Meus pensamentos ainda estão nele. Na forma que ele me olhou. Na forma como o meu corpo estranhamente reagiu a isso. Eu não sei o que se passou comigo naquela hora, só sei que eu nunca senti aquelas sensações antes. Tenho que tirar esses pensamentos loucos da minha cabeça, pois por enquanto ele é o meu chefe. E eu farei o possível pra que seja por muito tempo. Agora eu entendo do que as tias dele falavam lá na casa da Camila. Ele realmente é muito ranzinza e grosseiro. Já vi que realmente gosta de tudo na hora e do jeitinho dele. Estou vendo que vou ter um pouquinho de dificuldades com ele. Resolvo deixar esses pensamentos de lado e fazer o meu trabalho. A Zeiva me disse que quanto mais na minha eu ficar, mais chances eu tenho de conseguir esse trabalho definitivamente. Ela passou a tarde toda me mostrando onde fica cada coisa que irei precisar, me mostrou como ele gosta que arrume o quarto dele. Sim, até pra isso ele tem frescura. Por volta das sete horas da noite ela estava arrumada para ir embora e um medo começou a se apossar de mim. - Mas você já vai? Eu pensei que ia ficar aqui hoje. – digo insegura de ficar sozinha, não me sinto tão preparada. Na verdade eu estava era com medo de passar a noite nessa casa, sozinha com esse homem. - Sim minha querida. Mas pode ficar tranquila, tenho certeza que você vai ficar bem. Você entendeu tudo o que eu te disse para fazer, não entendeu? - Sim. - Então, fica tranquila, não vai acontecer nada. É só você ficar na sua, só falar com ele quando realmente for preciso. Pois quando ele quer pode ser bastante grosseiro. - Entendi. - Então. – ela pega sua bolsa e coloca no ombro – Eu vou indo. - E que horas ele chega? Eu preciso saber pra fazer o jantar. - Pode ficar tranquila que se ele vier para jantar em casa hoje ele vai ligar. Se ele não ligar, nem precisa fazer nada, pois ele não vem. - Entendi. - Então eu vou indo. A gente se ver amanhã. Saí da cozinha e me deixa ali, naquela casa enorme sozinha. Não é possível uma pessoa conseguir morar numa casa tão grande assim sozinho. Será que ele não se sente só, aqui? Eu me sentiria. Eu não me vejo mais morando sem minha mãe e meu filho. Ainda mais ele que não tem namorada, isso quem me disse foi a Zeiva. Não que eu tenha perguntado... Na verdade eu perguntei sim. Mas não que eu estivesse interessada em saber. Só fiquei mesmo bastante intrigada em saber que ele vive aqui sozinho. Deixo esses pensamentos, que não vão me levar à lugar nenhum, de lado. E vou para o quartinho ligar para a minha mãe. Entro, mas deixo a porta entreaberta para caso o telefone tocar dentro da casa, eu escutar. Disco o numero da minha casa e no quarto toque ela atende. - Alô. - Oi mãe. - Oi minha filha, como estão as coisas ai? - Bem, mãe, o homem é todo sistemático, parece até ser um pouco louco. Minha mãe solta uma pequena gargalhada do outro lado e diz. - Com o tempo você se acostuma minha querida. - Eu espero que sim... Mas e o meu filho, cadê ele? - Iiih o Gustavo está dormindo. - Mas já mãe? Está muito cedo. – digo um pouco triste, pois eu tinha esperanças de conseguir falar com ele antes de dormir. - Pois é, ele chegou da creche super cansado, filha. A Helen disse que brincou o dia inteiro. Você acredita que ele nem chorou? - Sério, mãe? - Sim, ai ele chegou dei um banho nele, a comida e acabou dormindo. - Poxa que pena, eu queria falar com ele. – digo decepcionada. - Tudo bem, filha, amanhã assim que ele chegar, eu te ligo. Começo a ouvir o telefone de casa tocar e saio correndo de dentro do quartinho antes que ele desligue. - Mãe, tenho que desligar agora. Amanhã a gente se fala, da um beijo no Gus pra mim. – falo tudo muito rápido já pegando o outro telefone na mão. - Tá bom filha, se cuida. Desligo o celular e rapidamente atendo o telefone da casa. - Alô. – digo ofegante. - Estou indo jantar em casa. – aquela voz, meu Deus, consegue ser ainda mais grossa pelo telefone. - Si-sim senhor. – digo ofegante. Quando penso que ele me responderia de volta, ele desliga o telefone na minha cara. Grosso, idiota. Ainda bem que ele não pode ler os meus pensamentos, se não eu acho que já seria despedida hoje mesmo. Volto para a cozinha e começo a fazer o jantar. O que foi bem mais rápido, pois resolvi fazer uma coisa bem prática em cima do que ele