Aconteceu Amor - Cap.27

Cap.27 Aprendendo Um Novo Jogo

Era sexta feira, estava me arrumando no quarto, com certa ansiedade, eu queria estar bonito, perfumei meu corpo com creme e perfume, escolhi uma camiseta verde lime e um jeans mais claro. De repente parei de frente ao espelho, observei meu cabelo que estava um pouco comprido, era como se eu estivesse há muito tempo sem me ver, como se estivesse quase esquecendo como eu sou.

Terminei de me vestir, estava calçando um tênis, quando bateram na porta. Logo em seguida Artur entrou.

- Eae já está pronto? –

- Tô terminando de amarrar esse tênis! – respondi sem olha-lo.

Ele ficou de pé, em silencio, esperando por mim. Quando terminei, levantei meu corpo, ficando sentado na poltrona, e olhando para ele, que estava em minha frente. Eu admirei por um tempo em silencio, ele estava bonito, vestia uma gola polo branca e um jeans azul, que realçou sua pele levemente bronzeada do sol, e seu rosto emoldurado por seus cachinhos negros, o deixava com uma cara de anjo mal. Me vi hipnotizado por alguns segundos.

- Puxa! Você caprichou hein? – disse ele, que também ficou me admirando.

- Olha só quem fala! –

- Eu tô bem simples! Já você... –

- Eu o que? Onde você esta simples? – rimos.

- Então, vamos? –

- Sim, deixa só eu pegar meu celular e já vamos. –

Peguei meu celular e descemos as escadas, com ele falando do meu perfume, ate sermos barrados por minha irmã na sala.

- Onde vocês vão? – perguntou ela.

- Naquele bar que fica perto da praça. – respondeu Artur.

- Nos também vamos pra lá! – disse ela erguendo as sobrancelhas.

- Legal, a gente se encontra lá. –

Artur segurou meu pulso e me puxou pra fora de casa, ele corria, enquanto Diana me mandava voltar e ir com ela. Ela ainda gritou algumas ameaças para Artur que não deu importância, saímos de casa o carro do lado de fora, como se já estivesse arquitetando uma fuga. Entramos no carro e recuperamos o folego enquanto ele acelerava, rumo aquela noite que prometia.

- Você estava planejando? – perguntei.

- Já são quatro anos de muita pratica. Ela não desiste, e eu sempre consigo vencer dela. – Ele respondeu.

- Então pra você é um jogo? –

- Desde que ela se casou com meu irmão, ela me implica. Só que eu sei pirraçar ela. –

- Eu queria saber pirraçar ela. –

- Não se preocupe, eu ainda vou te ensinar muitas coisas! –

Assim que chegamos, era um bar até grande, claro que por ser uma cidade de interior, tocava sertanejo, prefiro pop e eletrônica, mas estava até agradável, fomos direto para o balcão, e sentamos nas banquetas.

- Pode ser cerveja? – perguntou me Artur.

- Ah eu não bebo cerveja. Não tem drinks? –

- Drinks. – Repetiu ele sorrindo. – Tem caipirinha, serve? –

- É de vodka? –

Ele apenas sorriu e pediu uma caipirinha pra mim e uma cerveja pra ele. Tirou o celular do bolso discou um numero e começou a falar no telefone.

- Eae cara, tá onde?...Desenrola trouxa, tô aqui no bar já... É tô com o irmão da minha cunhada ele é gente boa... Demora não. –

Ele desligou e virou se pra mim, eu estava bebendo a caipirinha que era muito gostosa.

- Então gostou? –

- Hmmm, muito bom! –

- Uns amigos meus vão chegar daqui a pouco, eles são legais, você vai gostar. –

- Tudo bem! –

Nos sentamos em uma mesa e ficamos bebendo enquanto ele falava dos points da cidade que eu iria adorar. Ele disse que eu iria adorar morar aqui.

- Mas eu não vou morar aqui. Só estou passando uns dias. –

- Por quê? – perguntou ele.

- Por que o quê? –

- Porque você não quer morar aqui? –

- Porque eu tenho que voltar, minha mãe esta sozinha e... –

- E você tem esperança de voltar com o idiota do seu ex. –

- Não, não tem nada haver. –fiquei estressado.

- Então tá, vamos ver quando você esquecer-se desse idiota, se você vai querer voltar. –

Ele sorria, eu não consegui rir, ele pediu mais bebidas pra gente, e logos seus amigos chegaram, Adriano, Gean e Leo. Depois de nos apresentarmos começamos a beber, Leo puxou assunto comigo.

