Quando os Anjos Choram -03/04: Quando se encontram

Cap. 03 – Quando os olhares se encontram a verdade aparece.


Ítalo seguia Susana até a cozinha, mas ela não estava satisfeita com aquela contradição do garoto, ao sentarem a mesa, ela o observou se servindo, e então não quis deixar mais nenhum assunto pendente.
— Ok, eu fui um pouco desprevenida em trazê-lo para minha casa, deveria ter-lhe levado para um pronto socorro, afinal não é minha responsabilidade...
E como quem não estava nem um pouco surpreso pela reação da mulher que vinha lhe assistindo com toda afeição, ele apenas a olhou e esperou ela continuar.
— Você continua sendo persistente em dizer que não é quem é realmente, eu sei o que os arquivos dizem sobre você, e você vem com toda convicção dizer que não é Ítalo, então, vai abrir o jogo pra mim ou não?
— Susana, você diz que os arquivos dizem que sou esse tal de Ítalo, mas até termos certeza, prefiro que você continue me chamando de Max, prefiro...
E ela pareceu por um momento impaciente com aquela atitude despreocupada dele. Mas então respirou fundo e sentenciou.
— Max, se é assim que você prefere, eu vinha pensando quando voltava do trabalho, e acho que a melhor coisa a se fazer é levá-lo até sua casa, afinal você não pode ficar aqui, não é o certo, seus pais devem está aflitos ou até mesmo achando que você morreu, pense na sua mãe... ela deve está muito triste... afinal você acabou de fazer dezoito anos. Então, depois do almoço, vou chamar um taxi e vamos até sua casa, e você então continuará a se chamar como você preferir.
Susana falava sério, ela sabia que tudo o que tinha feito por ele não era correto, e até ali não entendera o que a levou a tirá-lo da rua daquela forma sendo um completo estranho, nem entendeu sua emoção que a mandava agir da forma como agiu. Mas o jovem Max, sabia que ele não era realmente o garoto que ela descobrira na polícia, seus sentimentos eram verdadeiros, ao ponto dele tentar uma ultima chance com ela.
— Susana, eu sei, e sinto, realmente sinto que você está falando a verdade e que realmente seria o correto a fazer, se eu não soubesse quem eu sou, mas uma coisa eu tenho certeza, e é uma verdade que me obriga a crer com todas as forças que eu não sou esse Ítalo, e por saber disso é que eu peço a você só mais algumas horas, e então eu concordo em procurar os prováveis pais que mim procuram. Eu te peço que me ajude a encontrar uma pessoa até a noite, e depois disso, eu desapareço de sua vida.
Ela ao escutar aquilo tudo sentiu novamente a mesma comoção que sentira na noite passada, e sabia que não podia lutar contra ela, então ela:
— Ok, até a noite eu te ajudo, mas você tem que prometer se não tiver nenhuma evolução no seu estado, nós vamos até a casa dos seus supostos pais.
— Ok.
Assim eles terminaram o almoço em paz.

...

