Sophia Ouço aquela voz de sempre me chamando e sinto o seu toque em minha mão. Eu estava em um lugar escoro... Era sempre assim, sempre essa escuridão. De vez em quando eu ouço algumas vozes falando comigo, mas não consigo saber quem é, mas eu consigo sentir a dor e muita das vezes o desespero nelas. Eu queria sair dali, queria sair daquele lugar escuro, eu queria voltar pra casa, para o meu filho, esse bebê que eu estou esperando. Eu não sei o que aconteceu, eu só sei que eu não consigo acordar e sair daqui. E isso me angustia, em meio ao meu desespero interno de sempre, lutando para acordar, ou seja lá em que estado eu estou, minha mente consegue fazer algo que não conseguia fazer, ela parou para prestar atenção no que aquela voz tão sofrida falava comigo. - É meu amor mais um dia... Essa voz, eu... eu acho que eu conheço essa voz, mas ainda está bem distante em minha mente. - Mais um dia sem poder ouvir sua voz, sem poder te beijar... Rodrigo... é o Rodrigo. Eu sinto... Sinto-o segurar a minha mão... A sua voz... Ela está tão triste, tão sofrida. - Você não sabe o quanto é difícil te ver desse jeito, ou até saiba de tanto que eu me lamento disso aqui com você. Mas eu só queria te dizer o quanto preciso de você de volta, eu já não aguento mais. Não aguento mais, Sophia te ver desse jeito, não aguento mais vir aqui pra esse hospital te ver ao invés de chegar em casa e te encontrar na cozinha fazendo o nosso jantar. Ainda me dói muito todas as vezes que eu me lembro do nosso bebê. Ele sabe do bebê! - É difícil quando eu tenho que explicar ao Gustavo que eu não sei quando a mamãe dele vai acordar, pois isso só depende de você reagir, os médicos estão fazendo tudo o que deve fazer, Sophia, mas você também tem que lutar, você não pode se entregar a isso. Por favor, não desista, não desista de você, não desista da gente. Não desista de viver. O meu filho... Ele precisa de mim, o Rodrigo precisa de mim. Eu ainda não entendi direito o que aconteceu e muito menos porque eu vim parar aqui, mas como ele disse: Eu preciso voltar, preciso voltar por eles. Mas eu não consigo. Eu não tenho forças o suficiente pra voltar, seja lá onde eu estiver nesse momento. Eu sei que o meu filho precisa de mim. Os meus filhos precisam de mim. O Rodrigo precisa de mim. Eu tenho que ser forte. Sinto um toque leve e carinhoso em meu rosto e depois esse toque desce para minha mão e é possível eu escutar bem lá no fundo. Bem no fundo um... - Eu te amo... Preciso tanto de você, Sophia, tanto. Essas simples palavras serviram como um dispositivo que me deu forças, forças não sei de onde, pra voltar, seja lá de onde eu estava, mas eu voltei. Depois de tanto tempo na escuridão, assim que abro os meus olhos a luz extremamente clara irrita os meus olhos, mas antes que eu os feche, consigo vê-lo de relance com sua cabeça abaixada, posso ouvir o seu choro e sentir lágrimas escorrendo pela minha mão. Aperto a mão do Rodrigo de leve, na verdade isso foi o máximo que eu consegui fazer naquele momento. E segundos antes de eu fechar os olhos por completo, consigo ver aqueles lindos, mas ao mesmo tempo, agora tristes, olhos azuis me olhando. O seu choro se intensifica. - Meu Deus eu não acredito. Sinto o seu corpo de leve sobre o meu. E a minha vontade era de retribui-lo o abraço, mas eu ainda estava um pouco sonolenta e aquele tubo na minha boca me incomodava. – Você acordou, Sophia, você acordou... Você voltou pra mim, eu sabia que você ia voltar... eu sabia, eu sabia. Ele dizia aos prantos, distribuía beijos e mais beijos pelo meu rosto. Consigo finalmente deixar os meus olhos abertos, a claridade já não me incomodava tanto. Incomodava um pouco, mas eu conseguia mantê-los abertos. - Meu Deus, eu não estou acreditando, você não sabe quanto tempo eu sonhei e esperei por esse momento. Ele passava as mãos freneticamente pelo meu rosto e cabelo, parecia não acreditar em me ver acordada, imagino. Os seus olhos que há minutos estavam tristes. Agora transbordam felicidades. Pouquíssimo tempo depois, chegam três homens todos de branco e um deles pede para o Rodrigo se retirar. Presumo que seja o médico. Vejo o Rodrigo o olhando como quem dissesse que não sairia de perto de mim, mas o médico o convenceu de que logo ele poderia me ver novamente. Mas eu não queria que ele fosse, eu queria que ele ficasse aqui comigo, ao meu lado, como sempre esteve todo esse tempo. [...] Quinze