Meu Delegado - Capítulo 5

Rodrigo
Um mês... Um mês com aquela tentação dentro da minha casa. Eu já não sabia o que fazer
pra não fode-la. Porque sim, essa é a vontade que eu tenho todas as vezes que eu olho para
aquela boquinha perfeita dela. Para aqueles olhos negros. Toda vez que a vejo sorrindo
sozinha pelos cantos da casa... E que sorriso.
Porra eu tenho que parar com isso!
Como se passou um mês eu tenho que dizer o meu veredito pra ela. Já que eu tinha
prometido que depois de um mês de teste lá em casa, eu ia decidir se a contratava ou não. E
porra eu queria muito, muito mesmo que ela tivesse feito algo de errado para eu manda-la
embora. Mas ai não, pra me foder mais ainda ela é uma excelente empregada. Faz tudo no
tempo certo, respeita o meu espaço. Faz um bolo de laranja maravilhoso... Qual é?! Posso
fazer o que se amo bolo de laranja com calda de chocolate, e ela sabe fazer um como
ninguém? Mas claro que eu não disse isso pra ela. E nem vou dizer. Mas vai ser difícil, muito
difícil ficar com essa mulher dentro da minha casa o tempo todo, vai ser difícil olha-la e não
poder toca-la, não poder foder do meu jeito. O jeito Rodrigo Albuquerque de foder uma
mulher.
Eu sei o que estão pensando. Que eu posso muito bem demiti-la e pronto.
Mas eu também não quero ser injusto, eu prometi pra minha mãe que daria uma chance pra
ela e que se ela fosse boa eu a contrataria.
E ela realmente é muito boa... Ótima... Maravilhosa. Em todos os sentidos.
Nem eu estou me reconhecendo mais. Eu não sou assim. Não costumo me importar com os
problemas alheios, os que acontecem fora do meu trabalho, obviamente. Mas ela é diferente.
Não sei explicar, mas a Sophia é diferente. Isso se vê pela forma com que ela fala com as
pessoas, ela cativa. Agora eu entendo porque minha mãe gostou tanto dela assim que a viu.
Parece que mesmo com os problemas que tem, ela procura sempre dar a volta por cima.
A Camila me contou um pouco sobre ela, admito que quando descobri que ela mora na
Rocinha não gostei nem um pouco da informação. Porra eu sou um delegado, não posso ter
uma moradora de favela dentro da minha casa. E não é simplesmente pelo fato dela morar
lá, eu sei que a grande maioria são pessoas honestas. Mas nunca se sabe quem é a “fruta
podre” da árvore. Eu não sabia se ela poderia estar aqui a mando de alguém, não sei, porém,
a Camila me garantiu que ela era uma ótima pessoa e que não tinha envolvimento nenhum
com os bandidos da favela. Por mais que eu saiba que minha prima não se envolveria com
gente assim, eu obviamente fiz a minha investigação. E realmente ela não tem nenhum
envolvimento com o trafico, o que me deixou mais aliviado, mas mesmo assim eu fico ligado,
nós nunca sabemos do que as pessoas são capazes de fazer. Vai que ela está enganando a
todos.
A Mila também me contou dos problemas financeiros que ela e a mãe estavam passando, e
que a mãe estava impossibilitada de trabalhar. Quando percebi já estava perguntando até
sobre o pai do filho dela. Achei estranho o fato da Camila não querer me contar nada a
respeito do mesmo. Mas também não insisti. Não me dizia respeito. Mas que eu fiquei com
uma pulga atrás da orelha, eu fiquei.
Eu realmente não sei por que fico tão preocupado com tudo que diz respeito a essa mulher.
Eu nunca fui assim.
O que ela está fazendo comigo?
Porra!
Olho no meu relógio de pulso e vejo que já está quase acabando o meu plantão. Eu preciso
relaxar e já sei o que fazer.
Pego o meu celular e ligo para a Lívia, que prontamente atende.
- Boa noite, Mestre.
- Está livre hoje, Lívia?
- Para o senhor sempre, Mestre.
Sempre muito obediente, uma ótima submissa.
- Me encontre daqui á uma hora no clube.
- Sim senhor.
- Quero que me espere na minha suíte, do jeito que eu gosto, você já sabe qual é.
- Sim senhor.
- Pegue a chave da suíte na recepção. E já sabe, sem atrasos.
- Pode deixar senhor, estarei lá.
Desligo o celular e volto a minha atenção para os papeis a minha frente.
Tenho que arrumar um jeito de tirar a Sophia da minha cabeça. E foder alguém é um ótimo
jeito.
Perco-me no tempo e vejo que já deu a minha hora, quando o delegado do próximo plantão
entra na sala.
- E ai cara, ainda está por aqui? – diz Bernardo um velho amigo meu ainda da época da
faculdade.
- Fala ai Bernardo. – levanto e o cumprimento. – Acabei perdendo o tempo aqui com esses
casos.
- Como está indo a investigação do caso do Hernandes? – diz se sentando na cadeira a minha
frente.
- Falta pouco pra conseguimos colocar as mãos nele. Bem pouco...
- É, eles são espertos, mas nós somos bem mais. – junto os papeis em cima da mesa e coloco
dentro da pasta.
– Já que você já chegou para assumir seu posto, eu estou indo.