gosta de comer. Por volta das 20h30min ele chega e dou graças a Deus de ter terminado de fazer a comida justa naquela hora. Começo a colocar a mesa e fico o esperando aparecer na cozinha para jantar. Meia hora depois isso acontece. E caramba! Porque ele tem que ser tão lindo? Ele vestia uma calça de moletom, APENAS. Sim, apenas isso. Seus cabelos estão molhados pelo banho recente. Seu cheiro exala em toda a cozinha, e que cheiro maravilhoso. Meu deus o que está acontecendo comigo? Eu nunca fui assim. Na verdade depois do que aconteceu comigo há três anos, eu nunca mais consegui me interessar ou sentir uma atração forte por homem nenhum. Não que eu esteja interessada no Senhor Rodrigo, mas é que eu nunca senti essas coisas estranhas e... - Vai ficar ai me olhando ou vai me servir? – diz grosseiro me fazendo despertar dos meus pensamentos. Envergonho-me na hora. Sério que eu estava o encarando esse tempo todo? Se eu pudesse enfiava minha cabeça pelo ralo da pia e sumia. Abaixo minha cabeça com vergonha de olha-lo novamente. - Desculpe-me. Vou até a mesa, pego o seu prato e começo a servi-lo, ainda muito envergonhada do episodio ocorrido. Deposito novamente o seu prato a sua frente e ele começa a comer. Agora não sei o que fazer. Não sei se fico aqui na frente dele até que ele acabe de comer. Vai que ele queira que eu limpe a sua boquinha também, já que não pode nem fazer o próprio prato. Resolvo ficar quieta num canto próximo a pia. Eu tento, juro que tento manter meus olhos longe dele, mas não consigo. O seu físico bem trabalhado me chama a atenção. Eu devo estar com uma cara de idiota ridícula olhando para ele desse jeito. Merda! Eu espero que ele não tenha percebido que eu estou o encarando. Não quero que ele pense que eu quero algo com ele, ou que eu estou o cobiçando, pois não é isso. É só que... Realmente me chama atenção...Ele me chama atenção. Assim que ele acaba de comer, se levanta e com o seu prato em mãos, vem andando na minha direção como um predador. Seus olhos estão firmemente grudados aos meus. Começo a ficar nervosa, o jeito intimidante que ele me olha me faz arrepiar, a sua imponência... Meu Deus. Ele chega na minha frente, encosta o seu corpo levemente ao meu. Rapidamente arregalo os meus olhos e o meu coração começa a acelerar. Ele passa o prato por trás do meu corpo e o coloca dentro da pia. Passa suas mãos lentamente pela minha cintura, não as deixando muito tempo ali, leva a sua boca para o meu ouvido e diz. - Muito gostosa. – sua voz grossa ao pé do meu ouvido, me fez arrepiar por inteira. E eu estou odiando isso. - Aãn? – é a única coisa que sai da minha boca. Ele passa a me olhar e se afasta de mim. - A comida... Estava muito gostosa. Engulo seco. Minha respiração está acelerada e eu não sei o motivo. Na verdade eu sei sim, é esse homem aqui na minha frente. - O-obrigada. Ele sai da cozinha me deixando ali, ainda sem saber o que fazer. Eu não entendo como ele consegue fazer isso comigo. Como consegue fazer com que o meu corpo reaja desse jeito, eu não entendo. Resolvo espantar esses pensamentos e essas sensações e fui arrumar a mesa. Acabei até perdendo até a fome depois dessa. Depois de a cozinha estar arrumada, eu não o vi mais. Não sabia se poderia ir para o meu quarto, ou ele precisaria de mim novamente. Depois de muito pensar se deveria ou não, vou em direção ao seu quarto, mas antes que eu possa subir as escadas, da sala mesmo, consigo ver as luzes da academia acesa. Vou até lá e assim que chego na porta vejo-o sentado num aparelho, que eu não faço a mínima ideia do nome, puxando alguns pesos. Está lindo, o seu suor escorrendo pelo seu rosto e barriga e... Meu deus eu estou enlouquecendo só pode, ele é o meu chefe. - O que você quer? – diz soltando o ferro que puxava com os pesos, fazendo um barulho estrondoso em toda a academia. O que me fez pular de susto. - É... Eu – ele se levanta e pega uma toalha se secando. logo em seguida bebendo um liquido da garrafinha. - Você o quê? – pergunta parecendo estar sem paciência. - O senhor vai precisar de mim ainda, ou eu já posso me recolher? Ele me olha por inteira novamente e para um tempo olhando para a minha boca. Meu deus, por que ele faz isso? - Pode ir. – diz e rapidamente volta para o seu aparelho, voltando a fazer as suas