dias depois... Depois que eu acordei do coma... Nossa!... Coma. Eu nunca me imaginei um dia ficar assim. Mas depois que eu consegui acordar, não foi fácil. A primeira vista eu me vi desesperada por não consegui formar uma frase sequer e nem ficar em pé direito. E isso foi um martírio pra mim, eu tinha tantas perguntas a fazer, tantas. A única coisa que eu sei é que eu levei um tiro e devido a minha queda eu bati forte com a cabeça, o que me levou a ter um traumatismo craniano. E dessa parte eu me lembro, me lembro perfeitamente desse dia. Me lembro do medo que eu tive na hora, medo do Rodrigo morrer. E eu simplesmente não pensei em nada, eu apenas agi. E posso dizer que eu faria tudo novamente, por ele. Essa foi a única coisa que o medico me falou, e eu ficava agoniada por não consegui falar direito, então eu acabava desistindo de perguntar as coisas. Eu fiquei muito triste quando eu ouvi do médico que eu havia ficado sete meses em coma, triste por saber que se eu fiquei sete meses deitada nessa cama dormindo e eu estou exatamente do jeito que eu sempre fui, na verdade até um pouquinho mais magra, isso significava que eu tinha perdido o meu bebê. Que eu tinha perdido o filho tão desejado do Rodrigo. Ele foi totalmente inesperado pra mim, mas eu em momento nenhum o amei menos por conta disso, e eu no meu intimo já estava fazendo planos para quando ele estivesse maior, já podia ver a felicidade do Rodrigo quando eu contasse pra ele que estava esperando o filho dele. Já podia ver a felicidade do Gustavo em ter um irmãozinho, ou até mesmo os ciúmes dele. Mas tudo isso foi por agua abaixo quando a minha ficha caiu e eu percebi que foi impossível ele ter sobrevivido àquele tiro. Com muita dificuldade eu consegui perguntar, em pouquíssimas palavras, ao médico sobre o bebê, apenas para eu ter certeza. Mesmo com minha dificuldade na fala ele conseguiu entender e me disse que não pôde fazer nada para segurá-lo. E aquilo foi horrível pra mim, por mais que eu na época tivesse ficado sabendo á muito pouco tempo sobre a gravidez, eu já o amava, eu já havia criado um vinculo muito forte com ele. E a única coisa que eu consegui fazer, foi chorar. Chorar pela dor de ter pedido um filho que eu não tive nem a chance a conhecer direito. E o Rodrigo em meio a sua inútil tentativa de me consolar, também se entregou ao choro. E eu me sentia culpada, muito culpada por isso, eu com o pensamento de proteger o Rodrigo, não pensei em nosso filho na minha barriga, não pensei em momento nenhum que estava colando a vida do meu filho em risco. Eu apenas agi sem pensar e com medo de perdê-lo que acabei perdendo uma outra pessoinha também muito importante pra mim. Depois desse momento eu resolvi que iria lutar pra melhorar e sair de vez do hospital, eu tinha que ficar totalmente boa para o Gustavo e para o Rodrigo. Eu me dedicava todos os dias com as sessões com a fonoaudióloga e com a fisioterapeuta, eu queria ver resultados rápido, eu queria seguir minha vida e sair dali. O Rodrigo estava á todo momento ao meu lado, era notório a felicidade dele em me ver acordada. O Gus também, na primeira semana ele achou um pouco estranho, pois as palavras saiam super desconexas de minha boca. Eu queria também saber o que houve com o DG. A Isabela vem me visitar sempre que pode, nem ela e nem ninguém me falaram nada a respeito dele. Mas eu percebia que o Rodrigo ficava incomodado todas as vezes que a Isabela ia me visitar, e eu a via olhando para ele de um jeito estranho, jeito de quem sabe de algo. E eu estou muito curiosa e apreensiva em saber o que tinha acontecido com ele, se ele estava preso ou não. Eu resolvi não perguntar nada sobre ele, não enquanto eu não estiver totalmente boa. Em uma semana fazendo a fisioterapia eu já conseguia ficar em pé sozinha. A médica me disse que eu sou um verdadeiro milagre, pois não é muito normal para uma pessoa que passou sete meses desacordada não ficar com nenhum tipo de sequela grave, como perda de memoria e os movimentos das pernas. Até porque eu bati com a cabeça e isso é coisa séria, tão séria que por conta dessa batida na cabeça eu fiquei sete meses em coma. No meu caso a perda do movimento e da fala, foi temporária, tanto que em duas semanas eu já estava conseguindo falar e andar pelos corredores do hospital. O que impressionou mais ainda os médicos. - Você realmente é uma guerreira, menina. – diz a Mônica a minha fonoaudióloga. – Eu nunca vi alguém se recuperar tão rápido que nem você. - É a vontade de sair daqui e ir pra casa logo, de volta pra minha família. Eu sorrio pra ela e a abraço. - Muito obrigada... por me ajudar. - Não precisa agradecer. Só de ver esse sorriso lindo e esse brilho de felicidade nos seus olhos eu me sinto com a sensação de dever cumprido. Nos separamos, ela deixa um beijo em minha testa e se despede de mim, alegando que tinha outros pacientes para cuidar. Me ajeito na cama e não demorou muito o Rodrigo entrou no quarto com o Gustavo nos braços. - Oi mamãe, olha quem voltou pra te visitar!