Maura foi uma das mulheres mais espetaculares que tive em minha vida. Uma morena clara, olhos claramente esverdeados, seios que Fídias não esculpiria melhor! Lindos, grandes, firmes, arredondados. Maravilhosos!
Esse caso ocorreu tem muitos anos. Eu era jovem. Ela era mais jovem ainda. Se eu tinha 24, ela tinha apenas 20. E foi nessa idade que nos conhecemos. Numa pequena cidade onde eu era convidado para as comemorações a um vulto proeminente então.
E começamos a conversar. Bem me lembro. Era setembro de 1977. Para foder de vez, eu era casado... Merda. Havia feito merda e pronto. E isso atrapalhou sobremaneira qualquer tentativa de aproximação. Ela jovem e sonhadora, eu, jovem sonhados, mas... casado... Saímos juntos para um passeio, trocamos alguns beijos e só. Ela não quis nada além. Não tive argumentos e nos afastamos.
Passou um ano e não a vi mais. Nunca a esquecia mas fui viver a minha vida. E mais um ano passado, publiquei um livro e fiquei em evidência. Mas não a vi. Precisou ocorrer mais um ciclo e nos vimos nós sentados próximos um do outro. Ela continuava deslumbrante no fulgor de seus 22 anos. Eu já tinha quase 26. Mas num instante que ficamos juntos, dei-lhe um exemplar de meu livro e nos afastamos.
E nada mais. Maura desapareceu. Somente no outro ano, mesma época, eu lhe disse quando a vi: jogou fora meu livro... nem o leu... tenho certeza... Mas para minha surpresa ela declamou duas ou três páginas do livro. Mostrando que havia lido não só uma vez...
E fui embora... aquela mulher me deixava sem chão.
E sei que eu estava em casa dias após uma tarde, toca o telefone. Atendo. Era ela. Não sei como mas ela me telefonou. Apenas me disse: Pode me esperar na Rodoviária amanhã sete e meia? Confirmei. Claro.
Nem dormi à noite, mas dia seguinte horário marcado eu a vi descer do ônibus. Rindo timidamente veio até mim e jogou aquele olhar esmeraldino nos meus... eu sorri... A peguei pela mão e saímos... Ela ficou comigo aquele dia todo. Eu trabalhava de viajante e era sair, entrar num estabelecimento, exercer minha função... sair conversar... almoçamos juntos e falamos mais, mais, mais, mais, e muito mais. E dia seguinte e dias seguintes essa rotina entre nós... à tarde parava o carro numa sobra e namorávamos com beijos e alguns suaves avanços.
Certa vez parei de propósito perto de um motel... Ela disse que jamais iria ao motel comigo. Não faria nada que viesse a se arrepender. Me amava, me queria, me desejava, mas eu era casado... E eu a respeitei... até demais.
Mas uma tarde ela disse: “pode me levar onde quiser...” “Sério? Perguntei.” “Sim. Podemos ir...
Entramos no motel e quando ela foi tomar banho eu pensava que estava com o amor da minha vida e era isso que pensava e não pensava mais em nada... Quando foi tomar meu banho, quando saí, ela me recebeu com uma taça de champanha que mandara vir...
E entre beijos fumegantes, abraços ardentes, eu a desnuei, e também fiquei nu... E quando deitados subi sobre seu corpo, ela me olhou suavemente e sussurrou: “faça com calma... é minha primeira vez...”
Sei que empolgado eu a tratei com imenso carinho, intenso amor e entre juras eternas ali ditas, eu a possuí de maneira ardente... e gozamos uma e duas vezes... e aqueles seios saltavam, e sua voz murmurava frases de amor... e foi entre lírios e delírios que vivemos o êxtase maior de uma entrega de Amor.
Essa história, esses encontros esses repetiram em cadência ainda maior... (Fiquei até com medo de engravidá-la, mas isso não aconteceu...)
E fui levando esse caso, e eu ia até sua casa, namorávamos ali... e tudo em segredo, tudo em delírio... e marcávamos nossos sonhos e idealizávamos nossos sonhos em realidade onde juntos viveríamos nossa linda história de amor.
Mas os amantes ficam cegos... cheguei certo dia em casa, (cada dia mais apaixonado) e minha mulher havia descoberto tudo. Conseguiu o telefone da Maura, telefonou, falou mil coisas... (defendia seu homem, seu casamento, dizia que tínhamos filhos, e falou, falou, falou verdades e aumentou em algumas mentiras...
Mas dia seguinte tentei falar com a Maura... ela não quis falar comigo... e nunca mais ela quis falar comigo... e nunca mais e nunca mais... fui vê-la somente um ano após... já corria o ano de 1981... continuava linda... exuberante... meu coração palpitou forte quando a vi... ela tremeu, virou o corpo e desapareceu.
Certa vez lhe telefonei. Queria ouvir sua voz... Fui seu Homem, seu Macho, ela foi minha mulher. Ela me dizia: se não posso ter o homem, terei o amor desse amor para todo o sempre... mas ao ouvir minha voz soltou um impropério e desligou. E nunca, nunca mais a vi... Maura...um amor de juventude que ficou na saudade. Eterna saudade...
Emanuel