It's All About... Us? -Capítulo 01

Uma nova (velha) história. pessoal, essa não está escrita como a outra, então vou demorar mais pra postar. espero que gostem!

It's All About... Us?

Não sei precisar exatamente como tudo começou. Acho que foi quando nos conhecemos e começamos a compor as músicas pro nosso primeiro cd. Acho que foi quando comecei a gostar do meu amigo. Desde então, fui obrigado a manter meus sentimentos escondidos. Ser um "rock star" é o sonho de muitos, não? Pois é. Esse era meu sonho também. Você deve achar que estar sob os holofotes é tudo de mais incrível que podia acontecer, não? Não tô reclamando de nada, que fique claro. A única coisa que eu de fato reclamo é ter de esconder meus sentimentos.
Acho que nunca fui tão verdadeiro nesse tempo todo, como quando gravamos "lies".
Mas, deixe eu me apresentar. Afinal, até agora não disse quem eu sou. Sou...
- Tomas Fletcher! Quantas vezes eu tenho que falar pra você não deixar a roupa suja no banheiro?
E esse é o meu lindo, chato e, muitas vezes igual a minha mãe, Danny.
Não sei dizer como tudo começou. Acho que eu sempre tive isso em mim. Sabe como uma coisa que você sente e por mais que tente esconder, você sabe que ela tá ali, mesmo que disfarçada? Está ali latente? Com o Danny, acho que começou quando nós "moramos" juntos no começo da banda. Mas, digo não saber quando eu senti isso pela primeira vez. Acho que tudo começou quando ia com minha família ao clube. Lembro de ficar olhando os outros caras no vestiário. Mas como já disse, sempre achei que isso fosse da idade, ou só curiosidade em ver outros corpos que não o meu ou de qualquer um dos meus familiares.
No começo, foi difícil, não só pelo fato de ser um amigo, mas também eu, um "hetero" convicto, gostar de outro cara... É possível imaginar como foi pra mim? Pois é. Não. Principalmente pelo fato de ter de esconder. Ter de escrever milhões e milhões de músicas, que secretamente eram pra ele.
Bom, acho que devo começar pelo começo, não? O único problema, é que não sei como começar. Nossa história não teve o começo que podemos dizer “comum” de todos os começos. Como já disse, admitir pra mim que eu gostava de um homem, e esse homem era meu parceiro de banda, meu amigo... Um quase irmão... Foi algo extremamente difícil pra mim. Claro que por mais que Londres seja uma cidade que todos julgam liberal, a sociedade hipócrita sabe como disfarçar muito bem suas “ovelhas negras”. Aliás, sabe como disfarçar e recriminar, suas ovelhas negras.
Só pelo fato de eu ter uma tatuagem, já era um motivo de certo "preconceito". Bem, sair do armário em circunstâncias normais já não é a coisa mais fácil de se fazer. Porém, imagine agora: sair do armário com milhões de pessoas pelo mundo que te "seguem" como um tipo de exemplo... Dá até pra imaginar as manchetes:

Num tablóide japonês, diriam:

"Integlantes da banda de lock blitânica saem do almálio, e assumem lelacionamento."

Numa revista feminina egípcia:

"Alá que salve este mundo! Meninos que arderão no mármore do infferno, dizem estarem juntos. Não perca! Receita de sffiha pra deixar seu marido caidinho por você, e te encher de ouro!"

Na França:

"Ulalá! Meninôs da bandá de rock McFly, assumem ser gays, e dizem estarem juntos!"

Num programa de fofocas brasileiro:

"Okay, okay. Veeejam a booomba do diia: meniiinos do McFly saem do armááááário, e dizem ter adotado um hamster, por ser mais barato, e prático pra levar durante as viagens. Eeeu aumento, mas não inveeeento. Agora vamos ver com o Joareeez a super oferta dessa gracinha que é a tekpix."

Em outro programa de fofocas do Brasil:

“Olha gente, daqui a pouquinho nós vamos falar com o Dr. Jenivaldo sobre o impressionante acontecimento na vida dos meninos da banda McFly. Como é diretor? Ah! Olha gente! Essa bomba! O Dr. Jenivaldo já está aqui no nosso sofá, e vai nos ajudar a entender o caso dos meninos da banda McFly. Boa tarde doutor.
- Boa tarde Sônia.
- Gente não saia daí, que nós já voltamos com a história completa, dos meninos, da banda, McFly. Nós vamos dar um girinho rapidinho, já voltamos."

Talvez em mais um programa de fofocas brasileiro:

“Olha! Tô passada! Que bafão! Aloka! Os meninos do Mcfly, aquela banda britânica, que mora no Britão, não, Britânia... Não, isso é marca de eletrodoméstico, ai que mico! Enfim... Eles se assumiram. Saíram do Closet, ui pensei em inglês! Vamos ouvir o jardineiro da praça que fica em frente ao hotel que os meninos se hospedaram quando estiveram aqui no Brasil!
- Sr. Welington, o que o senhor viu os meninos fazendo pela janela?
- Bem, Luciana, primeiramente boa noite, segundamente eu vou dizer que esses menino aí tudo...
- Espera um minutinho, gente... No próximo bloco, vai ser um arraso! Bafão dos grandes, vocês não podem perder!”

Bom, talvez não seja de fato assim. Porém, vocês devem concordar comigo que isso passaria pela cabeça de qualquer um de vocês se estivessem no meu lugar, não? Ok, ok, eu exagerei. Mais isso é fato: a imprensa cairia louca sobre nós. Lembro do caso do Ricky Martin, que depois de anos e anos vivendo dentro do seu lindo armário com suas purpurinas, decidiu sair, e sua música "Living la vida loca", virou: "viva la bicha louca".
Não consigo imaginar minha reação se lesse alguma manchete desse tipo! Acho que mataria um nego desses! Tudo bem que todos nós sabíamos que ele era de fato a bicha louca. Mas pô! Pra que fazer isso com o cara?
Porém, eu o invejo. Invejo porque ele teve a coragem que eu não tive. Não tenho...
Bem, acho que já devemos parar de enrolação e enchimento de lingüiça, e irmos a o que nos interessa.