Alex & Daniel - 15: Naquela Noite ele bateu à port

O Príncipe e o Plebeu . segunda temporada - final.
Alex e Daniel.
Cap. 15 – Naquela Noite ele bateu à porta.

DANIEL:

Eu precisava acordar, o sol já brilhava lá fora e dizia com sua atitude que o tempo não para, a vida continua e nada que eu pudesse fazer iria mudar aquela situação que eu vivi naquela época. Quando cheguei na cozinha minha tia estava na mesa tomando café, ela me olhou e viu minhas olheiras, ela baixou a cabeça respirou fundo e então falou.
- Escute Lucas, eu fui precipitada contigo no outro dia, e queria pedir desculpas. Eu fui egoísta e esqueci que você estava feliz...
- Tia esquece...
- Não é bem assim, seu tio ainda está pensando se vai continuar trabalhando com o senhor Gonsalves ou se vai pedir demissão.
- Tia eu já falei com ele, não é uma coisa que ele possa escolher, se o Alex aceitou ir embora, e o tio não sofreu nenhuma reprimenda por parte do patrão dele, isso só pode significar uma coisa...
- Que Alex tomou suas dores. Você acha que ele faria isso por você?
- Tia ele sabia que eu faria qualquer coisa para proteger o tio e a senhora, não vejo outra explicação...
- E a carta... Era uma carta do Alex a que entregaram ontem, não era?
- Ainda não tive coragem de abrir, mas a letra é dele. Ontem a noite quando o tio foi me relatar que eu não poderia mais trabalhar com ele, e que eu deveria manter distancia da casa do Alex e dele, eu já sabia do que se tratava. Tentei ligar para ele, mas o telefone estava desligado.
- Leia a carta, se ele teve o cuidado de escrever uma carta, então ele teve o cuidado de explicar melhor a situação. Leia a carta meu filho.
- Eu vou para a faculdade, preciso focalizar nos meus estudos. Preciso confiar no Alex.
- Mas e se ele for realmente embora como seu tio falou, que ele iria para a Argentina, você precisa se despedir dele – eu a encarei, minha tia parecia preocupada comigo, mesmo eu ainda sentindo raiva dele, pois para mim ela estava apenas com sentimento de culpa por não ter me apoiado antes, mas ela mesmo assim estava tentando me animar em querer me ajudar.
- Vou para a faculdade, sinto que não o verei tão cedo.
Sai de casa, ainda lembrando do que meu tio me contara, ele tinha sido chamado ao escritório do patrão, e lá o Senhor Gonsalves contou para tio Carlos que ele estava criando um problemático, que tinha desviado o filho dele, e que não iria prejudicar o meu tio se ele me afastasse de tudo que tivesse relação com a família dele, meu tio não sabia de toda história, mas o pai do Alex ainda relatou que estaria enviando o filho para a Argentina onde iria morar lá por um tempo, depois em casa e ele me pediu para eu não falar mais com o Alex, e que eu procurasse outro emprego. Contudo mesmo parecendo indiferente com a situação, meu tio antes de sair do quarto me olhou serio e ainda falou.
- Você é minha responsabilidade, não é apenas um sobrinho, faz parte do meu sangue, se o senhor Gonsalves fizer algum mal a nossa família, quero que saiba que você faz parte dela, eu estou do seu lado.
Mas naquela noite, eu não conseguia raciocinar direito, a ideia do Alex ir morar na Argentina já me dizia tudo. Nem precisaria ler a carta, eu sabia que ele estava se sacrificando por mim. Eu o amava e agora o amava mais ainda, iria respeitar sua decisão, pois eu sabia que ele teria um plano, e que não me esqueceria. Eu sabia que sua carta seria apenas uma desculpa como a que o meu tio tinha contado, mas mesmo assim, eu temia por ler.
Estava na parada do ônibus quando meu celular tocou, meu coração bateu forte, seria o Alex? Olhei e estranhei, era o Filipe.
- Oi, Filipe? – minha pergunta deixou entender a estranheza dele ligar aquele horário.
- Daniel você está bem?
- O que aconteceu, me fala logo...
- Cheguei aqui no campus e na nossa sala todos já estão sabendo de vocês, não sei quem contou.
- Isso já não mais importa.
- Como assim? Alguém está espalhando que você e Alex são namorados, você vai vim para a faculdade mesmo assim?
- Claro, como eu disse agora não importa mais. O pai dele descobriu, ele vai... – comecei a chorar.
O ônibus chegou.
...