– diz o Rodrigo fazendo uma voz engraçada. Abro um sorriso enorme e estico os meus braços - Oi meu amor. - Consegue falar, mamãe? – o Gus pergunta entusiasmado Sim meu amor, mas eu estou vendo que você está falando melhor do que eu, em. Meu Deus, quanto tempo eu perdi longe do meu filho, ele está tão crescido, agora consigo entender praticamente tudinho que ele fala. Não parece nem que foram sete meses que eu dormi, mas sim um ano. Eu devo ter perdido tanta coisa. Eu fico imaginando o quanto ele deve ter sofrido me vendo desse estado. - Senti sua falta, mamãe. – ele diz acariciando os meus cabelos como sempre fazia. - Eu também senti, meu amor. – o abraço forte, e ele me retribui. Não consigo evitar as lágrimas que já começaram a descer. Sinto os braços do Rodrigo em volta da gente e sinto o seu beijo em meu rosto e logo em seguida ele faz o mesmo com o Gus. - Minha família... Eu esperei tanto por isso. – diz o Rodrigo bem baixo. - Obrigada. – direciono o meu olhar para ele que tinha os seus olhos vermelhos. – Muito obrigada por ter cuidado tão bem do meu fil.. - Nosso filho. – ele me corrige me fazendo abrir um sorriso. - Muito obrigada por ter cuidado do nosso filho esse tempo todo. Muito obrigada por não ter desistido de mim... de nós, em nenhum momento. – sinto as mãos do Gus no meu rosto limpando as lágrimas que escorriam. - Não chora mamãe. Tá tudo bem, tá tudo bem. – ele dizia carinhoso com suas mãozinhas ainda em meu rosto e logo em seguida me abraça forte. Não consegui segurar a risada e o choro também. - Onde ele aprendeu isso? - Deve ser porque eu sempre fazia a mesma coisa com ele todas as vezes que ele chorava chamando por você. - Rodrigoo... – choro mais, parecia que agora eu só sabia fazer isso nos últimos dias. Mas é que eu não conseguia segurar a emoção de ouvir essas palavrinhas, esses simples gestos de carinho vindo deles. Coisas tão simples, mas que significam tanto pra mim... Tanto. O Rodrigo me envolve novamente em seus braços e me dá um beijo calmo e apaixonante que eu tanto amo. [...] O medico já tinha passado e assinado a minha alta, eu não estava nem acreditando que depois de tanto tempo aqui em coma, e mais alguns longos dias em tratamento, eu finalmente vou poder voltar pra casa. Eu finalmente estou bem, já consigo andar perfeitamente bem e falar também. Eu agradeço a Deus todos os dias por não ter me deixado com nenhuma sequela. Eu estava bem feliz, o Rodrigo já estava me esperando para me levar pra casa, ele disse que a minha mãe ficou em casa com o Gus, que estava com um pouquinho de febre, eu já logo me preocupei, mas o Rodrigo me garantiu que ele já estava melhorando, só que a minha mãe achou melhor ficar com ele em casa. Já tinha pegado a minha bolsa e me despedido dos meus anjos, os meus médicos. Se não fossem por eles eu nem sei o que seria de mim. Depois de tudo isso que eu passei, depois de ver a dedicação da fisioterapeuta e dos outros médicos comigo, eu tive ainda mais certeza de que é isso que eu quero pra minha vida. É essa profissão que eu quero seguir. O meu sonho sempre foi trabalhar na área da saúde, mais especificamente com as crianças. Mas depois de tudo o que eu passei, depois dos dias que eu fiquei aqui. E depois de ver a dedicação em cada um deles para ver a minha melhora. Eu tive a total certeza de que eu seguiria a carreira de fisioterapeuta. Eu senti na pele a sensação de ficar sem andar, foi por pouco tempo, graças a Deus, a doutora Simone que me ajudou muito e ao meu esforço também. E eu sei o quanto é bom você aos poucos recuperar aquilo que perdeu, eu sei o quão mágico é cada novo passo que você dá parecendo ser o primeiro de sua vida, o que pra muita gente de fato é o primeiro. E eu via a dedicação e a alegria no semblante da Simone todas as vezes que