- Tchau cara.
Saio da delegacia e vou em direção a minha casa, tenho que tomar um banho primeiro.
Coloco o carro na garagem e entro pela cozinha... E porra! Isso já é tentação.
Encontro a Sophia com o seu corpo totalmente esticado tentando pegar alguma coisa dentro
do armário em cima dela. Não seria problema nenhum se a porra do seu vertido do uniforme
não estivesse mostrando claramente suas belas pernas roliças e por pouco não mostra sua
bunda. Acho que se ela levantasse mais um pouquinho mostraria.
Fiquei extasiado e excitado com aquela cena. Não sei o porquê, vejo mulheres
completamente nuas na minha frente quase todos os dias e nem por isso fico excitado assim
tão rapidamente.
Balando a cabeça pra espantar esses pensamentos. Levo a pasta com os documentos a minha
frente na tentativa de tampar a minha crescente ereção.
- Sophia o que está fazendo? – eu mesmo me surpreendo com o tom da minha voz que saiu
mais grave e rouca que o normal.
Ela rapidamente se vira abaixando o seu vestido, e mesmo sendo negra pude ver seu rosto
levemente avermelhado o que a deixava ainda mais linda.
Porra.
- O-oi senhor.
- O que você estava fazendo? – pergunta novamente tentando inutilmente tirar meus olhos
de suas lindas pernas.
- Eu.. É que.. Eu estava tentando pegar a vasilha ali. – ela aponta para cima, mas não me dou
o trabalho de olhar. – Só que é muito alto.
- E por que não subiu em cima de uma cadeira já que não estava alcançando?
“Assim me poupava uma ereção por tentar imaginar o quão perfeito deve ser sua bunda por
baixo desse pano.”
Como se eu já não imaginasse isso... Mas agora com a cena que acabei de presenciar e pelo
fato de eu não vê-la por completo, minha mente começa a imaginar várias coisas... E porra!
Isso está dificultando mais ainda as coisas aqui embaixo.
- Eu não pensei nisso, senhor.
Se ela soubesse o quanto me excita quando me chama de senhor...
Se eu fechar os olhos já consigo até vê-la como minha submissa.
Porra, porra. Para de pensar essas coisas, Rodrigo.
- O que você quer? Eu pego pra você.
- Aquela ali. – apontou para uma vasilha de vidro dentro do armário.
Sem tirar a pasta da minha frente, vou até lá, pego a vasilha e a entrego em seguida.
- Já posso servir o jantar? – diz me olhando um pouco envergonhada, segurando a vasilha
com força em suas mãos próximas ao peito. Ela parecia ansiosa para a minha resposta. Vejo-a
passar a língua de leve sobre os lábios, os umedecendo. Nessa hora eu me vi perdendo
totalmente o controle.
Eu preciso sair daqui.
- Eu não vou jantar. Na verdade eu já estou saindo. – digo e dou as costas pra ela para sair da
cozinha o mais rápido possível. Mas ai, eu me lembro de algo, porém, não ouso olhá-la
novamente, e de costas mesmo eu digo.
- Ah! E providencie os seus documentos pra a sua contratação. Irei assinar sua carteira. –não
espero para ouvir o que ela iria falar e saio rapidamente da cozinha.
O que me deixa com mais raiva é que parece que ela faz essas coisas para me deixar louco,
mas sequer perceber. Isso é o que me deixa mais puto. O fato de ela me deixar louco e
fascinado sem intensão.
Entro no meu quarto já retirando a minhas roupas e as jogando pelo chão. Entro no box e
ligo o chuveiro no frio.
Recuso-me a me masturbar pensando nela, me recuso. O meu pau está duro igual uma pedra.
Porra, como ela faz isso? Que droga. Começo a pensar em coisas broxantes.
Minha mãe transando, Minha mãe transando...
Meu pau murchou na hora e agradeci a Deus por isso.
Depois de um banho não muito demorado, eu saio do banheiro e coloco uma roupa
qualquer. Pego minha arma colocando na cintura, as chaves do carro e saio de casa. Dessa vez
pela sala, não quero correr o risco de vê-la de novo, não sei se conseguiria me segurar dessa
vez. Trinta minutos depois chego ao “Prazer Clube” estava atrasado, mas foda-se não me
importo, quem está pagando sou eu.
Entro no clube, vou direto para o andar dos quartos e destranco a minha suíte.Como uma
ótima submissa que é, encontro a Lívia ajoelhada de frente para a porta com suas mãos sobre
os joelhos, sua cabeça baixa e o melhor. Nua. Entro e fecho a porta atrás de mim. Ela
continua na mesma posição, não mexeu musculo sequer.
- Olha pra mim. – ordeno.
Ela calmamente levanta o seu olhar. É possível ver a excitação no seu rosto, ela estava
completamente corada e pressionava forte suas coxas uma na outra.
- Pare. – digo pegando um chicote no armário ao lado.
Não preciso falar o que, ela já sabe do que estou falando.
- Desculpe-me mestre. – diz relaxando as pernas.
- Não me lembro de ter lhe dado permissão para falar. – bato de leve o chicote na minha
mão.
Ela nada diz. Mas vejo mais desejo ainda em seus olhos.