Quando cheguei na sala os meus colegas ficaram todos no cochicho, eu fui par aminha cadeira, a Ariel foi falar comigo, Alicia foi logo em seguida, elas me abraçaram e perguntaram sobre o Alex, eu não respondi nada, o primeiro tempo nem notei passar, no intervalo quando a gente ia para a lanchonete Eliza passou por perto e falou.
- Que coisa triste, ser abandonado pelo namorado – depois saiu rindo com as amigas.
O Ryan apareceu e me chamou.
- Ei, espere! – eu o olhei e logo vi seu sua expressão sincera - Lucas não fica assim, logo o pessoal esquece, e vocês poderão andar juntos sem ninguém olhar para vocês – olhei para ele, meus olhos vermelhos e secos, mas sem nenhuma emoção negativa, apenas falei como alguém diz algo sem importância, não tinha raiva dele, sabia que não era a culpa dele.
- Não importa o que as pessoas acham agora, Alex vai embora.
Alicia, Ariel e Filipe que estavam ao meu lado me olharam espantados.
- Como assim ele vai embora? – Ariel perguntou surpresa.
- O pai dele descobriu e agora vai nos separar.
- Como assim ele vai mandar o Filho para longe? O Filho quem vai pagar, isso não é do senhor Gonsalves. – Filipe argumentou.
- Também penso assim, então creio que o Alex tomou minhas dores.
- E o que ele lhe disse? – Alicia quis saber.
- Ainda nada. A Ju ligou para mim e me contou em partes. Ele está abalado ainda.
Todos pareciam preocupados. Mas nenhum poderia fazer nada, e eu também não poderia fazer se não poderia piorar a situação, e claro tinha meus tios. Todos meus planos para reverter essa situação iam de encontro a decisão do Alex, eu tinha que respeitar, só não tinha que aceitar. Quando retornei para casa fui direto ao meu quarto e lá abri o envelope e comecei a ler a carta, eu precisava saber o que Alex queria dizer, o que ele tinha em mente para só assim eu tomar alguma atitude.
“Eu também te amo, você sabe o quanto eu queria ouvi de sua boca que você me amava. Agora eu sei. Mesmo passando por nossas dificuldades, eu também queria poder te dizer o quanto eu te amo...”
E assim começava a carta dele, dizendo o quanto me amava, ele falou de uma promessa feita a sua mãe, o quanto era importante para ele respeitá-la. Eu compreendia, mas a atitude dele ir para a Argentina não foi suficiente para me convencer, na sua carta notei a preocupação dele em me explicar os motivos de sua partida, e sempre deixando claro que era uma escolha dele por causa da promessa em obedecer o pai. Mas eu sabia que não era isso, eu o conhecia, sabia que tinha algo a mais e que provável mente o pai dele tinha passado dos limites e ele teria o enfrentado, ficando sem escolha, eu só conseguia pensar nessa explicação. No ultimo parágrafo ele dizia que não iria me esquecer e que ninguém iria tomar o meu lugar, e que nunca mais iriamos no ver. Eu ainda cheguei estranhar aquelas palavras, mas logo em seguida ele completou: “1SbQmNa”. Com aquela mensagem final eu sorri. Mas fiquei pensando, até quando eu iria esperar por uma resposta dele.
Ainda tentei ligar para ele naquela tarde, mas seu telefone continuava desligado. Liguei para a Ju, e para minha felicidade ele atendeu.
- Oi Daniel.
- Como ele está?
- Você não viu ele?
- Não, e ele não atende minhas ligações.
- Entendo, pensei que vocês tinham se visto no campus, ele foi resolver a questão do trancamento de matricula, ele me disse que não vai abandonar por completo o curso, e apenas trancou para ver isso no futuro.
- Então ele vai mesmo para a Argentina?
- Sim, já está arrumando as malas, o pai dele já entrou em contado com a cunhada dele, desculpe Daniel, não posso dizer muito.
- Mas eu queria me despedir.
- Creio que não será possível, pelo que entendi, vocês não podem mais se ver.
Ainda me despedi dela, mas meu coração estava em estado de guerra, ele batia forte, me deu vontade de sair gritando e quebrando tudo pela frente, mas aquele não seria eu, eu sabia que Alex teria um plano para nós, e eu só tinha que esperar.
No final da tarde meu celular tocou, era Filipe.
- Oi meu amigo, como você está?
- Estou tentando compreender tudo isso...
- Você tem permissão de sair de casa?
- Claro, só não posso ver o Alex, o pior castigo de toda aminha vida.
- Eu passo ai em quinze minutos, se arrume.
- Como assim, vai me levar para onde?
