Aconteceu Amor - Cap. 36

                      ******RETOMADO*****

Cap. 36    Quem vai ficar com Dilan?

Abri a porta do táxi e entrei chorando. Que vergonha, o Pedro tinha escutado tudo, e outras pessoas. Foi tão vulgar, senti me, como uma piranha, uma vadia que fica com vários homens, e por onde passa faz confusão.
- Pra onde vamos? - Perguntou o taxista.
         Disse o endereço e ele seguiu. Passamos por uma praça, onde tinha algumas pessoas, se divertindo, as árvores enfeitadas com piscas-piscas. Senti uma vontade de ficar ali.
- Senhor pare aqui. -
           Paguei o taxista e desci. Andei por entre aquelas pessoas, sem olhar ninguém, encontrei um banco, debaixo de um árvore, enfeitada, sentei e fiquei olhando as luzes. Uma canção de natal, lenta, que parecia triste naquele momento.
           Não foi assim que imaginei aquele dia. Aquela anãzinha do mal sempre conseguia fazer inferno. Me perdi em meus pensamentos, e vi algo que me chamou atenção, uma moto. Mas não era qualquer moto, era uma Honda preta. A moto de Fábio.
         Meu coração disparou, eu fiquei estático, sem saber o que fazer, eu sentia falta dele, mas ele não queria mais me ver. A verdade é que todos que eu me envolvia, saiam magoados. Eu só estava tentando protege-lo disso. Lutando contra um amor que eu sinto por ele desde que o vi pela primeira vez, e seus olhos verdes se fixaram nos meus.
   Não ele não podia me ver aqui, eu não me perdoaria se estragasse a noite dele também. Me levantei, ainda olhando para a moto e me virei para ir embora.
           Seus olhos verdes me encaravam, o rosto sério, não tinha o sorriso de sempre, quando me olhava. Estava lindo, com camisa branca, calça jeans clara e tênis estilo skatista.
           Abaixei a cabeça, não sabia o que fazer.
- Quanto tempo! Parece que está perdido. - Disse ele.
- Eu só queria espairecer. Parei aqui! -
- Eu vi quando desceu do táxi, parecia que estava chorando. -
           Ele se aproximou, ergueu meu rosto com a mão, me fazendo olha-lo nos olhos.
- Eu acho melhor ir embora. -
- Até quando você vai fugir Dilan? -
- Não quero te fazer sofrer... -
- Mas já estamos sofrendo. -
- Você está tentando seguir em frente. Se eu não tivesse aparecido... -
           Ele me calou com um beijo, sua língua na minha, tinha sabor doce, me encantava e me fazia querer mais. Já não era mais minhas pernas que me sustentavam o peso, era seus braços em volta de minha cintura. Eu tinha necessidade daquele beijo. Mesmo sem fôlego ainda nos beijávamos, estava tão ligado a ele e ele a mim, que não queríamos nos separar, como se não sobrevivêssemos mas sem aquilo.
- Você entende agora. Fomos feitos um para o outro. Você não vai encontrar em ninguém o que só existe em nós. -
- Eu só tenho medo de te fazer sofrer. -
- Como poderia sofrer se o que mais quero é o seu amor. -
- Mas eu fiquei com o seu irmão, e ele nunca vai nos deixar viver esse amor. -
- Eu fiquei com sua melhor amiga, e ela também não vai nos deixar em paz. Mas se eu tiver a certeza do seu amor, eu enfrento o que for preciso. -
           Mas uma vez nos beijamos, com todo amor, tudo que eu precisava estava em meus braços, e vice versa. Não era um desejo, ou uma fuga, nem vingança. Era um lugar seguro, era como ver toda sua vida se e conectando com outra.
- Eu não posso mais lutar contra isso. - Disse eu.
- Então não lute. -
- Não estou mais lutando. Me perdoe por ter te magoado tanto. -
- Eu sempre irei te amar Dilan. Sei que culpa foi minha, de ser covarde e depois cobrar de você o que não fui capaz de ser. -
        Eu o abracei, e senti seu perfume cítrico, ele era o homem da minha vida. Como eu demorei tanto para aceitar. Como pude ser tão idiota de negar a mim mesmo o que era tão claro quanto água.
           Mas agora éramos dois unidos pela mesma força. Seguindo o mesmo caminho. Senti pela primeira vez que eu podia ser feliz.
- O que pensava enquanto encarava minha moto? -
- Em você. No quanto eu já te magoei... -
- A culpa não é só sua. Eu também sou culpado. -
- Posso te perguntar uma coisa? -
- Já está perguntando. - Ele sorriu. - Pergunte! -
- Você está namorando? -
           Ele sorriu, baixou a cabeça e depois voltou a me encarar.
- Não. Eu inventei essa maluquice pra não ficar por baixo. Se você voltasse pro Flávio. -
- Seu orgulho parece com o do seu irmão. -
- Não me compare com ele. -
- Eu não quis... Me desculpe! -
- Hey! Relaxa. Eu quero que saiba que somos diferentes. Que eu não vou te magoar. Nunca! -
           Ele segurou meu rosto e me puxou para mais um de seus beijos que me deixa sem fôlego. Meu corpo fica tão quente, sinto que não quero parar de beija-lo nunca.
            Ficamos ali por algum tempo, já não tinha quase ninguém naquele lugar. Foi quando percebemos que tínhamos de voltar.
- Já está tarde amor. Vamos eu te deixo em casa. - Disse ele.
- Eu não queria que essa noite terminasse nunca. - Eu disse sorrindo.
- Essa é só a primeira de muitas Dilan. -
- A primeira de muitas! - Repeti.
- Você sabe o que eu quero, não sabe? - Perguntou ele sério.
- Sei. E agora eu também quero, mais que tudo! -
- Então só me aceita! Me dá a chance de te fazer feliz. Esquece tudo o que ficou pra trás, eu quero ser o seu agora e seu pra sempre!
           Não precisei responder, eu já estava em seus braços, selando todas as promessas com beijos e amor. Acho que agora é amor, a verdade que sempre nos amamos, os desvios que pegamos foi só pra nos colocar juntos no mesmo caminho.
           Depois de dar uma volta na moto envenenada do Meu Namorado, é o Fábio agora era meu, tanto quanto eu era dele. Ele me deixou em casa. Eu já sentia saudades antes mesmo de descer da moto. Eu não queria deixa-lo. Mas depois de longos beijos, ele prometeu voltar artes que acordasse.

-----------------------------------------------------------------
Peço desculpas por ter abandonado o conto, por conta de problemas pessoais. Mas um fã da História me pediu a continuação, então estarei atendendo este pedido. Dedico esse conto aos leitores: viitor; okanechi; sejavocemesmo; matsoliver; vanderudsen2; pauloh18