Pego-a pelos cabelos loiros, arrancando um gemido de dor dela. Levo-a até umas algemas
penduradas no teto e levanto os seus braços a algemando ali. Depois faço o mesmo com os
pés, só que com as algemas presas ao chão. Deixo-a totalmente aberta ali pra mim. Dou uma
volta olhando todo o seu corpo nu a minha frente. Vou até a cômoda e pego uma venda
colocando em seu rosto.
Começo a distribuir chibatadas em seu corpo, mas nada que a machuque, nenhum desses
instrumentos machuca. O máximo que causa é uma leve ardência. Eu não faço nada para
machuca-las, apenas para dar prazer, tanto pra elas, quanto pra mim.
Altos gemidos saiam de seus lábios. Ela tentava inutilmente juntar as pernas na procura de
algum alivio. Já podia ver sua excitação descendo pelas suas pernas. Levo minhas mãos até
sua intimidade e começo a masturba-la, o que a deixou ainda mais louca, ela já não mais
gemia, mas sim gritava. O som fino de sua voz começou a me incomodar. jogo o chicote no
chão e com a outra mão tampo sua boca. Acelerei os movimentos e já podia sentir suas
paredes apertando meus dedos. Não demorou muito e ela ejaculou na minha mão. Eu
simplesmente amava quando ela fazia aquilo.
Saio de trás dela e dou um tempo para que se recupere. Vou até a bancada, retiro minha
arma da cintura colocando-a sobre a mesma. Pego uma mordaça, volta até onde ela está e
coloco em sua boca. Retiro minha roupa e visto a camisinha.
Sem pedir permissão e sem aviso nenhum, entro com força dentro dela, fazendo-a se
sobressaltar e soltar um gemido abafado pela mordaça. Começo a estoca-la com rapidez. E
estava tudo indo bem, tudo indo perfeitamente bem. Até que aquela boca me vem á cabeça.
Aquelas pernas. Aquela bunda e porra! Sinto o meu pau ficando cada vez mais duro. Comecei
a estocá-la com ainda mais raiva, com ainda mais força e ainda mais fundo.
Como ela conseguia fazer isso comigo?
Eu não entendo.
- Sophia... – quando dou por mim gozo chamando o nome dela bem baixinho.
Porra eu não acredito que eu chamei o nome dela enquanto gozava dentro de outra.
Caralho.
Porra.
TODOS OS PALAVRÕES DO MUNDO!
Eu não estou acreditando no que eu acabei de fazer. Eu gozei dentro da Lívia chamando a
Sophia. O que essa mulher está fazendo comigo? Merda!
Perdi totalmente o tesão. Saio de dentro dela, jogo a camisinha fora, coloco minha boxer e a
calça, vou até a Lívia, que tem um olhar interrogativo em minha direção. Assim que a liberto
das algemas e tiro a mordaça de sua boca ela pergunta.
- Posso saber quem é Sophia e porque você estava pensando nela enquanto transava
comigo?
Diz sem medo nenhum. Eu podia ver raiva em seus olhos. A olho sem acreditar na sua
ousadia.
- Quem você pensa que é pra falar desse jeito comigo?! – me aproximo dela lentamente,
posso ver o seu olhar mudar de raiva para medo.
- Me-me desculpa, Mestre é que... que eu não gostei voc...
- Só o que me faltava agora. Eu não lhe devo satisfações. Afinal, você não faz de graça, eu
desembolso uma boa grana com você. Eu te pago pra foder e nada mais que isso.Esqueceuse?
- Nã-não Mestre. – se encole e sua voz sai tremula. Posso dizer que é por causa do choro que
ela está prestes a deixar cair.
- Então eu te chamo do jeito que eu quiser; Sophia; Maria; Joana... Porra! Só o que me faltava
agora, querer me dizer o jeito que eu tenho que te tratar. Daqui a pouco vai querer o que?
Fazer-me de submisso, é?
- Nã-não. Desculpe-me, Mestre. – ela já não conseguia mais impedir as lágrimas de cair.
- Se veste e vamos embora. – termino de colocar a minha blusa e ponho a arma na cintura.
Olho pra ela, que limpava suas lágrimas. Ela vai até um canto do quarto, pega o vestido
colocando-o rapidamente. A peço a chave da suíte, ela vai até a fechadura da porta na parte
de dentro, retira e me entrega. Saio do quarto e abro espaço pra que ela passasse. Assim ela
o faz de cabeça baixa. Fecho a porta e a tranco. Saio daquele corredor e me dirijo para o
segundo andar do clube, onde se localiza o bar. A Lívia já ia vindo atrás de mim, quando eu a
paro.
- Pode ir embora agora, eu quero ficar sozinho. E pode deixar, que mesmo não merecendo, o
dinheiro estará na sua conta amanhã mesmo.
Não espero uma resposta sua e me viro continuando o meu trajeto.
Entro no enorme bar do clube e me sento em um dos sofás mais afastado.
O “Prazer Clube” é dividido em três partes enormes, o primeiro andar é onde tem a recepção,
e assim que passa por ela se encontra um enorme clube, onde há várias mulheres com roupas
- se é que posso chamar aquilo que elas vestem de roupas - provocantes se insinuando em
postes de pole dance, shows de stripers também acontecem ali. E se o homem quiser ele
pode pagar pra passar a noite com aquelas mulheres. Nem todos que frequentam o “Prazer
Clube são dominadores. Apesar de ser um clube especificamente de submissão, há homens
que vem aqui apenas para uma transa normal. Ou para ser o submisso de uma dessas
mulheres.
