Cap. 7: Fora de orbita.
ALEX:
Abri olhos depois de uns minutos, ainda era cedo, o meu celular não tinha despertado, meu corpo queria ficar ali deitado por um tempo. Não sabia como seria meu dia, nem sabia como encarar o Daniel, na verdade não queria sair da cama, me faltava coragem, eu não era covarde, era apenas um rapaz tolo que se deixava levar pela emoção, naquela manhã eu tinha acordado com a cabeça na noite anterior, a imagem de Adriano me fodendo, não saia da minha mente, ele estava muito mais bonito e diferente do que era quando seu corpo ainda não sabia o que eram espinhas. Sua atitude também não era a mesma, era outro Adriano. Ele tinha voltado e eu estava encantado com ele, mas não era o encantamento que eu tinha por Daniel, era outro, algo mais antigo. Era uma fantasia secreta que se revelava com nova roupagem. Contudo não foi suficiente para esconder o meu amor ou minha paixão pelo meu namorado. Ficar com Adriano naquela noite foi o maior erro que eu poderia ter cometido com Daniel. Quando falei o nome dele enquanto estava por baixo do Adriano, meu sangue gelou quando ele parou seus movimentos que me queimavam por dentro. Não falei nada, sabia que a cagada já estava feita. Esperei ele falar, e não demorou, foi apenas o tempo dele sair de cima e ficar de lado.
- Então você gosta dele?
- Gosto... Me desculpe, não sei o que deu em mim.
- Eu sei sim, você o ama... Mas por que você não está com ele agora?
Achei melhor mentir para ele, não queria que ele soubesse de nós.
- Ele não sabe do que sinto por ele...
- Então vocês são apenas amigos... Isso significa que você não mudou nada, vem escondendo seus desejos como escondia por mim, eu te desejava, queria ser seu namorado...
- Eu não tenho coragem, se você não tivesse me beijado agora eu não teria feito o que fiz... Me desculpe Adriano, mas minha cabeça não está boa, melhor eu ir. Será que isso pode ficar só entre a gente?
- Claro, você me conhece, eu não faria nada que o prejudicasse.
Eu poderia dizer que sai do apartamento dele confiante de que tudo aquilo ficaria no esquecimento. Mas que nada, naquela manhã, fui para a faculdade sem saber o que fazer, cheguei na sala e avistei apenas o Filipe, que logo acenou.
- Bom dia meu amigo, e ai tudo bem?
- Fala Alex, comigo tudo ótimo, e com você?
- Estou bem... – acho que minha resposta não pareceu convincente, pois ele me olhou estranho, e retrucou em seguida.
- Você e o Daniel andam estranhos, por acaso brigaram?
- Não sei do Daniel, sei que estou bem... e por falar nele, não chegou ainda?
- Já sim, ele foi na biblioteca devolver um livro, deve tá chagando.
Nisso mal ele terminou de falar, o Daniel entra pela porta, passa por nós com a vista baixa, e não falou nada, apenas se sentou e ficou com a cabeça baixa. Não disse nada, durante a aula, ele não me olhou, também procurei ficar na minha, assim eu não teria que o encarar, nem dizer nada, não sabia o que falar na verdade.
No intervalo, fomos todos para a lanchonete mas o Daniel não apareceu, de longe avistei o Claudio me encarando, depois vi o Adriano passando sem suas amigas de sempre, Filipe e as meninas pareciam desconfiar de algo, mas não tocaram no assunto. Ariel então para quebrar o gelo falou...
- Pessoal nesse sábado poderíamos ir no cinema, todos, eu ainda não vi o filme, da outra noite.
- Ariel você sabe que filme de terror não rola... – disse Alicia.
- Eu topo, mas seria legal se todos fossem. – completou Filipe olhando para mim e Alicia.
- Só se for a tarde pessoal, assim depois a gente poderia passar numa boate, o que acham? – sugeriu Alicia.
- Eu não sei gente, tenho que ver a agenda do escritório...