- Rápido, se arrume, já chego ai.
Ele desligou o celular. E eu ainda fiquei parado sem entender. Mas algo em mim dizia para eu correr.
Estava na cozinha bebendo água quando Filipe chegou. Avisei a tia Elena que iria sair com um amigo, ela ainda tentou saber para onde eu iria e eu apenas sai sem dá mais atenção.
Na garupa da moto do Filipe, eu ainda tentei saber para onde ele estava me levando, mas ele disse que era surpresa. Ele corria e passava entre os carros com muita agilidade. Estávamos saindo da cidade, e então avistei uma placa indicando o aeroporto. Entendi. Mas então Alex já estaria partindo, e como Filipe ficou sabendo? Depois de alguns minutos chegamos, e ele me disse:
- Vai meu amigo, corre que você consegue ainda dá um adeus a Alex.
- Mas como você sabia?
- Adriano contou a Vinicius e ele me repassou.
- Adriano?
- Sim, também não sei como, mas isso depois descobrimos, agora vá.
Eu o deixei na moto e sai correndo entre as pessoas, e fui direto para o portão de embarque, meu coração estava feliz, ele batia forte, não conseguia ver nada, apenas vultos passando na minha frente. Depois do portão eu não poderia passar, olhei em volta mas não o via. Então escuto alguém falar meu nome. Eu olho em volta na esperança de ser Alex, mesmo sabendo que aquela voz não seria a dele. E não era.
- Daniel, como você chegou aqui? – era Ju que vinha na minha direção.
- Cadê ele? – minha voz já estava quase chorando.
- Já partiu, me desculpe meu amigo.
- Por que você não me avisou?
- Ele me pediu para não dizer, não queria vê-lo assim, seria mais doloroso para ele. Ele te ama Daniel.
- Eu queria só dizer que o amava e que iria esperar por ele.
- Ele sabe, e me pediu para te entregar isso. – ela me entregou um envelope laranja e grande desses de escritório.
- E o que é isso?
- Não sei, ele me pediu descrição e que não contasse para ninguém, era para entregar em suas mãos. Há e deixou a recomendação para você só abrir quando estiver na entrada do lugar secreto. Não sei o que significa, depois eu te torturo para saber que lugar secreto é esse, agora meu lindo, vá e faça como ele te pediu.
...
Estava em frente ao condomínio onde ficava o apartamento que ele estava negociando para comprar, tinha uma pequena pracinha em frente, respirei fundo, e abri o envelope, e nele tinha uns papeis que logo identifiquei como sendo documentos de compra e venda, um chaveiro simples com três chaves nele, e uma folha em manuscrito.
“Olá meu amor, não quero falar muito, sei que corri um risco deixando estes documentos com a Ju, mas você a conhece bem, ela é de total confiança, depois se quiser pode compartilhar com ela esse nosso lugar secreto. Sim meu amor, ele é nosso, e espero que você cuide bem dele até eu um dia voltar e então a gente morar juntos.
Ai vai contrato para você assinar e entregar ao meu amigo Paulo, ele já está informado de como proceder sem mim, só falta sua assinatura. E antes que você pense em não querer aceitar, eu digo, não é seu, é nosso, faça isso por mim, faça isso por nós.
As chaves são da entrada do condomínio, do bloco e do apartamento, você já sabe qual é então vá lá e faça do nosso apartamento um lugar agradável e que tenha a nossa cara. Assim estarei feliz e com esperança de um retorno. De um retorno mesmo que ainda não saiba quando, mas que quando eu entrar por aquela porta eu te encontre lá de braços abertos me esperando.
Agora vá, na mesa da sala tem outras recomendações.”
Na mesa da sala, mas o apartamento não tinha movei. Até onde eu sabia. Destranquei a porta e senti um arrepio, ao entrar notei que estava todo mobiliado, claro com o principal, na sala sofá, tv, e ao lado uma pequena mesa de jantar para quatro pessoas, na cozinha, geladeira, fogão, armário e micro-ondas. Avistei outro envelope, este menor.
“Não se espante, estes dias eu já estava concluindo os preparativos, era para ser surpresa, mas devido as circunstâncias tive que acelerar algumas coisas e não ficou como eu queria, vai ficar por sua conta concluir a arrumação, dando seu toque final. Você já pode sair da casa dos seus tios, e emprego, bem, fiquei sabendo por um amigo que você recebeu uma proposta de emprego, aceite, nós já nos entendemos, realmente o pai de Adriano gosta de você.
