Aconteceu Amor - Cap. 1

Sempre me senti diferente dos outros garotos, desde pequeno eu via o corpo dos meninos e o meu não se parecia com o deles, na adolescência enquanto os rapazes ficavam com seus ombros largos, ganhavam músculos e aparecia pelos, eu ficava com o a silhueta curvilínea e esguia, de pele lisa e delicada. Minha mãe é uma bela negra de de bumbum grande seios fartos, cabelos pretos eu me pareço muito a ela com exceção dos seios que eu não tenho.
O outro ponto era sobre nenhuma garota me atrair, já os garotos sempre que via um me pegava admirando seu corpo, e quanto mais másculo mais me causava sensações, calores, mas muito inocentes. Minha mãe ainda me trata como um garotinho, mesmo já tendo dezoito anos, ainda virgem, e eu lhe contava tudo, desde meu corpo aos calores que sentia quando via um homem, ela dizia ser coisa de hormônios, que era uma fase e que ira passar. Não dava pra conversar com minha mãe.
Era uma tarde calorenta, e eu odeio o calor, suor, e minha cidade era tão calorenta, estava vendo TV no sofá, com o ventilador pra ajudar a refrescar, quando recebi a ligação de Mari, me convidando para tomar um sorvete, ela acabou me convencendo, nos encontraríamos na sorveteria a trinta minutos, tomei um banho vesti uma roupa mais fresca, e fui. Cheguei primeiro e estava tanto calor que já fui logo pedindo sorvete de chocolate, pouco depois senti alguém apertar meu ombro, era Fábio namorado de Mari. Mari tem a pele branquinha, um pouco mais baixa que eu, cabelos loiros na cintura ondulados, somos amigos desde o ensino fundamental, sempre estudamos juntos e eramos amigos confidentes, às vezes suspeitava de que ela contava algumas coisas sobre mim para Fábio, que era namorado dela desde o segundo ano do ensino médio, Fábio era branco, tinha cabelo castanho, olhos claros e era malhado, jogava futebol desde pequeno e malhava, ele gostava de me zoar com piadinhas de duplo sentido.

- Oi amiga!- falei nos abraçando.
- Oi!- respondeu ela ainda me abraçando.
- Eae! - disse Fábio estendendo sua mão, apertei a mão dele rapidamente, ele sempre apertava minha mão quase esmagando.
- Eu já pedi o meu, está muito calor! - Falei enquanto a garçonete deixava uma taça de sorvete.
- Nem esperou agente pra chupar!- disse Fábio com seu sorriso sarcástico me deixando sem graça

Mari deu lhe uma cotovelada no braço de Fábio e pediu sorvete de creme, Fabio pediu de maracujá, enquanto tomávamos sorvete, Mari tagarelava sobre o os treze dias que ficamos sem nos ver, tinha feito uma viagem, Fábio também tinha ido, ele me encarava, por vezes eu notava ele me olhando por muito tempo.

- O que vai fazer no sábado?- perguntou Mari para mim
- Não sei!- respondi pensativo
- Então agente te pega na sua casa as 21:00. Vai ter uma festa e você vai com a gente!
- Tudo bem!- assenti seu comunicado

Terminamos nosso sorvete e ainda andamos um pouco com Mari conversando, me perguntando que eu estava fazendo, não estava fazendo nada demais, depois que terminei o ensino médio fiquei sem fazer nada, minha mãe não queria que fosse trabalhar antes de começar uma faculdade, e ainda não sabia o que queria fazer.
No sábado já estava pronto só a espera de Mari, vesti um jeans justo, uma regata cinza com uma estampa neon que tinha as cavas grandes, um AllStar, minha mãe disse estar muito chamativo, mas eu não importei. Quando chegaram minha mãe me levou até a porta dei um beijo no rosto dela e fui até o carro. Mari abriu a porta de traz e mandou eu me sentar, ela usava um vestido preto de renda curto, o namorado dela sentado no carona de jeans com uma camiseta azul e quem dirigia era Flávio, irmão mais velho de Fábio e eu nem o conhecia, ele vestia jeans e uma polo azul claro, tinha o cabelo castanho escuro cortado bem baixinho, uma barba bem feitinha muito másculo e bonito.

