Q. os A. C.-13: Quando eles estão juntos...

Capitulo 13 –Quando eles estão juntos nas alturas, nada pode atingi-los.

Um sorriso, apenas um sorriso se via estampado no rosto radiante de Douglas, o resto de seu corpo era todo sorriso, ele flutuava sobre os prédios iluminados de sua cidade, o ar parecia agradável ao tocar sua pele e nada parecia impor-se ou mudar aquele sentimento de felicidade. O único som que se fazia ouvir naquela altura era o bater de asas longas e fortes que cortavam o ar os impulsionando para frente em direção à vastidão sem destino, apenas seguindo sempre em frente, Douglas se segurava em Ítalo com força enquanto o outro com suas asas e sua luz espectral deixava um rastro luminoso no céu, se alguém os visse lá do plano inferior poderia notar uma miniatura de cometa de calda lilás voando horizontalmente em direção ao leste. Douglas sorria enquanto Ítalo o olhava a cada minuto retribuindo com um sorriso igualmente feliz. Mas então num relance Douglas se viu sozinho, estava na escola sozinho na sala de aula, e na lousa branca tinha uma abertura ocupando todo o espaço de onde se avistava duas figuras de luz uma de cada lado com Ítalo ao centro, ele olhava para trás e falava algo com uma expressão de suplica, mesmo não dando para ouvir nenhuma palavra ou outro som qualquer, Douglas compreendia perfeitamente a aflição de seu amigo, ele ia sendo levado à força, mas antes de ver seu amigo sumir com aquelas figuras espectrais, a lousa branca se torna negra e tudo mais fica escuro então ele é arrebatado daquela visão e desperta em seu quarto com sua mãe ao lado.
- Filho, faz meia hora que eu te chamo, vai chegar atrasado à escola.
Atrasado, não poderia mais perder nenhum minuto, queria está lá para conferir se Ítalos estaria bem. Correu, e nem tomou café. Apenas queria chegar o mais rápido no colégio.

...

Aquela quinta feira despertou igual as outras para todo o resto do mundo, menos para Ítalo, ele se sentia excitado, sabia que algo poderia acontecer de bom, no ensaio fotográfico, aquele momento parecia até estranho, nunca tinha imaginado pousar para um fotografo com o intuito de vender sua imagem, só imaginar sendo um modelo, e quem sabe ganhar muito dinheiro sem ter que fazer muito esforço já tramitava por sua imaginação provocando-lhe ansiedade antecipada. Mas foi na hora de sair de casa e ouvi a Susana perguntando se ele iria almoçar com ela depois do colégio, que ele despertou para Douglas, sentiu um gelo nas mãos e nos pés, e um mal estar, e como todo mal estar desagradável, ele sentiu vontade de não sair de casa, queria ficar deitado e sair só na hora de ir pro ensaio. Contudo, sabia que não poderia evitá-lo por muito tempo. Foi decidido em não dar bolas para Douglas, não queria avivar nele nenhum sentimento que o encorajasse a pensar em ter um caso com ele. Mas então como ele iria fazer... Simplesmente foi.

...

Flávio acordou e ficou deitado, sentiu vontade de não ir a faculdade, estava se sentindo desmotivado a sair. Ficou uns trinta minutos deitado olhando para o teto sem assimilar qualquer pensamento, apenas conseguia ver a imagem de Ítalo ao lado dos aparelhos auxiliando alguns clientes. Ítalo se mostrava atencioso, prático, simpático, e com um sorriso encantador. Ítalo também se mostrava em seus pensamentos, corajoso, rebelde, forte e independente, ele não conseguiria conquistar aquele garoto simplesmente como fazia com os outros... No entanto estragara boa parte de suas artimanhas antecipando seus atos, investindo de maneira inconsequente, e ao invés de aproximá-lo fizera com quer ele ficasse mais atendo para suas investidas... Agora teria que planejar como faria para levá-lo para a cama... Flávio hesitou no que se referia em conquistar e levar para a cama, ele pensou melhor e viu em Ítalo a oportunidade de ficar com alguém não apenas como uma aventura de momento... Queria conquistar e amar. Então desperta e ver que falta pouco tempo para sua aula.

...