No nosso quarto, não tem cama ainda, desculpe queria comprar junto com você, mas não deu, então escolha uma pequena, não quero que você se sinta só numa cama de casal (risos). No banheiro tem duas escovas, escolha uma e deixe a outra lacrada, ela será a minha quando eu voltar. Este lugar é secreto, contudo a partir do momento em que você estiver morando nele, ele será seu e meu, e eu permito que ele seja um lugar de alegria, por isso aos finais de semana convide nossos amigos e façam alguma coisa agradável com eles, vejam filmes, façam trabalhos da faculdade, se divirtam, não deixe que nossa amizade esfrie.
Agora vá ao nosso quarto, lá tem outra carta.”
Eu estava aéreo, como ele conseguiu planejar tudo isso em pouco tempo. Caminhei até o nosso quarto, e na parede tinha uma foto nossa, abraçados e sorrindo. Eu parei e fiquei admirando. O que significava tudo aquilo? Ele realmente iria voltar para mim. Era isso. O outro envelope estava no chão logo abaixo da moldura com nossa foto.
“Daniel, aqui eu te deixo, pelo que não sofra com nossa afastamento, apenas encare isso como uma viagem de estudos e que logo este período vai passar. Talvez você não tenha acreditado em tudo que eu te falei na primeira carta, eu sei que algumas coisas ficaram estranhas, eu também estava com a cabeça cheia e com o coração partido, mas quero que saiba que meu pai não irá fazer nada contra vocês, ele prometeu deixar seus tios em paz, ele só não quer ver você e nem que agente tenha contato. Por isso este apartamento é seu, nada dele esta no meu nome, ninguém sabe que ele é propriedade sua, não fale para ninguém, nem para a Ju, você apenas alugou, entende?
Não procure entrar em contato, já troquei de chip, enquanto eu estiver fora me manterei ausente para você e nossos amigos, são ordens do velho. Não sei quanto tempo vai durar, só sei de uma coisa, estarei esperando pelo momento de nos encontrar novamente.
Eu te amo.
Lucas Daniel, você entendeu? Eu te amo.
Um Beijo meu amor. Alex.”
Me sentei no chão, e chorei, sabia que teria que aceitar aquela situação, ele já tinha planejado tudo, e com certeza ele teria planos par ao futuro.
...
No dia seguinte meus olhos ainda estavam inchados. Minha tia logo ficou sabendo que Alex tinha viajado para Argentina e logo soube o motivo da minha tristeza. Ela tentou me acalmar, e eu então criei coragem e disse a ela que estaria saindo da casa dela. Ela não aceitou, queria saber onde eu iria morar, e com o quê eu iria me manter, avisei que eu tinha uma proposta de emprego, e que iria alugar um apartamento, e ela claro rebateu dizendo que eu não tinha como fazer isso pois tinha que fazer um deposito antecipado para o contrato de aluguel, coisas que eu sabia, e que já tinha planejado tudo, expliquei que durante este tempo eu estava fazendo economia e que tinha o dinheiro suficiente, mas ela tentava fazer de tudo para mudar minha ideia, e quando meu tio chegou eu falei diretamente com ele, e expliquei que estava na hora de sair da casa dele, e me manter só, já tinha idade, e tinha emprego. Ele me encarou, me abraçou, pediu perdão, mas eu não sabia bem o motivo do perdão, mas eu o perdoei, ele disse que apoiava a minha atitude, mas só com uma condição, a de que eu não deixaria de visitá-los, concordei é claro.
Liguei para o senhor Marchado e aceitei a proposta, ele ficou feliz e disse para eu começar logo. Arrumei minhas coisas e dei adeus aos meus tios, difícil foi fazê-lo desistir de ir me deixar no meu novo apartamento, mas o taxe chegou, e coloquei tudo, malas, caixas com livros e calçados. Minha tia meu um grande abraço, eu chorei, era uma mistura de alegria e de saudade. Mas entrei no taxi, e não olhei para trás.
...
