Cap. 05 – Quando meu pai me flagrou na cama com meu colega.
Susana agora olhando para o então memorizado Ítalo, sentado em sua frente, com um sorriso misterioso, ela o olhou séria e disse:
— Então Ítalo, vai me contar agora o que você preferiu deixar para depois, estou curiosa para saber de tudo, antes de ligar para seus pais.
Aquela palavra dita no final de sua fala despertara Ítalo para o motivo dele ter saído de casa, mas antes ele queria lhe pedir um favor:
— Primeiro, você poderia continuar me chamando de Max? – seu sentimento de abandono e culpa junto com um novo sentimento de querer recomeçar sua vida, o fazia querer um novo nome.
— Claro, mas me conte logo, estou curiosa.
— Tá, vou contar tudo o que aconteceu.
Ítalo estava preparado para relatar os últimos acontecimentos para Susana, para que ela entendesse melhor toda a situação e o porquê dele não querer voltar para casa.
— Peço até desculpas se eu chorar, pois só em pensar em algo tão recente já sinto um aperto no peito... – Enquanto isso Max sondava todas suas memórias subjetivando a melhor forma de resolver a questão do aparecimento sem roupa no meio de um beco escuro e numa noite chuvosa, se é que ele poderia solucionar isso, afinal até ele mesmo, digo, Ítalo, não entendera ainda como ele fora parar no outro lado da cidade, e ele nem imagina o que esse mistério ainda iria lhe aprontar. – Susana, eu não sei como vim parar aqui perto, como você já sabe minha casa fica na parte oposta da cidade, na zona norte, agora posso lhe dizer que o motivo para eu não querer voltar para casa é justamente o fato de não ter mais casa para eu voltar.
Ela franziu o cenho, sua duvida ficou bem aparente, pois a mesma sabia que ele tinha casa, tinha um pai e uma mãe para onde voltar e ser acolhido, mas então ele a não fez esperar pelo momento seguinte ao qual ela se preparava para retrucar lhe, ele se impôs:
— Espere, você vai entender minha amiga, tudo começou quando eu estava saindo da escola há uma semana da escola na companhia de um colega, na verdade um amigo, ele se chama Rodrigo, tem minha idade, acho que temos apenas quatro meses de diferença, ele é mais alto, o que torna sua aparência mais madura, ele sempre me fez bem, digo que ele é do tipo que me agrada como homem... – Ela fez uma cara de quem entendeu a mensagem. – Sim, eu sou gay, mas ninguém sabe, na verdade estou lhe contando isso porque uma voz me diz que em você eu posso confiar. Bem, ninguém sabia de minha preferência, nem mesmo o Rodrigo com toda sua saliência e experiência de vida, bem era o que as garotas falavam que ele pegava todas, e eu apenas babava escondido pelo seu corpo, mas na verdade eu estava sentido algo por ele e acho que ainda sinto, eu nunca fui de ficar saindo com ninguém, mas ao sair com ele, eu me sentia feliz, e só está ao lado dele já era o suficiente, então algo inesperado aconteceu, surgiu uma oportunidade dele ir a minha casa, ele ficou sabendo em uma conversa nossa, que eu tinha uma coleção de revistas de super-heróis, da década de noventa, herdada de um primo mais velho, e ele só não me fez jurar por minha mãe que o mostraria, por que eu disse logo de prontidão que o levaria ainda naquele dia, e então, ao chegarmos em casa, minha mãe estava de saída com uma amiga para o salão de beleza, ela é bem vaidosa, e o meu pai tinha saído para uma viagem de negócios, o que não deveria voltar tão cedo.
‘E assim lá fomos nós para meu quarto, eu nem tirei meu uniforme, e ele ao meu lado, só dizia que queria ver logo, então pedi que ele sentasse na cama, o que ele fez logo de prontidão, e ao por o pacote com as HQs na cama ele foi logo abrindo e olhando, eu para não perder tempo tirei minha camiseta, e sentei de frente a ele com as revistas entre nós, e eu não olha para nada apenas para o sorriso dele, parecia um garoto de doze anos, bobo, e ele falava coisas que não lembro, mas se referia aos números das edições, dos heróis, e tudo mais, mas eu não olhava pra nada, apenas para ele, era um sonho tê-lo ali ao meu lado, com toda a cumplicidade, então ele ergue o olhar e se depara com os meus olhos, e então senti vergonha, e foi ai que ele notou algo diferente em mim, e falou:
“— Ítalo, posso te fazer uma pergunta bem intima?”