Em seu apartamento Flávio refletia a respeito de sua breve explosão de sentimentos apaixonantes, ele não sabia como aquilo viera, sabia que tudo era muito estranho pois não se envolvera com ninguém emocionalmente nas ultimas semanas, estava sóbrio como ele costuma dizer aos amigos, não tinha nada com ninguém, então por que logo naquela tarde, e assim do nada, no meio da rua ele sentira tantos desejos e emoções que o fizeram parar e se arrepiar, e acelerar os batimentos de seu coração, mas ali deitado em sua cama ele estava calmo, não sentia mais nada, mesmo a memória de tudo estando bem fresca, ele estava normal. Era como se ele soubesse que tinha alguém o olhando, mas quem, claro que para ele, não existia ninguém que pudesse despertar tantas emoções e desejos assim do nada. Flavio já se envolvera com vários rapazes destes seus quatorze anos, e até seus vinte anos já teve cinco namorados fixos, e vários ficantes, sem falar nos garotos de programa que foram tantos que nunca nem se preocupou em contá-los, ele era viciado em sexo, pensava em sexo direto, era como se alguém envolvia dando-lhe empurrões para aquele mundo promiscuo, ele adorava.
Flavio estava cada dia mais dependente daquela vida mundana, não conseguia ver um rapaz bonito, ou com um corpo de formas salientes, em que seu sexo apontasse para uma direção em que ele pudesse encontrá-lo numa cama sedosa e envolvente. Mas aquela tarde ele não conseguiu pensar em nenhuma fantasia suficiente para estimulá-lo a pratica de sexo solitário, ele não passava uma tarde sem se masturbar, pensando nos clientes da academia de musculação, garotos que iam lá fortalecer e proporcionar um corpo que despertasse o seu prazer e terem um corpo em que estivessem de acordo com a beleza padrão. Ele melhor que qualquer um para saber qual seria o ponto definitivo de beleza que eles procuravam, ele sabia como deixá-los no ponto de abate, como ele mesmo dizia aos seus botões “este já dar para pegar”, e por isso ele era o instrutor mais procurado e cobiçado pelas mulheres e pelos garotões que sabiam o quanto ele era dedicado e instruído no que fazia.
Flavio tinha um olho que ao bater em alguém, sabia exatamente onde trabalhar para deixá-lo com as proporções exatas para destacar sua beleza. Mas quando seu olho encontrava alguma bunda do seu agrado, ele não sossegava até levá-la a sua cama onde se deliciava, nunca foi rejeitado, ele tinha uma lábia tão experiente que até mesmo os garotos mais céticos a respeito de sua fé a respeito de sua sexualidade, acabavam se abrindo por completo e se deixavam ser penetrados. O sorriso de Flavio era cativante, sua voz fazia derreter qualquer coração de pedra, as mulheres sonhavam com ele, mas ele não tinha olhos para elas, no entanto elas persistiam mesmo assim.
E a tarde passou sem que Flavio tocasse no seu órgão de prazeres, nem notou quando o sol estava se pondo, foi ao banheiro tomar seu banho, pois seu turno de trabalho noturno estava para iniciar na academia.

...

NO ALTO DO EDIFICIO ONDE FICAVA O APARTAMENTO DE SUSANA

Dois homens com vestes estranhamente prateadas, olhavam para a rua, e eles conversavam.
— O Príncipe regente já foi informado?
— Sim, e não está nada satisfeito, afinal não podemos interferir em nada.
— Davidriel já foi comunicado, afinal ele tem que permanecer ao lado de seu par dia e noite.
— Claro, ele não só está ao lado dela constantemente, como vem tentando induzi-la a ajudá-lo.
— Não sei como ele consegue, ela parece ser tão madura e determinada.
— Talvez seja por isso, ele sente a força dela e se utiliza para seu favor.
— Mas e o outro, eles já se encontraram?
— Não, mas esperemos que tudo deva acontecer ainda hoje a noite.
— Ótimo, quero que isso tudo termine logo, não quero correr o risco de ser responsabilizado pela perda de memória do nosso companheiro. E o Príncipe Michael teme pela perda de nossa missão, isso não seria nada bom para nós, mas vamos ter que esperar, e ficar apenas observando.
        
...

