Q.osA.C-02: Quando o coração bate mais forte.

Quando os Anjos Choram.

Cap. 02 – Quando o coração de um anjo bate mais forte.

O clima daquela manhã estava frio, o céu nublado, sem pardais ou andorinhas voando entre os prédios, apenas alguns passantes pelas ruas estreitas.
— Tudo bem. Não te conheço também. Mas então quem é você? – Susana meio sem jeito o observava mantendo uma distancia segura, mesmo sabendo que aquele jovem estivera muito mal na noite passada, ela ainda continuava sem saber de quem se tratava, até então ela não tinha parado para pensar na bobagem que cometera em levar ele para dentro de seu lar, e ali estava ele sem roupas em sua sala, como se fosse alguém conhecido, ela o observava sem nenhuma malicia, estava na verdade sentindo se constrangida pelo fato de não podê-lo ajudar além do que já fizera.
— Não sei. – E a resposta dele fizera-a se preocupar mais ainda.
— Então você não lembra seu nome? Ou mesmo de onde você veio?
O jovem ainda parado, em pé com os braços soltos, fez um olhar de quem se esforçava para lembrar, mas sua resposta foi firme:
— Não lembro de nada, você realmente não me conhece?
— Não, apenas o apanhei na rua... – então ela se tocou da situação – Mas espere acho melhor você vestir alguma coisa.
Então foi ai que ele se deu conta de que estava completamente nu, mas essa descoberta não deixou o envergonhado ou coisa parecida, apenas procurou por as mãos na frente de seu órgão. Susana saiu em direção ao seu quarto, e voltou com uma calça e uma camiseta.
— Pegue se vista. Desculpe, mas meu irmão não deixou nenhuma roupa intima. – Susana morava só, sua família morava no interior, e uma vez ou outra recebia a visita de seu único irmão, o João Pedro, rapaz dez anos mais novo, solteiro, de vinte e dois anos, e homossexual, assim como ela, mas que ainda dependia dos pais quando o assunto era teto, roupa lavada, e comida no prato, ele era entendido, sua família sabia, seu pai sabia, seus primos sabiam, todos sabiam, e sempre visitava sua irmã para se aventurar nos clubes da capital, e Susana mantinha sua vida na tranquilidade, estava só, sua ultima namorada foi uma policial, a Claudia, mulher de fibra, o motivo da separação nem elas mesmo sabem, mas para Susana tudo estava em paz, pois o termino não deixou mágoas, continuavam amigas.
O jovem olhou as roupas, e parecendo sem jeito pediu para ela ajudá-lo.
— O que foi, perdeu a memória de tudo que esqueceu até como se vestir?
— Na verdade eu acho que nem sei como fazer, acho que nunca vesti uma coisa dessas.
— Sério? Tá deve ser por causa da perda de memória, acho melhor levar você ao hospital...
— Hospital não, lá vão ficar fazendo perguntas, e podem me levar até a policia...
— Espere, uma hora você não se lembra nem como se veste uma calça, agora já sabe até como funciona as normas de um hospital... Você realmente perdeu a memória ou está de brincadeira.
Susana o olhava com seriedade, pareceu brava, mas ele manteve calma e com suavidade de ancião ele respondeu.
— Susana, não sei como sei dessas coisas, apenas sei o que dizer na hora certo, mas sinto que ir ao hospital não seria uma boa ideia. E nem a policia.
— Mas assim fica difícil de ti ajudar. Você não se lembra de nada mesmo, de quem são seus pais, algum número de telefone, coisa assim que nos dê uma pista?
— Não, mas espere, e aquele outro rapaz que estava com você, eu acho que o conheço, você mora com ele?
— Não, ele apenas me ajudou com você, mas como você acha que o conhece, você nem o viu direito...
— Mas estas vestes não são dele?
— Não, como disse são do meu irmão, ele não mora aqui, então não se preocupe, ele nem vai saber. E aquele rapaz apenas me ajudou, nem o conheço também, Mas então, como vou chamar você se nem você sabe seu nome?
— Sei lá, me chame de qualquer nome, se isso lhe conforta.
— Um então vou chamar você de Max.
— Por que?
— Porque era o nome do meu gato que ... – ela deu uma pausa como que não queria entrar em detalhes e continuou – bem, mas agora que já o batizamos, é melhor eu resolver uma coisinha, e tentar ver se encontro o cara de ontem a noite para ver se você o reconhece mesmo, mas me diga, por que você acha que o conhece, ele nem demonstrou nada se o conhecia?
— Não sei, é apenas uma coisa que senti quando ele me tocou, e seu cheiro era tão agradável, foi como se ele me despertasse de um pesadelo.
— Que conversa mais estranha. Bem, olha só vou confiar em você, já que você não quer se apresentar no hospital e nem na delegacia, eu vou ver uma forma de encontrar alguma informação sobre você.
— Tudo bem, não se preocupe vou ficar aqui na sala e prometo não mexer em nada, mas eu posso ficar na janela?
— Claro, só não fique mostrando suas partes intimas. – E ela olhou para a parte inferior dele dando a indicação do que se tratava, já que ele mostrou não entender a observação dela, então ele sorriu e concordou.