‘— Claro! – Respondi assim direto, sem medo de ser feliz.
— Sério? – interrompeu Susana.
— Que nada, estava tremendo de medo... Mas deixe-me continuar.
“— Mas antes prometa que isso vai ficar só entre nós dois, se não nunca mais seremos amigos.”
‘O que eu deveria responder naquela situação se não “SIM!”? E então ele me perguntou com as palavras e o verbo mais inesperado que eu poderia poder supor.
“— Posso te beijar?”
‘— O quê?! – Tremi naquele momento, e ele...
“— Tá, acho que fui precipitado, desculpe, mas lembre-se que você prometeu...”
‘Não o esperei terminar a frase e completei:
‘- Claro que pode.
‘Então ele ficou parado tipo sem crê no que escutara, ou sem saber mais o que fazer, até que ele então resolveu se aproximar, juro que naquela hora minha respiração parecia paralisar, meu medo era de que o beijo fosse na boca, acho que fantasiei além da conta, mas eu tinha certeza de que era apenas um beijo na face, até que fechei os olhos e senti seus lábios tocarem os meus, e um arrepio desceu pela espinha, e o coração acelerou.
- Susana, você já deve ter sentido tudo isso que estou lhe contando, e sabe como eu me senti, na verdade com toda essa emoção, ainda senti medo de rolar mais do que o beijo, eu sabia que ele era já bem experiente, não acreditava que poderia ficar só naquilo, talvez ele já vinha planejando aquele encontro, mas o importante é que nosso beijo foi incrível, eu nunca tinha beijado ninguém, mesmo gostando de garotos, eu sempre tive medo de ser rejeitado, mas ‘ele me pegava com tanta força que me deixou completamente entregue aos seus afagos, e então sinto seu órgão crescer ferozmente dentro da calça de malha do uniforme escolar, me espantei no momento mas não o larguei, sabia que tinha chegado o momento de perder minha virgindade, seria com ele, e sim, ele continuou comandando todo momento, primeiro tirou sua camiseta, depois sua calça, e então tirou a minha, estávamos só de cueca, e eu delirando Susana, eu delirava, você imagina como eu estava, prestes a fazer dezoito anos, e ainda virgem ali com o cara que eu tanto desejava, me diga se aquilo não era para eu estranhar, só podia ser um sonho, mas não era, era tudo verdade, cada beijo, cada toque de suas mãos em minha pele arrepiada, e quando ele segurou meu pau que já estava latejante e molhadinho, quase tive o orgasmo ali mesmo, seus beijos começaram pelo corpo, e eu me arrepiava a cada toque de seus lábios úmidos e quentes, não é preciso lhe dizer como ficamos quentes nessas horas, então quanto menos eu notei, ele abre minhas pernas ficando entre elas, e me abraça me dando beijos.
‘E foi justamente ai nesse momento da mais pura felicidade, que ouvi uma voz enfurecida:
“— Ítalo, meu filho, que putaria é essa?” – Meu pai estava parado na porta, claro foi ai que eu morri, e o Rodrigo pulou da cama procurando vestir sua calça, e meu pai apenas gritava para ele correr dali o mais rápido possível, e eu apenas paralisado na cama, não pude pensar em nada. Ele nos viu quase nus na cama abraçados aos beijos, de paus duros e eu numa posição que só faltava ser penetrado. Para meu pai foi um choque muito grande, afinal ele via em minha pessoa o homem que iria perpetuar sua linhagem dando-lhes netos de sangue.
‘Vi fogo sair por seus olhos, ele estava com tanta raiva que pensei depois que ele poderia sofrer um enfarte, e ai eu estaria perdido, pois não saberia viver com o peso da culpa pela sua morte, mesmo ele tendo feito o que fez comigo, eu o amava e ainda o amo, e sei que um dia ele vai me receber novamente em casa.’