- Gente e o Daniel, será que ele vai? – Observou Ariel.
- Sim, e onde ele está? – quis saber Alicia.
- Nem olhem para mim, sei tanto quanto vocês – respondi quando notei os olhares sobre mim.
- Desculpe pessoal, não pude evitar, e acabei escutando o papo de vocês, posso ir? – de onde o Adriano veio, eu não sei, mas ele chegou todo sorridente, o que me deixou nervoso.
- Olá Adriano, pode sim, mas você tá ligado que é filme de terror, né? – alertou, uma Alicia toda desinteressada.
- Oi pessoal... Terror, nossa adoro, posso chamar um amigo para ir também?
- Claro, quanto mais melhor. – se animou Ariel.
- E quem seria? – Filipe entrou na conversa, meio sério. Mas amigável.
- Alguém que vocês conhecem, o Vinício.
- O Vinicio é seu amigo? – Alicia ficou toda curiosa com aquela informação.
- Então é você de quem ele tanto fala... – Filipe parecia curioso, mas notei seu rosto se aliviar e depois se mostrando mais simpático.
- Seria ótimo, faz tempo que quero vê-lo, mas não tem jeito... – Alicia parecia já mudando de assunto...
- Mas você disse que não iria, lembra? – resolvi entrar na conversa.
- Eu disse que não iria para o cinema, mas para a boate eu vou, e mais agora com o Vini estando...- Alicia não perdia tempo.
- Gente eu vou indo, me mantenham informado, vou combinar com o Vinicio, e a gente se ver depois.
Depois que o Adriano saiu, olhei para Alicia, e deixei ela me notar.
- O que foi, quer me dizer alguma coisa?
- Nada, apenas mais uma vez queria ver sua cara de lesma...- todos me olharam...
- Nossa, até eu agora estou me sentido uma lesma também, o que eu perdi? – Ariel interrompeu Alicia que já se preparava para rebater.
- Acho que Alex sabe de coisas que não quer nos contar pessoal, e acho que sei do que se trata... melhor a gente não se meter na vida dos outros... – Filipe se mostrou saber do caso do Adriano com Vinicio, não esperava que ele fosse ser compreensível... mas de qualquer forma eles eram amigos.
- Gente do céu, faz sentido mesmo, como fui lenta agora... Nossa Lipe, até você sabia... – Ariel com cara de surpresa e Alicia tonta olhando para nós.
- Gente não façam isso, querem me matar de curiosidade, o que foi que eu perdi?
- Adriano e Vinicio, sua boba. – Ariel resolveu matar a charada.
- Vou me enterrar, quando o mundo se acabar vocês podem me chamar.... gente só pode ser uma conspiração contra minha feminilidade, todo homem que eu me interesso é gay, como pode isso... – Alicia parecia acordar para a realidade... olhou para Ariel e falou. – Cuidado amiga, veja se sua coca ai não é fanta.
- Ei, pode deixar de azarar... Meu Filipe é macho.
- Gente, vamos deixar esse papo de lado, e vamos para a sala. – Filipe pareceu preocupado com o assunto, e fomos assistir o segundo tempo.
Depois fiquei pensando no que Alicia tinha falado, ela parecia incluir eu e o Daniel na sua lista de partidos gays, por um momento desconfiei que ela sabia sobre a gente.
Na sala, Daniel apareceu mais uma vez depois que todos já tinham entrado, e novamente não olhou para mim.
Na saída ainda pensei em procura-lo, mas sabendo que ele estava chateado comigo, e eu sem cara para falar com ele, preferi deixar as coisas se acalmarem mais um pouco. Ainda o vi na ponto de ônibus, não parecia esperar minha carona, ele apenas estava olhando fixamente para frente, Filipe e Ariel ao lado dele, estavam conversando, mas como Daniel estava de costas para mim, não deu para ver se ele reagia aos amigos. Fui trabalhar.