Os dias se passaram, semanas, e meses, na faculdade ninguém mais falava sobre mim e Alex. Eliza simplesmente ainda tentou saber sobre ele, mas eu dei um fora nela, disse que não a conhecia e que não queria papo com ela, desde então ela não fala mais comigo. O Claudio se comporta como os outros colegas da turma, um completo desconhecido meu. Ryan ainda fala, mas não dou mais abertura para ele. Já o Adriano, este simplesmente se tornou alguém misterioso para mim, as vezes aparecia no meu local de trabalho, passava por mim, dava um oi e seguia, outras vezes eu o via conversando com algum funcionário, até que um dia eu tive a iniciativa de falar com ele, e perguntar se ele estava trabalhando ali também, para minha surpresa, ele disse que estava sim, mas como supervisor do pai dele, mas ainda estava em treinamento, mas ele não veio depois me dá abertura, sempre fica de longe, as vezes eu tinha a impressão de que ele estava ali para me observar, mas acho que era bobagem minha.
E meus amigos, bem, estamos combinando a ceia de Natal no meu apartamento. Sim. Eles sempre vão me visitar, até então eles não falam no Alex, nem eu. À noite quando estou na minha cama, olho para a porta do quarto e sinto Alex em pé olhando para mim e sorrindo.
...
Noite de Natal, meu amigos ficaram até tarde comigo, Alicia e Ariel fizeram a comida, eu Filipe e Vinicius, sim, o Vinicius a pedido do Filipe voltou a o nosso grupo, ele estava mudado, estava de namorado novo, segundo Filipe, era de outro estado e ele estava planejando visita-lo no ano novo. Nós ficamos responsáveis pelas bebidas. Momentos antes do pessoal chegar resolvi visitar meus tios. Eles estavam recebendo a família, todos queriam saber de mim, e depois de muito relutar consegui sair, e voltei para meu apartamento. Foi uma noite especial, claro não estaria completa sem o Alex lá. Eles foram muito legais comigo, me fizeram rir, e fizemos companhia um para o outro. Passei o dia pensando em Alex, aquele Natal seria o primeiro que passaríamos juntos. Durante a tarde ainda falei por telefone com a Juliana, desejei boas festas e perguntei sobre ele, ela me falou que não conseguiu falar com ele pois o mesmo tinha saído mais cedo para encontrar com uns amigos da faculdade, iria passar o feriado com eles, eu fiquei feliz com a noticia, sabendo que ele estaria bem, assim como eu também fiquei com meus amigos. Sinal de que ele estava se adaptando e seguindo com sua vida.
Depois que todos se foram, ainda fiquei na sala, estava tomando a ultima taça de vinho, quando alguém bateu na porta. Alguém teria esquecido algo? Fui até a porta, meu coração disparou...
Sim. Naquela noite ele bateu à porta.
ALEX:
Ainda naquela dia trágico para mim e Daniel, eu não conseguia pensar em nada, o final da tarde e a noite sem fome me deixou muito abatido, eu sabia que Daniel não iria aceitar minhas palavras naquela carta, então eu tomei um banho morno, me deitei e refleti no que eu poderia fazer, mas nada que eu pensasse resolveria o fato da minha partida, pois caso contrario os tios do Daniel sofreriam as consequências e o Daniel não se perdoaria, e nós nunca seriamos felizes.
Pela manhã meu pai me esperava na sala de jantar, a mesa posta, me sentei e tomei meu café, ele sem olhar para mim falou:
- Já mandei acerta sua passagem sai hoje no final da tarde, melhor você se organizar.
- Mas pai, eu falei para o Senhor que iria cooperar, como posso por tudo em dia assim, tenho que ir no escritório fazer as recomendações, e arrumar as malas.
- Dá tempo, sobre as malas, não precisa ser muito, quando estiver lá você compra novas roupas. E se lembre, nada de entrar em contato com aquele carinha e nem com seus amigos.
- Olha vou fazer o que posso, mas dessa forma não posso fazer muito...
Minha sorte foi que acordei cedo naquele dia, passei no escritório fiz minhas recomendações a Patrícia, disse que iriamos manter os negócios por internet, e que estava promovendo a à assistente, ela estranhou a principio, mas como não tinha muito tempo, falei que repassaria as informações depois. Em seguida fui a faculdade, precisava trancar o curso, coisa que não falei para meu pai, ele não precisava saber que eu estaria salvando minha matricula, contudo fui informado que eu não poderia fazer isso naquele momento, eu simplesmente iria abandonar e iria ser reprovado, e que deveria voltar no período da matricula e ai sim eu poderia trancar o curso por mais um semestre. Lá tive o cuidado de não ser visto por ninguém, contudo quando estava voltando para o estacionamento do setor de matriculas, fui surpreendido pelo Adriano.
- Alex, surpresa vê-lo por aqui, tudo bem?
