Cap. 23 Amor de um Cafajeste
Eram por volta das 22:00h, eu estava ouvindo musica e mexendo no celular, quando ele vibrou na minha mão. Flávio estava me ligando.
- Alô! – eu atendi.
- Oi amor! – respondeu ele.
- Oi amor, acabou sua aula? – perguntei.
- Já sim. Amor você fica muito chateado se eu não for na sua casa hoje? Tô com a maior dor de cabeça, acho que estou com febre. –
- Ah tudo bem! Toma algum remédio e deita, me liga depois. –
- Ligo sim! Te amo! –
- Também te amo! –
Flávio tinha pegado um resfriado, foi uma noite em que saímos e acabamos pegando uma chuva, naquele dia namoramos sentindo a chuva cair em nossos corpos enquanto nos beijávamos.
Coitado, eu pensei. Me levantei da cama e fui ate a cozinha, fazer um lanche, eu escutava musica nos fones e nem percebi minha mãe entrando na cozinha.
- Não vai sair hoje bebê? –
- Ai mãe! Que susto! –
- Desculpe! Estava pensando no que? –
- Ah! No Flávio ele pegou um resfriado e nem vai vir hoje me pegar. –
- Nossa tadinho! E porque você não vai pra lá, cuidar dele? –
- Ah mãe ele fica todo receoso, nem me beija pra não passar gripe pra mim. Deixa ele um pouco só. –
- Mas se ele ficar pior, ele está sozinho! –
- Ai mãe. Ele não quis vir me buscar, eu nem insisti. –
- Então pega um taxi e vai cuidar dele. Namorar não é só beijar na boca, é cuidar do outro quando ele precisa, tenho certeza que se fosse você ele viria pra cá cuidar de você e te paparicar... –
- Tudo bem mãe, já entendi, eu vou pra lá. –
- Isso mesmo! –
Ela veio até mim me deu um beijo na testa, pegou um copo colocou água e voltou pro quarto. Nossa minha consciência pesou um pouco. E eu nem consegui terminar de comer, limpei a bagunça. Fui para o quarto disquei o numero de um taxi, e pedi que viesse me buscar em casa. Vesti uma roupa, bem rápido e quando o taxi chegou pedi que ele passasse em uma farmácia primeiro.
- Oi eu preciso de antigripal. Me dá também umas pastilhas e uns chás desses aqui. – eu disse a uma mulher que trabalhava na farmácia.
- Quer também um xarope para tosse? – perguntou ela educadamente.
- Não, mas eu quero algum remédio pra cortar febre. –
Eu peguei os remédios que ela colocou em uma embalagem paguei e segui para o taxi, que me deixou na portaria do prédio de Flávio. Eu agradeci ao taxista e o porteiro já me conhecia liberou minha entrada sem consultar Flávio, eu subi de elevador até o quinto andar, procurei as chaves do apartamento dele no meu bolso, entrei e as luzes da sala, da cozinha e do quarto estavam acesas, pensei em chama-lo, mas escutei alguns sons estranhos vindos do quarto.
Eu caminhei lentamente ate a porta que estava entreaberta e não acreditei no que eu vi. O garoto que mora no quarto andar e que a gente sempre se esbarrava com ele no elevador. Ele estava de quatro em cima da cama do Flávio, e Flávio o segurava pela cintura com seu pênis enfiado dentro do garoto.
Aquela cena me deixou em choque, mesmo que durou só alguns segundos, me pareceu muito mais, como se tivesse dado “pause”. Eu não senti minhas pernas por um tempo, quando o garoto me viu ele se jogou pra frente deitando na cama e se cobrindo com um travesseiro, e o Flavio me olhava com espanto, e eu olhei aquele corpo dele que sempre me deixava aceso e cheio de desejo, e o que eu senti foi nojo, ao menos ele estava usando camisinha, mais isso não diminuiu meu nojo.
Ele deu um passo em minha direção e eu soltei a sacola com os remédios, e consegui voltar a mim, eu disparei em direção à porta, abri o mais rápido e apertei o botão do elevador desesperadamente, mas ia demorar demais, e eu não queria que Flávio me alcançasse. Eu corri para as escadas e desci correndo, a cada passo que eu dava, a cena do Flávio transando com aquele garoto que ele fingia ter ciúmes me voltava na mente, como um microfilme e um buraco se abriu no meu peito, eu chorava, e aquelas escadas em espiral, parecia interminável, e quando eu cheguei ao térreo antes que eu alcançasse a porta, ela se abriu e Flavio entrou por ela, me agarrou em seus braços.
- Me solta! Me solta! – eu disse chorando
- Me perdoa Dilan! –
- Me solta! – eu disse estapeando seu peito, ele só teve tempo de vestir a calça de moletom.
- Me escuta, amor! –
- Não me chama de amor. Me solta! – eu dei lhe tapa na cara.
Ele não me soltava, quanto mais eu o empurrava e mais ele me apertava contra seu corpo, e eu comecei a sentir raiva por eu ser tão fraco, por eu estar chorando por ele, por eu ser tão idiota de acreditar que eu poderia ter o amor de um cafajeste.