Minha tarde foi tranquila, resolvi fazer uma visita a Ju, queria desabafar. Cheguei no seu apartamento, e a deixei surpresa com minha visita de ultima hora.
- Entre, mas não olhe a bagunça... O que o traz aqui no seu horário de trabalho?
- Queria ver um rosto amigo...
- Conversa de quem está numa ‘sofrencia’. Conta. Brigou com meu Plebeu novamente?
- Estamos sem se falar. Minha culpa. Eu o trai com Claudio e ele ficou sabendo pelo próprio. Como você tinha previsto, eu demorei...
- Nesse caso, meu amigo, a situação é pior do que eu imaginava. Você vai ter que sentar com ele e ter aquele conversa franca. Sem arrodeio. Claro se você ainda o ama.
- Tem, outra coisa...
- Tem?!
- Depois de tudo isso, eu acabei caindo nas graças do Adriano...
- Espere, espere ai. Não me fale que depois de trair o Lucas, meu lindo Plebeu, meu primo de coração, você teve a ousadia de transar com Adriano.
- Assim você deixa parecer que eu cometi um assassinato.
- Sim, você assassinou seu lindo relacionamento com Daniel. Espero que você entenda a gravidade. Meu pobre primo, tão cheio de vida, mas tão entregue a carne...
- Tá Ju, agora vai me detonar em vez de me ajudar.
- Alex, meu amor, estou chateada, você acha que se realmente fosse uma novela, os espectadores estariam como nessa hora, claro que nessa hora, apenas eu é que saberia, pois todos já estariam te xingando. Só vamos torcer para o Daniel ainda te amar e não te trair em sua vingança...
- Acho que ele já me traiu, na verdade eu mereço que ele nunca me perdoe. Não o culpo se ele resolver ficar com outro. Sou um perdedor.
- Primo, nem tudo está perdido, ainda falta você conversar com ele, e só depende de como você conversar com ele, só não espere muito.
Eu estava arrasado depois da Ju me dizer todas aquelas palavras, me abriu os olhos, e me mostrou o quanto eu fui infantil. Notei o quanto ainda sou instável.
Depois fui para casa, passei um whats para Daniel perguntando como ele estava, e dizendo que queria conversar pessoalmente, pois eu estava com saudades dele. Mas até a hora de dormir ele não tinha me respondido.
O sábado chegou, e eu estava aflito pelo silencio do Daniel, queria falar com ele, não esperei mais, no caminho para meu escritório, resolvi passar na casa dos tios dele, queria olhar nos seus olhos e dizer o quanto o amava e o quanto estava arrependido. Iria fazer de tudo para tê-lo de volta. Como a gente é bobo quando se ama, enquanto seguia até ele, imaginava a gente se abraçando e se beijando com muita paixão, lágrimas caindo, e eu me declarando para ele, iria raptá-lo, para longe, e sem falar para ninguém, iria passar aquele sábado longe de toda a realidade, só nós nos amando. Ele iria ficar encantado com minha atitude, e iria me abraçar e me beijar, perdoando minhas fraquezas. Já estava sentindo seus abraços quando escuto sair da boca da tia dele as seguintes palavras: “O Daniel saiu mais sedo com um amigo”, um amigo, eu estava na porta do senhor Carlos, Dona Elena na minha frente, falando que Daniel não estava, estava com um amigo, mas que amigo, foi minha pergunta, tão imediata que depois notei que eu fui imprudente em perguntar daquela forma. Mas então ela respondeu que era um jovem moreno, e que ela não o tinha visto antes. Sim. Claro, só podia ser o Adriano, ele chegou na minha frente.