- Então você é irmão da Diana. –

- Sim! – respondi com um sorriso, já estava meio bêbado.

- Você se parece muito com ela, só que é mais gente boa. –

- Obrigado, você também é legal! –

- Por falar nela, olha quem tá vindo pra cá! – disse Leo.

- Dilan pode vir aqui um pouquinho? –

- Oi Diana! – disse Leo que estava do meu lado.

Ela não respondeu, e eles começaram a rir, eu me levante e a segui até outra mesa, onde ela estava com o João Carlos. –

- Olá! – Eu cumprimentei João.

- Oi Dilan, se divertindo? –

- Sim! –

- Dilan, você já se enturmou com aqueles vagabundos? –

- Diana deixa o garoto se divertir! – disse João.

- Olha aqui João, se você faz vista grossa pro Artur é problema seu, meu irmão não vai virar um vagabundo. –

- A gente só está bebendo, não estamos fazendo nada de mais Diana. –

- Presta atenção esses amiguinhos do Artur são uns drogados atoa, e é por isso que você não vai andar com eles. Está me entendendo? –

Eu não consegui falar nada, olhei pra mesa dos meninos e Artur sinalizava pra mim ir ao banheiro.

- Vou no banheiro. – disse me levantando

- Dilan, estou de olho em você. – Disse Diana.

Eu apenas sorri e fui já estava um pouco alterado, entrei no banheiro e o Leo estava lá me esperando.

- Cadê o Artur? –

- Tua irmã e prego hein? –

- Pois é! – rimos. – O que o Artur queria? –

- A gente vai dá no pé, ele vai pagar a conta enquanto a gente sai de fininho. –

- Vocês são loucos. Então vamos lá! –

Saímos despercebidos, e fomos pra perto dos carros, ficamos rindo. Leo acendeu um cigarro, tragou e jogou a fumaça para o ar, eu o observava. Ele me oferece, mas eu não aceitei. Eu estava encostado no carro de Artur, quando ele chegou correndo abriu o carro mandou eu entrar, entramos e ele acelerou. Fomos pra uma praça.

- Você precisava ver a cara da sua irmã quando percebeu que nos enganamos ela. –

- Ela vai matar a gente! – disse eu.

- Poxa ela é muito chata! – disse Leo.

Ficamos ali, rindo bebendo vodka enquanto eles contavam historias de como passavam raiva em Diana. Já era tarde, quando decidimos ir embora, despedimos dos garotos e entramos no carro.

Artur também um pouco bêbado, dirigia com atenção, ele conhecia a cidade como palma de sua mão, mas eu notei que estávamos abandonando a cidade e partíamos pra algum lugar distante com pouca iluminação, adentramos uma estrada de chão, margeada por arvores e arbustos. Não senti medo, apenas observei o caminho, ele estacionou o carro e disse pra eu descer.

- Vem quero te mostrar uma coisa! – disse ele descendo do carro.

Desci logo atrás dele, e contornei o carro, ele estava parado olhando para baixo, só quando me aproximei e que percebi que estávamos em algum ponto alto daquela cidade, parecia uma cerra, lá embaixo as luzes da cidade, e no alto o céu havia tantas estrelas, como eu nunca tinha visto antes.

- Nossa! – suspirei.

- O que achou? –

- Nunca tinha visto nada assim antes. – respondi ainda comtemplando as estrelas.

- Lembra-se do que eu te disse? – perguntou-me ele.

Ele me fez voltar toda minha atenção para ele, que me olhava com seus olhos castanhos, seu rosto de anjo mal iluminado pela lua. Eu sabia do que ele estava falando, eu sabia o quão arriscado era toda aquela situação, e por um instante quis fugir.

- Artur... – disse eu.

- Eu vou te fazer esquecer. Você nunca mais vai querer voltar. –

- Você não esta me entendendo... –

- No que você esta pensando agora? –

- Nada! Só que temos que... –

Ele se lançou em minha direção, me envolveu em seus braços, um golpe certeiro sua boca beijou a minha, sua língua me invadia laçando-se a minha. Meu folego faltava, eu não poderia pensar em mais nada, meu corpo se aquecia no calor do corpo dele, eu mergulhava meus dedos em seus cachinhos negros, enquanto ele me apertava cada vez mais contra seu corpo.