No segundo andar é onde ficam os quartos. Aqui há cerca de trinta quartos, todos muito
luxuosos.
No terceiro andar fica o bar, aqui os caras vem apenas para beber, é totalmente diferente do
primeiro andar. Tem uma musica baixa e a luz também é bem pouca. Sofás e mesas são
espalhados pelo salão e assim como todos os outros espaços, o terceiro andar é bem
espaçoso. E no ultimo andar é onde ficam os escritórios dos donos do clube.
Saio dos meus devaneios com a garçonete a minha frente.
- Boa Noite senhor Rodrigo. Vai pedir o que essa noite? – diz com um sorriso no rosto.
- Duas dozes de Whisky.
Ela anota o meu pedido e logo sai, mas em questão de minutos ela volta com ele. Levo o
copo á boca e é inevitável não pensar na besteira que fiz há alguns minutos atrás. Porra eu
devo estar ficando louco, ou essa mulher tem algum tipo de poder... Isso! Macumba, essa
mulher deve ter jogado uma macumba muito braba pra cima de mim. Não é possível.
Nunca nenhuma mulher me deixou assim.
Estou chegando á conclusão de que terei que fode-l... Poorra! Não! Não, eu não posso fazer
isso. Que raiva! Mas uma coisa, que eu não sei se me conforta ou se me deixa ainda mais
maluco por tê-la é que, eu já percebi que ela também não é tão imune a mim assim. Muito
pelo contrário, eu vejo o jeito que ela me olha. Na forma que o corpo dela reage quando eu
chego perto. A vibração do seu corpo quando escuta a minha voz.
Eu sei que ela também me deseja.
Eu sei que sim. Mas isso não muda o fato de que não posso mudar e muito menos misturar
as coisas. Ela é minha empregada, eu não posso estragar tudo transando com ela.
Não posso!
[...]
Sophia
- Não, por favor! Não faça isso, por favor! – imploro deixando as lágrimas caírem livremente
pelo meu rosto.
Ele me jogou na parede o que faz com que eu soltasse um gemido alto de dor.
- Eu já disse que você é minha, Sophia e que a hora que eu quiser, eu vou te foder.- diz passando
suas mãos nojentas pelo meu corpo.
- Não! Me solta! Para! – já estava cansada de lutar contra ele.
- Huuum. – Cheira os meus cabelos. – Você sempre se fazendo de difícil, né Sophia e eu goto
disso.
Suas mãos agora descem para o meio das minhas pernas. Tento de qualquer jeito impedir que
ele me toque novamente. Mas sinto meu rosto esquentar de repente, o que me faz assustar.
Ele me bateu.
- Eu queria ser bonzinho com você, Sophia. – diz acariciando o meu rosto, onde segundos atrás
tinha dado um tapa. – Mas você não colabora, parece que você gosta quando eu te bato.
- Eu te imploro, por favor, não faz isso! – eu lutava com todas as minhas forças contra ele, mas
parece que nada adiantava.
- Shiiiiu! Vai ser gostoso, você vai ver. – toca minha intimidade, o que faz com que eu feche os
olhos em repulsa. – Vai dizer que você não gosta quando eu te preencho com o meu pau?
- NÃO! ME SOLTA! – fico ainda mais desesperada.
Eu não quero isso. De novo não.
Por que ele faz essas coisas comigo?
Eu não entendo! Ele tem a mulher que quiser no morro, mas ele sempre faz isso comigo.
Sempre quer me machucar.
Quando o vejo abaixando a sua calça, eu começo a me desesperar ainda mais. Eu estou sempre
tentada lutar contra isso até o ultimo segundo. Na esperança de que ele se arrependesse ou de
que alguém escute os meus gritos e venha ao meu socorro. Mas isso nunca acontece.
Ele sempre conseguia fazer o que queria fazer comigo... Ele sempre conseguia me machucar.
- NÃO DG! ME SOLTA! NÃO FAZ ISS, EU NÃO QUERO. – sinto ele me penetrar e junto com a dor,
as lágrimas descem ainda mais pelos meus olhos. – VOCÊ ESTÁ ME MACHUCANDO! PARA! POR
FAVOR!
-
-
-
-
-
-
- Sophia. – sinto mãos nos meus braços.
- ME SOLTA. – tento me desvencilhar do seu toque.
- Sophia acorda. – suas mãos agora passam pelo meu rosto.
- ME SOLTA! VOCÊ ESTÁ ME MACHUCANDO! EU NÃO QUERO. PARA COM ISSO, POR FAVOR!
- SOPHIA. – sinto ser sacudida e acordo em um pulo me sentando na cama. Meu corpo está
completamente suado. Meu rosto molhado pelas lágrimas que insistiam em cair sem parar e
o meu corpo tremia muito. Olho ao meu redor e vejo o Rodrigo sentado na minha cama de
frente pra mim com um olhar preocupado. As lágrimas ainda desciam pelos meus olhos,
soluços saiam de minha boca...
Será que ele nunca vai me deixar em paz?