No colégio, Douglas esperou Ítalo no portão, mas vendo que ele não chegava, teve que entrar se não iria receber uma advertência do porteiro e da professora de espanhol que não gostava de aluno chegando atrasado antes ficasse fosse da aula dela. Para sua surpresa Ítalo já se encontrava no seu novo canto, de onde ele podia ser visto sem que ninguém notasse Ítalo de olho no amigo.Então nesse momento ele se deu conta do quanto tinha chegado fora de tempo na escola, seu atraso fora notado quase por toda a turma, logo Douglas, o aluno exemplar chagando em cima da hora, a professora Julia o olhou curiosa e perguntou:
- Se sente bem Douglas ou errou o caminho?

De ante do olhar curioso da turma Douglas foi para seu lugar e enquanto respondia se colocava em seu acento.

- Desculpe Dona Julia, tive que passar na enfermaria, estou sentindo uma leve dor de cabeça.
- Tudo bem, mas se piorar, não deixe de avisar, pior do que faltar minha aula é ter um pai reclamando por causa de filho doente e eu não liberar.

- Tá pode deixar, aviso sim.

A turma já sabia como eram as aulas da professora de espanhol, e Ítalo não gostava nadinha, apenas ficou encarando Douglas na diagonal, mas nada de olho no olho, sabia que tinha que ficar calmo e mostrar que nada tinha mudado, depois da carta, mas então Douglas se vira rápido e pega os olhos de Ítalo, e meio surpreso solta as palavras que já vinham prontas antes de serem esbarradas pelo constrangedor olhar.

- Ei, me empresta sua caneta preta...
        
Ainda sobre o efeito do susto em ser pego no fraga, e ainda ter que admitir que estava olhando pra ele, procurou a caneta todo desconcertado.
Alguns minutos depois recebeu a caneta de volta e junto um pedacinho de papel:
        
“Quero falar com você na hora do intervalo”

...

EM ALGUM LUGAR ENTRE O CÉU E A TERRA

Num plano mais elevado sobre um tranquilo nevoeiro branco iluminado pelos raios solares se encontram Atanael e Sasael e de frente para ele está o Anjo da Guarda e Príncipe de sua ordem Gabriel, com milênios de idade, esteve presente no comando de inúmeras missões contra os primeiros caídos, e devido a descida do primeiro Príncipe de sua Ordem, ele ascendeu o cargo mais alto da ordem dos Anjos da Guarda. Agora se via numa situação nova, puramente nova e estranhamente constrangedora, pelo fato de não supor o que teria ocorrido para tal eventualidade. Ele se dirigia todo tempo para seu subordinado Sasael, que por sua vez era comandante, enquanto Atanael servia ao Príncipe Michael da ordem dos Arcanjos, era de sua responsabilidade os arcanjos em missão, aqueles que iriam a campo para auxiliar os da Guarda.
- Então Sasael qual é o relatório de Davidriel? - Perguntou pacientemente Gabriel.
- Nada além do que já aviaspreanunciado,Rabbi Gabriel, realmente a mortal Susana está saindo com o caído Luriel, Davidriel informou que ela não está só, um dos seguidores de Kasabel acompanha-a, Phael, o que muda nosso plano de estratégia, desta vez não podemos contar com o auxilio direto de Maxuel, como perdemos contato com ele, devemos usar o maior numero de anjos para essa missão...
- Com sua permissão Príncipe dos Anjos, quero informar que temos dois arcanjos disponíveis nessa região, e como venho acompanhando desde o inicio, já os prontifiquei a ficarem próximos dos envolvidos. – Interveio Atanael.
- Sei, entendo tudo isso, e vejo que não poderemos perder mais tempo, em menos de três dias o jovem irá completar dezoito anos e nem sabemos como Maxuel irá deixar aquele corpo, mas o mais importante agora é não deixar nem o Luxael nem o Kasabel, este ultimo principalmente, usurparem o corpo jovem e imaculado do Ítalo. E quanto ao anjo Mitriel, ele não está com o amigo de Ítalo? – E antes de alguma resposta confirmando – Quero que entrem em contato com ele ainda nesta momento, diga-lhe para fazer seu hospedeiro seguir Ítalo e descobrir onde será o ensaio fotográfico, não podemos deixá-lo na companhia de Luxael.
- Suas ordens já foram executadas meu Rabbi Gabriel. - Concluiu Sasael, que tinha enviado uma mensagem psíquica a um de seus subordinados.
- Agora, vós podeis ir, o dia está apenas começando e uma fila de comandantes se forma com seus relatórios. Que a Luz Perpetua estejais sempre convosco.
Ao saírem, Sasael notava sempre que Gabriel se mostrava afeiçoado com a causa de sua missão, parecia dar mais atenção ao caso do mortal Ítalo do que dos outros em andamento, mais agora depois do ocorrido com Maxuel, um deus sentinelas mais promissores, que se encontrava numa fatalidade impar na história angelical, pois nunca um anjo ou outro ser celestial tinha ficado aprisionado num corpo de tal modo a não poder se comunicar com o mundo espiritual. Mas Sasael estava confiante de que Mitriel poderia ajudá-los assim como já o vinha fazendo, sempre induzindo a aproximação de Douglas e seu colega Ítalo, Agora só restava esperarem os próximos passos.