Com as novas reviravoltas da tarde Susana resolveu mudar também de atitude, e então planejou algo que poderia ajudar a situação do jovem Max, ela não sabia que essa pequena atitude teria definitivas mudanças e avanços na melhora, para não dizer definitivas melhoras. Ela propôs que ele a seguisse no seu itinerário durante a tarde.
O primeiro ponto de parada foi na clinica veterinária onde ela trabalhava todas as tardes dos dias impares, e pela manhã nos dias pares. Max entrou meio desanimado, parecia pressentir que aquele lugar não iria chegar ninguém capaz de provocá-lo. E seu pressentimento estava certo mais uma vez, passou-se toda tarde sem nenhum avanço. Susana estava com esperança de algum cliente o reconhecer, afinal sua clinica era visitado por todos daquele bairro, mas pareceu que ninguém se alterou ao vê-lo ali na recepção lendo revistas, e assistindo TV.
Próxima parada seria no clube de dança, onde ela tomou banho e se trocou de roupa, não ofereceu a Max, pois ele não iria dançar, e claro não tinha muitas opções de mudas de roupas, já conseguira providenciar uma calça jeans surrada do irmão e uma camiseta polo branca, preta que destacava seus olhos azuis, o que também fez ele ser bem admirado no clube, principalmente pelos bailarinos, com suas calças coladas de malha, pareciam que nem cueca usavam, com suas malas aparentes e bundas malhadas e firmes, com belas pernas torneadas. Mas Max parecia indiferente a tudo aquilo, ele nem retribuía os olhares, estava meio apático com toda aquela tarde infindável. Até Susana notou seu desanimo.
— O que foi, não gostou?
— Não é questão de gostar, mas eu não sentir nada, parece que ninguém me conhece realmente, espero que a próxima parada resulte em alguma novidade, ou terei que te deixar, e voltar para as ruas e ir a procura de minha própria sorte.
— Ei, nem pense nisso, se nada acontecer, vamos fazer o que combinamos, eu te levo aos seus pais.
Aquele assunto não agradava em nada o jovem que já estava impaciente, ele queria acabar com tudo, queria entender quem era, o que era aquele sentimento de angustia e tristeza que estava sentindo, e o outro contraditório que sentira mais sedo, em que só faltou sair voando em direção ao jovem que passara na rua. Ele sentia que algo poderia acontecer de bom se ele encontrasse aquele rapaz.
Chegaram ao terceiro destino, já eram sete horas, a única parada tinha sido para eles lancharem, e repor as energias, depois da academia eles voltariam para casa, onde poderiam tomar as próximas decisões sobre o caso do jovem desmemoriado Max, ou seria Ítalo mesmo?
O lugar era uma academia, ao chegarem no local Max já começou a apresentar uma certa inquietação, parecia pressentir que algo estava para acontecer, enquanto Susana caminhava na frente indo ao vestiário onde trocou de roupa, Max a esperava impaciente. Chegando no andar onde ficava os aparelhos, ela pediu para ele a seguir pois queria apresentá-lo ao seu instrutor favorito.
Flavio estava pegando alguns alteres no canto do salão, quanto Susana chegou por traz e disse:
— Boa noite Flavio, hoje vim acompanhada, quero lhe apresentar um amigo e saber se poderia me ajudar...
Nisso Flavio ficou em pé e se virou para falar com ela, mas nem abriu a boca ao se deparar com os olhos azuis o fitando, seu coração que já estava acelerado mesmo antes dele adentrar no salão, sabia que era o mesmo sentimento de antes, mas ele não pode falar nada, pois Max ao encará-lo sentiu uma dor penetrante na cabeça que o fez desmaiar.

Cap. 04 – Quando o toque de um homem lhe faz tremer.

