Nunca conheci um cara tão carinhoso e fofo como o Danny. Logo assim que nós nos mudamos pro Inter Continental, eu terminei com minha namorada na época. Mesmo sem me conhecer profundamente, ele me consolou como um amigo de anos.
Nossa relação foi se aprofundando cada vez mais, até que nos tornamos verdadeiros amigos. O ponto chave dessa relação foi numa noite que nós havíamos bebido bastante, e eu sob o efeito do álcool, relembrei dos meus sentimentos até então guardados a sete chaves.
Era uma noite de sexta, e nós descemos ao bar do hotel. Tomamos várias doses de whiskey e vodca. Os melhores amigos da depressão. Danny normalmente é mais forte que eu na bebida, o que fez com que ele me carregasse pro quarto.
Tudo rodava na minha frente, e fora o álcool, o choro atrapalhava bastante a visão. Acho que comecei a passar mal, e não tenho certeza de quando, mas, só me lembro de estar sem roupas no chuveiro, tentando acertá-lo com água.
_ Tom, para vai.
_ Não! Só paro a hora q você entrar aqui!
_ Não Tom! O bêbado aqui não sou eu! E não preciso de banho frio. Olha, fica tomando seu banho ai, que eu vô pro quarto.
_ Você também vai me deixar! _ Sei que já estava ridículo, mas... era o álcool, por tanto, vamos dar um desconto. _ Você vai fazer como ela fez! Vai me abandonar feito ela!
Não sei se pra evitar mais falatórios de minha parte, ou por pena, ele se sentou no vaso, e fechou o boxe pra fugir dos meus tiros d’água. A água estava muito fria, e ele notou que eu estava quase tendo uma hipotermia, ele abril o boxe e foi ajustar a água O que eu diria ser um engano péssimo dele. Assim que ele abril o boxe e ajustou a água, eu o puxei pra debaixo do chuveiro.
_ Tomas!
_ Vem tomar banho comigo!
Ele me olhou com uma cara estranha... Um misto de medo, desejo e raiva brilhava em seus olhos. Outra vez eu comecei a chorar.
_ Por que ela me deixou!
Demonstrando algo que eu não imaginava, ele delicadamente pegou o sabonete, e começou a me banhar como se eu fosse uma criança. Nesse momento eu continuei a chorar, e ele tornava-se cada vez mais carinhoso. Quando terminou de me ensaboar, eu me abaixei, e pegando com dificuldade o sabonete das mãos dele, falei:
_ Agora é minha vez.
Muito desajeitadamente, eu dava banho no meu amigo. O mais estranho de tudo, era que ele estava sóbrio, e definitivamente não precisa de auxílio pra tomar banho. Bom, sóbrio, sóbrio, não estava. Mas, perto de mim sim. Depois que eu terminei de banhá-lo, ele se enxaguou, e me enxaguou também.
Era algo muito estranho, e prazeroso ao mesmo tempo. Era fato, que eu lutava com todas as minhas forças pra não ficar excitado, e... bem... foi impressão minha, ou ele também estava assim?
_ Vamos nos vestir Tomy...
Ele me chamou de “Tomy”? Eu devo tá mais bêbado que eu havia me dado conta... Pegando duas toalhas de cima da pia, ele nos secou, e me levou pro quarto.
Com um olhar carinhoso sobre mim, ele andou até o painel de controle entre nossas camas, e ligou o aquecimento no máximo. Algo que meu corpo meio adormecido pelo álcool e pelos pensamentos desconexos agradeceu.
Era muito estranho olhar o Danny andando de lá pra cá, apenas de toalha na cintura... Cadê a toalha que tava na cintura dele? Êpa, cadê a que tava na minha? Ai caralho, isso não pode acontecer! Pois é, não pode, mas, aconteceu. Tô eu aqui, pelado na frente do meu amigo gostoso, e de pau duro... Pronto, tô fodido. De repente, me bateu um desespero, por que ele estava de joelhos na minha frente, e eu lá, com o amigo, amigo da onça, todo esperto, e feliz.