...

A sineta anunciou o intervalo tão aguardado por Douglas, seria o momento de falar com ele depois da carta, depois da revelação, a confirmação de suas duvidas, se seria correspondido, era o momento chegado. Todos os alunos saíram da sala, apenas ele e Ítalo estavam em seus lugares ainda, era o que ele pensava, no entanto ainda restava uma terceira pessoa, calada, esquecida toda a manhã e toda a noite anterior, uma pessoa que fazia questão de se fazer lembrada. Felícia estava calada, olhando para os amigos cada um em seu lugar vendo os colegas sumirem pelo corredor. Então não esperou e se fez presente.
- E ai meninos, vamos, logo se não perdemos nossos lugares...
Foi como uma bomba que explodisse ao seu lado. Douglas olhou para trás de supetão como se um alfinete tivesse lhe espetado as costas.
- Ai que susto Felícia... – Foi nesse momento que ele olhou para Ítalo e viu que ele também estava surpreso por vê-la, como um ato telepático entre os dois confidenciavam a atitude criminosa de ambos em não terem falado com ela quando os mesmos chegaram, ela simplesmente tinha sido apagada de suas mentes.
- O que foi Doug, senti algo, vai ver sua dor de cabeça ta piorando...
Ítalo olhou para ela e fez um gesto como se não precisasse dizer nada, apenas falou depois.
- É pessoal vamos logo mesmo, ou se não sobra nenhuma latinha de Sprite. – Era o único refrigerante que ainda tomava depois que começou a malhar, queria deixar todos, mas não conseguia ficar sem tomar sua Sprite. E procurando parecer o mais normal possível, saiu pela porta sem esperá-los.
- Vamos Felícia, vou ver se encontro outro medicamento para minha dor... – Preferiu insistir na dor que sentia, e assim convencer melhor sobre sua falta de atenção com ela. O que parecia está funcionando.
Felícia pareceu acreditar na história do amigo, apenas ficou grilada com a atitude de Ítalo, pois ele pareceu indiferente com ela e preferiu fugir do assunto sem ter que dar alguma satisfação. Mesmo sendo nova, ela tinha suas duvidas sobre Ítalo, deste que fora na casa dele há dois dias e lá conversando com a mãe dele e assim descobrindo toda a verdade de sua saída inesperada de casa, que ela vem tentando descobrir ou melhor confirmar com quem ele estava no dia em que o pai dele o pegara na cama. Mesmo crendo que ele não seria gay, mas talvez vivendo apenas uma aventura de novas experiências, ela tinha convicção de que poderia conquistá-lo. Revendo os dias em que estiveram juntos viu que o comportamento dele não mudar de maneira perceptível quando se tratava de garotas, e nem menos no fato gestos ou assuntos que pudesse direcionar suas impressões ao fato dele ser gay. Ele continuava sendo o mesmo garoto de sempre, já quanto se tratava de Douglas, ela tinha suas duvidas menos afetada, o fato dele ser meio nerd, e não era nada afeminado, apenas intelectual, o que não confirmava nada, até as musicas e os artistas não o direcionava a ser gay, mas nos tempos de hoje, como ela mesma refletia, descobri se o garoto é ou não gay, está cada vez mais complicado, uma vez que há homens muito afetados e não são gays, ou pelo menos ninguém sabe, e já outros bem másculos com uma rotina de atos e atitudes másculas, como pinta a sociedade, são casados com o mesmo sexo. Assim, nada confirmava em Douglas ser gay, mas o fato dele meio que idolatrar Ítalo, isso sim era um fato a ser analisado cuidadosamente. E nada melhor do que não deixar os dois juntos e a sós. E lá se foi ela atrás deles.