- Estou sim. Olha Adriano tenho que ir.
- Alex espere, já estou sabendo que que Eliza espalhou na sua turma sobre vocês, deve ter sido uma barra lá hoje...
- Não estive lá... Por que você mudou de ideia?
- Como assim?
- Você antes queria vingança junto com a Eliza, e agora está do meu lado.
- Minha vingança era mais emocional como já te falei, e era só contra você. Então estes dias eu fiquei sabendo da história de Lucas do quando ele vinha sofrendo pela perda dos pais dele, meu pai também se comoveu e eu acabei dizendo a ela que Lucas poderia perder o emprego dele, e então contei a ele quase toda a história e meus planos de vingança. Meu pai é um homem de bem, ele não aceitaria que outros sofressem pelos erros de terceiros, ele então me fez ver a verdade, de que eu não poderia mais conquistar você, pois seu coração já era de outro. Mas então, o que você veio fazer no setor de matriculas?
- Estou indo embora hoje a tarde.
- Como assim?
- Adriano, não sei se quero ser seu amigo, ainda me sinto usado e magoado por você. Sem conversas.
- Eu sei, mas vou fazer de tudo para consegui seu perdão. Então você vai deixar a cidade.
- Estou indo para Argentina morar com minha tia. Nem sei por que estou te dizendo isso, mas eu gostaria de pedir um favor...
- Farei, não sei o que é mas farei.
- Olhe o Daniel por mim, ele vai ficar fragilizado, ele nem sabe da minha partida.
- Não se preocupe, meu pai vai chamar ele para trabalhar com ele, e quanto a sua partida, vou ver se consigo fazer com ele chegue ao aeroporto...
- Não, apenas cuide dele... ficarei grato por isso, sabendo que ele terá um emprego já me conforta.
Depois que deixei o Adriano, e sabendo da novidade, tive uma ideia, uma ideia já pensada antes mas que não sabia como por em pratica, mas agora ainda poderia ser resolvida. Liguei para Paulo e confirmei com ele se seria possível concluir a compra do apartamento, ele disse que como seria feito o pagamento por transferência, tudo se resolveria mais tranquilo, então pedir que ele preparasse o contrato, e tudo o mais rápido possível, acertei de pegar as chaves logo com ele, algo fora da normalidade nas negociações de imóveis, mas como ele me conhecia e sabia que não teria problemas comigo, marcamos em alguns minutos de se encontrar para resolver os detalhes e assim já pegaria o contrato. Ainda o informei de como proceder depois com o comprador, no caso Daniel, a ida ao cartório, tudo seria feito com ele então, ele entendeu tudo direito, e eu não faria mais parte daquela negociação.
Já com as chaves em mãos, e de olho no relógio, umas onze horas, passei numa loja de movei próximo ao condomínio e já negociei alguns itens que Daniel iria precisar de inicio, eu estava correndo contra o tempo, quando cheguei na parte da cama, decidi não comprar, motivos pessoais, ele iria entender. Marquei com a loja a entrega o mais rápido possível. Tudo se resolvendo, então próximo a loja tinha uma lojinha de fotos e revelações, me despertei para uma ultima surpresa, escolhe uma foto do celular, uma em que a gente estivesse mais felizes. Escolhe a moldura, deixei eles preparando a revelação, e fui ao apartamento, esperar os moveis. Enquanto isso escrevi três cartas, uma iria junto ao envelope, e as outras ficariam no apartamento, estas cartas lhe daria novos esclarecimentos e de como deveria prosseguir com a compra do apartamento além de deixar claro para ele que eu ainda o amava e que não irai desistir dele. Ainda de olho no relógio, já passavam das quatorze horas, liguei para a Ju, pedi que ela fosse ao meu quarto e pegasse minhas roupas e jogasse dentro de uma mala, iria passar em casa só para tomar um banho se rocar e iria com ela para o aeroporto. Fiz os últimos preparativos. Cheguei em casa, o tempo estourando, meu pai não estava lá para me despedi. Ju já estava com as malas no carro.
Enquanto íamos para o aeroporto entreguei a ela o envelope, disse para entregar o quanto antes para Daniel. Tudo deveria sair como eu planejei.
No aeroporto meu medo era que Adriano contasse a Daniel, mas ele não foi, depois que entrei no avião, fiquei olhando pela janela com uma pequena esperança de um vislumbre do seu sorriso, de ver uma vez ainda seu rosto.