Então nesse momento Susana o interrompe:
— Ei, diga logo, o que foi que ele fez?
— Ele simplesmente mandou eu sair de casa, sem direito a um telefonema, sem direito a levar nada a não ser minhas coisas mais pessoais, me deu apenas um pequeno tempo para eu me aprontar, disse que ia até o bar da esquina e quando voltasse não queria me encontrar em casa. Também não disse nada, eu sabia o tamanho da idiotice que tinha feito, pelo menos se tivesse trancado a porta, mas também não esperava que tudo aquilo poderia um dia acontecer e assim de uma hora para outra sem eu menos esperar, sai de casa sem tentar me defender, afinal eu já era quase de maior.
‘Peguei minha bicicleta e sai, sai para a casa de um outro colega, com a desculpa que estava fugindo de casa por ter brigado com meu pai e pedi abrigo até o outro dia, ele não fez muitas objeções, apenas temia a reação dos seus pais receber visita assim de ultima hora. No outro dia liguei para minha mãe, e ela estava muito triste, pois tentara mudar a ideia de papai, mas ele estava ainda muito furioso, então ela pediu para eu ir para uma pousada de uma amiga dela, pois lá ela poderia pagar por alguns dias, até ver se meu pai aliviava mais. Ela ainda me disse que não ficou nada contente com tudo aquilo e queria saber se era apenas uma curiosidade minha, e foi ai que eu disse a verdade a ela, e ela simplesmente me disse para eu ficar calado, e que iria na pousada falar pessoalmente comigo, então no final daquela tarde, ela apareceu, e ao invés de eu ter o apoio dela, tive apenas recriminações, fiquei bravo com ela, peguei minha bicicleta e sai correndo, e ela saiu atrás no carro, já estava escurecendo quando num cruzamento eu acabo me esbarrando numa van que ia passando e o cara criou a maior briga, e eu fui parar na delegacia.’
Mas nessa hora Susana fez uma cara de quem perdeu alguma cena do filme e não entendeu o final.
— Espere Ítalo, essa parte eu acho que já sei, foi onde seu pai pagou os estragos do acidente, mas isso...
Mas ele não a deixou terminar e completou:
— Sim é verdade, ele pagou os estragos, pois para ele pior do que tudo estava acontecendo esse dias, era ter um filho fichado como criminoso, então sai da delegacia a pé, ele não deixou eu ir com ele para casa como já era de se esperar, apenas olhou de esquerdo para mim e disse que eu não aprontasse mais, pois não me livraria de novo. E então andando sem rumo, eu fui abordado por uns caras, e como eu não tinha nada eles bateram em mim, e ai como eu vim parar aqui no outro lado da cidade é um mistério até pra mim.
— Ítalo, espere, acho que você se confundiu com toda essa história, tem uma coisa errada na sua narrativa.
— O quê? O que você sabe que eu não sei.
— Acho que você não lembra, mas eu te falei hoje pela manhã que a forma como descobri seu nome e seu endereço foi numa ficha de ocorrência na delegacia com uma amiga minha, e essa ficha é de há uma semana.
— Como é? Mas isso tudo foi agora há uns dois dias.
— Não Ítalo, você ficou desmemoriado então todo esse tempo.
— E onde eu estava?
...
No apartamento escuro, Flavio pensava em seu novo garoto de admiração, e lembrava dos olhos azuis dele, e já planejava como ele iria conquistá-lo e levá-lo para cama, Flavio queria senti-lo mais profundamente, e já ria de como ele iria usar aquele garoto de olhos lindos e face angelical, que parecia cheirar ainda leite, e com todo sua experiência ele sentia que poderia ser a primeira vez do garotão, e iria adorar tirar sua virgindade. Adormeceu com um sorriso malicioso e com sua mão segurando seu pau duro.
...
NA RUA, ABAIXO DO APARTAMENTO DE FLÁVIO
Estava a estranha figura do homem de cabelos encaracolados ao ombro, olhando em direção ao apartamento com luzes apagadas, e então falou pela primeira vez.
— E eu vou te ajudar meu caro, vou sim, mas antes vou te pegar e dar um pouco do meu leitinho, se prepare.
continua....
por Maximilan.