Aconteceu Amor - Cap. 10

Cap. 10 Mais Forte Que Titânio

Ele chegou em casa já de banho tomado e todo arrumado, vestia jeans e azul claro e uma camisa de botões, verde água, estava lindo, eu estava usando um jeans justo escuro e uma camiseta branca, ele me deu um beijo e me entregou um embrulho de presente, abri curioso e tinha uma camiseta de gola v, verde água quase do mesmo tom que a camisa dele.

- Veste essa!- disse ele me dando um beijo
- Da mesma cor?-
- É! Eu comprei hoje pra gente usar na festa. -

Sorri achei fofo, era meio bobo, mas era uma coisa de casal, sair com as mesmas cores, fazendo uma conjuntinho, ia ser divertido e coloquei a camiseta e tinha ficado certinho. Assim que saímos do quarto, minha mãe nos olhou e sorriu.

- Conjuntinho? Está parecendo que vão num baile de formandos. - comentou minha mãe
- Idéia do Flávio.- disse a ela
- Ficaram lindo meus amores. - disse ela
- Eu disse!- Falou Flávio pra mim
-Mãe já vamos, vou dormir na casa do Flávio, tá!- disse dando lhe um beijo no rosto
- Você vai mesmo me abandonar todos os fins de semana. Divirtam-se!-
- Ah... - fiquei sem graça com o comentário dela. - Agente vem amanhã mãe.-
- No domingo pode ser Laura?- disse Flávio me corrigindo
- Desculpem, é que Dilan é meu caçula, ainda não estou preparada pra ficar sem ele.-
- Tudo certo, então vamos antes que isso aqui termine em choro. Beijos mãe!-
- Beijos meu bem!- respondeu ela
- Até mais Laura!-
- Tchau, cuida do meu bebê.

Entramos no carro e eu fiquei um pouco preocupado com minha mãe, acho que ela estava se sentindo sozinha, ela precisava sair da sua rotina e viver mais a vida. Flávio percebendo meus pensamentos longes, ficava a me fazer carinho. Logo já estávamos animados, trocando beijos ainda no carro, era a primeira festa que iriamos como namorados, eu ele já tínhamos saído como casal, mas sempre aqueles programinhas romântico mais a dois, uma festa é diferente. Quando chegamos era um bar, um ambiente hétero, então tinha que pegar leve, eu sei que muitas pessoas ficam desconfortáveis ao ver casais homossexuais, então ser discreto e sempre o melhor, mas essa parecia não ser a intenção de Flávio, assim que descemos do carro ele me puxou e me beijou, foi bem rápido, eu olhei para os lados, algumas pessoas que estacionavam seus carros tinham visto, mas não pareceram se importar.

- Que foi? Relaxa!- disse ele
- Como você consegue ser assim tão despreocupado?-
- Qualquer coisa eu te protejo. - disse ele sorrindo

Entramos e era um bar bem grande, tinha uma pista de dança, tocando musicas remixadas, o DJ. era muito bom, entramos e fomos direto ao bar, ele escolheu dois drinks pra gente e ficamos ali sentados nas banquetas ouvindo a música, tinha bastante gente, tinha um lado com mesa de sinuca algumas pessoas jogavam. Já estava no meu segundo drink, quando o barman foi me entregar ele tocou minha mão, pensei ter sido acidentalmente, mas Flávio não gostou nada, pagou as bebidas e me chamou pra irmos pra uma mesa. Quando passávamos por algumas mesas, vimos Mari e Fábio sentando em uma mesa. Mari acenava para nos, pensei seriamente se tinha sido uma coincidência. Fomos até a mesa deles, e depois de trocar um abraço com Mari ela insistiu para que ficássemos na mesa com eles. Flávio e Fábio não se falavam, eu estava desconfortável com a presença de Fábio, mas iria suportar.

- Vocês formam um belo casal, agente devia sair juntos outras vezes. - Disse Mari
- Qualquer dia a gente marca. - Flávio disse encarando Fábio
- Então isso foi coincidência ou vocês planejaram? - perguntei
- Na verdade eu disse para Flávio que você ia gostar de vir aqui, e eu forcei o Fábio a me trazer. Eu estava com saudades de você. E queria me desculpar por nosso último encontro. - Explicou Mari
- Ah! Está tudo bem amiga! - disse querendo trocar de assunto, olhei Fábio que me encarava calado, e depois olhei Flávio que encarava o irmão. - Então eu adorei esse lugar, já provou esse drink é muito gostoso. - tentei trocar de assunto.
- Já provei sim, eu já vim aqui antes, o Flávio também quando saia com a agente. - Respondeu Mari

Acabou ficando um clima muito tenso, e hostil, só eu e Mari conversávamos enquanto Flávio e Fabio se fuzilavam com os olhos, eu tinha medo de que algo acontecesse, a Mari estava tentando com que a gente convivesse bem, pra não perdermos a amizade, mas seria muito difícil.