...

Ítalo esperou Douglas chegar na companhia de Felícia, sua Sprite já estava em sua mão direita, ofereceu como de costume, e como sempre ninguém aceitou, coisas do hábito. Douglas olhou para Ítalo antes de Felícia notar, em sua cumplicidade deixou transparecer que teriam um assunto em comum, e o assunto seria jogos de computador, coisa que a colega não gostava nem um pouco.
- Então, você conseguiu baixar “Anjos: A Cidade de Prata” da ARKANUN/TREVAS? Cara fiquei sabendo que reeditaram toda a coleção em livros...
Ítalo por sinal conhecia a coleção por nome, mas nunca tinha jogado nenhum dos jogos baseados na coleção, mas sabia que o assunto iria deixar a Felícia bem fora do contexto.
- Verdade? Acho que agora vou fazer minha coleção... Mas respondendo sua primeira pergunta, não consegui, a net caiu e perdi todo o down, fiquei puto....
Felícia que já estava ao lado deles, ficou apenas observando, sabia que aquele assunto poderia durar todo o intervalo, ela sempre dizia para eles que nunca entenderia o gosto deles por este tipo de jogo, seja eletrônico ou no papel mesmo RPG era como um jogo de baralho sem aposta, não tinha nenhuma emoção, uma perda de tempo com certeza. Jogo de garotos, era nessa hora que ela olharia em volta procurando alguma colega. Assim fez:
- Meninos me deem licença que vou ali conversar um assunto particular com Luciene e já volto. – Luciene era uma colega deles, apenas isso.
Douglas observou-a sair e ganhar distancia.
- Pronto, agora posso te falar uma coisa... – Douglas o olhou nos olhos, parecia sério alem do que o assunto poderia pedir.
Ítalo sabia que aquele momento iria acontecer, por tanto resolveu ficar tranquilo e esperar uma jorrada de sentimentalismo por parte de Douglas, assim ele pensou.
- Tive um sonho... – “Um sonho?” se perguntou Ítalo. - ... Parece coisa absurda, mas sonhei com você me levando nos braços...
- Espere, e por que eu estaria levando você nos braços? – Não teve como conter a curiosidade instantânea, que pareceu até engraçado, queria saber mais.
- Calma, isso não é o principal, além de você ser um anjo, e estávamos sobrevoando a cidade...
- Nossa já gostei desse sonho, eu um anjo... Mas eu o levava, conte melhor.
- Sim, parece coisa boba, não? Mas até ai foi tudo muito bonito, mas depois eu o via sendo levado por seres de luz cada um segurava um braço seu, e você não parecia feliz, estava com medo, não podia lhe escutar, mas notava que você gritava por socorro, depois acordei...
Ítalo parecia confuso, menos Maxuel que entendera a mensagem de Mitriel. E assim Maxuel soube que eles estão tentando ajudá-lo, e o pior, sabia que agora sua preocupação iria alem de Luxael.
- Douglas, você tem cada sonho, mas então era só isso que você tinha a dizer? – Uma pergunta retórica, pois Douglas o olhou como se dissesse que ele é que teria de responder.
- Não, na verdade estou esperando que você diga algo, afinal eu já falei alem da conta, então, não quero que você pense que sou alguma bichinha que sai por ai chorando e se derretendo...
