Aconteceu Amor - Cap. 34

Cap. 34    Liberdade

   Flávio não entendeu que eu o tinha usado, tampouco aceitou. Mas os dias se passavam e eu o tratei como se fosse uma pessoa qualquer, ou como um amigo chato e grudento.
   Eu estava me divertindo com ele, e ele não se conformava, às vezes ficava agressivo, mas eu já não tinha medo dele, eu tinha controle das situações.
   Mamãe não entendia a nossa proximidade, na verdade ninguém entendia. Rômulo queria que eu pedisse uma medida preventiva. Talvez fosse o certo a se fazer, mas não me ajudaria a me livrar desse desejo doentio de Flávio.
   Logo depois do almoço ele apareceu em minha casa, eu estava só, jogado no sofá, com preguiça, quase cochilando. Flávio tocou a campainha. Estava de frente ao portão, de calça jeans e camisa branca. Tinha acabado de sair da faculdade.
- Oi Flávio aconteceu alguma coisa. - Disse eu indo ao portão.
- Não, eu vim te ver. -
- Ah, me ver! - Disse com deboche. - Então já viu? -
- Para Dilan, deixa eu entrar. -
- Não Flávio, não vou deixar, sabe você confunde as coisas. -
- Eu já entendi o jogo Dilan. Só se você deixar! -
- Então eu não deixei você entrar. Agora vai pra casa. -
- Que porra Dilan! Você nunca deixa nada. Abre esse portão. -
- Volta pra casa Flávio, toma um banho e vai pra academia. -
- Se eu for, posso passar aqui quando voltar? -
- Eu não faço trocas de favores. -
- Dilan por favor? -
- Se eu te ligar vai saber a resposta. -
- Se você ligar é pra dizer não? -
- Se eu não te ligar a resposta é não. -
   E assim ele se foi, eu sabia que ele ia voltar, mesmo sem a minha permissão. Então resolvi sair as sete, iria ao shopping, depois pra algum lugar.
    Falei pra minha mãe que ia sair, e não disse pra onde, assim quando Flávio chegasse não saberia pra onde fui, mas o shopping seria uma opção muito óbvia, então não poderia ficar lá por muito tempo.
   Acabei encontrando o atendente da loja de camisetas, Bill era o nome dele, ele disse que sairia as oito e me convidou para um barzinho. Fiquei a espera dele na praça de alimentação.
Às oito e quinze ele apareceu arrumado, sem o uniforme, com uma mochila preta, estava gostoso.
- Então vamos? - Disse ele.
- Só se for agora. - Respondi.
   No estacionamento ele pegou uma moto preta, me lembrou Fábio, ele é apaixonado por motos, e eu só tinha andado de moto até então com ele.
- Se ficar com medo, pode se agarrar a minha cintura. -
- Tenho medo não, na verdade adoro motos. -
- Então sobe aqui gatinho. - Ele piscou para mim.
   Coloquei o capacete e subi, eu estava fazendo loucuras e não entendia o porquê. Subir na garupa de um desconhecido. Não quis pensar muito para não desistir. Fomos à um barzinho, ele foi de cerveja, eu de tequila. Tomei duas foram o suficiente para irmos ao banheiro, onde trocamos alguns beijos. Ele tentava tirar minha calça.
- Não aqui não. Não sou garoto de banheiro! - Disse eu.
- Tudo bem! Então vamos para outro lugar. -
- Pra onde? -
- Quer ir para minha casa? -
- Não! Muito formal. Prefiro um motel. -
   Eu que nunca tinha ido à um, estava falando com tanta segurança, queria parecer mais experiente, e menos inocente.
   Pareceu funcionar, Bill ficou com brilho nos olhos, e saímos rumo ao motel. Não o achei nada demais, uma cama redonda, no meio do quarto, um banheiro com box de vidro, que da cama dava pra ver quem estivesse lá dentro. Um frigobar, um balcão, um pequeno armário de madeira, televisão e muitos espelhos. Bill me beijou, como se tivesse pressa, me deitou na cama, tirou sua camiseta, me beijando, tirou também a minha. E logo já estávamos nus. Pediu que eu o chupasse, e assim fiz, depois ele colocou uma camisinha e me penetrou, não era muito grande seu pênis. Pra falar a verdade achei pequeno, do mesmo tamanho que o meu.
