_ Sabe Vi, depois que agente começou a namorar, muita coisa aconteceu, pro bem e pro mau. Mais uma coisa muito legal que aconteceu, foi que desde o dia que eu contei tudo em casa, meu pai ficou muito mais próximo da gente.
_ Verdade lindo? Eu sempre achei que o seu pai era o tipo paizão...
_ Ele sempre foi, mas... Faltava a presença mais constante. Tipo, ele sempre trabalhou muito e essas coisas. Fim de semana era sagrado, era nosso, ele ia jogar futebol comigo e o meu irmão, agente vinha à praia e tudo, mas... Faltava alguma coisa.
_ Eu sei como é, afinal, meu pai sempre viajou muito pelos trabalhos dele.
_ Mais não foi só isso. Depois daquele dia, eu e o Nando ficamos muito mais juntos, muito mais... _ Uma lágrima brincou com o canto dos olhos dele. _ Mais irmãos...
Eu estava fazendo a minha barba, e pelo espelho eu pude ver que ele estava chorando em silêncio.
_ Oh meu lindo! _ Eu deixei as coisas na pia, e fui me abraçar a ele. _ Não precisa chorar amor! Agora tudo está bem. Ele já deve estar até lá na sala com os seus pais...
Bateram com força na porta, e a voz estrondosa do irmão dele veio através dela:
_ Aí galera, abre ai, ou eu derrubo!
Rindo, eu me enrolei no roupão, e fui abrir.
_ Ai que medo! _ Eu ri enquanto destrancava a porta. _ Entra aí.
Ele entrou, eu fui pro banheiro terminar de fazer a barba, e tirar a espuma do rosto.
_ Vocês já estão nesse estágio?
_ Que estágio? _ Eu perguntei lavando o rosto. _ Do que você está falando?
_ Usando aliança...
Eu lembrei que nós tínhamos deixado as nossas alianças juntas na mesinha de cabeceira. Eu olhei pro Caio, e ele quem respondeu no meu lugar:
_ Há muito tempo... Você quer saber quando nós trocamos alianças?
Surpreendendo a todos, ele disse que sim, e entrou no banheiro tirando a roupa, e perguntando se podia tomar banho conosco também.
_ Ué, fica a vontade... Mais o Caio acabou de entrar... Você sabe como é o banho dele, não?
_ Sei sim... Mais... Se vocês não se importarem eu espero aqui, enquanto agente conversa um pouco, e vocês me contam essa história.
O Caio estava visivelmente abalado com o irmão nu no nosso banheiro, e já estava começando a ficar vermelho. Eu percebendo isso, dei um jeito de descontrair o momento:
_ Nossa Caio! Agora eu sei de quem você herdou esse pau...
_ Como?
_ Ora! É só olhar pro seu irmão aqui. _ Eu fiz um gesto mostrando o Fernando. _ Ele tem um belíssimo exemplar de pau também...
Ele ficou vermelho como um pimentão, e eu e o Caio aproveitamos da situação pra rir um pouco.
_ Ah, mas eu quero é saber da troca das alianças. Dá pra vocês contarem?
_ Tá bom...
Eu comecei a história, e fui substituído pelo Caio. Ele saiu do banho, e enquanto se enxugava Fernando entrou no chuveiro. Eu abracei o corpo envolto pelo roupão, e dei um beijo. Mais não um beijo qualquer; um beijo de novela, desses de último capítulo. Nesse momento, Fernando disse:
_ Oh, tem mais um aqui sabia?
_ Por quê? Você também tá querendo um?
Ele jogou água na nossa direção, e eu deixei Caio terminar de contar. Ao fim, nós três estávamos deitados na grande cama de casal do quarto. Quando já tinha chegado à parte do mar, eu voltei a contar, e resumi tudo:
_ E nós fizemos o que você viu agente fazendo hoje na praia. Exatamente a mesma coisa... Bem, não exatamente... Mais deixa isso pra lá.
Quando eu disse que eu sabia que ele tinha visto o que eu e o irmão dele estávamos fazendo, Fernando ficou mais vermelho que um tomate maduro.
_ Não tenta nem negar agora Nando. Essa cara de cu que você fez, e o vermelho tomate que ficou o seu rosto, já te entregaram na maior.
Eu me juntei à risada do Caio, e nós só paramos quando Fernando se apoiou no cotovelo, e fez a confissão mais improvável:
_ Eu realmente vi, mais não era de propósito. Bem, eu tinha saído pra procurar vocês, e quando eu vi um movimento estranho na água, pensei que era alguém se afogando, ou sei lá. Mais quando eu vi que eram vocês, e que vocês estavam... Estavam... Estavam se comendo, fiquei de pau duro na mesma hora, e quando eu vi que um de vocês estava olhando na minha direção, eu corri, e o meu pau não abaixou nem dentro d’água.
A nossa cara de incredulidade total, foi tão grande, que nós tivemos que rir. Quando recuperamos o fôlego, Caio disse:
_ Quer dizer que você tá curioso maninho?
_ Eu... Bem... N... Não... _ Ele ficava cada vez mais vermelho, a cada tentativa de explicação. _ Curioso... Bem...
_ Admite Nando.
_ Tá caralho. Fiquei sim e daí. Isso não quer dizer que eu vá sair por ai dando pro primeiro que quiser... Não é?
Nós ríamos cada vez mais, e quando eu respondi, eu estava ofegante:
_ Depende de você cunhadinho. Se você quiser dar pro segundo, nada te impede. Tá bom parei. Ué, se você tem essa curiosidade, vá atrás, satisfaça, descobre logo se isso é só uma curiosidade, ou se é vocação mesmo.
Mais risadas. Nós fomos interrompidos pela porta aberta, por onde entrava a mãe do Caio.
_ Ai que bonitinho, os três deitados conversando!
_ Mãe... Você tá aí há muito tempo?
_ Não filho... Mas tempo o suficiente pra saber que você tá fazendo eles rirem bastante, tá na sua cara, em neon “falei coisa errada...”.
_ Mais ou menos por aí tia.
_ Venham almoçar. Nós já estamos esperando.
_ Tá mãe. Nós vamos por uma roupa, e vamos lá pra baixo.
Ela jogou um beijo, e saiu. Ainda gozando o Fernando, nós nos vestimos, e nos sentamos pra comer.
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