Cap. 13 – O que significa 1bma?
ALEX
Fazer sexo, ou como nós sempre dizemos, fazemos paixão, com o Daniel sempre foi sentir emoções novas. Eu adorava ser penetrado por ele, não sei se era o seu jeito carinhoso e preocupado em não me provocar desconforto, só dei que eu me sentia muito seguro com ele. A forma como ele me pegava, me beijava, tudo era feito com carinho e respeito, ele sendo ativo me proporcionava mais prazer do que quando eu era o ativo. E quando ele era passivo, não era diferente. Quando foi minha vez naquela tarde, ele como sempre foi participativo, me beijava, rebolava para encaixar direito e me estimular mais ainda. Ele e eu aprendemos a fazer sexo de uma forma diferente, para ele eu fora o primeiro, e ele foi a minha renovação. O sexo com garotas não era mais a mesma coisa, depois do Daniel descobri prazeres mais intensos e duradouros.
Aquela tarde não terminou em sexo e paixão no nosso lugar secreto, depois saímos em direção ao apartamento da minha prima onde tomamos banhos juntos, sem sexo, mas com paixão, beijos delicados, e um passando sabonete no outro. Parece que eu apenas narro para enumerar fatos, contudo quero apenas intensificar o quanto ele era importante para mim, o quanto eu o amava e amo. Sei que aqueles dias foram perturbados e cheios de intrigas, contudo o inverno estava apenas no início, o frio e a solidão ainda eram apenas uma premonição de um futuro que hoje eu tento esquecer.
Mas voltemos àquela noite. Reunimos-nos com nossos amigos na casa da Ju, ela foi bem legal, participou e opinou algumas vezes. Ainda senti uma descrença por parte do Filipe, ele ainda estava desconfiado comigo. Senti um desconforto. No final as meninas também falaram e chegamos numa conclusão, de que eu deveria me encontrar com Adriano e conversar francamente com ele.
Depois fui deixar Daniel em casa, depois de ter passado aquele fim de tarde com ele, meu coração palpitou forte ao vê-lo entrar na casa dos tios. Minha vontade era de leva-lo para um lugar bem longe, um lugar onde eu e ele poderíamos viver juntos como um casal feliz. Ele entrou e antes de fechar a porta olhou para mim e piscou o olho acompanhado de seu sorriso lindo decorado com sua covinha. Liguei o carro e fui para casa me sentindo amado e forte, pois eu sabia que precisaria de força. Eu sabia que aquela novela ainda iria durar alguns capítulos.
...
DANIEL
Meus olhos não conseguiam encarar os da minha tia. Ela estava parada esperando minha resposta. Naquela noite minha felicidade que eu tinha conseguido naquela tarde apaixonante e prazerosa, ficou cercada por temores e se ocultou no meu inconsciente para quem sabe noutro momento ela despertar. Contudo eu estava para responder aminha tia quando tio Carlos entrou na sala.
- Ainda bem que você chegou Lucas, preciso falar com você antes de ir dormir, pois terei que viajar bem cedo e quero deixar umas recomendações, vamos para a cozinha, eu te conto tudo enquanto fazemos uma boquinha.
Meu coração estava parado, meus olhos saíram de tio Carlos e foram até os da minha tia que me olhou séria, mas não disse nada, apenas fez um gesto para eu seguir meu tio.
...
ALEX
Mesmo apreensivo com um futuro encontro com o Daniel, eu ainda estava sobre o efeito prazeroso de minha tarde com Daniel. Me deitei e tive uma noite de sono reconfortante.
O dia seguinte prometia um dia de sol quente e sem nenhum resquício daquela estão solitária. Contudo antes de chegar na casa de Daniel meu celular anuncia uma mensagem no whats, “melhor a gente se encontrar na faculdade, vou de ônibus hoje, depois te explico. 1SbQmNa”. Sua mensagem terminava com um aviso em código que dia para mim desconsiderar a mensagem. Assim eu não fui para a casa dos tios dele, e ao chegar na parada de ônibus ele estava lá a minha espera.
