qualquer coisa é só me ligar, tudo bem, Daniel?
- Ok, obrigado professor.
- Pode me chamar de Matheus, se não vou parecer mais velho do que já sou. – ele sorriu um pouco e me dispensou.
Ao caminhar em direção a porta, Alex passou por mim como um arraio, ainda bateu do meu braço direito.
Encontrando com Filipe, ele estava com Ariel e outra garota.
- E ai Daniel, o que foi?
- Nada de mais só queria passar o contato dele para tirar duvidas sobre o conteúdo.
- Gente fina esse professor, as alunas ficam babando por ele, mas parece que ele não gosta da fruta, cuidado em. – ele riu sacaneando.
- Sério Lipe que ele é gay? – Perguntou a garota novata.
- Se é sério não sei, só comentam por ai, veja a pinta dele, todo arrumadinho e certinho, parece com o Alex.
- Não entendi a comparação, poderia explicar melhor. – Entrou no assunto Ariel.
- Dizem que Alex teve um caso quando era mais novo com um colega, mas isso são só especulações, não saiam espalhando isso por ai, só sei que ele é um babaca e pronto.
- Gente vamos mudar de assunto. – mesmo aquele assunto me despertando a curiosidade não queria compartilhar com eles informações sobre Alex, afinal eles ainda não sabiam que eu tinha contato direto com ele. - Primeiro não vão me apresentar a nova integrante do grupo dos intelectuais. – Me referi a novata.
- Como assim, grupo dos intelectuais, nem sabia que estava nesse grupo. – Riu Filipe, e logo completou: - Essa é a, a, a... Como é seu nome mesmo? – Nós rimos, e então ela se apresentou.
- Oi Daniel, bem não sei se tenho o direito de chamar assim. – brincou por causa da sala de aula. - Meu nome é , e adoraria participar do grupo de vocês.
Já estávamos chegando na parada de ônibus, quando Alex para na nossa frente, ele nos olha e com um olhar me encara, e segue seu caminho assim que o fluxo de carros segue adiante.
- Nossa, ele é muito lindo, mas parece um babaca mesmo Lipe. – disse Ariel.
- E nós não somos bonitos. Retrucou Filipe.
- Acho o Daniel mais. – Acrescentou Alicia, me deixando corado.
- Obrigado, você também é muito bonita, quer dizer vocês são bonitas...
- E olha o Daniel, saidinho... – Filipe parecia um moleque se divertindo com a situação. Rimos e seguimos nossos caminhos.

.... ...... ...... ..... .... ....