- Boa noite!- disse ao entrar no carro.
- Nossa tá arrasando!- falou Mari
- Que perfume!- disse Flávio me olhando pelo retrovisor.
- Desculpe, tá muito forte?- fiquei sem graça
- Não que isso, tá muito bom!- disse ele. - Então você é o Dilan?-
- Isso mesmo. E qual seu nome?- perguntei
- Flávio.- respondeu Fábio

Era a primeira coisa que Fábio tinha dito, ele era sempre brincalhão, estava calado, e pensei que tivesse brigado com a Mari. Flávio era divertido, brincalhão mas de um jeito cativante, Mari disse que a festa que iriamos era numa casa de shows, era uma turma de universitários que faziam, teria DJ. e muita bebida, drinks. Logo que conseguimos uma vaga pra estacionar descemos, tinha uma fila de umas trinta pessoas e assim chegamos cerca de dez minutos estávamos na portaria, Flávio não deixou que eu pagasse minha entrada, disse que eu era convidado, aceitei meio tímido. Quando entramos descemos uma escada de três degraus e a pista havia bastante gente dançando, era pouco iluminado, apenas o laser piscando que gera uma certa agonia de ficar olhando, mas o som era ótimo, adoro eletrônica, Mari me puxou e começamos a dançar. Dançamos um pouco e resolvi ir pegar uma bebida.

- Eu vou com você.- disse Flávio me acompanhando, ele pagou minha bebida.
- Não precisa.- disse a ele
- Faço questão!-
- Só desta vez.-

Voltamos a pista, eu dividi uma marguerita com Mari, Flávio e o irmão tomavam cerveja. Ficamos dançando e conversando, bebi mais alguns drinks que Flávio não me deixava pagar, já estava bem alterado pela bebida, Flávio parou pois iria dirigir, tomava energético. Enquanto dançava um rapaz da mesma altura que eu esbarrou em mim, e logo se desculpou. Ele era bronzeado, visivelmente malhado, tinha um sorriso muito atraente, vestia uma camiseta laranja florescente.

- Foi mal!- disse ele
- Não foi nada!- respondi sendo gentil
- Na verdade foi de proposito.- disse ele ao meu ouvido. - Eu queria dizer que você é muito lindo!-
- Ah, obrigado!- respondi com um sorriso
- Algum problema?- Disse Flavio me abraçando por traz
- Na verdade nenhum.- respondeu ele para Flávio, olhou pra mim e piscou, se afastando de nos.
- Porque fez isso?- perguntei a Flavio que ainda estava me abraçando
- Eu não gostei dele.- Flávio apoiou o queixo em meu ombro, colando seu rosto no meu, ainda me abraçando. - Ele queria roubar você de mim!-

Estava já bem bêbado nem sabia o que estava fazendo, lembro que ainda dançamos um pouco e resolvemos ir embora. Pegamos o carro eu estava bem mas tinha consciência que estava bêbado.

- Tem certeza de sua mãe não vai brigar se te ver assim?- perguntava Mari pela milésima vez
- Ela vai brigar é se eu não voltar!
- Tem certeza eu ligo pra ela e falo que você vai dormir la em casa.- dizia Flávio
- Melhor não, ela não te conhece. Pode me deixar em casa mesmo.
- Tudo bem, mas com uma condição.- disse ele
- Qual?- falei sem entender
- Se me apresentar pra sua mãe.-
- Ah! Tudo bem.- falei sorrindo

Então quando chegamos em casa, desci do carro e Flávio desceu logo em seguida, destranquei o portão e assim que entramos, ele me puxou, um movimento tão rápido, girei na ponta do pé direito ele me abraçou e me beijou, fiquei tonto, e quando cai em mim senti seus lábios nos meus, num beijo suave, úmido, sua língua na minha boca, era tudo diferente, senti me tremulo, ele me apertava mais ainda ao seu corpo, não sei quanto tempo durou, parecia que o tempo havia parado pra nos, e nosso beijo havia tanta paixão. Saímos do transe quando minha mãe abriu a porta de casa, nos soltamos e ela nos olhava sem dizer nada. Quando senti as pernas caminhei até ela.

- Mãe este é o Flávio. Ele é irmão do Fábio.- Flavio se aproximava - Flávio esta é Laura, minha mãe!-
- É um prazer Sra. Laura!- ele estendeu sua mão, e minha mãe segurou a dele, soltando rapidamente
- Bem eu convidaria para entrar mas já esta tarde.- disse ela ríspida
- Nossa mãe!-
- Já devia estar na cama, você não esta bem!- respondeu ela
- Bem, esta entregue. Eu já vou indo, até mais!
- Até mais!- respondi sorrindo e ele se afastava de costa sorrindo pra mim, depois se virou e foi embora.

Minha mãe me mandou deitar porque disse que eu estava bêbado e não conversaria comigo naquele estado. Tomei um banho fui dormir, mas pensei em tudo que tinha acontecido, o beijo, como ele foi gentil, seu sorriso, acabei sonhando com ele.