- Nada disso, eu gostei de sua carta, mas acho que não estou preparado, tem coisas que nem eu entendo ainda, e antes de mais nada, quero saber se foi você que contou alguma coisa a Felícia, não que eu tenha medo de perder minha fama de pegador, como se eu fosse... Mas tenho medo, depois quando eu puder lhe contar tudo você entenderá... Então, a Felícia sabe de alguma coisa por você?
- Não, acho melhor você perguntar a ela, acho que ela esconde alguma coisa, se ela sabe de você, isso eu não tenho dúvida, mas pelo que entendi, ela quer saber com quem você estava... Ítalo, apenas me escute, quero alem de sua companhia como colega, quero ser seu amigo, entende, nestes dias sinto que você confia mais em mim, então, se não rolar nada além disso, sua amizade já é um grande ganho em minha vida...
- Você diz isso só pra ficar perto de mim... Coisa de quem está apaixonado...
- Não! Digo isso por que você anda comigo, conversa comigo, vai na minha casa, e eu nem sou um garoto bonito como os outros que desfilam nos corredores do colégio, nem a meninas me dão atenção, e sei que você faz o que faz sem ser por motivos de interesse, afinal suas notas são boas por que você é bom, e vai passar de ano brincando, então de minha ajuda nos estudos sei que não... Você gosta de mim como sou, e isso mostra que podemos ser amigos.
- Nossa Douglas, de onde você tirou essa ideia de que você é excluído só por não ter um corpo malhado, não gostar de sair por ai nas baladas e coisa e tal. Você só precisa ir aacademia se isso o perturba, e sair mais que as minas vão te olhar, é você que se prende... E sim, é verdade, eu gosto de você, e acho que posso sim confiar em você, e adoraria ser seu amigo.
- Você diz isso só pra mim agradar...
- Não vamos começar com esse lenga,lenga, o importante é que sabemos mais ou menos o que se passa em nossas cabeças. E agora é tomar mais cuidado com Felícia, não estou gostando do comportamento dela estes dias.
- É, então, você vai hoje estudar lá em casa?
- Não, hoje não posso, tenho um ensaio fotográfico...
- Um ensaio fotográfico? Como assim?
- É um assunto que vem rolando esta semana, um cara vai fazer um anuncio da academia e me escolheu pra fazer o garoto propaganda...
- Que legal, e eu posso ir junto...
- Não sei, ele não disse nada se eu poderia levar acompanhante, mas também acho que eu não iria ficar a vontade com você lá me olhando...
- E com um estranho você não liga...
- Vai ver é isso, vai que me dar um ataque de riso...
- Engraçadinho. Tudo bem então... Lá vem a Felícia, você vai contar a ela.
- Pode ser...
- Pode ser o que garotos? – Já chegou sorridente querendo entrar no assunto. – Mudaram de assunto, ou continua com aquele que sempre me exclui?
- Já, o Ítalo tava contando que não vai poder ir estudar hoje porque simplesmente vai fazer um ensaio fotográfico. – Douglas pareceu falar sério, mas se notava sua ansiedade e até mesmo umpouco de ciúmes para os mais experientes, no caso Felícia estava surpresa para notar as nuanças da fala de Douglas.
Então ficaram falando até perceberem que o intervalo tinha acabado há uns dez minutos.