Fazia tempo que eu não tinha esses pesadelos com ele e eu agradecia a Deus por isso. Era
sempre aterrorizante pra mim, ter esses pesadelos e me lembrar do momento horrível que
passei com ele. São cada vez piores. Cada vez mais reais.
- Ei, fica calma, foi só um pesadelo. – diz tentando me acalmar.
- Ma-mas... pa-pare-cia, tão re-real. – junto os meus joelhos os abraçando.
Ainda posso sentir os seus toques nojentos sobre a minha pele.
Que vontade de vomitar.
- Fica calma, Sophia. – supreendentemente ele se senta ao meu lado na cama e passa os seus
braços pelos meus ombros, me abraçando.
De inicio me esquivo um pouco do seu toque. Mas ele não deixa que eu me afaste e me
prende mais em seus braços.
- Foi só um pesadelo, fica calma. – sua voz sai suave na tentativa de me tranquilizar, eu
imagino. Uma de suas mãos agora acariciava o meu cabelo.
Um gesto que eu nunca esperaria vir do Rodrigo. Nunca! Mas eu estranhamente me senti
bem, muito bem ali nos braços dele. Eu nunca pensei que deixaria um homem me tocar
daquele jeito. Eu sei que não é nada demais. Mas depois do estupro eu passei a olhar os
homens com outros olhos. Eu sei que nem todos são como o DG, mas ele me deixou feridas
que serão difíceis de cicatrizar. E o Rodrigo é o primeiro homem o qual eu me sinto segura
perto. É o primeiro homem que não me dá medo quando encosta em mim. Eu não sei o que
ele tem. Mas de alguma forma ele me faz bem, mesmo com esse jeito estupido, grosseiro
dele... Ele me faz bem.
Quando dou por mim o meu choro já tinha cessado e a tremedeira também.
- Quem é DG? – me assusto com a sua pergunta.
Será que eu tinha dito alguma coisa?
Com certeza. Se não como que ele saberia sobre o DG?
Encolho-me mais em seus braços em vergonha. O que será que eu falei?
Será que...
- Desculpa. Eu sou um idiota mesmo. Não precisa dizer... Eu fiquei preocupado. Eu estava
entrando e escutei os seus gritos. Você gritava para um tal de DG parar que ele estava te
machucando. Eu pensei que tinha alguém aqui fazendo algo com você... –ele me aperta mais
em seus braços e a sensação de segurança aumenta. – Eu não pensei duas vezes e arrombei a
porta. Quando entrei você estava se debatendo na cama e grita...
- Para, por favor. – solto um soluço e me aperto mais em seus braços.
Cada palavra que saía de sua boca me fez relembrar tudo o que passei. Tudo o que senti...
- Desculpa.
Ficamos quietos por um tempo e quando eu estava quase dormindo novamente o ouço dizer.
- Eu não sei o que esse cara fez pra você ou com você, mas ele te deixou uma ferida muito
grande... Posso dizer até que éum pouco parecida com a minha. – diz a ultima parte bem
baixinha. Só fui capaz de escutar, pois sua boca estava próxima ao meu ouvido.
Ele deixa um beijo no topo da minha cabeça e se estica ao meu lado me fazendo deitar de vez
no seu peito, em momento nenhum retirou os seus braços ao redor do meu corpo. Aos
poucos fui perdendo os sentidos e adormeço em seus braços.
[...]
Rodrigo
Estaciono o carro na garagem, saio de dentro dele, ativo o alarme e vou em direção a casa.
Mas paro imediatamente, assim que escuto uns gritos vindos em direção do quarto da
Sophia. Aproximo-me mais e consigo escutar o que ela diz.
- NÃO! ME SOLTA.
Chego mais perto e tento abrir a porta, mas está trancada. A primeira coisa que me vem á
cabeça é que tem alguém ali dentro tentando fazer algo com ela.Mas descarto totalmente
essa hipótese, pois esse condomínio é muito seguro, os muros da minha casa são muito altos.
A não ser que ela tenha o deixado entrar.
Merda Sophia!
Saco a minha arma e a posiciono a minha frente. Ouço mais gritos, o que me faz ficar com
mais raiva de quem quer que seja que está lá dentro.
- NÃO DG! ME SOLTA. NÃO FAZ ISSO. EU NÃO QUERO! VOCÊ ESTÁ ME MACHUCANDO. PARA,
POR FAVOR!
Os gritos dela são desesperados, parecia que ela pedia para o tal cara parar, mas ao mesmo
temo tentava também pedir ajuda. Seu tom de voz está sofrido... Desesperado.
Não espero mais nenhum minuto sequer. Tomo uma pequena distância da porta e com
apenas um chute, ela se abre. Assim que entro, sinto o meu peito se apertar com a cena que
vejo.
Ela se encontra deitada na cama. Lágrimas caem freneticamente pelos seus olhos fechados.
Mesmo com o ar condicionado ligado, o seu corpo soa, ela se debate sobre cama na
esperança de tirar algo de perto de dela.
Abaixo a arma e coloco-a na minha cintura. Incomodado em ver toda a agonia, medo e raiva
que ela transmite, eu vou andando à passos largos até ela. Sento-me na cama ao seu lado e
tento acorda-la.
- Sophia. – toco levemente o seu braço.