DANIEL:
Não quero pintar uma imagem minha com asas e cores carregadas de bondade e simpatia, não sou nenhum bom samaritano, e nem nunca fui o filho mais educado e respeitável. Também nunca fui o jovem que toda garota sonha em namorar. As vezes eu me escondia da minha mãe, e as vezes escondia dela travessuras feitas na escola, ou na pracinha do bairro. Antes de criar bigode, já tinha dado meu primeiro beijo na minha colega de sala, e antes da morte dos meus pais, eu estava namorando, ela se chamava Natália, eu achava que gostava dela, dizia que a amava, mas então um dia eu descobri que não. Numa festinha de amigos, fomos juntos, mas quando estava indo ao banheiro me encontrei com uma garota chamada Vitória, ela era bem animada e assanhada, quando ia passando, ela me piscou o olho, e eu fui de encontro a ela, e a beijei, mas nosso beijo não foi nenhum selinho, foi quente, eu a encostei na parede, pequei na sua bunda e passei minha mão na sua flor, ela massageava meu pau sob o jeans. Não passou disso, como vocês sabem perdi minha virgindade com o Alex, mas foi suficiente para perceber que eu não amava realmente a Naty, pois no outro dia eu não tinha ficado com nenhum remorso, peso na consciência ou coisa parecida. Não fiz nada, apenas disse a ela que não queria mais namorar com ela, ela ficou chateada uns dias, mas depois voltamos a nos falar, acreditei que com ela estava tudo bem, contudo nossa amizade ficou apenas no coleguismo. Agora depois de um ano e poucos meses, estou numa situação parecida. Contudo minha reflexão foi mais objetiva, se eu ficasse com Ryan, eu não gostava mais do Alex.
Quando os lábios do Ryan tocaram os meus, logo senti um arrepio e um sabor diferente, era outro corpo, a textura dos lábios, a temperatura, nada lembrava os beijos do Alex. Sua imagem veio mais forte quando o Ryan me abraçou...
- Não! Me desculpe, não consigo. – falei enquanto saia do boxe. Ele ficou parado me olhando enquanto eu saia do banheiro até ele me parar...
- Espere Lucas, e nosso acordo?
- Não sei como pagar para você, tente ver outra forma, pois assim eu não consigo.
- Mas você parecia tão determinado, o que aconteceu?
- Eu não curti, me desculpe, não era como eu imaginava. Depois conversamos e resolvemos uma forma de pagar sua dívida, ok?
- Ok, pena, pois eu estava tão animado.
Entrei na sala, e procurei evitar olhar para Alex, fiquei no meu lugar e depois tentei assistir a aula. No intervalo sai logo, e fui para outra lanchonete, não queria ficar com o pessoal, não queria ser interrogado por eles, e eu sabia que o Alex estaria lá. Quando vou sentando com meu lanche, o Adriano me abordou.
- Experimentando novos sabores? – ele como sempre, se mostrando agradável.
- Senta ai.
- Então Lucas, o que aconteceu?
- Tinha umas coisas para resolver aqui perto, e resolvi lanchar por aqui. Nada de mais... e com você tudo bem?
- Tudo sim... me diga, você viu o Alex?
- Ele está na outra lanchonete.
- Ok, eu vou lá então, te pego na saída, pode ser?
- Se não for incomodo para você, adoraria uma carona, hoje.
- Combinado então. Até mais tarde.
Ele saiu, parecia bem animado, sua paz me deixava tranquilo, eu já estava gostando da sua companhia. Ele sabia como deixar alguém bem a vontade.
Depois que terminei e ia voltando para a sala, fui parado pelo Ryan.
- Quero lhe fazer uma proposta, nesse sábado vou sair com uns amigos, e queria que você fosse comigo, mas calma, sem sacanagem, queria apenas você como um acompanhante entende, para fazer média, não precisa rolar beijos nem outras coisas.
- Só terei que te acompanhar e nada mais?
- Isso, como se fosse meu paquera...
- E esses seus amigos não me conhecem?
- Não são da faculdade, eles são lá do meu bairro, não vai ter problema para você eu prometo, vai ser num local isolado, e particular, então seremos só nós, eu juro.
- Ok, mas eu não tenho carro...
- Eu te pego. Umas oito horas, pode ser.
- Ok.