...

Em uma sala de aula qualquer, se encontrava sentado no fim da terceira fileira de carteiras, Flavio, rabiscando alguma coisa, na verdade seus pensamentos estavam fantasiando uma cena louca em que ele transava com três homens, um pegava ele por trás enfiando um membro de vinte centímetros, outro atolava sua vara grossa em sua boca, e o terceiro mamava sua pica latejante. Os quatros corpos se roscavam em meio a suor, e gemidos. Assim ele tirava suas aulas, o professor em frente ao quadro branco, nem sabia que ele estava ali, na verdade o professor tinha os olhos vidrados no aluno da frente, um mulato alto de cabeça raspada que mostrava um volume além do normal em sua calça, e o mesmo parecendo notar as olhadas do professor dava uma ajeitada na mala fazendo ele ficar meio desorientado nas explicações, percebendo sua viagem, ele pigarreava ajeitava os óculos, voltava a aula.
Flavio olhava para o relógio, não via a hora de tocar para o intervalo e ir ao banheiro tocar uma e se aliviar, sua imaginação fora muito intensa, sentia que estava com sua cueca toda melada.

...

13º Departamento de Policia Civil.

Susana bate a porta que dar acesso a sala de sua ex, bota a cabeça para dentro e confere se Claudia está.
— Pode entrar amore.
— Olá, tudo bem amore?
— O que a traz por estes lados, numa hora dessas?
— Vou bem direta, é que queria saber se poderia me ajudar num assunto meio que particular.
— Um, quando você vem assim toda faceira, já sei que o a coisa é complica, mas você que o quê eu não consigo fazer só, eu consigo com alguém de outro departamento, pode dizer, foi alguém que maltratou algum animal?
— Não Cláudia, é que eu acabei ajudando um rapaz e ele não se lembra de quem é, e queria ver se tem alguém a procura dele, o...
— Já sei, calma, mas você já o levou para o hospital né?
— Não, por isso que eu vim te procurar.
— Susana, Susana, é melhor você me contar esta história direito, ou se não, não terei como te ajudar.
Depois de alguns minutos contando toda a história, ela conseguiu fazer com que Claudia fosse verificar os ocorridos dos últimos dois dias, pois geralmente só se registram casos de desaparecimentos depois de vinte e quatro horas.
— Nada, amore, mas deixe-me conferir, uma coisa ele pode ter ficha, já que ele não apresentava nada, vou entrar no sistema, e vamos fazer por seleção, você vai me dando as características físicas dele e vamos assim fazendo uma perfil o que pode ajudar na hora de selecionar as fichas e fotografias.
Enquanto Susana dava as características, o sistema de busca ia fazendo a varredura e selecionando os números de indivíduos masculinos, caucasiano, com idade entre quinze e vinte anos, olhos azuis, cabelos negros, altura em torno de um e oitenta, até que só restaram apenas vinte fichas, e então Claudia puxou os números de registro e foi buscar as pastas logo em seguida.
As duas estavam no birô, e Susana muito ansiosa, quando faltava apenas três pastas, ela deu um grito:
— É ELE!
— Calma, assim você me mata de susto, tem certeza?
— Claro, que tenho, essa foto é de quando?
— Deixe eu ver... – Enquanto folheava o arquivo ela olhava para Susana – Nossa amore como sinto sua falta, desse seu olhar preocupado, e de como você é prestativa e desenrolada.
— Vai Claudia, anda logo.
— Tá aqui, é nova, foi de uma semanas atrás, deixe eu ver, e tá aqui o nome dele...
— Deixe eu ver!
Ela parecia uma menina pulando de felicidade, pois tinha convicção de que realmente se tratava do mesmo jovem, e suas suspeitas estavam certas, ele era novinho, tinha feito dezoito anos naquela noite passada, no arquivo dizia que ele tinha sido fichado por causa de uma briga no transito e perdido a cabeça sofrendo um acidente em seguida, devido a sua imprudência, se jogara com a bicicleta na lateral de uma mini van, e o dono prestou queixa. Mas estava tudo resolvido o pai tinha pagado os danos, ele fora liberado do castigo logo, não chegou a ser processado, apenas levara uma advertência, parecia ser um garoto de bem.
— Espere amore, tem mais... Foi feito um BO um dia depois da ocorrência, pelo pai dele, sobre seu provável desaparecimento.

...