eu conseguia, todas as vezes em que eu pensava em parar e ela me reanimava. E é isso que eu quero pra mim. Deve ser a melhor sensação do mundo, você olhar para a pessoa e ver que você foi uma das responsáveis pela recuperação dela. E eu quero isso, quero sentir isso. Depois de muita emoção eu saí do hospital e fomos em direção ao apartamento. Não demorou muito e chegamos, o hospital não era tão longe assim, então foi bem rápido. Apesar de não precisar, pois eu já estava andando muito bem, o Rodrigo abriu a porta do carro pra mim e me ajudou a descer, pegamos o elevador e em alguns minutos estávamos na cobertura. Está do mesmo jeitinho que eu me lembrava, não mudou nada. O Rodrigo coloca a chave na porta e a abre, assim que eu entro, não consigo impedir as lágrimas novamente. Estavam todos ali reunidos na sala em pé a minha espera e tinha até um cartaz enorme escrito “Seja bem vinda novamente Sophia!!!“ Não me dão tempo de entrar direito em casa e a Camila logo vem e me abraça forte. - Ai amiga, você não tem noção de como eu estou feliz em ter você de volta. – ela me apertava forte em seus braços e chorava, assim como eu, e por um momento ela se desfaz do abraço e me olha sério. – Nunca mais faz isso com a gente, por favor. Apenas aceno com a cabeça e ela volta a me abraçar. Mas foi obrigada a me soltar, pois os outros também queriam me cumprimentar. Estavam todos ali, até o pai da Mila, o Douglas que o Rodrigo me disse estar namorando com a Mila e o Nando também. - Eeh morena, que susto você deu na gente, em... Eu senti muito a sua falta. – diz ele me abraçando. Ouço o Rodrigo coçando a garganta o que faz com que o Nando me solte do seu abraço um pouco sem graça e isso tira gargalhadas de todos. - Para de ser ciumento, meu filho. – diz a Julia do seu lado. - Só estou cuidando do que é meu. – ouço ele dizer, mas não dou ideia e continuo cumprimentando a todos. - Ai minha filha, eu estou tão feliz que você está bem, que voltou pra casa, eu orei tanto pra você sair bem dessa. – minha mãe me tinha forte em seus braços e chorava copiosamente, isso me fez chorar mais ainda. - Oooh mãe! - Eu te amo tanto, minha filha. Eu fiquei com tanto medo de te perder. - Eu também te amo mãe. Nós nos soltamos e ela limpa de leve o meu rosto. Depois que passou essa parte dos choros e abraços, nós fomos comer, porque sim, tem comida. Afinal é uma festa de recepção, não pode faltar comida. Estava sentada no sofá e o Rodrigo como sempre ao meu lado me enchendo de caricias. Eu estou amando essa versão dele. Não que ele não fosse carinhoso comigo, pois ele era, sempre foi. Mas ele não mostrava muito esse carinho todo em publico. - O que aconteceu com você, em? - Por que, amor? - Sei lá, você está diferente, mais carinhoso... Não que eu esteja reclamando, mas é que você não costumava mostrar esse carinho todo em publico. - Depois do que eu passei com você naquele hospital, Sophia, eu não tenho mais vergonha de mostrar esse lado meu mais carinhoso quando estou com você por perto. A sensação que eu tive de quase te perder me enlouqueceu. – ele desvia o seu olhar do meu e eu acho isso estranho, pois ele sempre gostava de falar olhando nos meus olhos. Sempre! - Aconteceu alguma coisa enquanto eu estava em coma, que eu precise saber, Rodrigo? - Não amor... Não aconteceu nada... – ele está estranho – Só que eu fiquei com medo de te perder e não quero passar por isso nunca mais. E quero deixar bem claro pra você e pra todos o quanto eu te amo. Sério amiga? - Uhuum, minha mãe odiou a minha decisão, mas eu não queria continuar morando debaixo do mesmo teto do cara que, ao invés de me apoiar na minha escolha, queria me obrigar a fazer algo que eu não queria. Minha mãe com o tempo também acabou entendendo o meu lado de sair de casa. Mas ela estava sempre comigo, cada etapa que eu passava, ela estava sempre lá comigo... Depois de um tempo o meu pai veio me pedir desculpas e ficou tudo certo e eu voltei para casa. Mas a vontade de morar sozinha permanece, mas dessa vez eu vou planejar melhor tudo direitinho. - Ainda bem que ele caiu na real e viu que você é feliz fazendo o que faz, né! - Ainda bem mesmo. Ficamos mais um tempinho ali conversando e quando foi anoitecendo eles foram indo embora. Menos o Rodrigo, esse iria dormir aqui comigo. Depois de tanto tempo vamos finalmente ficar juntos e sozinhos.
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