- ME SOLTA! – ela grita fugindo do meu toque.
- Sophia acorda. – chamo dessa vez um pouco mais calma. Acaricio de leve o seu rosto, na
esperança de que ela acorde. Mas nada.
- ME SOLTA! VOCÊ ESTÁ ME MACHUCANDO. EU NÃO QUERO. PARA! – há tanta dor e nojo em
sua voz.
Dá para ver por sua feição o nojo que ela sente e a necessidade que tem de tirar algo de cima
dela. Isso acabou comigo.
Não suportando mais vê-la desse jeito, resolvo tentar acorda-la de uma maneira mais precisa.
- SOPHIA! – grito e sacudo os seus braços.
No mesmo instante ela se levanta eufórica.O desespero e o medo em seu olhar fez com que
eu me lembrasse de coisas horríveis do passado. Meu coração se aperta. Não sei se pelas
lembranças ou por vê-la desse jeito.Acho que é uma mistura dos dois.
Ela ainda muito atordoada, se senta na cama, junta os seus joelhos e os abraça. Ela olha
muito assustada para os lados e logo depois abaixa a cabeça entre as pernas. Parece querer
se proteger de alguma coisa... De alguém
- Ei! Fica calma, foi só um pesadelo. – digo tentando acalma-la. Mas eu mais do que ninguém
sei o quanto um simples pesadelo pode mexer com a mente de uma pessoa.
- Ma-mas... pa-pare-cia, tão re-real.
Eu posso me ver ali no lugar dela.
Não penso em mais nada. Quando eu percebo, já estou sentada ao seu lado a envolvendo em
meus braços. Assim como minha mãe sempre fazia comigo quando eu tinha que viver todas
aquelas cenas tão real na minha cabeça, novamente.
E na esperança de acalma-la, eu a abraço forte.
- Fica calma Sophia.
Ela tenta por um momento se distanciar de mim, mas eu não permito. Não permito que ela
saia dos meus braços nenhum segundo sequer. Eu acho que mais para conforta-la, eu estava
fazendo isso para me confortar. É tão bom tê-la em meus braços, sentir o seu cheiro...
- Foi só um pesadelo. Fica calma. – afago de leve os seus cabelos e deixo um beijo. Eles
cheiram tão bem.
Percebi que ela já estava calma o suficiente, quando não pude mais ouvir seus soluços e nem
sentir o seu corpo tremendo junto ao meu. Eu me atrevi a perguntar.
- Quem é DG? – no momento em que as palavras saem de minha boca, sinto-a se contrair
mais nos meus braços e sei que ela não vai querer tocar no assunto. Pelo menos não agora.
- Desculpa. Eu sou um idiota mesmo. Não precisa dizer... Eu fiquei preocupado. Eu estava
entrando e escutei os seus gritos. Você gritava para um tal de DG parar que ele estava te
machucando. Eu pensei que tinha alguém aqui fazendo algo com você... – a aperto mais em
meus braços, não sei o porquê, mas a ideia de outro homem a tocando me causa raiva. – Eu
não pensei duas vezes e arrombei a porta. Quando entrei você estava se debatendo na cama
e grita...
- Para, por favor. – ela solta um soluço e se aperta mais em meus braços. Nesse momento eu
sei que tenho que parar de falar. Isso não faz bem a ela.
- Desculpa.
Eu não sei o que esse cara fez a ela, mas com certeza não deixou boas marcas. Não deixou
mesmo.
- Eu não sei o que esse cara fez pra você ou com você. Mas ele te deixou uma ferida muito
grande... Posso dizer até que é um pouco parecida com a minha. – a ultima frase saiu meio
que sem pensar, de minha boca.
Espero que ela não tenha escutado.
Resolvo me deitar na cama. Sem soltá-la, encosto minha cabeça no travesseiro e a deixo
deitar-se sobre o meu peito. Deixo um beijo sobre sua cabeça e não demora muito, sinto sua
respiração ficar mais lenta. Ela dormiu.
Vê-la daquele jeito, me fez recordar de coisas do passado que eu me obriguei a apagar da
minha mente. Mas que mesmo assim, de vez em quando, essas lembranças insistiam em me
atormentar...
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-
- Para Carlos, não faz isso. Desculpa. Eu não tinha que ter dito nada. – minha mãe implorava
desesperada, sentada no sofá da enorme sala, para que o homem que eu chamava de pai não a
agredisse novamente.
- Quantas vezes eu tenho que falar que eu não lhe devo satisfações da minha vida? – ele disfere
um tapa no rosto de minha mãe, que solta um grito alto.
- Mas eu mereço respeito. – parecendo cansada de toda aquela situação ela se levanta do sofá e
mantem uma postura firme diante do homem a sua frente. Mas ainda é possível ver o olhar de
medo dela diante do mesmo.
Eu estava escondido no topo das escadas, assistindo toda aquela cena que se repetia quase
todos os dias.
- Eu não aguento mais ser humilhada por você. Não aguento mais ver você chegando em casa
sempre com esses perfumes baratos dessas vagabundas que você pega na rua. Você não faz
questão nenhuma de esconder de mim o que faz, muito menos das pessoas de fora.