...

“Que saco!” – Resmungava Felícia ao perceber que Douglas correu no percalço de Ítalo assim que a aula terminou, nem deu tempo dela observar a direção, alguma coisa os dois estavam confidenciando e não pretendiam compartilhar com ela. Todo o segundo tempo, elanotara Ítalo olhando na direção de Douglas, ele parecia perdido, os olhos não piscavam, sinal de que ele estava pensando no amigo, ou poderia ser paixão, e se fosse isso ela não aceitaria, ela brigaria com o mundo, não poderia aceitar que um garoto bonito e inteligente como Ítalo se envolvesse com Douglas, um nerd magrelo, assim ela passou o restante da aula, imaginando mil situações, mas o fato dela não ter acompanhado os dois na saída, a deixou mais revoltada.

...

Douglas sabia que o amigo não iria deixá-lo seguir ao ensaio, mas algo lhe impulsionava a desrespeitar o pedido do amigo. Sentia que deveria está ao lado dele, e a imagem de seu sonho em que ele se sentia seguro nos braços do amigo nas alturas, e logo depois vendo-o sendo levado para um misterioso fim em que o deixara apavorado, fez com quer tomasse uma decisão.

...

Ítalo estava fora do colégio sob uma arvore frondosa, o sol quente anunciava que aquele dia seria anormal naquele período chuvoso. Em seu intimo Maxuel estava agitado, sentia que os minutos se reduziam, sabia que seu fim estava próximo, naquela tarde quente Luxael já deveria ter tudo preparado para conseguir seduzir Ítalo e assim possuir seu corpo, e o que poderia acontecer, bem isso ele não sabia e nem tinha ideia de como evitar, pois iria esperar até o minuto final antes de agir, iria esperar alguma intervenção de sua ordem, caso contrário iria fazer que fosse possível, mesmo que para isso tivesse de se revelar. Ítalo sentia arrepios cada vez que Maxuel se agitava. Aquele sentimento de angustia, como se algo de ruim fosse acontecer invadia seu ser, olhou para o relógio, viu que Luxael estava atrasado, seu pé direito começou a bater num ritmo cadenciado, e cada vez mais rápido. Não sabia o que lhe perturbava, não saber o que lhe esperava, ou não saber por que estava assim tão agitado.
Mas enfim, o carro sedan preto parou ao lado dele, e o vidro da porta do passageiro desceu:
- E ai, vamos?
- Vamos! – Ítalo entrou no carro fechando a porta logo em seguida. E o carro seguiu em frente.
Logo que o carro acelerou, Douglas surgiu correndo e gritando:
- Ítalo! Espere! Não vá!
Mas seus gritos não puderam ser ouvidos. No interior do carro o som estava ligado, e as notas estridentes de uma banda de rock preenchia todo o interior.

...

Poucos minutos antes, Felícia saiu da sala a passos largos resmungando: “Se estão pensando que vão sair sem mim”, “Ítalo acha que eu não sirvo pra ele”, “Bem que a mãe dele acha o contrário”. Uns três meses antes Ítalo levara Douglas e Felícia a sua casa para fazerem um trabalho de História, naquela tarde a mãe dele estava presente, e Felícia logo fez amizade, conversaram bastante e o trabalho ficou pronto pelas mãos dos garotos. Desde aquele dia que ela sentia que teria o apoio dela quando eles resolvessem anunciar o namoro, Felícia sentia impulsos de alegria só em se ver entrando de mãos dadas na casa dos pais de Ítalo e sendo recebida de braços abertos pela mãe dele, por sua futura sogra. O fato do pai dele ter pegado o com outro na cama, não significava nada, vai ver o pai dele nem o deixou se explicar,provavelmente fora isso, afinal ele era namorador e estavam apenas se pegando como todos garotões fazem, brincadeira de homens, como muitos diziam. Sua vontade de poder namorá-lo era tanta que não conseguia aceita a possibilidade dele ter um caso com Douglas, magro, com sua beleza fora dos padrões, assim ela julgava ser melhor do que ele.
Chegando à rua não os encontrou mais, ficou desolada, sabia que Ítalo poderia ter ido na frente para o tal ensaio, mas Douglas não a ter esperado, isso já estava estranho de mais, olhou em volta, a sua direita apenas alguns pais pegando seus filhos com as portas dos carros abertas, do outro lado ainda conseguiu distinguir o que seria um taxe dobrando a esquina, e na calçada algumas dezenas de alunos caminhavam cada qual em suas direções cotidianas.
Como que num relance, ela suspira fundo e como se conformando com a situação, resplandece em sua face um sorriso. Pega seu celular e realiza uma ligação com um número agendado.
“Olá Felícia, tudo bem?”
- Tudo bem, e a senhora como vai?
“Vou bem minha filha, mas o que deseja?”
- Posso ir falar com a Senhora hoje depois do almoço?
“Pode sim, melhor, pode vim agora assim você me faz companhia.”
- Tudo bem, chego já ai.
Logo que finalizou a ligação, discou um numero de atalho e falou com sua mãe avisando que iria chegar mais tarde, tinha que ir à casa de uma amiga.

...

No carro Luxael sorria, enquanto se dirigia para seu destino.


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Ficha do conto

Foto Perfil maximilan
maximilan

Nome do conto:
Q. os A. C.-13: Quando eles estão juntos...

Codigo do conto:
83030

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
08/05/2016

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