DE FÉRIAS COM O VIZINHO GOSTOSO

   Antes de abrir os olhos eu senti a luz do sol em meu rosto. Um frio leve cobria meu corpo, meus pelos arrepiados, me faziam sentir a rigidez de meus músculos.

   Abro os olhos e vejo o clarão da manhã, entrando pelas janelas enormes de vidro. Lá fora as arvores se agitavam com a ventania, que não entrava no quarto.

   Sei que estou nu, mas não me incomodo. Me viro para o lado da janela, e vejo Angelo deitado de bruços. Seus braços embaixo dos travesseiros.

O tom de sua pele era sempre algo me deixava sem fôlego. Era um dourado leve, brilhando a luz do sol. Seus pelos mais claros, com a iluminação, combinavam perfeitamente com as definições musculares do seu corpo.

As paredes brancas, os lençóis brancos, os travesseiros de brancos; tudo de seda. Aquela cama enorme, num quarto muito limpo e arrumado. Estava em um sonho.

Estico o braço e passo a ponta do dedo, no meio das costas de Angelo. Indo da base da nuca, até o rego. Lento e metódico. Passeia a palma da mão em sua bunda; sentindo o tom acetinado de sua pele.

Angelo se vira, e me olha. Seus olhar cheio de sono e preguiça; mesmo assim ele se estica e me dá um selinho doce. Ficamos quietos um bom tempo, nos olhando. Eu até podia me ver, no azul-claro dos seus olhos.

Angelo passa a mão na minha bariga, e eu me viro de barriga para cima. Ele se aproxima mais de mim e me beija mais uma vez. Vários selinhos rápidos depois, e eu já estava sem fôlego.

Ele passa a língua na minha boca, me olhando, esperando, lambendo de novo. O relógio toca o alarme com uma rádio, tocando DEBORAH BLANDO INNONCENCE. Ele lambe meus lábios de novo, sua mão rastreando minha púbis.

Coloquei a língua timidamente para fora, e ele a lambeu, depois passou sua língua na minha; repetindo, repetindo, e me sufocando de desejo. Angelo enfia a língua na minha boca, e começa a dançar com a minha.

Eu abraço seu corpo para perto de mim. Sua perna em cima da minha, sua ereção tocando minha coxa. Seus cabelos já grandes, coçavam meu rosto; um mar dourado de luz solar.

Ele sorri para mim, doce e inocente, como eu o conheci, e desliza o rosto pelo o meu; para na minha orelha e roça a barba, arrancando risos de mim; ele a beija; passa a mão por baixo de mim, e me devolve o abraço, com mais paixão ainda.

Exploro seu corpo com a ponta dos dedos, só por que posso; ele é meu, e gostava disso. Ele levanta o rosto e me olha, feliz que só; me dando um longo beijo de novela; acariciando meu rosto com as costas da mão.

- Eu ti amo Hugo!
- Eu também!
- Convencido!- e me da um beliscão na cintura.
- Eu tenho tanto medo de ti perder Angelo.
- Eu também! Afinal! aonde vai achar um loiro tão gostoso assim?- e se olhou, dando uma reboladinha na minha cintura. Eu fiz de levantar, mas ele me puxou de volta.- Para onde vai?
- Vou ver se acho sua humildade ainda, antes que o vento á leve!

ele me apertou na cama, e ficamos rolando de um lado para o outro. A rádio nos embalava. ele segura minha nuca, me puxa para um de seus beijos de dominação.

Batem na porta, e dizem em castelhano que o café só duraria mais meia hora. Angelo colocou uma cueca box cinza, calça jeans, camisa de manga longa vinho. Eu coloquei uma calça de sarja creme, camisa preta de botão; e calçamos os tênis.

Estávamos em Punta Colorada, balneário Uruguaio. Duas tias, e um tio dele, moravam na cidade, e tinham uma boa vida, nos chamaram para passar alguns dias de férias.

Suas tias fizeram questão que eu fosse. Nós fomos o assunto da família por um bom tempo. Seu tio; que morava com elas; era gay; e elas ficaram realmente indignadas, com o que os pais de Angelo fizeram com ele.