Mas eu sabia que ele iria ficar bem, que ele iria cuidar do nosso lugar secreto. Assim eu parti, o avião decolou deixando aquele que eu amava.
...
Na Argentina os primeiros dias foram lentos e complicados, a nova turma era legal, mas eu não conseguia me enturmar, acho que criei um abarreira, e as semanas se passaram e os meses, e as férias encerraram as aulas daquele semestre, estava chegando o Natal e eu querendo voltar para o Brasil, para meu Daniel, mas meu pai falou que eu poderia ir para qualquer lugar, menos para Belo Horizonte, eu teria que me manter afastado. Mas eu precisava ver, não só ver, mas abraçar e beijar, tocar, sentir. Daniel era meu ar, meu estimulo de vida. a razão para eu está suportando toda aquela saudade. Então enquanto eu conversava com a Ju durante os meses, eu sempre investigava sobre ele, de como estava, se estava trabalhando, se divertindo, e onde morava. Então eu sabia dele, e sei que ele sempre procurava ela para saber de mim. Senti que aquele afastamento era de uma forma, reconfortante pois eu não falava com ele, e assim eu conseguia me manter firme, isso era o que eu achava, meus planos mudaram naquele fim de ano, se eu iria ficar na Argentina por muitos tempo, teria que ter alguma forma de conviver com ele mesmo em segredo. Assim eu iria dá o primeiro passo. Comprei uma passagem de avião para a noite de Natal.
...
Cheguei ao condomínio, já passava da meia noite, quando eu ia me aproximando avistei nossos amigos saindo de lá, me afastei e fiquei nas sombras, eles pareciam felizes, apareceu um taxi e eles se foram. Peguei as chaves em meu bolso, e entrei sem problema.
Estava em frente ao apartamento, a porta estava trancada, ainda pensei em destrancar e lhe dá um susto, mas eu achei que poderia ser dramático de mais. Então dei duas batidas na porta e esperei.
Sim, naquela noite de Natal, eu bati à porta dele. Seu espanto seguido de um sorriso majestoso intensificado com suas covinhas me abriu o peito e meu corpo se encheu de euforia soltei a mala no chão e o abracei com força. Nossos beijos pareciam apenas um. Minutos depois de nosso reencontro caloroso e ele respirou e falou.
- Estou sonhando?
- Não meu amor, isto não é um sonho, estou aqui.
- Mas como?
- Vamos nos amar depois eu te conto.
Trancamos a porta, e fomos para o quarto onde tiramos a roupa, e nos beijamos e nos amamos.
Já estava quase amanhecendo quando ele adormeceu. Tomei um banho, e voltei a me deitar ao seu lado.
Durante o dia expliquei direito para ele que eu não poderia ficar, e que iria voltar já naquela tarde, ele ficou triste, mas prometi que agora as coisas iriam ser diferentes, mas que ninguém poderia saber.
Ainda nos amamos. Ele preparou o almoço para nós, e lá senti que estava finalmente em casa. Ali seria nosso lar. Agora uma nova etapa se iniciaria em nossas vidas.
No final da tarde eu parti, ele ficou sorrindo, mas eu sabia que seu coração não batia, mas soluçava assim como o meu. Mas eu tinha agora uma certeza, a gente iria se ver muitas outras vezes antes de finalmente termos nosso final feliz.
...
Nota do Autor:
Como dar para ter uma ideia, eles terão um final feliz, contudo, antes, outros problemas terão que superar, finais felizes nem sempre é como desejamos, tudo está no subjetivo de cada um. Alex e Daniel voltarão em uma terceira temporada? A resposta só o tempo irá dizer. Contudo, saber a opinião de vocês leitores pode ajudar na decisão.
Como vocês já sabem, darei um tempo a esta narrativa, irei fazer outros projetos, outras histórias, e quando eu sentir que Alex e Daniel evoluíram mais um pouco, e que sua trama está criando raiz, começarei a escrever, então até isso acontecer, só digo que foi muito bom poder compartilhar com vocês durante estes meses. Realmente foi complicado, minha vida tomou outros rumos, meu tempo cada vez mais limitado. Entretanto, minha vontade de escrever sempre me motiva. Mas vocês tem uma parcela de culpa, no bom sentido é claro. Então, votem, se vc ainda não votou nos outros capítulos, vote tb, assim impulsiona a história e não deixa ela ficar no esquecimento e pouco valorizada. Votem e comentem.
Um Abraço do Maximilan,
seu amigo Max.

