Aconteceu Amor - Cap. 24

Cap. 24 Chegamos ao Fim!

Amanhecemos na mesma posição, meu corpo meio adormecido, cansado. Eu havia pensado em tudo que vivemos, quase seis meses de namoro, mas que havia tantas historias, pareciam bem mais. Tudo se passou como um filme em minha cabeça. Tentei encher os pulmões de ar, e quando o fiz, me causou certa dor.
- Ai! – disse eu.
- Desculpe! – respondeu ele se levantando.
Me espreguicei, esticando os braços, esfreguei os olhos e me levantei.
- Toma um banho e deita na cama... – Flavio começou a falar.
- Na cama onde vocês estavam se comendo mais cedo? –
Ele se calou, olhava para o chão, eu imaginava o que ele pudesse estar pensando. Decidi que era hora de ir embora.
- Eu vou pra casa, não aguento mais. –
- Não vai não, fica comigo! –
- Não! –
Eu tinha me cansado de brigar, então me apenas a um “não” seco, ele tentou me abraçar, segurar meu braço e eu não deixei.
- Ah chega disso! Eu cansei dessa palhaçada Flávio. –
- Você quem fica me agredindo, eu estou tentando me desculpar e você procurando motivos pra brigar. –
- Como se eu precisasse procurar motivos. –
Ele se calou novamente, segurou minha mão de frente pra mim, me olhava nos olhos. Ele tentou se aproximar de mim, e eu me esquivava dele.
- Flávio, eu vou embora. Não tente me impedir. –
- Tudo bem eu te levo. –
- Não precisa. –
- Eu te levo! – insistiu ele.
Ele entrou no quarto para trocar de roupa, vestiu uma bermuda e uma camiseta, eu vesti a minha camiseta que estava jogada perto do sofá em que passamos a noite.
Eu precisava chegar em casa, queria me ver livre daquela situação, tudo me angustiava, eu sentia uma bola no estomago, um nó na garganta.
Quando ele saiu do quarto, pegou a sacola de remédios que se encontrava na porta do quarto, eu me virei de costas para ele e me direcionei a porta, abri e sai, ele me seguiu ate o elevador, me olhava enquanto eu evitava seu olhar. Entramos no carro, ele dirigia me olhando e eu olhava para frente, desejando chegar o mais rápido possível, e ele dirigia com calma, sem pressa de chegar.
Mesmo que em silencio, havia uma comunicação entre nos, quando eu chegasse em casa seria o fim.
- Obrigado pelos remédios. – disse ele quebrando o silencio.
- Por favor, Flávio! –
- O que? –
- Deixa de ser dissimulado. –
- Me perdoa, eu não quero ficar desse jeito com você. –
- Quanto mais você me pede perdão, mais eu sinto raiva! –
- Dilan... –
- Você pode por favor dirigir esse carro e calar a boca. Eu só quero chegar em casa. –
Nos calamos, e ficamos tensos, por mais lento que ele dirigisse, íamos chegar. Ele estacionou na porta de casa, eu abri depressa a porta do carro, e escutei ele descendo também, eu destranquei o portão e entrei, ele me segurou o braço antes que eu fechasse.
- Dilan, espere! –
- Me solta! – eu o empurrei e fechei o portão, e ele se trancou.
- Eu só quero te pedir... –
- Eu que vou te pedir Flavio! Eu vou pedir pra suma da minha casa, da minha vida. –
- Dilan você esta muito nervoso, eu posso voltar mais tarde, e você vai ver, a gente vai se entender. –
- Não Flávio! Acho que você não esta me entendendo. –
Meus olhos já transbordavam de lágrimas, eu fui tirando a aliança do dedo, enquanto Flavio assistia a tudo, ele balançava a cabeça de forma negativa, e eu atirei a aliança no meio de seu peito.
- Dilan, não brinca comigo. Abre esse portão! – ele gritou. – Vamos conversar. –
- Você não entendeu Flávio acabou. Acabou! –
Eu me afastei do portao, em disparei para a porta de casa, e minha mãe estava de pé na soleira, sem entender nada.
- O que esta acontecendo? – perguntou me ela.
Eu não consegui responder em meio a um choro incontrolável, corri para o quarto e me atirei na cama. Minha mãe sentou se na cama e afagava meus cabelos, enquanto eu silenciava meu choro.
Do lado de fora, Flávio espancava o portão, e as batidas ecoavam em meu peito, e a cada vez que ele gritava meu nome, mas eu chorava.
Minha mãe foi falar com ele, e com certeza ela lhe passou algum sermão, mas ele fora avisado para que cuidasse de mim, minha mãe é super protetora, mexer com seu filho, mexia diretamente com ela. Algum tempo depois ela voltou, Flávio tinha ido embora, e ela me ofereceu seu colo, pra eu chorar.
Aquele dia se tornou interminável, turbulento. Meu celular não parava de tocar, eu não consegui dormir, nem comer nada.
No domingo começou cedo, ligações que eu não atendi, e depois ele estava no meu portão a me gritar.
Eu não era de fugir de meus problemas, mas eu não teria sossego, e eu precisava de espaço para aliviar a minha dor. Sai mesmo com minha mãe me pedindo pra que eu não fosse, cheguei ate o portão, ele segurado às grades, me olhava com os olhos vermelhos, mas sem lagrimas.
- O que você quer? –
- Eu quero você, porque eu te amo! –
- Pode ser alguma coisa possível? –
- Dilan por favor! Me dá uma segunda chance! –
- Eu só vim aqui dizer que não perturbe mais a minha mãe. Estou indo embora e não pretendo voltar. Eu também vou trocar o meu numero então eu não vou mais te ver. –
- Pra onde você vai. Como assim? –
- Eu não vou te falar, me esquece e some da casa da minha mãe. Adeus! –
- Dilan! Volta Dilan... Dilan! –
Eu o deixei gritando no portão entrei em casa e engoli meu orgulho, disquei um numero que prometi nunca discar, uma pessoa que nunca imaginei precisa, mas se ela mesma me ofereceu, eu acreditava que ela não me negaria ajuda.
- Oi Diana! –
- Oi maninho! Me lingando, quer o que? –
- Preciso de você, é serio. -