Seus tios Uruguaios, pagaram a mudança de Angelo, para o Espirito Santo; onde ia fazer Faculdade de Engenharia. O fato de ele ter passado, foi motivo de orgulho e lagrimas. Até da mãe dele, foi no muquifo, só para o abraçar, e parabeniza-lo; depois que ela saiu ele chorou bicas.

Eu me sentia tão chateado com isso dele estar separado dos pais por causa de mim, mas ele sempre me dizia que não tinha nada a ver. Mas ele agora era praticamente só.

Eu tinha passado para a federal de Campos dos Goytacazes. Ficaríamos perto um do outro. Angelo queria deixar tudo, e ir morar comigo, mas eu não pude deixar ele fazer isso. E até meu pai falou com ele, dizendo que nós eramos novos demais, para deixar o futuro de lado.

Depois de muita conversa resolvemos tudo. Agora estávamos de férias. Chegamos na cozinha, com Angelo fazendo questão de me abraçar, e beijar meu rosto.

Tomamos chá; já que não tomamos café, e fomos para a praia. Angelo tirou a bermuda; e só de sunga; ficou mais indecente, que as magrelas europeias, que faziam topless ali.

Ficamos na água por um bom tempo. Era estranho e muito legal, nós ficarmos juntos, ali, e ninguém se importar. Nos beijávamos, e abraçávamos, e fazíamos carinho um no outro. Na areia o sol marcava nossos corpos; alguns garotos nos chamaram para jogar fresco ball.

Angelo falando castelhano era muita sacanagem. ele era muito mais sedutor assim; eu nem sabia que ele falava, até chegarmos, e ele sair dando uma de Almodova.

Brincamos e conversamos com os caras, até 5 horas. Fomos para casa e tomamos um banho juntos. Encontramos com eles, num chalé onde comemos Fuondie. Mas deu merda, pois um cara disse para mim, que Angelo era muito bonito para mim. Eu não tinha entendido, mas Angelo ouviu e ficou puto, e os dois discutiram aos gritos. Eu segurei Angelo, todo assustado; mas inclivelmente, eles terminaram rindo, e o cara veio me abraçar, e falou um monte de coisas, rindo e apontado para Angelo. Eu não entendi nada.

Andamos pelas ruas, aproveitando a brisa que vinha do mar. Angelo me abraçava protetor. Nós conversamos sob a na beira do dique com a lua iluminando o sol.

- Você acredita no aconteceu com a gente Hugo?
- As vezes não!
- É difícil mesmo. Eu não consigo pensar em minha vida longe de você. Me desculpa por ser babaca, deixando você pensar que era o culpado. Eu sou feliz por sentir o que sinto, e ser você essa pessoa.
- Faz algum tempo que percebo,que você amadureceu muito, espero que isso não ti deixe uma marca dolorosa.
- Para de palhaçada! somos homens e estamos acostumados as durezas da vida. Temos de nos acostumar. Já pensou em como eu tive sorte de ter conhecido o amor.
- Me desculpe! eu não sou tão inteligente quanto você. Eu dei molhe para meu irmão. O que você vai pensar de mim, depois disso? Eu sei que você só fez o que fez, por causa de mim.
- Ah! não seja dramático! somo jovens ainda, e fazemos merda. Eu só fiquei de boa, por que sabia que você já era meu. Se você quiser ficar com outro caras, eu não me importa, mas você tem que ser meu. Não vou me enganar. Somos homens, e as vezes é melhor acalmar o desejo, a deixar ele nos destruir.
- Não tem medo? eu teria! Se nos apaixonarmos por outra pessoa nesse processo?
- A vida não dá garantias. Então não exija o que não pode ter.
- Cara! você cresceu mesmo!
- Você nem viu na calça ainda!
Rimos abraçados e voltamos para a casa de seus tios.

Gente! sei que não é propriamente erótico. Escrevi mais, para as pessoas que nos acompanham, e sabem como nosso envolvimento cresceu. Mesmo assim obrigado a todos que entenderam, o quanto somos, e eramos, jovens; e tudo isso foi intenso e difícil de digerir. Foi muita mudança em pouco tempo. Até o próximo...