Ok, eu sei que aquela proposta era bem clicher de filmes adolescentes, mas isso não iria virar nenhum filme, era apenas uma manhã de sábado, logo passaria, e eu estaria livre do Ryan. Mais uma vez o segundo tempo das aulas foram estressante ter que ficar na mesma sala com o Alex, eu não estava com raiva dele, estava com raiva de mim que ainda o amava e não sabia como resolver aquela situação, acho que meu orgulho ferido queria que ele fosse lá me pedir desculpas. Mas orgulho ferido, já sabem, ser anulado é complicado no coração de um jovem que achava estar certo e que as coisas tinha que se resolverem apenas por um lado do conflito. Ao termino, fui para a parada, e logo Filipe, Alicia e Ariel se juntaram, em seguida Alicia se foi, seu ônibus sempre vinha antes do meu. Eles me falaram do convite para a tarde de sábado, cinema e depois boate com eles, e com o Alex, e Adriano todos juntos, não era o programa que eu estava desejando... queria ficar a sós com o Alex. Mas antes deles saírem o carro do Adriano parou ao nosso lado, ele falou com o pessoal e depois me chamou. Entrei no carro me despedi dos amigos, e fomos. Ainda olhei para trás, e notei Filipe falando com Ariel, eles pareciam sérios.
Foi uma viagem tranquila até minha casa, o que conversamos foi quase nada, o Adriano parecia pensativo, num certo momento ele perguntou se eu também iria para o cinema com eles, notei seu olhar, ele parecia investigar, mesmo assim na hora eu apenas achei que ele só estaria interessado em mim, na minha amizade, e o achei muito legal com isso, quase disse que iria, mas já tinha um compromisso com Ryan, e não sabia se retornaria no horário para o filme. Disse que não iria, e ele se mostrou um pouco decepcionado.
Eu não tinha ninguém para conversar, estava só, a tarde foi bem tranquila no trabalho, a noite em casa eu fiz minhas tarefas e depois assisti um pouco de tv com minha tia, ela parecia tão compenetrada no programa que eu me senti só na sala, ainda acho que eu estava numa sala fazia sem nada. Procurava algo em meu intimo, alguma resposta para resolver tudo isso, eu sabia que ainda amava Alex, e que tudo isso poderia ser resolvido apenas com uma conversa, sim, uma conversa franca, resolveríamos nossas diferenças. Mas eu sei que era o Alex, o cara que no inicio do ano se mostrara mimado e cheio de atitudes mesquinhas, mas eu relutava com esse pensamento, eu tinha que acreditar que ele tinha mudado e que aquilo tudo tinha uma explicação. Sai da sala e fui para meu quarto. Vi que tinha uma mensagem do Alex do meu whats, mas resolvi que nosso assunto tinha quer ser resolvido pessoalmente, deixei de lado, se fosse muito importante ele ligaria. Esperei mais um pouco e vendo que ele não continuava com as mensagens, resolvi ir dormir.
Em fim chegou o sábado, e foi um sábado novelesco, sim, meu encontro com Ryan foi totalmente irreal. Logo sedo como ele tinha combinado chegou e eu já estava esperando nem deu tempo de minha tia o interrogar, como ela fazia sempre com meus colegas quando chegavam lá pela primeira vez, ele estava bem vestido, um short apertado, mas não do tipo indecente, ele estava bem diferente do que se via na faculdade, estava mais leve e mais normal, menos afetado, e mais verdadeiro, digo isso pois sempre que o via junto com suas amigas no campus, ele parecia um personagem, como se ele sempre estivesse atuando, mas naquele sábado, ele me deixou simpatizado com ele, e vi que ele poderia ser um amigo divertido. Ele não dirigia, estava de carona assim como eu, o carro era de um outro amigo dele, esse parecia mais velho um pouco e com uma voz muito afetada, mas isso não era algo que eu descriminava, apenas ainda não estava acostumado com esse novo mundo, ele me encarou e olhou para Ryan e fez uma cara de quem pensou que o Ryan tinha ganhado na loteria.
- Então Ryan, esse é seu novo man?