DANIEL
Quase não dormir aquela noite, não conseguia fechar os olhos esperando a qualquer momento minha tia entrar para terminar nossa conversa, mas o cansaço venceu.
Cheguei na cozinha, o café já estava me esperando.
- Bom dia! – disse eu olhando para aquela mulher que há uns oito meses vinha fazendo o papel de minha mãe, que abril as portas de sua casa e me acolheu, me alimentou e me confortou. Merecia todo o meu respeito.
- Senta meu filho, toma seu café e vá para sua faculdade. – ela parecia normal, e ao mesmo tempo senti uma respiração cansada.
- Tudo bem tia?
- Tudo, e com você? – ele me olhou, não senti desconforto, eu esperava aquela conversa, eu sabia que tinha chegado o momento.
- Sim, está tudo bem. – respirei e comi um pedaço de pão com requeijão seguido de um gole de café.
- Lucas, eu não tinha direito de fazer aquela pergunta, mas fiz. Mas você tem o direito de não querer responder, mas estou aqui também no meu direito de preservar o bem estar desta família.
- Tia, eu sei. A resposta a sua pergunta é sim. – ela baixou a cabeça. - Mas tia eu também sei o risco que estou passando...
- Sabe Lucas. Sabe mesmo?
- Sei, e sei que se o pai do Alex souber pode pegar mal até para o tio, por isso a gente vem tentando esconder ao máximo.
- Ai vocês não sabem do que é capaz o senhor Gonsalves. Mesmo seu tio sendo o braço direito dele, eu não quero imaginar o que ele faria com a gente sabendo que você, debaixo do nosso teto, anda de namoricos com o único herdeiro dele.
- Mas, aconteceu, e eu não sei como evita-lo, nós nos amamos.
- Por que você não ficou com o outro, o Filipe, ele parece ser um garoto tão legal.
- O Filipe é hétero tia, e nós somos amigos.
- E você não era, e o Alex não era?
- A questão é que nós nos conhecemos e nos apaixonamos não pelo sexo do outro, nos apaixonamos sem sermos amigos. Tia a gente se descobriu. Somos um do outro.
- Olha, vá para faculdade, mas eu não quero que ele venha mais te pegar aqui na minha casa, nem te deixar. Não quero que Carlos seja prejudicado com seus caprichos. Se você é gay, não importa para mim, mas não quero nosso nome no meio dessa confusão toda.
Terminei o café, na verdade deixei por terminar. Estava sem palavras. Mandei logo uma mensagem para Alex, e no final um código que a gente criou, para desdizer, colocaríamos as letras “SQN” entre outras minúsculas. Coisa boba eu sei, mas era mais uma forma de interagirmos, mesmo sendo uma mensagem desnecessária. Sai de casa e fui para o ponto de ônibus. Meu coração estava batendo rápido. Eu não a culpava pela sua atitude. Eu sei que eu não tinha o direito de os por em risco, eu sei. Não queria sentir raiva dela, eu precisava sair da responsabilidade deles.
...
ALEX
- O que aconteceu Daniel? – ele não respondeu e começou a chorar.
O deixei chorar, mas eu também estava aflito querendo saber o motivo daquele pranto.
Eu o abrasei, mesmo tordo, apoiei sua cabeça no meu peito.
- Minha tia descobriu tudo... Não sei como ela descobriu... Alex e se ela contar para meu tio? E se seu pai descobrir também? – ele atropelava s palavras com o choro. Não lembro de tê-lo visto assim tão descontrolado.
- Calma. Me conta tudo.
Ele respirou fundo, e começou a me falar os detalhes, enquanto eu dirigia para a faculdade. No final ele já estava mais controlado, e ao chegarmos, ele parecia tranquilo.
- Pronto Daniel, agora vamos ao banheiro lavar este rosto, mas antes me diga uma coisa, que estou muito curioso, o que significa “1bma” que você usou com nosso código.
- Você não sabe, sério que não sabe? – então notei seu semblante melhorar, e seu sorriso voltou.
- Anda diga.
- Significa que você está ficando lento. Vamos ao banheiro.