Foto 1 do Conto erotico: Alex & Daniel - 15: Naquela Noite ele bateu à port


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Comentários


foto perfil usuario hornyhoe22

hornyhoe22 Comentou em 21/01/2021

Olá, venho aqui fazer meu primeiro comentário, para parabenizar pelo excelente trabalho. Está história é a primeira que leio, de sua autoria. E, pretendo ler todas, além de acompanha-lo, para sempre.

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diegonaboa Comentou em 28/12/2018

Uau, realmente você me surpreende a cada capítulo. Obrigado. Curto contos que não ficam só na parte do sexo. O seu deveria estar entre os mais votados

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Comentou em 07/01/2017

Maravilhosos teus contos, li e gostei muito...tem belo talento para escrever. Parabéns.

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danipotters Comentou em 03/01/2017

Melhor conto que eu já li!!! Ficarei aguardando a terceira temporada ansioso!!

foto perfil usuario jphilipe

jphilipe Comentou em 03/01/2017

Caraca !!!!! Muito bom, eu a muito tempo atrás cheguei a acompanhar a primeira temporada e quando vi o ultimo cap da segunda temporada não acreditei e comecei a ler tudo desde o primeiro cap da primeira temporada e confesso q não me arrependi e q chorei litros ao ler esse ultimo cap. Enfim, parabéns Max, continue assim com toda essa criatividade.

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carlosevero Comentou em 01/01/2017

Caro Max. Excelente conto, desde o principio,meio e fim. emocionante e sensual. Continue evolua, só vc sabe como fazê-lo. Grande abraço e sucesso. Carlos .

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lordricharlen Comentou em 31/12/2016

Nossa muitas emoções nesse último capítulo,

foto perfil usuario wqam19

wqam19 Comentou em 28/12/2016

Como assim uma pausa. Oxe não demora não viu, gosto muito do Alex e do Daniel.




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Ficha do conto

Foto Perfil maximilan
maximilan

Nome do conto:
Alex & Daniel - 15: Naquela Noite ele bateu à port

Codigo do conto:
94858

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
27/12/2016

Quant.de Votos:
11

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