   No final o sexo não foi tão bom, quanto a adrenalina de subir na garupa dele, dos beijos que trocamos no banheiro do bar. Óbvio que não disse isto a ele.
- Você é demais, pensei que fosse inexperiente. Me surpreendeu! - Disse Bill depois que gozou pela segunda vez.
   Caído ao meu lado, eu pensando longe, pensando que poderia ser outra pessoa a estar comigo. Droga! Estou fazendo tudo errado.
- Vamos Bill eu tenho que voltar pra casa. -
- Vamos tomar um banho e eu te levo. -
   Fomos nos beijando até o chuveiro, tomamos banho e ele me alisava o corpo.
- Você é mais gostoso do que eu pensava. - Disse ele.
   Eu não sabia o que responder, apenas sorri, peguei a toalha e me sequei.
- Ficou tão calado, não gostou? - Perguntou ele.
- Gostei. Eu sou assim mesmo. -
- Assim como, gostoso? -
- Isso é você que está dizendo. - Sorri.
   Nos vestimos e ele me levou pra casa, era pouco mais de dez horas. O carro de Flávio estacionado em frente de casa. Desci um pouco apressado, tirei o capacete e dei a Bill.
- Espera, você não me passou seu número. -
- Ahh, olha Bill, eu não estou querendo compromisso! Entende? -
- Então quer dizer que não vou mais te ver? -
- Eu tenho seu número, eu te ligo. Ou nos encontramos no shopping. -
- Posso te pedir só mais uma coisa? Só mais um beijo? -
   Ele me puxou pelo braço e logo nossos lábios se encontraram, nos beijamos, acho que ele pensou que eu mudaria de idéia. Quando ele me soltou, me afastei e me despedi com um aceno. Ele deu partida na moto e foi embora.
   O portão se abriu, e Flávio me segurou pelos braços. Os olhos vermelhos, de fúria, eu estava brincando com ele, como nenhuma pessoa tinha feito antes. Mas era uma lição que ele precisava.
- Onde você estava? Quem era aquele cara?-
- Quantas perguntas. -
- Dilan eu estava te esperando todo esse tempo, eu vim te ver... -
- Eu não me lembro de ter marcado nada com você. -
- Eu disse que viria depois da academia. -
- Eu não disse que era pra vir.-
- Que diabos você está fazendo? Quem é aquele cara?-
- Alguém, um cara qualquer que eu conheci. -
- Você transou com ele? -
- Flávio pro teu bem, aceita de uma vez que não temos mais nada. -
- Não temos porque você não quer. -
- Isso mesmo Flávio. Porque eu não quero. -
- Então é isso você não quer mais nada? -
- Isso mesmo, não quero mais nada.-
- Você vai se arrepender dessa vingança, sem sentido. E aí será tarde demais. Eu não vou ficar me humilhando por você. -
- É o melhor que você faz. -
-  Vê se cresce Dilan. -
    Ele me soltou, olhou para mim, balançou a cabeça de forma negativa entrou no carro e se foi.
- Ele se foi? -
   Eu senti que um peso saiu de mim, como se o sol voltasse a brilhar depois de uma tempestade. Talvez tivesse me custado o resto de dignidade. Mas agora eu me sentia livre, e isso não tinha preço.
  


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Comentários


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alissonsr Comentou em 07/10/2015

vai por a continuação quando ?




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Ficha do conto

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Nome do conto:
Aconteceu Amor - Cap. 34

Codigo do conto:
64953

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
13/05/2015

Quant.de Votos:
2

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