- Então, vocês já estão morando juntos? - perguntou Mari
- Ainda não. A Laura ainda não está pronta, mas estamos passando muito tempo juntos, quase sempre Dilan dorme lá em casa. Não é mesmo amor?- Disse ele pegando minha mão e beijando.
- Sim! - Respondi tímido
- Que fofo!- disse Mari
- Pensei que Dilan fosse mais inteligente. - disse Fábio pela primeira vez
- Claro que Dilan é inteligente, ele não dá moral pras idiotices que você fala! - Flávio revidou
- Mas se ele fosse inteligente ele já teria percebido quem você é. - Fábio insistia
- E o que seria inteligente ele escolher você? Por favor não me faça rir irmãozinho. -
- Claro eu sou muito melhor do que você. -
- Melhor em que? -
- Em tirar o folego dele só com um beijo! - disse Fábio sorrindo

Essa rixa tinha ido longe demais e chegado onde eu não queria, Flávio levantou se num movimento rápido, e segurou a gola da camisa de Fábio com a mão direita, e levantando a mão de esquerda em punho, para bater nele. Fábio estava imóvel sorrindo, Mari e eu nos levantamos assustados, enquanto Mari colocava as mãos no rosto, eu segurei o braço de Flávio, segurando com as duas mãos, ele era mais forte que eu, mas do modo que eu segurava ele não ia conseguir soltar-se, o que eu não esperava é que Flávio soltasse Fábio e me batesse. Foi um tapa que estalou na minha face direita, me fazendo virar o rosto, talvez eu tivesse caído se não estivesse segurando seu braço com força, fiquei alguns segundos olhando para o chão enquanto o tapa que recebi queimava em meu rosto como pimenta, estava envergonhado, eu nunca tinha sofrido qualquer tipo de violência, minha mão se quer já me deu uma palmada, assim que senti meus olhos molhados de lágrimas, e sem olhar pra ninguém sai em direção a saída com passos rápidos, eu não sabia o que iria fazer, estava em estado de choque. Flávio me seguia e eu continuava, eu não sabia se estava fugindo dele ou não, eu só sentia uma vontade de correr.

- Dilan! Dilan...- gritava ele correndo atras de mim, e quando me alcançou ele me abraçou forte. - Me perdoa, eu juro que não queria fazer aquilo... Eu, eu...-
- Eu acho que mereci. - disse eu chorando.
- Não, eu nunca iria bater em você, por qualquer motivo que fosse, eu fiquei cego de raiva, eu juro que não vi você.- ele se explicava
- Foi rápido, eu não deixei que ele me beijasse. - nos falávamos de assuntos diferentes, ambos nervosos pelo que havia acontecido. - Eu não quis te contar, por que não queria que ficasse magoado, e a Mari também, eu não senti nada, eu não tenho nada com ele, nunca senti nada por ele...-

Flávio me silenciou com um beijo, que no começo não correspondi, e aos poucos fui me entregando, tinha um gosto salgado de minhas lagrimas, era um beijo triste, eu estava abalado, o que me doía não era o tapa, e sim a ideia de que Flavio pudesse me odiar ao ponto de não me querer mais, mas o beijo dele mostrava que não importava o que tivesse acontecido, o nosso amor superaria.
Voltamos pra casa e Flávio ainda me pedia perdão a cada vez que ele me olhava, com certeza essa noite não passaria.

- Eu já sabia sobre o beijo. - disse ele chamando minha atenção. - Fábio disse aquilo pra me provocar e eu aceitei, acho que saiu do jeito que ele queria.-
- Você não esta com raiva de mim?-
- Não, eu sei que foi culpa dele, eu confio em você. -
- Nunca mais vai se repetir eu prometo. - disse a ele
- Então me perdoa pelo o que fiz. -
- Claro que sim amor! -
- Fala de novo. -
- O que?-
- Me chama de amor.-
- Amor.- disse eu tímido - Meu amor!-

Ele me segurou nos braços me beijou, e levou pra cama, não fizemos sexo, mesmo ele muito excitado, ele não tentou, só ficamos nos beijando, curtindo um ao outro na cama, nossos corpos colados, nosso calor, nosso amor, mais forte que titânio.