- Não estamos namorando ainda Nick, então não o deixe constrangido. – o Ryan me olhou e piscou o olho, eu fiquei um pouco vermelho, mas apenas sorrir. Já estava gostando daquela brincadeira.
Chegamos na casa, e eu me espantei era enorme.
- Onde estão todos? – perguntei olhando em volta.
- Já devem estar na piscina. – respondeu o Nick, já procurando um local para estacionar.
Entramos, e seguimos para a área da piscina, estavam conversando próximos ao bar, não era tarde, e já estavam todos se animando.
- Não acredito que já começaram a farra sem mim – todos olharam para nós com o pronunciamento do Ryan.
Não eram muitos, tinha apenas uns cinco pares de jovens da nossa idade, para mais velhos um pouco, tinha garotas também, mas se via que eram todos homossexuais, ou alguma simpatizante no meio, eu apenas fiquei um pouco deslocado, o Ryan estava bem enturmado, todos queriam saber meu nome, então escuto uma voz familiar.
- Lucas, você aqui? – olhei na direção sem acreditar, era o Vinicio.
- Vinicio, oi, tudo bem? – não sabia o que falar.
- Não vi quando você chegou, está aqui com quem?
- Comigo, meu bem, e pode tirar os olhos dele, essa ai já é meu. – o Ryan chegou tomando minha frente, eu fiquei com a cara lavada.
- Espere, você está ficando com esse galinha ai? – ele fez uma cara...
- Espere Vinicio, deixa eu te explicar, mas não aqui...
- Fica na sua Daniel, não tenho nada com isso, eu só imaginava que era outra coisa, ou melhor, pensei que você namorava outra pessoa.
- Não é o que parece...
- Lucas Daniel, como chegou na minha casa? – eu quase morri, era a casa do Adriano.
- Sua casa?
- Espere, mais alguém veio com você tipo o nosso amigo? – entendi que ele falava do Alex.
- Eu vim com o Ryan, ele me convidou...
- Então você é o novo namorado dele?
- Não...- eu fiquei numa sinuca sem saber o que dizer. – nossa gente espere que eu te explico tudo, podemos ir para um lugar reservado.
- Não acredito que você conhece estes dois, já vi que meu plano foi por piscina abaixo. – disse Ryan todo choro enquanto saia de perto rebolando em direção a um grupo de amigos.
Depois o Adriano pediu licença para o Vinicio e me levou para dentro da casa dele, onde eu pude explicar com meias verdades o favor que eu tinha com Ryan. Ele achou graça, então me pediu um beijo.
- Como assim?
- Eu deixo tudo isso continuar se você me der um beijo.
- Adriano, somo amigos...
- Sim e gosto de nossa amizade... por isso quero um beijo seu, algo bem confidencial.
- Não sou gay.
- Não estou interessado nisso, quero apenas um beijo seu, ando pensando muito em você..
- Não vou te beijar, não estou te reconhecendo.
- Calma Daniel, foi apenas uma brincadeira, é que o Vinicio estava ali nos olhando e eu queria apenas provoca-lo.
- Não me envolva em seus joguinhos de sedução.
O deixei e fui procurar o Ryan, mas antes de chegar na piscina o Vinicio me parou.
- Não sei qual é a sua, você já não namora o Alex?
- Não namoro ninguém, sou uma pessoa livre.
- Não precisa fingir para mim eu sei sobre vocês, alias, todos nós sabemos.
- Como assim, todos nós? – eu estava gelado, meu coração batia forte.
- Esquece, aproveite sua festa, e por favor deixe o Adriano em paz, ele já tem dono. Vamos fingir que não nos conhecemos, e eu não falo nada para o Alex.
Eu simplesmente fiquei sem entender nada. Estava perdido, sai dali, e fui procurar um taxe para voltar para casa, não poderia ficar mais nomeio de todos ali, eu estava completamente fora de orbita.
....
Continua.
Que final ein...
Continue... Estou ansioso! Parabéns.