Por ele ser muito mais forte que eu ele conseguiu, me tirar das escadas e me conduzir ate o elevador e subimos ate o apartamento dele que tinha ficado com a porta aberta, e eu apenas chorava, eu não queria entrar, mas qualquer esforço que eu fizesse seria em vão.
Quando entramos, ele me soltou pra trancar a porta, para que eu não fugisse. Eu me afastei dele e me encostei-me à parede, ele me olhava como se estivesse arrependido, e caminhou ate mim, eu estiquei o braço para que ele não se aproximasse.
- Dilan... – disse ele num tom baixo
- Qualquer coisa que você disser, não vai apagar aquela cena da minha cabeça. – eu não chorava mais.
- Me perdoa foi um deslize, ele ficou se insinuando pra mim.,. –
- Flávio eu não quero saber. – disse interrompendo ele. – Eu só quero ir embora, e se você quiser continuar o que vocês estavam fazendo, eu não me importo. –
- Por favor me perdoa! – disse ele se aproximando mais.
- Não encoste em mim. – eu me esquivei de seus braços. – Eu estou com nojo de você. –
- Me perdoa! –
- Para de pedir perdão! – eu gritei com ele. – Se eu não tivesse visto aquela cena pavorosa, amanhã você ia me pegar na minha casa e transar comigo como se nada tivesse acontecido. –
- Não Dilan! –
- Flavio eu sei que essa não é a primeira vez que você transa com ele, e também sei que ele não é o único com quem você me trai. –
Ele ficou calado me olhando, com aqueles olhos verdes qua agora se contrastava com o vermelho.
- Você acha que eu sou um idiota. E eu sou um idiota de acreditar nesse amor de um cafajeste. - Eu coloquei as mãos no rosto eu estava preste a chorar. – Meu Deus como eu sou um idiota! –
Ele aproveitou essa deixa pra se aproximar de mim, mas quando eu senti as mãos dele em mim eu o empurrei.
- Não me toque! –
- Não faz isso comigo! – ele suplicava.
- Não faz isso você, fingir que se importa comigo. –
- Mas eu me importo. –
- Se importa?! – eu ri ironicamente com os olhos cheios de lagrimas. – Quando que você se importa comigo, quando esta transando com aquele garoto, ou com aquele no clube? Já sei deve ser quando você traz aquela sua ex pro teu apartamento e depois que vocês transam ela joga aquele perfume insuportável dela nos travesseiros nas suas camisas. Deve ser nessas horas que você se importa com esse idiota aqui. – as últimas palavras saíram com toda minha fúria e acabei gritando.
Eu respirava fundo, sentindo o ar voltar e ele me encarava e eu já estava sentindo raiva daquela situação. O que eu estava fazendo aqui olhando esse cafajeste.
Eu dei um passo em direção a porta e ele segurou meu braço, eu puxei com força e ele me agarrou de novo.
- Me solta! Eu quero ir embora. –
- Eu não posso te deixar ir embora assim. Já é tarde. –
- Eu não quero olhar pra sua cara nem por mais um segundo. –
- Porque essas palavras tão duras? Você não é assim. –
- A gente se engana com as pessoas. Eu mesmo me enganei muito com você. –
- Chega disso, dessas ironias. Eu errei, eu te disse que não era o príncipe. E mesmo assim você me quis. –
- Essa é sua desculpa pra me trair com todos que você vê pela frente? –
- Não, eu só estou te lembrando de que sou um cafajeste é que você gosta assim! –
Ele me agarrou e beijou, eu resisti por um tempo, e ele me jogou no sofá e veio por cima, me beijando novamente, eu mordi seu lábio com força, mas isso não o fez parar. Ele conseguiu me arrancar à camiseta, tentava me tirar a calça, e eu me lembrei da vez que ele me comeu a força.
- Você me prometeu!-
- Agora você se lembra da gente junto! – disse ele.
- Eu te odeio! –
- Mentira! – retrucou ele.
- Te odeio! –
- Nos dois sabemos que é mentira. – dizia ele beijando minha orelha e pescoço.
De fato era mentira, mas eu queria que fosse verdade. Estava doendo muito, e eu tinha que acabar com isso antes que essa dor ficasse cada vez pior, maior.
- Eu não quero Flavio, me deixa ir! –
- Eu não quero que você vá! –
- Tem que ser sempre do jeito que você quer? –
Ele se deu por calado, e deitou seu corpo sobre o meu, o peso de seu corpo me prendeu debaixo dele, por toda aquela noite, eu repensava sobre nos, no silencio, somente nossa respiração era escutada. Passamos a noite assim acordados.
Que saudades desse contooo, achei que tinha parado de escrever!! nossa que odio da cara desse flavio hein,ridiculo!!! ansioso pra ler os proximos
Achei que não voltaria nunca mas,espero que você não demore muito para postar a continuação...quero te ver em breve. :)