Flavio, sempre que saia da faculdade passava em uma lanchonete perto de seu apartamento para almoçar, e passava sempre às doze horas, e lá ficava por meia hora, sempre assim, como ele gostava tudo tinha que ser perfeito.

...
        
Eram umas doze e vinte quando Susana entrou pela porta, o jovem estava ainda em pé na janela.
— Olá! Voltei, e ai tudo bem, se lembrou de algumas coisa?
— Oi Susana, continuou na mesma. – Na mesma situação e ainda na janela.
— Então, você já está ai de novo?
— Na verdade nem sai daqui ainda, é tudo tão distante, mas esta altura me dar uma tranquilidade, gosto de ficar olhando as pessoas lá em baixo.
— Ok, mas vem cá um só momento, eu tenho uma novidade para ti contar...
— Você encontrou o rapaz de ontem a noite? – ele a interrogou enquanto se virava da rua para o interior da sala.
— Não, mas descobri quem você é... Na verdade, algumas coisas sobre você e é claro, o mais importante, o seu nome...
Ele não pareceu mais animado e voltou a olhar a rua.
— Então, pode dizer, se não for mais bonito do que Max, nem precisa falar.
— Ok, mas acho que mesmo se não for mais bonito, Max, eu acho que você deveria se importar mais, e dar mais um pouco de atenção, afinal é de você que estamos falando...
Mas ele parecia não se importar, parecia que algo o impedisse de sair daquela posição privilegiada, daquela janela ele podia ver todas as pessoas passarem, mas então Susana o chama a tensão.
— Ítalo Henrique da Silveira.
Uma punhalada transpassou o peito do jovem, aquele nome o fez tomar um sobressalto gélido, e então ele se virou para ela e disse.
— Esse nome, acho que era esse nome mesmo que ele se chamava, agora me lembro, era sim esse nome.
— Como? Ele quem?
Mas o olhar dele ficou novamente perdido, e não respondeu mais, se virou para a rua, Susana chegou mais perto dele e o tocou no ombro, olhe se você estiver cansado, depois conversamos, mas venha vamos comer alguma coisa, comprei comida – só então ela percebeu que continuava com as sacolas ainda em suas mãos. Mas ele continuou de olhos fixos na rua. – Ok! Vou indo pra cozinha preparar a mesa e já chamo você.
Ela saiu e foi em direção à cozinha e ele ainda parado, fixado na calçada do outro lado da rua.

...

Ainda sentado na mesinha da lanchonete Flavio confere o relógio, são exatamente doze e meia, bem tranquilo ele vai ao caixa, paga a conta e segue seu caminho. Dali até seu apartamento gasta uns dez minutos, ele já calculava, e sabia manter seus passos constantes para não se adiantar ou atrasar, conhecia cada metro de calçada, mas algo aconteceu, depois de uns cinco minutos aproximadamente, ele sentiu algo, como se alguém o observava, seu coração acelerou, bateu forte como nunca, sentiu medo, parou por um instante pôs a mão direita no peito, sentiu sua aceleração, mas preferiu continuar, achou melhor ir direto para sua cama, mas ele sabia que aquela aceleração parecia a mesma emoção de quando ele encontrava alguém de que gostava muito, como a primeira vez que se deitou com seu amigo e ex namorado, Roberto, amigo de infância, e colega de escola, e depois namorado, por alguns meses, foi ele que tirou sua virgindade, Flávio conhecia muito bem aquela emoção, não entendia o motivo dela, por isso o susto e até mesmo o medo, assim seria melhor ir para casa e se aquietar.

...

Ítalo na janela foi tirado de seu transe por Susana lhe chamando para comer, mas ele disse:
— Só um momento e já vou.
Então seu momento de espera chegou ao fim depois que ele vira Flávio passando na calçada, seu coração disparou, ele sentiu um arrepio e um calor invadir seu ser, sabia que aquele rapaz era o motivo de toda sua ansiedade e espera. Agora que ele o encontrara soube que ele dependia dele para ser feliz ou para se realizar enquanto ser, seus olhos ficaram fixo nele, e seu sentimento projetou para o passante uma vontade do mesmo sentir aquela emoção. E então o seu alvo parou, parecia senti sua presença, e seus sentimentos e seus desejos. Mas ao vê-lo seguir seu caminho Ítalo quis voar pela janela em direção a Flávio. O som da voz de Susana o paralisou e o acalmou, sentiu que não era a ultima vez que o veria.
— Então Ítalo, vamos almoçar?
— Vamos, agora podemos.

Foto 1 do Conto erotico: Q.osA.C-02: Quando o coração bate mais forte.


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Ficha do conto

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maximilan

Nome do conto:
Q.osA.C-02: Quando o coração bate mais forte.

Codigo do conto:
82236

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
22/04/2016

Quant.de Votos:
5

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