Próximo da academia, sobre um edifício, três homens vestidos estranhamente de prata olhavam atentamente em direção aos nossos protagonistas.
Enquanto isso no interior de uma sala separada do salão de maquinas de exercícios, Susana e Flávio assistiam o jovem pacientemente, esperavam seu retorno, o fato dele ainda está lá e não num hospital como seria o correto se deu pelo fato de Susana temer a reação dele após acordar, e como ela fizera medicina veterinária entendia algumas coisas de desmaios pelo fato de pagar algumas cadeiras de fisiologia humana, como uma forma de ganhar créditos, assim ela o avaliou, e soube que ele estava bem, ou pensava, nisso, Flávio conhecendo-a já há algum tempo quis saber um pouco mais sobre o jovem que o fez sentir emoções tão forte, pelo menos ele acreditava que tinha sido ele o motivo de tanta emoção.
— Então Susana, quem é o seu amigo?
— Na verdade eu não o conheço, na noite passada eu o encontrei numa situação – ela parou por um milésimo de segundo, e achou melhor não contar tudo como acontecera – um tanto complicada, ai dei-lhe assistência, e ai estamos ainda procurando pessoas conhecidas.
— Como assim, ele não é desse bairro?
— Não, ele é do outro lado da cidade, e parece um pouco desgarrado.
— Não é o que parece Susana, pelo porte físico dele, parece ser um garoto de família abastada, você não acha?
— Sim, foi por isso que eu o acolhi, vendo o estado dele eu notei logo que se tratava de alguém educado e de boa índole. Mas então Flávio, você nunca o viu por ai nessas suas noitadas?
— Amiga, você me conhece muito bem, não sou de deixar passar um garoto assim, eu não só o notaria como o gravaria em meu arquivo pessoal.
— Nossa Flávio, eu não me acostumo com essa sua voluptuosidade, quero saber quando é que você vai me apresentar alguém que seja como namorado, e não como apenas uma transa.
— Olha Susana, você pode até ter a idade de minha mãe, mas não venha dar sermões como se fosse ela, não quero saber de ninguém pegado no meu pé, essa é a vida que eu escolhi de livre e espontânea vontade, até que a morte me leve, é tudo o que eu preciso, e você, está por ai, sozinha, não pode nem falar.
Como resposta Susana apenas fez um leve sorriso enquanto seus pensamentos voltavam à noite passada quando estava na lanchonete antes de ir a aula de dança, sentada com uma jovem 6 anos mais nova, cabelos loiros e olhos verdes puxados para um mel claro, e o sorriso dela ampliava sua beleza. Então ela depois do sorriso carregado de uma leve malicia respondeu em seguida.
— Cuidado, não fale nada do que você não sabe.
— Ok, vai me dizer então que você está com alguém de novo? – silencio entre ambos, então ele nota em seu olhar sério a resposta positiva – Sua amiga falsa, quando ia me contar?
— Ia contar hoje seu bobo, você acha que eu ia deixar você de fora.
— Bem, depois você me fala dela, agora veja, ele está voltando.

...

No outro lado da rua, os estranhos de prata ainda observava tudo, até que um deles falou.
— Sinto que esta missão não será nada fácil para ele, o carinha ali é um caso perdido, o seu seguidor é um dos antigos, tem muita experiência em iludir jovens como ele que só vivem na luxuria, e tem mais, ele já notou a presença do nosso enviado.
Então o outro ergue a mão direita e fala.
— Espere um momento Atanael, ele está retornando, e pelo tom espectral de sua luz, mais viva, ele retornou sabendo de toda a verdade, agora podemos ficar mais tranquilo.
— Sim é verdade Sasael, interessante quando as duas forças se encontraram provocara um choque entre ambos que deve ter provocado um colapso e como ele andava fraco, pode ter sido isso que provocara o desmaio.
— E não só as forças, como eu disse, o outro já notou a presença dele, deve ter emitido alguma força contrária para que ambos sintam repulsa um pelo outro, pelo visto o nosso aliado vai sofrer muito ainda.
— Esta é também uma possibilidade companheiro, mas não vamos esquecer que ele também é mestre em realizar suas missões brilhantemente.
— Sim, claro, é por isso que ele foi escolhido entre milhares, mas vamos, observamos o desenrolar disso tudo.

...

