O caso que mais chocou partiu do cara que transou comigo, macho alpha, irritou-me bastante e parei de sair pois senti menor. Eu era o gay e não o todo para ele, só representando o local para penetrar e nada mais.
Os anos passaram e vieram as cobranças para casar com mulher. O medo de apanhar, ser expulso de casa, acabaram por tornar o sujeito que aqui escreve em bi. Minha mulher sofreu o mesmo problema, lésbica enrustida.
Não posso dizer que foi um casamento de fachada, tivemos uma filha, lado a lado, tivemos que nos entender pelo medo familiar e acabamos liberando um ao outro de forma escondida às práticas reais.
Hoje, ainda tenho problemas em afirmar mesmo com mulher liberal e mente aberta. Temo por ataques homofóbicos contra mim e a pessoa dela. Não posso abrir meus gostos publicamente. É triste e estamos numa sociedade muito homofóbica apesar das muitas conquistas já realizadas.
Eu tive alguns problemas que não dá para contar aqui por regras do site, inicio tudo aos 18 anos conforme prega o figurino, sofri assédios e tanta foi a insistência que acabei descobrindo este lado e não parei mais. Assédios foram constantes e precisei resolvê-los mesmo após a vida adulta já determinada.
Amo meu lado gay, tive momentos que estava tão envolvido achando já viciado na coisa. No meu caso foi tudo precoce, isto foi essencial para que eu tivesse tempo e experimentasse mais, redescobrindo a cada relação.
Minha erotização e taras particulares abriram espaço para tantas descobertas e digo ao leitor e leitora que aproveite muito se a porta te abre. Não sinta forçado deixando acontecer naturalmente.
O problema é a homofobia. Cheguei ver trans apanhando na rua. Queira ou não, dá aquele baque, o medo em assumir ainda novo e precoce os desejos sexuais que a maior parte da sociedade abomina por ignorância.
O tema volta à pauta com a tecnologia recente. Baseado em votação dos(as) usuários(as) para creditar se um tema é ou não fake news, corremos riscos de entrarmos novamente numa era obsoleta carregada de preconceitos e discriminações.
Peço encarecidamente que uma união seja formada para barrar tais intentos. Quem curte pessoas do mesmo sexo não pode ser taxado de doente. Há risco de vermos isto apontado por uma Inteligência Artificial ou rede social em breve.
Eu curto pau e nem por isto sou doente, menos inteligente, fiz faculdade e até passei em concurso público temporário. Não é legal retrocedermos porque grupos políticos apontam e julgam, achando o que é correto sexualmente ou não.
Os donos de big techs estão entrando neste discurso político, alimentando homofobia e até impondo uma cultura do ódio, não entendem o peso da palavra Democracia e a liberdade de escolha de cada pessoa em relação ao ato sexual.
Espero que este texto sirva para reflexões e especialmente ações. Não é só questão de empunhar uma bandeira e sim defender o direito do(a) outro(a) de forma prática e real. Cobremos para não retrocedermos.
É isto. Beijos.