Logo chegou a hora de ir para meu segundo dia de tortura na casa do Alex, no caminho ia me preparando para me controlar o máximo possível, agora eu sabia onde ele era mais vulnerável, sabia que ele também tinha perdido a mãe. Mas tinha mais informações, tinha sobre o amigo dele, e mais ainda sobre o que o Filipe tinha comentado sobre a possibilidade de Alex ter tido um namorico com o tal colega interesseiro, contudo tudo poderia ser apenas boatos maldosos, só sei que eu estava chegando na porta de sua casa, e toco a campainha. Não demora muito e a porta se abre, quem me recebe a porta é uma mulher jovem de uns 20 e poucos anos.
- Boa tarde, vim para estudar com o Alexander.
Ela mim olhou dos pés a cabeça, e depois sorriu com simpatia.
- Você deve ser o Lucas, estou curiosa, poderia me dizer seu sobrenome?
- Sim, sou sobrinho do Carlos que trabalha com seu tio...
- Sério? Que legal, o Alex não me contou este detalhe. Bem o Alex anda meio cego, eu creio, pois você não se apresenta como ele disse, você é muito fofo... – Fiquei vermelho.
- Obrigado, creio que não deva fazer o tipo dele. – E ri em seguida, e ela me acompanhou.
- Não é isso, ele não mentiria, mas deixa isso pra lá... Gostei de você, prazer, sou a prima dele, a Juliana, mas você como é amigo do Alex, Ju, tá ótimo.
- Tudo bem, Ju, mas sou apenas colega.
- Ok, você diz, pode entrar, ele deve está descendo em alguns minutos, você já sabe o caminho para a biblioteca, não?
- Sim, obrigado. – Ao sai da sala, senti o olhar dela me acompanhando, serio que fiquei encantado com ela, decidida, bonita e natural. Deveria ser legal conversar com ela mais vezes.
Chegando na biblioteca fui me sentar a mesa que eu tinha ficado na outra vez, e pude observar melhor o ambiente antes dele chegar, nossa era muito rico, tinha quatro mesas de seis cadeiras cada, sem falar na quantidade de livros, as quatro paredes eram cobertas por estantes de livros do chão ao teto, mas minha admiração terminou logo, com a chegada do Alex.
- Boa tarde. – Ele disse ao entrar, e foi logo para outra mesa em frente.
- Boa. Podemos retomar a aula de anatomia... – Não me deixou terminar.
- Parece que gostou da aula de hoje, já ligou para ele e tirou as duvidas para repassar para mim?
- Não, mas você me deu uma ótima ideia, posso fazer isso na próxima semana. Na verdade Alex, não queria mais vim pra cá, queria pedir desculpas por ontem, depois pedir demissão, queria poder andar por ai sem ter que ficar procurando lugar que você não esteja.
- Não se preocupe, eu já faço isso. Não suporto gente que acha que só cortando o cabelo e vestindo roupa combinando se acha capaz de roubar a atenção de todo mundo, aquilo na sala hoje foi só um show de circo...
- Verdade, contudo me diverti bastante.
- E que amiguinhos são aqueles, as garotas até que dão para uma saída, mas aquele teu amigo, todo cheio da graça, só falta por uma bola no nariz..
Ai também já era de mais, eu precisava manter a calma, precisava encontrar uma resposta certa, mas a resposta já estava na boca e saiu...
- Você diz isso por não ter amigos, ou você acha que aqueles são seus amigos.
- Você nem os conhece...
- Digo o mesmo.
- Eles não ficam atrás do meu dinheiro...
- Mas ficam atrás de sua fama.
- Você sabe como me irritar... Tá Lucas Daniel, melhor a gente para se não vamos ficar aqui discutindo a tarde toda... vamos estudar, afinal não é pra isso que você é pago?
Mudança de atitude, o que foi aquilo, ele nem saiu da mesa, nem saltou sobre mim, estava mais calmo.
- Sim, vamos, para anatomia?
- Melhor outra, chega de anatomia por hoje.
- Ok, deixo por sua conta, diga o que quer estudar hoje.
Só posso dizer que para o segundo dia tudo ocorreu bem. Mesmo sem interagir com o estudo eu fiz o que deveria fazer explicar o conteúdo e criar exercícios, ele me olhava e procurava passar uma certa indiferença, mesmo assim eu procurei ficar na minha, no entanto meus olhos sempre acabava encontrando os dele. No final das duas horas, fui saindo, e ele ainda me avisou que só o detalhe da gente ter estudado não significava que eu poderia falar com ele fora dali, e claro, eu disse o mesmo, e ainda acrescentei para ele evitar se aproximar novamente dos meus amigos, ele ainda tentou dizer que não tinha feito nada de mais. Ao chegar na sala Juliana estava me esperando.
- Interessante, não teve briguinha hoje, já estão se acertando?
- Vai ver ele está caindo na real que precisa estudar...
- É ai ver é isso mesmo... Mas vem cá, Lucas, você é sobrinho do Senhor Carlos por sangue ou sobrinho da Dona Elena?
- Sobrinho da Tia Elena, por quê?
- Por nada, eu os conheço e gosto muito da Dona Elena, ela é muito simpática e de confiança. E também tem um ótimo gosto...
- Sim, é verdade, ela me ajudou ontem com umas compras. Foi um prazer te conhecer Ju.
- Todo meu. Venha sábado tomar um banho de piscina com a gente eu iria adorar conversar mais contigo, já estou entediada de provocar o Alex.
- Obrigado, mas vou ter que recusar para este sábado, já combinei com uns colegas para estudar para os próximos trabalhos, estou bem atrasado no conteúdo.
- Vou cobrar então, dê minhas lembranças para Dona Elena.
No caminho de volta fiquei refletindo a conversa da Ju, ela parecia bem informada sobre mim e o Alex, pensei que seria interessante se aproximar dela para conhece-lo melhor, e claro, ela era linda.
...    .....    .....    .....    ....

Agora só faltava a sexta feira, só mais um dia para o final de semana e eu poder relaxar sem me preocupar, naquele fim de dia fui dormir pensando no que tinha ouvido no banheiro da faculdade, e então lembrei que o Alex não estava importunando o Filipe, mas tentando tirar os amigos dele, cada vez que eu me encontrava com Alex eu via como ele era diferente de Filipe por exemplo, Filipe sempre simpático, atencioso, o tipo de pessoa que de uma hora para outra se torna amigo de anos, seu sorriso e sua forma de interagir passava uma segurança, enquanto Alex me deixava aborrecido e com um sentimento de rejeição, então lembrava do seu olhar, da sua forma como me vigiava, me deixava confuso, não sabia que ele me odiava ou me apreciava, só sei que eu não queria mais ter que brigar com ele, queria que nossos encontros fossem o mais tranquilo e rápido possível.
Antes que meus olhos se fechassem sou despertado por uma mensagem no telefone. Quem seria numa hora daquelas...

Continua....


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Comentários


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marcelinhobundinha Comentou em 29/07/2020

Huuummm... Parece que o machão do Alex já teve um amiguinho íntimo em um passado no qual quer apagar da memória. Se recusou até a estudar anatomia. Se fosse eu, já estaria peladinho para o Lucas Daniel me ensinar com detalhes todas as partes do corpo. Uiii!!! Será que vem aula desse tipo nos próximos caps? Vou continuar a ler amanhã

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luizs Comentou em 08/03/2016

muito bom o conto...estou acompanhando as sequências. Parabéns!

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kralegal Comentou em 07/03/2016

Acompanhando e ansioso pelo próximo cap!!!

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boy123 Comentou em 06/03/2016

Muito bom este seu conto, bem escrito! Simplesmente perfeito. Continua...

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fritischef Comentou em 06/03/2016

Parabéns pelo conto ta ficando muito massa to acompanhando tudinho aqui de Curitiba...Continue assim q ta massa ;)




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Ficha do conto

Foto Perfil maximilan
maximilan

Nome do conto:
O Plebeu - CAP 3- Revelações e dúvidas

Codigo do conto:
79999

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
05/03/2016

Quant.de Votos:
20

Quant.de Fotos:
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