Como se não vice, ou simplesmente ignorasse, ele vestiu minha cueca em mim.
Sentir o contato de suas mãos em minha pele agora seca, e já muito sensível por causa do tesão que tomava conta de mim, foi o suficiente pro “amiguinho da onça” dar pulos e mais pulos de alegria lá em baixo. “Pelo amor de tudo que é mais sagrado, sossega!” Era o que eu pensava freneticamente.
Desistindo de lutar e de qualquer tentativa de pensamentos lógicos, eu me deitei, e fui coberto por ele.
Fiquei tão confuso, q adormeci.
***
_ Calma Tom! Se acalma!
Não sabia o que acontecia, não lembrava do meu sonho, só sentia aquela sensação de medo e vazio que dominavam meu ser.
_ Calma Tom, eu tô aqui!
Uma mão pousou sobre meus cabelos, e os acariciava. Aos poucos a sensação de abandono ia passando, porém, o medo continuava ali.
Lentamente, como uma criança que acorda de um pesadelo com o conde Drácula, eu abria meus olhos, e via o rosto de Danny me olhando preocupado.
_ O que há?
Pateticamente uma vontade absurda de chorar veio, e eu não consegui evitar.
_ Tom! O que há? Você tá me assustando!
Na falta de algo realmente útil, eu disse entre soluços:
_ Não sei!
O choro continuava, bem como os carinhos que eram feitos em mim. Com uma expressão de preocupado no rosto, Danny sentou-se na beira da minha cama. Sem saber por que, eu o abracei pelos ombros, fazendo com que ele deitasse um pouco sobre mim.
_ Tom, me fala o que tá acontecendo! O que você tá sentindo?
_ Medo! Muito medo, e tô me sentindo sozinho!
Carinhosamente, ele passou a mão secando as lágrimas do meu rosto.
_ Calma Tom, eu tô aqui, e nada há de te acontecer.
_ Dan?
_ Sim Tom?
_ Você dorme aqui comigo hoje?
Cara na boa, aonde eu estava com a porra da minha cabeça quando pedi isso? Me olhando com ternura, e medo também, ele só levantou meu cobertor deitando-se logo em seguida.
Aos poucos meu choro foi se acalmando, e o sono chegando, em quanto era abraçado e acariciado por trás, e ouvia ele sussurrando uma música.
"Yesterday, all my troubles sins so faraway..."
Pensando que eu havia dormido, ele me abraçou mais forte, e beijou minha boca.
Ao sentir os lábios de Danny tocando o meu, não aguentei e me virei ficando por cima dele, beijando com intensidade.
Nossos corpos não respondiam a nossas ordens, e menos de cinco minutos depois, já estávamos nus, em um puta amasso.
Eu ainda não acreditava que eu que eu tinha o meu amigo gostoso nu, me beijando e, com algo que pelo sentir devia ter uns 18 Cm, cutucando minha barriga.
DANNY POV
Como tudo aconteceu, eu ainda não havia entendido. Só sei que depois daquele banho muito delicioso e estranho, e dele acordar chorando, cá estávamos nós. Os dois pelados... E com o tesão extremamente evidente. Não havia como negar que ele também sentia tesão. Afinal, o pau dele já estava duro na hora que eu fui o vestir. E olha... O pau dele é maior que o meu! O que eram aqueles 20 Cm? Se ele não tivesse tão bêbado, eu com certeza haveria feito um carinho ali. Mas agora, ele tá aqui, pelado, me beijando, me apertando como se me quisesse dentro dele e, inegavelmente de pau duro. Será que eu me arrependeria depois?
Meus pensamentos ficaram totalmente desconexos na hora que ele desceu pelo meu peito, e chegou a meu pau que inegavelmente urrava por atenção.
Sentir os lábios do Tom na cabeça do meu pau, não tenho como descrever a sensação. Era algo entre o estar flutuando, e o estar entrando debaixo do chuveiro quente.