Enquanto isso, olhando para Susana e Flávio, o jovem ergue-se e se apoia com as mãos para se sentar melhor na pequena cama. Susana não espera ele falar.
— Então Max, como se sente?
— Max? OK! Pode me chamar de Max, eu até gostei de ser chamado assim, no entanto, acho que este desmaio resolveu meu problema.
— Ai que bom, você se lembrou de tudo?
Nessa hora Flavio entendeu que a amiga não tinha lhe contado toda a missa.
— Como assim Susana, você estava com garoto desmemoriado, e depois de um desmaio desses não o levou ainda para um hospital, você está bem amiga?
— Olha Flavio, agora não posso lhe contar tudo, mas depois explico melhor, nem eu sei também como cometi tantos deslizes de ontem para hoje, mas o importante é que ele está bem.
E então os dois olharam para Max, e Susana louca para resolver logo tudo aquilo, perguntou.
— Max, então, lembrou-se mesmo de quem você, digo, que seu nome é Ítalo?
— Sim, você tinha razão, sou mesmo Ítalo. – nesse momento ele ficou triste, e então se lembrou de tudo o que ocorrera na noite passada.
— O que foi, está se sentindo mal?
— Não, é que lembrei de tudo mesmo, antes que eu permanecesse sem essas lembranças.
— Quer falar delas agora. – Perguntou ela sendo gentil, mas ele olhou para Flavio e se lembrou de algo.
— Espere, esse não era o rapaz que te ajudou ontem a noite?
— Não! E você ainda lembra do rosto do outro rapaz?
— Claro, ele tinha um cheiro tão forte, e seu rosto era... então ele parou, viu que estava na companhia de um estranho, considerando que Susana era a única pessoa confiável até aquele momento.
— E Susana, acho que ele é como eu, bateu o olhar e já gamou...
— Não é isso Flávio, ele bateu a cabeça forte ontem...
— Flávio? Você se chama Flávio Eduardo Alcântara da Silveira?
— Sim, sou eu mesmo, espere ai, de onde você me conhece garoto?
— Isso não está certo, mas e o jovem de ontem, ele era loiro, magro, rosto de queixo afilado, e nariz arrebitado, com um a franja caindo sobre a testa.
Susana se espantara.
— Nossa Ítalo, acho que você acabou de me deixar preocupada, sua memória voltou a duzentos por cento.
Mas Flávio foi mais cauteloso.
— Oh, Susana de que horas foi isso mesmo?
— Eram umas dez horas eu acho, já próximo a nossa rua.
— Então o rapaz que ele descreveu parece muito com o que eu tinha chamado pelo 0400.
— Sim, pode sê, ele estava com seu perfume. - Afirmou Ítalo, deixando todos vidrados nele. Afinal, lembrar de todos os detalhes físicos, mesmo estando meio apagado, ainda lembrar até do perfume. Realmente deixou-os curiosos como ele tinha tanta perspicácia em observar os pequenos detalhes. Mas na verdade o que eles não sabiam, é que o que Ítalo sentira não foi o perfume artificial, e sim o natural, pois ao transarem, o garoto levou consigo resquícios de esperma e suor de Flávio, o que ativou os sentidos apurados dele. Apenas começou a ter mais cautela, pois não queria fazê-los ficarem curiosos suficientes para por sua missão ao fracasso, e isso era uma coisa que ele não estava disposto a fazer.
— Espere, não tentem me confundi, quero saber de onde você me conhece...
— Calma Flávio, ele vai dizer, não é Ítalo?
Mas Ítalo sabia que não podia contar a verdade toda, pois nem ele mesmo estava sabendo tudo, e, ele tinha que dizer algo, mas uma voz lhe soprava suaves palavras que fluíam como um único som entre seu consciente e sua própria voz:
— Foi no baile de colação de grau, eu fui convidado do meu primo, estava lá quando lhe chamaram para se dirigir ao cerimonial. – aquela informação saiu de sua boca no entanto nem ele mesmo tinha certeza de suas palavras, pareciam não serem dele.
— Ah tá, e você quer que eu acredite que você se lembra de mim todo esse tempo.
— Sim, na verdade você não mudou nada, continua bonito do mesmo jeito... Opa, desculpe, acho que falei bobagem.
— Não, isso foi a coisa mais certa que você disse até aqui...
— Flávio, talvez ele realmente se lembre, a memória dele pode está se recordando de fatos mais antigos, isso é possível. Bem, eu acho melhor a gente ir.
— Sim, podemos ir agora. – Disse Ítalo se prontificando em sair para a porta, mas então, ele olhou para traz e disse.
— Um momento Susana. – E foi até perto de Flávio e estendeu a mão dizendo.
— Obrigado, e espero te ver novamente.
Então Flávio retribuiu o ato e os dois apertaram as mãos. Contudo uma faísca pareceu sair dos olhos de Flávio, e o corpo de Ítalo tremeu e um arrepio subiu-lhe pela espinha, os dois pareceram estarem em transe, mas foi como se eles estivessem em numa corrente elétrica em que um passasse a energia para o outro. Em seu intimo Ítalo desconheceu aquela energia incomum, fora algo novo, em todo os seus contados com outro humano nunca sentira seu corpo reagir ao toque, mas ele estava se lembrando que desde que acordara mais sedo, ele também sentira algo parecido ao ver Flávio passando na rua, ele agora tinha certeza de que a pessoa que ele procurava estava ali na sua frente. E isso explicava tudo, principalmente o fato dele saber o nome dele assim tão rápido, pois era uma informação já pré estabelecida em seu sistema. Contudo tinha o fato da estranha reação ao toque dele, aquilo estava fora do sistema, e ele tinha que procurar saber, tinha que procurar compreender, pois era vital para a realização de sua missão.