series. Saio rapidamente daquela academia e vou para o meu quarto, sem jantar mesmo. A única coisa que eu quero é descansar, tomar um banho e vê se esses pensamentos e essas sensações loucas passe. [...] Acordo com o som irritante do despertador. A minha vontade era de joga-lo na parede e depois voltar a dormir. Só que ai, me lembrei de que não estava na minha casa, e sim no trabalho. Forço-me a levantar, me arrasto até o banheiro tomo um banho rápido e coloco o meu uniforme, prendo meu cabelo no alto em um rabo de cavalo, coloco a sapatilha e saio. Ainda está amanhecendo, o que me deixa ainda mais mal humorada. Eu odeio acordar cedo. Entro na cozinha e começo a preparar o café da manhã dele, me atrevo a fazer um bolo. A Zeiva me disse que ele adora bolo de laranja com calda de chocolate. Olhei as horas no relógio na cozinha e vi que daria tempo de fazer o bolo antes de ele sair para a delegacia. Quando vi que o bolo estava quase assado comecei a fazer a calda de chocolate. Depois do bolo pronto, arrumo a mesa colocando-o no centro dela, assim como o café e outras variedades para que ele pudesse escolher o que gostaria de comer. 06h30min em ponto ele aparece na cozinha com o seu uniforme, que é uma calça jeans escura e uma blusa preta com o símbolo da Policia Federal desenhado em um brasão do lado esquerdo e nas costas da blusa pude ver que estava escrito “delegado”. Eu estava terminando de arrumar a mês quando ele chegou. E assim que viu, pareceu um pouco surpreso ao olhar a mesa posta daquele jeito, mas não diz nada. Apenas se senta e muito diferente de ontem, começa a se servir. Sim, sem nenhum “Bom dia Sophia, como está?“ Não sei como ainda espero algum gesto de gentileza dele. - Bom dia, Senhor. – me atrevo a dizer. Ainda me encontrava parada ao seu lado, um pouco próxima. - Bom dia. – responde seco. Saio de perto dele e me posiciono perto da pia. Já virou costume sempre ficar ali parada. O vejo pegando a faca, ele corta um pedaço do bolo colocando-o no prato a sua frente. O mesmo ele faz com o café, o colocando-o em sua xicara. Observo cada movimento que ele faz levando o pedaço de bolo até a boca e fico na esperança de que ele diga algo, se gostou ou não, mas ele nada disse. Nem mesmo pude notar nada em sua expressão que continua a mesma. Carrancudo, mas lindo. “Sophia para com isso!” Grita o meu subconsciente. Sou despertada dos meus pensamentos pela sua voz. - Foi você mesma quem fez? - diz se referindo ao bolo. - Si-sim senhor. – eu tenho que parar urgentemente com essa coisa de ficar gaguejando toda vez que falo com ele. ISSO É RIDICULO! Ele não diz nada. Nem um elogio, nem nada. Corta mais um pedaço de bolo levando ao seu prato novamente. Bom, eu acho que isso é um bom sinal. Assim que ele termina de comer me atrevo a perguntar. - O senhor gostou do bolo? Ele levanta a cabeça e me olha sem expressão nenhuma, se levanta e se põe a minha frente ficando em uma distancia considerável de mim. Estranhamente meu corpo começou a tremer levemente. Eu já disse que odeio isso? Não? Pois eu odeio! - Você sabe que está aqui em fase de teste ainda, não sabe? – diz sério. - Sim senhor. – o seu perfume é tão bom... - Eu não sei se minha mãe deixou isso claro pra você. Mas eu odeio quando as pessoas tentam invadir minha privacidade, odeio quando fazem as coisas sem o meu consentimento. - Sim Senhor Rodrigo, ela me disse. – droga, será que eu já fiz algo de errado? - Senhor, eu fiz algo de errado? - Você ficará aqui por um mês em período de experiência, se eu achar você apta pra trabalhar pra mim você continua. – mais uma vez ele não respondeu minha pergunta. – Caso contrário, te mando embora. Mas pode ficar tranquila que se esse for o caso você vai receber cada centavo pelos dias que trabalhou, agora se eu te considerar apta para trabalhar comigo eu irei fazer tudo conforme a lei manda, assinarei sua carteira e lhe darei todos os benefícios... Mas isso só depende de você. Diz e sai me deixando sozinha ali naquela cozinha, eu não entendo qual é a desse homem. O porquê de ele ser tão fechado, grosseiro, tão na dele. Mas droga! Eu também não estou aqui pra tentar entende-lo, estou aqui pra trabalhar e vou fazer de tudo para que eu consiga esse emprego de vez.
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