Com uma certa delicadeza, eu o puxei pra cima de mim novamente, e voltei a beijá-lo. Como ainda não tinha certeza se ele ainda estava sob os efeitos do álcool, não queria transar com ele.
Desci minha mão direita até encontrar com o pau duro de Tom. Meu contato foi bem-vindo, a julgar pelo gemido que eu ouvi em troca. Desageitadamente, eu comecei uma punheta. Nunca havia feito isso na minha vida, e acho que Tom também não havia. Creio que ele também nunca havia feito nada desse tipo, a julgar pelo que eu senti na hora das chupadas.
Com o tesão já nos dominando, ele esticou a mão e segurou em mim, e também começou uma rápida punheta. Dominados pelo que sentíamos, nós nos entregamos de vez ao momento, e não demorou pra que os dois gozassem.
***
Quando acordei no dia seguinte, ainda era abraçado por tom, agora com suas cuecas
novamente. Assim que abri meus olhos, me deparei com duas gotas de mel que me fitavam atentamente e adoçaram minha manhã de uma forma, indescritível. O medo tomou conta de mim nessa hora. O que via dentro dos olhos de Tom, era nada mais, nada menos que... Amor! Algo que definitivamente eu não saberia como lidar.
Sem me dar conta, ele já estava me beijando, e eu retribuía com mais paixão que eu deveria. Sim, eu o amava também, mais o que eu posso fazer?
_ Tom pare! _ Era isso que eu podia fazer. _ Isso tá errado!
Vendo na mesma hora o desapontamento nos olhos cor do mel, me levantei, e peguei as minhas roupas que estavam jogadas pelo chão e saí correndo do quarto.
Quando já estava no elevador, notei que ele havia se vestido e vinha em minha direção. Assim que o elevador abril, eu entrei e agarrei a menina que trabalhava no hotel, que já dava mole pra mim há séculos. Pelo espelho do elevador, pude ver as lágrimas descerem pelo lindo rosto de meu lindo. Antes mesmo de alguém dizer qualquer coisa, e das portas fecharem, ele se virou correndo de volta pro quarto, e nós fomos pro térreo.
Assim que chegamos, a garota veio cheia de amor pra dar pro meu lado, me fazendo parar, e dizer:
_ Isso você esqueça.
Sem mais nenhuma palavra, caminhei até o restaurante, pra tentar comer qualquer coisa, o que é óbvio que eu não consegui fazer.
***
Já passavam das 15:00, e eu não havia tido nenhuma notícia de Tom. O recepcionista do hotel, disse tê-lo visto saindo correndo com uma bolsa debaixo do braço. Olhando novamente no quarto, notei que o ele havia saído e seu violão não estava no quarto onde eu o havia visto pela última vez.
Saí feito um louco. Tinha destino certo. Só havia um único lugar onde ele poderia ter ido com aquele violão. Regent’s Park.
Cheguei correndo e suado ao parque. Havia pessoas caminhando, crianças correndo, famílias fazendo picnic, babás com seus carrinhos, madames com seus poodles insuportáveis... Mas, nada de meu Tom! Andando por uma das alamedas do parque, ouvi vindo de algum lugar, um violão sendo tocado. Assim que viro em uma esquina, o vejo de costas pra mim, com o pé sobre o banco, cantando e tocando “Yesterday”. Aquela camisa preta que ele usava, junto com o jeans justo e desbotado, deixavam meu Tom milhões de vezes mais gostoso. Ele terminou a música, e começou a se virar pro lado onde eu estava, paralisado pelo sentido do que ele cantava. Não sei como um cara na idade dele podia lembrar essas músicas, e cantá-las com tanto sentimento. Antes que fosse visto, me escondi atrás das árvores e, felizmente não fui visto. Aliás, por pouco não fui visto.
Ele caminhava em direção a saída do parque, e eu não me agüentando de curiosidade, o segui.
Andamos até um ponto de ônibus, onde ele pegou um que fosse na direção da “Roial Academy of Music”. Peguei o primeiro táxi que passou livre, e mandei seguir o ônibus por onde ele fosse. Algo que o motorista estranhou, mais tenho certeza que adorou.