...

NO OUTRO LADO DA RUA EM FRENTE AO APARTAMENTO DE SUSANA

Um belo jovem de capelos negros e encaracolado, próximo ao ombro, estava olhando fixamente para o apartamento onde Ítalo se encontrava com Susana. Ele olhava fixamente, no seu rosto uma expressão de raiva deixava-se notar pelo seu olhar penetrante; seu punho esquerdo serrado e firme, e o direito segurava uma rosa vermelha com tanta força que um suco de mesma cor escorria pelos sulcos entre os dedos.

...
        
Susana agora olhando para o então memorizado novamente, sentado em sua frente, com um sorriso misterioso, ela então sentou se bem próximo a ele no sofá de dois lugares, e ele no de três próximo ao descanso de braço do sofá. Pôs sua mão esquerda no braço direito dele e falou, sua voz era suave e mostrava uma experiência para lhe dar com essa situação em que a conversa amigável era a melhor estratégia para se ganhar confiança.
— Então Ítalo, vai me contar agora o que você preferiu deixar para depois, estou curiosa para saber de tudo, antes de ligar para seus pais.
— Primeiro, você poderia continuar me chamando de Max?
— Claro Max, mas me conte logo, estou curiosa.
— Tá, vou contar tudo o que aconteceu.

...

Depois daquela noite fora do comum, Flavio entra no seu apartamento respirando fundo, nessa noite ele chegou só, nenhum acompanhante. Ele não parava de pensar em Ítalo, ou melhor Max, tentava com todas suas forças lembrar dele, já que ele fez questão de dizer que lembrava dele desde o baile de colação de grau do ensino médio, depois de dois anos, para Flavio isso só podia significar uma coisa, de que aquele garoto conhecia ele a mais tempo, e que talvez ele já o vinha observando, essa era a ideia fixa, para ele alguém se lembrar de outra pessoa depois de tanto tempo, e até mesmo dos detalhes como o nome completo, não seria possível se o mesmo não tivesse algum interesse nele, e neste caso, Ítalo deveria ser do tipo que se apaixona e não tem coragem de se revelar e fica obcecado pelo objeto de desejo, nesse caso ele. Flávio não pensava em outra questão, era essa a sua conclusão. E ele iria tirar isso a limpo, queria ver Susana depois para saber o endereço do mesmo. Mal ele saberia que em breve os dois iriam se encontrar.

... continua....


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Ficha do conto

Foto Perfil maximilan
maximilan

Nome do conto:
Quando os Anjos Choram -03/04: Quando se encontram

Codigo do conto:
82438

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
26/04/2016

Quant.de Votos:
5

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