- Esconder o que, mulher? Que as da rua são muito melhores do que você? – ele solta uma
gargalhada sarcástica e continua. – Isso eu faço questão de jogar na sua cara mesmo. Olha pra
você! Não sei nem como tem coragem de sair de casa. Você está gorda. Feia. Não é mais aquela
gostosa da época em que nos casamos. Você só serve pra ficar dentro de casa e fazer as coisas
que eu mando do jeito que eu quero. Do jeito que eu gosto. E pra cuidar daquela peste que você
chama de filho.
- NÃO FALA ASSIM DO RODRIGO.
O meu pai levanta a mão e desfere um tapa sobre a face da minha mãe, que cai sentada no
sofá.
- QUEM VOCÊ PENSA QUE É PRA GRITAR COMIGO? – e nisso ele vai pra cima dela e começa a
desferir tapas e socos nela. – VOCÊ NÃO É NADA. NADA!
Minha mãe gritava para que ele parasse, mas de nada adiantava.
Eu estava com medo. Eu queria ir ajudar minha mãe, mas sempre que eu me metia no meio dos
dois ele acabava me batendo também. Mas eu também não podia deixa-la apanhar. Eu não
podia deixa-lo fazer aquilo novamente.
Quando dei por mim já estava no meio dos dois.
- Para pai! Não bate na mamãe.
Digo tentando não chorar. Eu tentava a todo custo deixar minha voz firme, o que não adiantava
muita coisa.
- Filho, sai daqui. Vai pro seu quarto. – minha mãe dizia aos prantos.
Olho para ela e vejo seus lábios sangrando devido ao corte. E seus olhos vermelhos e inchados.
- CALA A BOCA GAROTO! SAI DAQUI SE NÃO VAI SOBRAR PRA VOCÊ TAMBEM.
Ele pega pelos meus braços me jogando no chão, fazendo com que eu me machucasse um pouco
devido a queda. Mas deixei a dor que eu sentia completamente de lado quando vi que ele
continuava batendo na minha mãe. Não penso duas vezes e o empurro tentando afasta-lo dela.
Ele me olha em fúria e desfere um soco no meu rosto, o impacto me fez ir ao chão. Ele leva suas
mãos até sua cinta a retirando da calça. Assim que ele levanta o braço para me bater a minha
mãe se joga em cima de mim me abraçando. Eu tentava a todo custo tirá-la de cima de mim,
mas eu não conseguia. Eu não queria que ela apanhasse mais por minha causa.
Em algum momento ele a tirou de cima de mim, a jogou novamente no chão e se direcionou a
mim, para agora sim, conseguir me bater. Minha mãe pedia a todo o momento para ele parar,
que eu não tinha culpa de nada. Que eu era apenas uma criança. Mas ele mesmo assim não
ligava. Ele só batia, batia e batia.
Eu podia sentir o local onde ele batia arder, aos poucos, podia jurar que minha pele, em algum
momento daquela tortura toda, estava se abrindo devido ao contado da fivela com a minha
pele. E a única coisa que eu consegui fazer foi me encolher no chão. Eu não derramei nenhuma
lágrima sequer. Nada! A única coisa que eu sentia naquele momento era dor e raiva. Muita
raiva.
Não sei quanto tempo durou aquela tortura. Não sei se foi meia hora, uma ou duas. Mas quando
ele finalmente se cansou disso ele colocou a cinta novamente na calça, saiu pela porta e nunca
mais voltou.
Neste dia a minha mãe me pegou no colo. Me levou para o meu quarto. Trancou a porta e se
deitou comigo na cama abraçando-me fortemente.
- Me desculpa filho. Me desculpa! – ela dizia chorando. O arrependimento era notório na sua
voz.
E eu, nada disse.
-
-
-
-
-
Na manhã seguinte àquele dia, recebemos a noticia de que o meu pai tinha morrido em um
acidente de carro. Minha mãe ficou arrasada. Chorou uns três meses seguidos. E eu? Hum! Eu
nada senti. Não chorei, não senti nenhuma dorzinha sequer no meu coração pela perda que
tive. Posso dizer até que fiquei feliz.
Sim! Feliz.
Eu era apenas uma criança. Eu só tinha 11 anos na época e ele fazia aquelas coisas. Eu era
inocente. Eu apanhava de graça, assim como minha mãe.
O meu pai assim como eu, era um Delegado da PF. Por muito tempo durante a minha
infância, antes dele começar a agredir a minha mãe, ou devo dizer, até eu perceber o que
acontecia na minha casa, eu o idolatrava. Eu tinha orgulho de chegar para os meus amigos na
escola e falar que o meu pai era um delegado e prendia os bandidos maus. Ele era o meu
herói. Eu realmente tinha orgulho dele. Meu sonho sempre foi seguir os seus passos.Mas
quando eu o vi agredindo a minha mãe pela primeira vez, todo aquele encanto, todo aquele
orgulho que eu sentia por ele, foi por água abaixo.
Eu lembro que na época eu tinha apenas sete anos quando eu vi pela primeira vez ele a
agredindo. Eu já sabia que aquilo que ele estava fazendo com ela era errado. Eu sabia, pois
eu via minha mãe chorando, via dor nos seus olhos. Foi quando eu fui tentar me meter no
meio e acabei apanhando junto com ela. E isso se repetia quase todos os dias, pois eu não
queria deixa-lo fazer aquilo com a minha mãe. Então, na tentativa de impedi-lo, eu acabava
apanhando também. Depois daquele dia eu passei a olhar o meu pai com outros olhos. O
respeito que eu tinha por ele deu lugar ao medo.