Ele saiu do carro e não me esperou. Corri para alcança-lo.
- Espere, pode me dizer agora.
- Esquece, não digo.
...
DANIEL
Quando Alex chegou par ame pegar, ao entrar no carro dele, meu estado emocional se apresentava total sem controle, e tive uma crise de choro por uns bons minutos, depois contei a ele tudo enquanto íamos para o campus. Chegando lá ele ainda tentou me animar, queria saber o significado das outras letras que tinha usado. Até fiquei surpreso com sua falta de criatividade.
No intervalo o pessoal estava ao nosso lado quando Ryan apareceu em nossa mesa.
- Oi gente.
- Oi Ryan, sente ai com a gente. – Alicia falou por gentileza mesmo.
- Obrigado, minhas amigas estão me esperando na outra mesa, só passei para pedir desculpas ao Daniel pelo outro dia...
- Sério que só agora você veio pedir desculpas – Alex falou num tom um tanto alto para seu normal.
- Ai gente eu fiquei com vergonha, não sabia que o Adriano estava afim dele, se não eu não o teria levado. Mas estou aqui, depois desses dias, criei coragem.
- Mas você teve tantas oportunidades. Teve aquela vez que a gente conversou, não estamos entendendo. – eu falei tentando arrancar mais informação.
- Ok. É que só agora que fiquei sabendo que o Adriano tinha uma amizade com Alex, e que ele está tentando separar vocês. – quando ele falou ‘vocês’ deu a entender que seria todos nós da mesa.
- E onde você escutou isso? – Filipe se mostrou interessado depois que passou toda a manhã ausente.
- Escutei uma conversa do Vinicius com o Claudio, aquele traíra.
As meninas se olharam sem entender e entender ao mesmo tempo.
- Mas eles notaram que você estava por perto? Filipe continuou.
- Não. Então eu só queria pedir desculpas, pois sinto que eu estava entrando numa tempestade sem ser convidado.
Depois que ele saiu eu olhei para Alex e aquela sensação de pânico voltou.
...
ALEX
Depois do primeiro tempo tivemos um encontro com o Ryan na lanchonete onde tivemos uma informação inesperada. Adriano realmente estava armando para nós, e que talvez os outros não tivessem participação ativamente, nem o Vinicius, e nem o Claudio, e claro o próprio Ryan que fora se desculpar com Daniel. Depois que ele saiu, Daniel se mostrou com medo, agitado, na sala de aula ele praticamente não olhava para o professor, nem fazia anotações. Fiquei preocupado.
Depois da aula levei Daniel para casa. Ele falava que a gente deveria terminar, e eu dizia que não. Ele dizia que iria embora para outro lugar e deixar os tios seguros, eu dizia que ele poderia ir embora, só não podia me deixar. Ele olhou para mim, sorriu. E parou de falar.
Chegando a esquina mais próxima da rua da casa dele, ele desceu, evitou me dá um beijo, pois tinha medo de alguém ver. E antes de sair andando, abriu o caderno, pegou uma caneta e escreveu alguma coisa. Rascou, dobrou. Me entregou e saiu em seguida.
Abri o papel depois que ele dobrou a esquina e lá estava a resposta. Como fui tolo, só sendo eu mesmo para não ter descoberto. No pedacinho de papel estava escrita a seguinte frase: “Um Beijo Meu Amor”
...
Estava evitando comer em casa, não queria me encontrar com meu velho. Fui direto para meu escritório. Ao entrar na minha sala, meu telefone toca: Adriano.
- Oi Adriano.
- Me encontre naquele clube, vamos almoçar juntos.
- Já estou almoçando.
- Alex, venha agora, ou se não...
- Se não o quê?
- Se não vou almoçar com seu pai.
....
Cadê o resto? Amei o conto!!
Novela! Em cada capítulo, uma foda! Eu topo participar! Betto
Amei o capítulo. O que será que o Adriano quer? Será que ele ama o Alex ou só quer expôr ele?.
Não acredito. Aquele filho da puta, do Adriano, nossa me deixou preocupado no começo da história. Ainda tô com mal pré sentimento em relação à eles.