Depois de alguns minutos, vi que Tom havia descido do ônibus, exatamente onde eu havia imaginado. Mandei o motorista do táxi parar mais a frente, jogando minha única nota de cem libras sobre o banco.
Desci do carro em tempo de ver Tom entrando na universidade com uma sacola de papel. O conhecendo bem, e sabendo da atual situação, só poderia ser uma única coisa: ele estava entrando na universidade com bebidas escondido. Só havia uma única pergunta a ser respondida: o que ele faria entrando àquela hora na “Roial Academy of Music”? Não esperei muito tempo, e entrei logo depois, bem em tempo de ver que ele saía da secretaria com uma chave nas mãos, seguindo por um corredor. Fui obrigado um a correr um pouco pra alcançá-lo, antes da curva, pra não me perder. Já disse como é difícil correr sem fazer barulho? Sim, é muito difícil correr sem fazer barulho.
Ele foi até a última porta, destrancando-a, e entrando meio desajeitado, com uma pressa que eu não entendi o motivo. Novamente corri sem fazer barulho, e ao chegar perto da porta, entendi o porquê da pressa. Ele chorava feito uma criança perdida da mãe no shopping. Meu coração que já estava partido desde o que eu fiz hoje de manhã terminou de estilhaçar. Ele chorava, e dizia baixo:
_ Danny, por que Danny. Por que eu tinha que gostar? Por que eu não fingi que não lembrava de nada de ontem? Ai Danny! Tá doendo!
Minhas lágrimas silenciosas de dor, amor, e raiva de mim mesmo desciam como as dele. Como quem se agarra a um pedaço de isopor em um naufrágio, ele se agarrou a uma garrafa de tequila. Ok, exagerei, admito. Virando praticamente metade de uma vez só, ele senta-se ao piano, e começa uma melodia que eu nunca havia ouvido. Aliás, eu não sabia que ele tocava piano. Tirando de dentro da case do violão uma pasta, a colocou sobre o apoio de partituras, com uma aberta. Com um certo contorcionismo meu, consegui ler o título: “Point of View”.
Notei que era uma melodia nova, e muito triste, algo que cabia muito bem com o momento.
À medida que o tempo passava, e as execuções repetidas, e com algumas mudanças, e com a garrafa agora vazia, eu já sabia de cor a letra, e decidi uma coisa: Eu quero Tomas Fletcher pra mim! Após isso, decidi que era hora de me fazer notar
Entrei discretamente na sala, e tomei o resto da tequila que ele havia deixado na garrafa.
Mais uma vez ele recomeçou a música. Dessa vez, com tudo perfeito. Fechando os olhos, ele murmurou:
_ Daniel Jhones, por que você não está aqui comigo
Como resposta, simplesmente comecei a cantar a letra que eu ia na outra página que eu não conseguia ler do meu antigo esconderijo. Como resposta ao que eu cantava, lágrimas novamente desciam das duas fontes de mel que eram seus olhos. Com um longo suspiro, ele disse:
_ Tô ficando louco. Até ouvindo a voz dele eu tô.
Ignorando o próprio comentário, ele começou a cantar o refrão. Fui me aproximando lentamente, até estar atrás dele, e o pegando no colo, e saindo pela porta e pela universidade a fora.
Assim que cheguei à rua, coincidentemente, o mesmo taxista que havia me levado, estava deixando um passageiro, e nós logo ocupamos o lugar dele.
_ Pro Intercontinental Hotel.
Nós não falamos nada a viagem toda, Tom foi dormindo em meu peito, e eu o acarinhando até chegarmos ao destino. Dessa vez, fiz o motorista descontar das minhas cem libras. Ele não gostou muito não viu... mas... foda-se ele!
Entramos no quarto, e as palavras tornaram-se inúteis. Simplesmente tirei nossas roupas, e nos joguei na cama.
Antes de transarmos de verdade, precisaríamos conversar, e muito. Mas, aquela não era a hora de nada disso. Nós dois precisávamos de descanso e paz.