Eu sempre pedia pra minha mãe pra irmos embora, nós tínhamos condições para isso. A tia
Patrícia também sempre nos oferecia a casa dela pra ficarmos, mas minha mãe não queria ir
embora. Ela dizia que não podia deixar o meu pai sozinho. Que ele só fazia aquelas coisas por
causa do estresse do trabalho. Que aquilo tudo iria passar. E realmente passou, mas depois
que ele morreu. Eu ficava com raiva por ela fazer isso. Eu sentia raiva da minha mãe, pois eu
não entendia o porquê dela querer ficar com ele, mesmo ele sendo daquele jeito. Mesmo ele
sempre batendo nela. Mesmo ele a humilhando sempre que podia. Eu não entendia! Eu
cheguei a pensar que ela gostava de tudo aquilo. De toda aquela humilhação que ela passava
e por conta disso já cheguei a ficar dias sem falar com ela na época.
Pra mim ela sempre foi a maior culpada, pois ela podia mudar aquela situação, mas ela não
queria. Ela parecia gostar. Me doía ver a minha mãe ser tratada daquele jeito. Me doía vê-la
sofrendo pela morte de um homem que nunca a respeitou. Mas essa dor acabou virando
raiva por ela ser uma pessoa tão sem amor próprio... Sem amor ao próprio filho! Nenhuma
criança merece passar pelo o que eu passei. Mas muitas mulheres, assim como a minha mãe
preferiu, optam por continuar nessa situação. Eu não sei se é porque gostam ou por medo.
Mas pra mim não tem explicação. Eu tenho certeza que se o meupai não tivesse morrido
naquela noite, ele continuaria nos espancando sempre que pudesse e minha mãe não
tomaria atitude nenhuma para mudar essa situação. É por isso que eu tenho tanto rancor
dela. Eu sei que rancor é um sentimento muito ruim, ainda mais para se ter de uma mãe. Mas
eu não consigo evitar. Eu a amo. Amo muito, mas não consigo e nem dá pra apagar da minha
mente as lembranças e do meu peito as feridas que a atitude dela de aceitar aquela relação
com o meu pai, me causou.
Depois disso eu nunca fui o mesmo. Eu mudei completamente o meu jeito na escola, até
mesmo em casa com a minha mãe.
O meu desejo de ser um policial não saiu de dentro de mim por causa dele, pois apesar dele
ter sido a minha grande inspiração na época, eu realmente gostava da profissão e eu não ia
deixar que ele tirasse esse desejo de mim.
Até hoje eu odeio quando sou comparado ao meu pai. Eu não sou parecido com ele.
Sim! Eu bato em mulheres, mas com o consentimento delas. Para dar prazer para as mesmas.
E não para machucar, igual o meu pai fazia. Eu nunca teria coragem de encostar um dedo
numa mulher como o meu pai fazia. Eu não tenho!
Posso dizer que sim, uma parte desse meu lado Dominador. Esse meu lado mais na minha, ás
vezes um pouco grosseiro demais com as pessoas, tenha a ver com o trauma que eu vivi na
infância com o meu pai. Mas eu não me considero igual a ele em nada do que eu faço. Eu
nunca teria coragem de encostar um dedo em uma mulher para bater sem o seu
consentimento.
Sinto lágrimas descendo pelos meus olhos e rapidamente as seco. Ainda me dói lembrar essas
coisas. Eu me proibir de pensar nisso. Eu bloqueio todos os pensamentos que se relacionem
àquele homem, mas o que eu vivi aqui agora com a Sophia me fez lembrar tudo.
Balanço a cabeça rapidamente, me proíbo de pensar nisso novamente. Não vai acrescentar
em nada na minha vida. Nada!
Olho para a janela e vejo que já está quase amanhecendo. Passei a noite inteira aqui, com
Sophia em meus braços. Não consegui pregar os olhos um minuto sequer. Olho para ela, que
ainda dorme tranquila.
Ela é tão linda, sua boca... Ah! Resisto a tentação de beija-la. Por mais que eu queira muito,
não vou fazer isso. Não agora e não com ela desacordada...
PORRA QUE DROGA EU ESTOU FALANDO?
Nem agora e nem nunca.
Porra eu realmente estou ficando maluco. Só pode!
Decido me levantar e ir para o meu quarto antes que eu faça uma loucura aqui. Retiro-a com
todo o cuidado de cima de mim. Ela se mexe um pouco assim que a ajeito no travesseiro, mas
não acorda.
Saio do quarto encosto a porta, que com o chute que deu, quebrou a fechadura. Tenho que
arrumar amanhã. Vou em direção a minha casa. Passo na cozinha e bebo um copo d’agua,
logo depois subo para o meu quarto. Tomo um banho rápido e durmo.
Da up meninas .....
                                

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Ficha do conto

Foto Perfil erodev
erodev

Nome do conto:
Meu Delegado - Capítulo 5

Codigo do conto:
110203

Categoria:
Heterosexual

Data da Publicação:
11/12/2017

Quant.de Votos:
3

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